quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Pré-sal merece toda nossa atenção para não virar uma CPMF

Lula decide criar nova estatal para pré-sal

(postado por Chiquiho Pereira) O presidente Lula é tremendamente carismático. Por isso, suas sugestões calam fundo junto ao povo brasileiro e ganham de imediato o apoio de grandes parcelas das lideranças populares, entre elas o movimento sindical. A proposta de criar uma estatal para o pré-sal, dentro da campanha que a UGT lançou e apóia, ou seja, “O Pré-Sal é nosso”, merece todos os elogios.
Mas...
É hora de a gente ajudar o governo do presidente Lula a detalhar mais suas pretensões relativas ao pré-sal. É muito pouco, ainda, apontar para o uso dos lucros para educação, saúde e projetos sociais. Temos que comprometer vastas parcelas do Congresso Nacional, os poderes executivos municipais e toda a sociedade civil organizada no detalhamento eventual desta estatal ou quem sabe, na permanência da atual estrutura da Petrobras, mas com uma discussão detalhada, com projetos específicos e cronogramas transparentes.
Porque senão corremos o risco de termos uma nova CPMF que surgiu no embalo das boas intenções, com o discurso correto de se usar os recursos para a Saúde e o que se viu foi a distorção, na prática dos objetivos iniciais.
Os lucros do pré-sal serão tão importantes estrategicamente para o futuro do Brasil que merecem uma ampla, geral e irrestrita discussão no País, com a mobilização da Nação brasileira. Por isso, a UGT, através da campanha “O Pré-Sal é nosso” vai realizar uma marcação cerrada neste debate. Participará em todos os níveis. Com propostas, com apoio e, principalmente, atenta para os riscos de uma eventual manipulação do pré-sal por parte de grupos políticos, sejam quais forem.
Veja a notícia: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em reunião à tarde com presidentes e líderes de partidos aliados, que criará uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da camada do pré-sal que ainda não foram leiloadas.
Lula disse que já decidiu que "é preciso uma empresa que só cuide disso". O presidente afirmou que vai usar os recursos da extração futura do petróleo do pré-sal para "eliminar a miséria", "aplicar em educação" e "beneficiar o povo", sempre de acordo com relatos dos que estiveram na reunião.
A reunião dos ministros do grupo de estudo do pré-sal discutiu os chamados fundos soberanos criados por países com grandes reservas de petróleo. O ingresso desse capital no país para as "reparações históricas" que Lula diz pretender fazer seria feito de forma a impedir desequilíbrios macroeconômicos.
Resumo da ópera: enquanto Lula já decidiu politicamente criar a estatal e usar o grosso dos recursos na área social, seus auxiliares debatem a forma de viabilizar administrativa e legalmente esse projeto.
Na reunião com os aliados do conselho político, composto por presidentes e dirigentes dos partidos que apóiam Lula no Congresso, o presidente disse que irá no dia 2 de setembro ao Espírito Santo para a primeira extração experimental de petróleo no campo de Jubarte. O petista disse ainda que a imprensa tem feito críticas infundadas à sua decisão de propor um novo marco regulatório do petróleo. "Vamos fazer com responsabilidade, mas vamos fazer para o povo", disse o presidente.
Segundo relato de participantes da reunião do conselho, Lula afirmou que decidiu adotar, na exploração de petróleo na camada pré-sal, regras inspiradas no modelo adotado na Noruega porque parte do controle da Petrobras está nas mãos do setor privado.


Brasil será 5º maior mercado consumidor em 2030, diz estudo
Uma boa notícia que aponta para um cenário de crescimento e de diminuição da concentração de renda, como você pode ler na notícia mais abaixo. São cenários futuros, que se materializarão, se tudo der certo, em 2030. É hora de continuarmos mobilizados e provar a cada discussão, negociação salarial e mobilização nosso empenho a favor da distribuição de renda. Com mais justiça social. Através de políticas que resultem na elevação dos pisos salariais, no treinamento e reciclagem da mão-de-obra e, especialmente, através de investimento na Educação.

Leia o texto e tire suas conclusões: O Brasil passará de oitavo maior mercado consumidor do mundo em 2007 para a quinta colocação em 2030, de acordo com um estudo divulgado hoje pela Ernest & Young e a área de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV Projetos). Nesse período, levando-se em conta a paridade do poder de compra estabelecida no ano passado, com o dólar flutuando entre R$ 1,80 e R$ 2, o poder do mercado doméstico avançará de US$ 1,067 trilhão para US$ 2,507 trilhões.
"O PIB brasileiro apresentará um crescimento, sem exageros, de 150% no período, passando a ser de US$ 2,4 trilhões em 2030 no lugar de US$ 963 bilhões registrados no ano passado", comparou o professor da FGV, Fernando Garcia, levando em conta um crescimento médio da atividade do País de 4% ao ano. Esta alteração fará com que o Brasil saia da 10ª posição e volte para a 8ª posição entre as maiores economias mundiais.
Neste cálculo, a FGV avaliou ainda que o PIB per capita brasileiro deve dobrar de 2007 para 2030. O PIB per capita foi de US$ 5,092 mil no ano passado e deve chegar a US$ 10,269 mil daqui a 22 anos. Num cenário mais otimista considerado pelas intuições, o crescimento econômico do País será de 4,6% ao ano no período, o que levaria a um PIB per capita de US$ 11,638 mil.
O Brasil verá o estreitamento da pirâmide social, prevê FGV -- O mercado brasileiro de consumo mais do que dobrará em valores absolutos de 2007 a 2030, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira, 19, pela Ernest & Young em parceira com a área de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Projetos). No período, o total de vendas passará de R$ 1,41 trilhão no ano passado para R$ 3,30 trilhões em 2030.
"Em razão do crescimento econômico e da mobilidade social, as taxas de crescimento do consumo serão maiores nas classes de maior poder aquisitivo, justamente as com maior expansão nos próximos 23 anos", afirmou o professor da FGV Fernando Garcia. "As alterações no perfil da sociedade brasileira serão profundas. O Brasil verá o estreitamento da pirâmide social, com o crescimento das classes de renda intermediárias", ressaltou.
De acordo com ele, a participação das despesas de consumo das famílias com mais de R$ 8 mil de renda mensal no total do consumo passará de 22,4% no ano passado para 37,2% em 2030. Já a participação das famílias com rende mensal até R$ 2 mil no volume total diminuirá 15 pontos porcentuais nos próximos anos em virtude, conforme o estudo, da migração para as classes de renda mais elevada.
"O comércio, portanto, tende a se especializar, e pequenas lojinhas de material de construção e bares nas favelas serão em menor quantidade, porque a favela tende a desaparecer", previu Garcia. Segundo ele, esse tipo de desenvolvimento social com conseqüências econômicas já foi visto no passado em outros países que estão hoje em diferente estágio de desenvolvimento na comparação como o Brasil.
Novo perfil demográfico -- De acordo com as expectativas contidas no levantamento, uma nova parcela de mercado consumidor no montante de R$ 1,893 trilhão surgirá até 2030. Esse valor se somará à atual quantia de R$ 1,41 trilhão. Além de uma nova composição social, os elaboradores do trabalho prevêem um novo perfil demográfico no país em 2030 na comparação com as características verificadas no ano passado.
Em 2007, mais da metade da população brasileira tinha menos de 25 anos, e a perspectiva é de que daqui a 22 anos o número de pessoas com idade entre 30 e 55 anos dominará a população. "Dessa forma, o mercado para imóveis, automóveis e saúde tende a crescer num ritmo mais acelerado do que outros setores", previu.
A expectativa de envelhecimento da população até 2030 leva em conta que o crescimento demográfico, que girava em torno de 3% de 1950 a 1970 e caiu para uma faixa próxima a 1,5% nos anos 90 e 2000, deva diminuir ainda mais em 2030, para 0,7% ao ano.
No mapa de oportunidades de consumo desenhado pelas instituições, a região Sudeste seguirá como destaque, já que sua participação no total de consumo por região do Brasil ficará praticamente estável, passando de 53,3% em 2007 para 52,5% em 2030. O potencial de consumo na região subirá 3,7% ao ano no período, passando de R$ 751 bilhões em 2007 para R$ 1,734 trilhão em 2030.
A participação do Nordeste no total, de 16,4% verificada em 2007, será substituída pela taxa de 17,5% em 2030, com os pesquisadores aguardando um crescimento de 4% ao ano no período (R$ 232 bilhões em 2007 para R$ 577 bilhões em 2030). A participação do Sul cederá de 16,4% para 15,4%. Mesmo assim, a região deve crescer 3,5% ao ano, com o potencial de consumo passando de R$ 232 bilhões para R$ 507 bilhões.
Já a região Centro-Oeste deverá registrar estabilidade em sua participação total do consumo do País no período, passando de 8,1% para 8,2% com o potencial de consumo subindo de R$ 114 bilhões em 2007 para R$ 270 bilhões em 2030, um avanço esperado de 3,8% ao ano. Apesar de ser a lanterninha no total de participação, a fatia equivalente à região Norte deverá subir de 5,8% no ano, passado para 6,5% em 2030. Esse aumento da participação leva em conta o crescimento do consumo de 4,3% ao ano, que faria a soma de R$ 82 bilhões verificados no ano passado ampliar-se para R$ 216 bilhões em 2030.

Falta de trabalhadores qualificados freia crescimento
É notícia hoje, lamentavelmente, o que o movimento sindical já anunciada há 20 anos. Falharam os governos e as empresas em não investir na mão-de-obra nacional, através de treinamento, reciclagem e investimento maciço em educação. O resultado, infelizmente, é o apagão da mão-de-obra que a todos preocupa.

Veja o texto: Com a economia brasileira avançando ao ritmo mais rápido em décadas, a falta de engenheiros petrolíferos a eletricistas está abalando a competitividade do país e desacelerando o crescimento.
Algumas companhias gastam muito dinheiro treinando profissionais ou trazendo trabalhadores estrangeiros. Outras são forçadas a descartar planos de expansão por causa do pequeno mercado de trabalhadores qualificados.
"A fraca educação e treinamento é talvez o maior peso para o crescimento do país", disse Flávio Castelo Branco, economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Brasil está crescendo a um ritmo anual de 5 a 6 por cento e este ano recebeu o cobiçado grau de investimento, alimentando a crença que o país esta finalmente tomando um lugar ao lado de outros mercados emergentes gigantes de rápido crescimento como Índia e China.
Mas em setores como mineração e maquinaria mais de 70 por cento das empresas brasileiras carecem de trabalho qualificado, afirmou a CNI. O Brasil forma 23 mil engenheiros por ano, comparado com 80 mil na Coréia do Sul, 250 mil na Índia e 400 mil na China, segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Isso deixa o país com uma falta anual de 25 mil novos engenheiros, nos cálculos do Confea. O uso de trabalho imigrante não é oficialmente encorajado mas construtoras e outras empresas estão recrutando em países estrangeiros, incluindo Cuba.
"Os projetos necessários de infra-estrutura estão paralisados pois não existe profissionais o suficiente para desenhá-los e acompanhá-los", disse Marcos Tulio de Melo, presidente do Confea.
Acostumado a ciclos de altas e baixas de investimentos por décadas, o Brasil investiu pouco em treinamento e estava despreparado para atender a demanda por trabalhadores qualificados quando a economia começou a decolar em 2004.
"O país, no fundo, não acreditava muito que nós poderíamos ingressar em um processo de crescimento sustentável --agora nós enfrentamos um blecaute de trabalhadores", disse o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Moreira Pacheco.
Enquanto o mercado emergente rival da Índia se tornou um líder mundial de softwares, o Brasil enfrentará a falta de 50 mil programadores nos próximos três anos.
"Nós estamos atrasados. Identificamos o problema anos atrás mas não se fez nada", disse José Curcelli, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Software.
Alem disso, muitos formandos em tecnologia de informação não possuem inglês adequado e não são treinados nas linguagens de programação mais necessárias no mercado, afirmou Curcelli. "Nosso currículo está um pouco atrasado, antigo. Não se adaptou ao mercado, à globalização", acrescentou Curcelli.
ENSINO MÉDIO FRACO -- A última pesquisa Pisa de educação publicada pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) classificou os estudantes do ensino médio brasileiro em 50o e 53o lugares, numa lista de 57 países, em proficiência em ciências e matemática respectivamente. A Coréia do Sul ficou na sétima e primeira colocação. "É difícil treinar aqueles que não estão interessados em tecnologia ou habilitados em ciências ou matemática", disse Melo.