segunda-feira, 8 de setembro de 2008

UGT é Brasil e sempre a favor de mais renda e mais inclusão social

UGT leva sua bandeira no Grito dos Excluídos

A inclusão social é ponto de honra para a UGT. Vivemos em um Brasil que ainda falta muito para ser feito. Por isso, a companheira Cleonice Caetano, da Secretaria Nacional de Saúde e Segurança lidera essa interface da UGT com o Grito dos Excluídos. Porque mesmo diante dos indicadores razoavelmente favoráveis de nossa economia, ainda existem muitas pessoas que tem seus direitos constitucionais desrespeitados. Precisamos incluir, rapidamente, esse enorme contingente de brasileiros.

Veja o texto:

A UGT participou neste domingo (7) do manifesto cívico, o 11º.  Grito dos Excluídos, por se tratar de um tema que representa uma de suas bandeiras. "A nossa central sindical nasceu com várias bandeiras e a principal delas e a da luta em defesa dos excluídos", explicou Cleonice Caetano Souza, Secretária Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho, da UGT, referindo-se às lutas das mulheres, negros, portadores de deficiências, moradores de ruas e índios que buscam por um espaço digno na sociedade.

Logo pela manhã as lideranças sindicais filiadas às UGT se concentraram no Largo de São Francisco e a seguir rumaram até a Praça da Sé onde se encontraram com os demais integrantes do movimento. Depois de várias manifestações, os quase cinco mil participantes fizeram uma caminhada, pelas principais ruas de São Paulo, até o Monumento da Independência, no Ipiranga, local onde, na tarde do dia 7 de Setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil. "Uma independência até certo ponto duvidosa porque não aconteceu para todos os brasileiros e esse Grito dos Excluídos é uma demonstração de descontentamento de grande parte da população", lembrou Cleonice.

A Secretária Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho da UGT informou que esta é a primeira vez que a central participa desse movimento. "No ano a UGT era uma recém-formada central sindical e não pôde ter uma participação mais expressiva o que esperamos que ocorra futuramente", salientou Cleonice Caetano Souza que chegou ao Parque da Independência por volta das 11h30 onde já se encontravam dezenas de cadeirantes, deficientes visuais, grupos dos sem teto e moradores de ruas. A participação da UGT superou as expectativas desde a concentração inicial no Largo de São Francisco, passando pela Praça da Sé até culminar com o encerramento em frente ao Monumento da Independência, numa caminhada de 5 quilômetros, segundo avaliação de Cleonice Caetano.

EUA criam ajuda de US$ 200 bi a imobiliárias

Vejo com bons olhos essa iniciativa do governo norte-americano. A crise do setor imobiliário dos Estados Unidos já contamina o mundo todo (e ainda não estamos salvos desta contaminação). Por isso, acompanhamos de perto a iniciativa dos Estados Unidos.

Veja o texto:

Governo anuncia pacote para salvar as duas empresas que dominam o setor de crédito destinado à compra de imóveis

Gigantes do mercado estão sob intervenção federal, por tempo indeterminado, e já funcionam como se fossem duas estatais

O governo dos Estados Unidos anunciou ontem um pacote de salvamento de até US$ 200 bilhões para as duas empresas que dominam o setor de crédito imobiliário do país, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Esse valor será usado para eventualmente comprar ações preferenciais das gigantes do mercado, que estão desde ontem sob intervenção federal e já funcionando como se fossem duas estatais. Ficarão nessa situação por tempo indeterminado.

Depois de concluída, essa operação de resgate deve ser a maior da história dos Estados Unidos. No primeiro semestre, o recorde já tinha sido estabelecido com a participação do Federal Reserve (BC dos EUA) bancando uma operação de venda do banco de investimento Bear Stearns para o JPMorgan. Nessa ocasião, o Fed teve de empenhar US$ 29 bilhões.

Ainda não está claro o custo final, para os contribuintes, do salvamento da Fannie Mae e da Freddie Mac. Pelo tamanho das empresas, estima-se que o valor final passará com folga a marca do socorro usado no caso do Bear Stearns.

A Fannie Mae e a Freddie Mac são empresas que trabalham no mercado de compra e venda de títulos baseados nos empréstimos imobiliários oferecidos por todo o sistema financeiro dos Estados Unidos. Nos últimos dois anos, esse mercado começou a esfriar, com toda a economia do país.

A inadimplência atingiu 9,2% dos empréstimos, segundo a Mortgage Bankers Association. Esse é o maior percentual dos últimos 39 anos, desde que o levantamento começou a ser realizado. Juntas, tiveram prejuízo de US$ 14 bilhões nos últimos 12 meses.

Evitar crise maior -- As duas empresas entraram em parafuso por causa da alta concentração dos negócios dentro de suas carteiras, sendo muitos dos papéis de má qualidade. Em 2005, ambas respondiam por 38% do mercado de compra e venda de títulos de empréstimos imobiliários.

Conforme o setor foi se desfazendo dos ativos podres, elas foram absorvendo-os -segundo informações iniciais disponíveis, de maneira imprudente.

Ontem, o jornal "The New York Times" publicou reportagem afirmando que as empresas maquiaram seus balanços inflando artificialmente o valor das reservas que teriam para cobrir perdas por inadimplência. Essa contabilidade problemática acabou sendo um dos fatores principais para que o governo decidisse intervir de uma vez para evitar uma crise generalizada no mercado.

De 2005 para cá, a Fannie Mae e a Freddie Mac aumentaram seu domínio do mercado de 38% para 68%, o que equivale a US$ 5,3 trilhões em garantias a empréstimos ou empréstimos concedidos. Como comparação, o PIB do Brasil foi estimado em 2007 em US$ 1,31 trilhão (as duas empresas equivalem a mais de quatro "brasis").

Se ficassem apenas à mercê do mercado, haveria risco real de crise sistêmica, foi o argumento do governo. "Um fracasso de uma das duas poderia causar grande desarranjo nos nossos mercados financeiros e no mundo todo", disse Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA (equivalente ao ministro da Fazenda no Brasil).

A decisão de fazer uma intervenção federal foi tomada nos últimos dias e foi apenas comunicada ao público ontem para evitar turbulência maior nos mercados acionários. O anúncio também foi feito logo cedo nos EUA para que as Bolsas de Valores na Ásia tivessem tempo de digerir todos os detalhes.

O comunicado oficial foi feito por Paulson e por James Lockhart, diretor da agência federal que supervisiona empréstimos imobiliários, a FHFA (do nome em inglês "Federal Housing Finance Agency"). Caberá a este a responsabilidade pelas empresas enquanto elas estiverem sob o comando de interventores.

Em resumo, o pacote tem os seguintes itens principais:

1) intervenção: desde ontem as duas empresas estão sob o controle de dois interventores federais por tempo indeterminado. Herb Allison responderá pela Fannie Mae e David Moffett pela Freddie Mac;

2) demissão: foram afastados os executivos Richard Syron e Daniel Mudd, da Freddie Mac e da Fannie Mae, respectivamente. Eles aceitaram colaborar com a transição e devem, em tese, ajudar os interventores na fase inicial do processo de saneamento. Ambos receberão normalmente as indenizações previstas em seus contratos (Syron deve embolsar até US$ 15 milhões; Mudd, cerca de US$ 14 milhões);

3) funcionamento: as duas empresas abrem hoje normalmente;

4) dividendos: serão suspensos os pagamentos de dividendos para todas as ações preferenciais e ordinárias. Essa medida deve dar uma economia de US$ 2 bilhões por ano para as duas empresas;

5) saneamento: para assegurar que as empresas não fiquem sem dinheiro na fase inicial, o Tesouro comprará US$ 1 bilhão de ações preferenciais de cada uma delas, imediatamente;

6) novo modelo: o secretário Paulson deseja remodelar o sistema de títulos do setor imobiliário. O objetivo será evitar a concentração que ocorreu nos últimos dois anos. Durante a intervenção, deve ser reduzida à força a hegemonia das empresas, fator apontado como um dos principais para o descontrole do mercado.

Diretor do Banco Mundial diz que Brasil é foco de estabilidade

Temos que tomar muito cuidado para não nos acomodarmos a estas loas e boas em relação à nossa economia. Ainda falta muito a ser consolidado. Temos uma dívida interna imensa e uma dívida social que, juntas, obrigam todos nós a um trabalho intenso para, quem sabe, nos próximos cem anos conseguirmos o ponto de equilíbrio social. Nossa elite dilapidou nosso país, concentrou renda demais, excluiu demais.

Mesmo assim, acompanhe o que pensa o diretor do Banco Mundial: Em meio à crise econômica nos Estados Unidos e Europa, o diretor do Banco Mundial, John Briscoe, disse nesta sexta-feira que o Brasil é um foco de estabilidade entre os países latino-americanos. O economista elogiou a manutenção das regras e avaliou que o país poderá exercer papel de destaque entre os chamados Brics (Brasil, Índia, Rússia e China).

"Quem poderia imaginar que há dez anos, com o mundo em crise, estaria tudo bem no Brasil? Antes, era um dos primeiros a sofrer. Isso demonstra que todo esse trabalho de responsabilidade fiscal, que está sendo feito passo a passo", afirmou, depois de participar do encerramento da edição especial do Fórum Nacional, na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio.

Briscoe afirmou que o Banco Mundial, obviamente, está preocupado com a crise. Ele lembrou que a zona latino-americana geralmente é muito afetada, pela estreita ligação comercial com a economia americana. Quanto ao Brasil, atribuiu o pouco efeito da crise ao nível de estabilidade política e econômica.

"Até agora, o Brasil está pouco afetado e acho que é uma demonstração de que o rumo do país está certo. O Brasil está melhorando muito. Há mais responsabilidade fiscal, ninguém quer ser irresponsável. Ainda tem o que melhorar em relação à qualidade do gasto público, e tem que fazer os investimentos. É o único caminho, não tem milagre. O Brasil é na América Latina, no mundo inteiro, um foco de estabilidade", apontou.

O Brasil poderá ter papel relevante entre os países emergentes no futuro próximo, acrescentou. Briscoe procurou comparar o Brasil com a Índia, país em que já morou. Segundo ele, o Brasil tem vantagem em relação ao aproveitamento de recursos naturais, especialmente da água. Por outro lado, há um desafio "muito grande" quanto à formação de recursos humanos, ainda que Briscoe considere que o Brasil avançou nesse tema.

"Se daqui a 20 anos me perguntarem qual país estará mais equilibrado, com menos problemas profundos. Não há dúvidas que o Brasil, se continuar dessa forma", afirmou.

Ele criticou, no entanto, a burocracia e o alto custo para se investir no Brasil, mas ressaltou que há condições estáveis para o aporte de recursos.

"Se o presidente é esse ou aquele, não há diferença. Não tem ninguém que vai dizer que não vai pagar a dívida, ninguém será irresponsável. Mas o Brasil tem o dobro de impostos da Índia, da China e México. É difícil fazer negócios aqui pelo custos altos e a qualidade da máquina pública não é muito grande", completou.3

 

Empresas são punidas por reincidir em trabalho escravo

De novo a vergonha. De novo a impunidade, com punições que nem se aproximam da vergonha e do constrangimento que o trabalho escravo criam. Continuamos a exigir punições exemplares, com a prisão dos escravocratas, com a desapropriação das terras, com uma vigilância permanente.

Veja o texto: Pela primeira vez desde que foi criado em 2005, o Pacto Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo expulsou da instituição duas companhias reincidentes. São elas as empresas do usineiro José Pessoa Queiroz Bisn eto, que faturam R$ 400 milhões por ano, e a Usina Siderúrgica de Marabá (Usimar), mostra reportagem de Cássia Almeida, publicada neste domingo pelo O Globo. O Pacto, que tem como missão ajudar a sociedade e os empresários a não usarem produtos de fornecedores que usaram trabalho escravo, tem 160 signatários, que correspondem a 20% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) brasileiro.

Tudo começou em julho com as usinas do grupo de J. Pessoa, a Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool, que tem unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Sergipe. Segundo o Comitê de Monitoramento do Pacto, formado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), Instituto Ethos e a ONG Repórter Brasil, a razão para exclusão de J. Pessoa está em dois flagrantes de trabalho degradante em unidades de Mato Grosso do Sul e de São Paulo.

A coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Escravo da OIT, Andréa Bolzon, não era possível manter no Pacto uma empresa que foi flagrada numa questão combatida pelo grupo.

A outra expulsa foi a Usimar. Segundo Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil, o fato de o Instituto Carvão Cidadão (ICC) ter afastado a siderúrgica levou à exclusão também do Pacto.

Atualmente, 212 empregadores estão inscritos da lista suja do trabalho escravo, montada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Acordo no ABC deve orientar e normalizar produção

Os companheiros do ABC sinalizam para todo o movimento sindical brasileiro que a hora é agora. Vamos ampliar as mobilizações, nos organizar para uma eventual greve, caso os patrões continuem a apostar no arrocho, no ganho unilateral e a desconhecer que a economia está em expansão e que é o momento de se transferir renda, através de ganhos reais nos salários.

Veja a notícia:

Com um acordo firmado na madrugada de sábado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e montadoras, a indústria automobilística deve retomar esta semana o seu forte ritmo de produção. Assembléia dos metalúrgicos ratificou, ainda no sábado, reajuste salarial de 11,01% - aumento real de 3,6%, descontada a inflação do período. Também foi definido aumento de 12,6% para o piso da categoria - de R$ 1.110 sobe a R$ 1.250. Além disso, a categoria no ABC receberá abono em setembro de R$ 1.450.

"Com o abono, a reposição real chegará a 5% ", afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O reajuste, que vale também para Taubaté, São Carlos e Tatuí, no interior paulista, é um dos melhores já  conseguidos pela categoria este ano em todo o País. A expectativa é que o acordo no ABC, que ainda concentra grande parte da produção de veículos, oriente o restante da categoria em São Paulo e outros estados que ainda não chegaram a entendimento.

Metalúrgicos da autopeças da região de Campinas, por exemplo, aguardavam acordo das montadoras para orientar sua decisão até a tarde de ontem. A categoria reivindica reajuste real de 9,53%.

No Paraná, a maior parte da categoria também decidiu por um acordo. Quatro mil funcionários do complexo Ayrton Senna voltaram ao trabalho na fábrica onde está instalada a aliança Renault/Nissan, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Eles aceitaram a proposta da empresa de um reajuste de 10,1% a partir de setembro e um abono de R$ 1,5 mil que também será pago neste mês, feita na manhã de sexta-feira.

Os metalúrgicos da Renault/Nissan seguiram o exemplo dos funcionários da Volvo do Brasil que, já na quinta-feira, haviam aceito uma proposta semelhante. Assim, apenas a fábrica da Volkswagen no Paraná ainda está em greve, mas com amplas possibilidades da mesma proposta ser aceita por seus 4 mil funcionários na manhã desta segunda-feira, quando serão retomadas as negociações. A proposta da VW, já rejeitada em assembléia, é de 2,5% de aumento real e os 7,6% referentes à correção da inflação para serem aplicados em novembro, e um abono de R$ 1,5 mil para setembro.

Em nota oficial, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), informou que a Renault/Nissan propôs 2,5% de aumento real e reposição integral da inflação acumulada nos últimos doze meses (7,6%), totalizando 10,1% de reajuste no salário, que devem ser aplicados ainda no mês de setembro. Além disso, os trabalhadores receberão um abono dividido em duas partes: R$ 1,5 mil a ser pago nesta segunda-feira, e outra parcela de R$ 100 para o próximo dia 19. Ficou decidido que os quatro dias de greve não serão descontados do salário, mas sim, do banco de horas dos trabalhadores. (Wagner Oliveira e Norberto Staviski