terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Brasil precisa do esforço de cada um de nós, até mesmo dos empresários que só vivem na expectativa de ajuda governamental

Arrecadação já sofre efeitos da crise

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) Cada vez mais temos indícios de que a crise financeira muncial chegou à economia do mundo real. Ou seja, a maldita crise se irradia para o mundo real, atingindo em cheio até mesmo o Brasil. É hora de apoiarmos as autoridades brasileiras no empenho de distribuir os recursos de maneira a manter a economia aquecida e convocar os líderes empresariais para pensar no Brasil e nos brasileiros e assumir a parte que lhes caberá desta crise e nos unirmos todos, políticos, empresários e população para preservar o lado social.

Leia mais: Resultado de novembro ficou R$ 3,5 bilhões abaixo do programado, com queda de 6% ante as metas do governo

A crise econômica começou a atingir a arrecadação, como indicam dados preliminares da Receita Federal do Brasil (RFB), ainda não divulgados. No mês passado, a arrecadação ficou, em termos brutos, cerca de R$ 3,5 bilhões abaixo do programado. O resultado representa queda de 6% em relação às metas da equipe econômica e não inclui a arrecadação com royalties, dividendos de estatais e receitas não administradas pela RFB.

A puxada de freio na arrecadação é liderada pelo Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que refletem a lucratividade das empresas, e pela Contribuição de Financiamento da Seguridade Social (Cofins), relacionada ao faturamento e às vendas. O IRPJ, por exemplo, ficou R$ 2,6 bilhões abaixo do esperado por causa da queda no lucro dos setores atacadista, automobilístico e petrolífero, principalmente.

No setor do comércio atacadista, segundo apurou o Estado, a queda do IRPJ foi de 45% em relação ao programado. Mas o Imposto de Renda das Pessoas Físicas compensou parcialmente esse tropeço, com aumento em relação ao previsto. A Cofins também caiu nos setores automobilístico, atacadista e metalurgia, principalmente, com perda de R$ 1 bilhão em relação ao projetado.

A equipe econômica faz projeções mês a mês, em termos brutos e líquidos, para que o governo possa programar seus gastos. O valor da arrecadação administrada líquida de restituições, usado no orçamento, ficou R$ 2,2 bilhões abaixo do previsto para novembro. Nesse valor não está incluída a receita do INSS nem as demais arrecadações não administradas, como royalties e dividendos.

Em geral, as projeções da equipe econômica são conservadoras, e vinham sendo superadas nos últimos meses. Em novembro, pela primeira vez, não foram atingidas pelos resultados.

A arrecadação de novembro reflete o faturamento e lucro das empresas em outubro, quando a crise eclodiu com mais força. Ou seja, o pagamento de impostos geralmente ocorre com um mês de atraso em relação aos fatos geradores. (leia mais no Estadão)

Para Fiesp, plano contra crise é 'tímido', mas industriais se dizem confiantes

O exemplo da classe empresarial poderia começar pala Fiesp, que tem o estranho hábito de só se lamentar, numa busca ilegítima de excesso de proteção do Estado. O mesmo Estado que os empresários vinculados à Fiespe sempre condenaram e que agora querem ser salvos pelo Governo, sem estarem dispostos a se comprometer com uma contrapartida social e muito menos com a preservação dos empregos.

Leia mais: Para Paulo Skaf, governo agiu tarde, sem resultado positivo.

Pesquisa da entidade mostra que 36% têm confiança na economia.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, criticou nesta segunda-feira (8) a atuação do governo no combate à crise financeira internacional e cobrou novas medidas para que o setor não seja mais prejudicado em 2009. Skaf se reuniu com jornalistas e diretores da Fiesp para comentar o ano de 2008.

Mas pesquisa realizada pela entidade indica que, apesar das críticas, os industriais paulistas estão confiantes sobre 2009.

Segundo os dados do levantamento, 36% se dizem confiantes, 17% se dizem satisfeitos e 13% se consideraram otimistas. Dos ouvidos, 29% se disseram pessimistas e 5% dos empresários não souberam ou não quiseram responder.

A Fiesp ouviu 1.205 empresas do estado, por telefone, entre os dias 30 de outubro e 18 de novembro.

Segundo o presidente da Fiesp, no entanto, não houve resultado positivo nas medidas adotadas contra a crise, como a liberação do compulsório. “Se as medidas não foram tímidas, os resultados estão sendo tímidos. Houve retomada de crédito, mas não irrigou o mercado. O que nos interessa é o resultado”, afirmou.

Para Skaf, o governo demorou a tomar medidas. “As medidas começaram a ser tomadas em outubro, quando a bomba já havia estourado. Poderia ter tomado medidas há mais tempo.”

Plano de ação para 2009 — Paulo Skaf cobrou um novo plano de ação para 2009, como a criação de mecanismo de defesa para importações e flexibilização para pagamento de impostos. De acordo com ele, é preciso se prevenir contra a possível entrada maciça de produtos chineses no Brasil, em razão da sobra de produtos que não entrarão em outros mercados. “Não falamos de protecionismo, mas de deixar nosso arsenal de medidas preventivas preparado.”

O presidente da entidade afirmou também que a Fiesp estuda propor que a liberação de compulsórios não vá para os bancos, e sim que ajude diretamente o empresário. A idéia seria que o governo utilizasse a verba para pagar suas próprias contas e com isso amplie o prazo para recolhimento de impostos. “Vamos aprofundar o tema para ver se há amparo legal. Obviamente conversar com o governo com a maior velocidade possível.”

Crise global pode elevar Brasil a 8ª economia do mundo, diz consultoria britânica

Para a cultura e sabedoria chinesas crise é sinal de oportunidade. Quem sabe poderemos aproveitar e em vez de manter apenas as exportações de commodities nos especializemos em agregar tecnologia e gerar mais valor aos nossos produtos. Quem sabe, assim, não assumimos uma posição de mais destaque no cenário mundial, desde que saibamos usar para investir nos aspectos sociais e diminuir as desigualdades no Brasil, que são gritantes.

Leia mais: A crise econômica global pode elevar a economia brasileira da décima para a oitava posição no ranking das maiores economias do mundo, segundo um estudo divulgado nesta semana pela consultoria britânica CEBR (Centro para Pesquisas Econômicas e de Negócios).

De acordo com o estudo, que faz previsões sobre o comportamento das principais economias do mundo neste e no próximo ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil ultrapassaria os PIBs de Espanha e Canadá, dois países fortemente atingidos pela crise.

O CEBR prevê uma queda ligeira do PIB brasileiro entre 2008 e 2009 em dólares (de US$ 1,7 trilhão para US$ 1,6 trilhão), mas ainda assim bem menor do que a maioria das principais economias globais.

O estudo prevê ainda uma queda acentuada da Grã-Bretanha no ranking das maiores economias globais, da quinta para a sétima posição, e do Canadá, que passaria da nona para a 13ª posição.

Além do Brasil, a Índia também ganharia duas posições no ranking entre 2007 e 2009, tornando-se a décima maior economia mundial em termos absolutos.

Ajuste O estudo do CEBR não leva em consideração a chamada "paridade do poder de compra", que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país.

No ranking das maiores economias do mundo feito pelo Banco Mundial, levando em consideração a "paridade do poder de compra", o Brasil já seria hoje a nona economia do mundo, pouco atrás da Grã-Bretanha.

Se esse ajuste for levado em consideração, a economia brasileira poderá ultrapassar a da Grã-Bretanha até 2009, segundo a análise do CEBR.

Mais prejudicadas O CEBR prevê que as economias da Grã-Bretanha e da Itália devem ser as mais prejudicadas pela atual crise econômica. Segundo o estudo, os PIBs de ambos países devem levar 18 trimestres para retornar ao nível registrado no pico. (Leia mais no UOL)

Crise deve diminuir número de empregos na construção civil brasileira

Pela construção civil passará o futuro da economia brasileira. Temos que nos esforçar ao máximo para gerenciar este setor económico, com atenção redobrada no controle da irresponsabilidade de muitos empresários que só pensam no próprio umbigo e usam o argumento do desemprego na construção civil para se locupletarem de verbas públicas.

Leia mais: Um dos que mais empregou no Brasil nos últimos três anos, setor estará mais cauteloso e conta com obras já contratadas para manter ritmo de crescimento no próximo ano acima do PIB.

A crise deve atingir em cheio no próximo ano um dos setores que mais vinha crescendo no Brasil: o da construção civil. Se há poucos meses as notícias eram de falta de mão-de-obra e salários crescentes para profissionais especializados na área, empresários do setor devem começar 2009 com mais cautela e menos contratações.

Dados do Ministério do Trabalho revelam uma desaceleração da abertura de vagas na construção. Enquanto em setembro deste ano o setor criou cerca de 32,6 mil empregos, em outubro foram abertos pouco mais de dois mil postos de trabalho. Em outubro de 2007 foram criados 21,6 mil empregos.

O diretor de Economia do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, disse ao Portugal Digital que a desaceleração do crescimento é normal neste período de crise e admite que o lançamento de algumas obras estão sendo suspensas.

 “É difícil imaginar a extensão e a profundidade desta crise e em que medida ela vai afetar a economia brasileira”, diz Zaidan. No entanto, segundo ele, a queda do número de empregos gerados de setembro para outubro já era esperada. “Os meses de outubro costumam ser mais magros que setembro, e em novembro e dezembro registram demissões”, explica o diretor.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera real a possibilidade de aumento do desemprego, especialmente entre os menos qualificados, como pedreiros e soldadores. Os índices vão depender do tamanho do rombo que a crise financeira vai deixar na construção civil.

O Sinduscon-SP trabalha com dois cenários. No primeiro, mais pessimista, a economia brasileira demora um pouco mais para se recuperar e o crescimento do PIB nacional fica em torno de 2,8% em 2009, com a construção civil aumentando 3,5%. No segundo quadro, os investimentos são menos afetados, o PIB cresce até 3,8% e o setor da construção sobre 4,7%.

O fim da euforia que contagiou os empresários da construção civil nos últimos três anos e fez com que o setor fosse um dos que mais gerassem empregos no Brasil durante este período, porém, não deve significar estagnação ou mesmo recessão. Pelo menos por enquanto.

Governo vai investir na capacidade exportadora da indústria

É importante investir mas sem ser pelo lado dos subsídios. Como disse, vamos buscar valor agregado às nossas commodities e nos inserir como exportadores de produtos industrializados e comptitivos. O que requer investimento em tecnologia, educação e qualidade mundial dos nossos produtos.

Leia mais: Além das medidas do governo federal para contornar problemas e evitar o agravamento dos reflexos da crise financeira mundial, serão necessários investimentos para fortalecer e incentivar a capacidade exportadora da indústria nacional

Além das medidas do governo federal para contornar problemas e evitar o agravamento dos reflexos da crise financeira mundial, serão necessários investimentos para fortalecer e incentivar a capacidade exportadora da indústria nacional. “Crédito para indústria não será problema. Até o final do ano serão liberados R$ 90 bilhões em financiamentos”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, durante o 13º Encontro Nacional da Indústria Química, realizado na sexta-feira (05), em São Paulo.

Segundo ele, a desaceleração da economia brasileira já começou, mas vai continuar leve em 2009, bem diferente do que ocorre nos Estados Unidos, onde já foram registradas 200 mil demissões. "O Brasil até agora só registrou queda nas admissões. De 200 mil baixou para 70 mil", observou Jorge.

"Dos investimentos previstos em fábricas de automóveis, a maioria será mantida para manutenção da produção. Agora no final do ano a indústria automobilística, como já tradicionalmente ocorre, dará férias coletivas para os funcionários. Depois, se necessário, vai reduzir a produção aos finais de semana, feriados e no terceiro turno. Há muitas medidas antes de partir para as demissões", disse. "Em curto e médio prazo não temos a informação de demissões em setores específicos, apenas em empresas", completou.

Até setembro, lembrou o ministro, a indústria nacional mantinha taxa de crescimento num ritmo de 5,9% ao ano. “Houve uma freada brusca no setor automobilístico, 300 mil veículos nos pátios das montadoras. Porém, as medidas adotadas pelo governo não se restringiram aos setores automobilístico e de construção civil, que sentiram os maiores impactos da crise”, destacou.

De acordo com o ministro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou recursos. No mês de outubro, por exemplo, o cartão BNDES atingiu o melhor desempenho, com R$ 110 milhões em transações. No mesmo período, o Banco Central tomou medidas para enfrentar a crise. "Na área agrícola o governo também aumentou a liberação de recursos. Foram liberados R$ 500 milhões para o Centro-Oeste para ajudar nos endividamentos da compra de máquinas agrícolas", comentou.

Miguel Jorge também citou um acordo, assinado recentemente entre o Brasil e a União Européia, que irá beneficiar as exportações das micro e pequenas empresas. “Esse acordo deve ajudar a atingir a meta de 10% de crescimento da participação das micro e pequenas empresas no total exportado pelo país.”

"O empresário brasileiro sobrevivente é um herói. Passamos e sobrevivemos por oito pacotes econômicos e seis moedas. A solução é manter o nível de investimentos, um dos fatores para manter o desenvolvimento”, garantiu. (Leia mais no Export News)