terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

União em torno dos prefeitos e prefeitas vai estancar efeitos da crise mundial

Lula recebe 3.500 prefeitos com pacote a favor do Brasil

Esse encontro de hoje do presidente Lula com os prefeitos e prefeitas é um ato de dimensões históricas. Diante da atual crise que o país atravessa a vinculação do executivo e líder do País com as lideranças executivas das cidades cria uma força de transmissão do bem, a favor da busca de alternativas viáveis contra a crise, com reflexos imediatos no município. É o prefeito ou a prefeita que adotam iniciativas a favor do pequeno comércio, da agricultura familiar. É o prefeito e a prefeita que mobilizam os recursos públicos do município a favor dos empreendedores locais. E é também a prefeita e o prefeito que têm condições de transferir para o município os ganhos que conseguem nas negociações junto ao Poder Executivo da Nação. Vejo com muita esperança a iniciativa de hoje. Porque sei que vamos conseguir criar barreiras nos municípios, na agricultura familiar, no pequeno comércio das pequenas cidades contra a grande crise que nos ameaça.

Leia mais: Dívidas de municípios com o INSS, no valor de R$ 14 bilhões, poderão ser parceladas em 20 anos. 

Um verdadeiro pacote de bondades do Planalto espera os milhares de prefeitos eleitos em outubro que se reúnem hoje e amanhã em Brasília. Uma das medidas que chama a atenção e será anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a ampliação do prazo para os prefeitos saldarem parte de suas dívidas com o INSS (R$ 14 bilhões). O parcelamento dos débitos, que hoje é de 60 meses, poderá ser feito em até 20 anos. Mesmo quem já está dando calote na Previdência pode regularizar sua situação e, a partir daí, receber repasses de recursos federais e assinar convênios como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O Planalto está recebendo os prefeitos pregando a "união" de esforços para enfrentar a crise financeira. Ontem, no programa de rádio Café com o Presidente, Lula propôs o engajamento dos prefeitos nos programas sociais da União e falou em fazer "parcerias" e "pactuar políticas entre os governos federal, estadual e municipal". Preparado para ser um grande palanque para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - candidata favorita de Lula à sucessão de 2010 -, o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas reunirá em Brasília cerca de 3,5 mil dos 5.563 administradores municipais.

Por causa da atenção que o governo está dando ao PAC e a Dilma, o pacote federal de benefícios para as prefeituras - que também inclui quase R$ 1 bilhão em linhas de financiamento do BNDES - já está sendo chamado no Palácio do Planalto de "PAC dos municípios".

"Não se trata de muita bondade ou muita maldade. O que o governo quer é ultrapassar 2009 sem turbulências e uma abertura para que o PAC possa chegar aos municípios", afirmou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, ao negar que tudo tenha sido preparado sob medida para inflar a candidatura de Dilma e pavimentar as alianças municipais para a disputa de 2010. "Essa agenda é social e econômica, e não política. O ano de 2010 está muito longe." (Mais informações no Estadão)

Serra critica juros e promete medidas contra a crise

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse hoje que a redução da taxa básica de juros (Selic) é fundamental para evitar o aumento do desemprego, um dos principais efeitos da crise financeira internacional no País. Ele avaliou a política macroeconômica como "equivocada e irresponsável", afirmou que a queda de um ponto porcentual na Selic, decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), foi praticamente insignificante, e cobrou uma periodicidade menor entre as reuniões do comitê, que hoje ocorrem a cada 45 dias.

"Eu acho que a coisa mais importante no Brasil para o enfrentamento da crise não está sendo feita, que é a redução dos juros", afirmou. "O Brasil continua com a taxa de juros mais alta do mundo, numa política para lá de equivocada, para não dizer irresponsável. Todos os países do mundo reduziram muito os juros para poder enfrentar a situação", disse. "O Brasil praticamente não reduziu e continua campeão mundial da taxa de juros, numa política macroeconômica absolutamente equivocada. Esse é o elemento número um quando se fala de emprego. Pode-se falar de muitas outras coisas, mas essa é a questão-chave e que depende, no caso, das autoridades federais."

Serra criticou a diminuição de apenas 1 ponto porcentual da taxa básica de juros, para 12,75% ao ano, e juntou-se ao coro de empresários e sindicatos que cobram que as reuniões do Copom sejam mais frequentes durante o período de crise. "Não é nada (a queda de 1 ponto). Nada. É praticamente insignificante. Foi um ''saludo a la bandera'', além do que é uma verdadeira aberração que se reúnam a cada 45 dias, como se vivêssemos um período de absoluta normalidade", disse, recorrendo à expressão em espanhol para dizer que a decisão foi mera formalidade, diante da gravidade da crise. Ele não definiu a taxa básica de juros que avalia como ideal para o País. "Muito menor que essa", limitou-se a dizer. (Leia mais no Estadão)

França anuncia ajuda de US$ 8,5 bilhões a montadoras, desde que não haja demissões

No rastro da ajuda dos EUA à GM e à Chrysler, o governo francês anunciou, ontem, injeção de US$ 8,5 bilhões nas montadoras PSA Peugeot-Citroën, Renault e Renault Trucks, com a condição de que elas mantenham suas fábricas na França e que não demitam.

A medida foi anunciada após o BC francês prever que no primeiro trimestre o PIB vá encolher 0,6% e que o país entre na primeira recessão em 16 anos.

A Renault e a PSA receberão, cada uma, empréstimo de US$ 3,92 bilhões, e a Renault Trucks, fabricante de caminhões, US$ 653,5 milhões.

"Em troca desses empréstimos a uma taxa preferencial de 6%, Renault e PSA se comprometeram (...) a não fechar nenhuma de suas instalações durante o período dos empréstimos e a fazer de tudo para evitar as demissões", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Ele também disse que a ajuda às filiais de crédito das montadoras, anunciada em dezembro, será dobrada a US$ 2,61 bilhões, e o apoio aos terceirizados do setor foi duplicado a US$ 784 milhões, o que faz com que apenas ontem o governo tenha liberado mais de US$ 10 bilhões à indústria automotiva.

O acordo inclui um aumento da indenização aos trabalhadores sob algum tipo de flexibilização de contrato. O setor representa 10% dos empregos na França e já ganhou do governo, desde outubro, 10 bilhões. (Leia mais na Folha)

Emprego na indústria tem queda recorde em dezembro

Recuo de 1,8% ante novembro foi o maior desde o início da série histórica, em 2001. Cortes refletem diminuição da produção, que foi 12,4% menor em dezembro em relação ao mês anterior, segundo dados do IBGE.

Sob impacto da crise, o emprego na indústria teve a maior queda em oito anos: recuou 1,8% em dezembro na comparação livre de influências sazonais com novembro. Foi a maior retração da série histórica do IBGE, iniciada em 2001.

Trata-se do terceiro mês consecutivo de redução do nível de emprego, período no qual a perda acumulada chega a 2,5%. Em relação a dezembro de 2008, a ocupação caiu 1,1%, na primeira taxa negativa em dois anos e cinco meses e a menor desde janeiro de 2004.

O setor industrial acusou rapidamente o golpe da crise e reduziu a produção com força em dezembro (-12,4% em relação a novembro), o que afetou o emprego, segundo o IBGE. "Esses resultados do mercado de trabalho acompanharam o menor dinamismo da indústria", diz André Macedo, economista do IBGE. O instituto não divulga os números absolutos de postos de trabalho fechados. Mas o Caged, que usa metodologia diferente e só registra o emprego formal, contabilizou um saldo negativo de 277 mil empregos no mês.

A reversão do emprego nos três últimos meses do ano passado impediu que 2008 fechasse como o melhor ano para o emprego industrial. Em 2008, a expansão da ocupação ficou em 2,1%, abaixo do recorde de 2,2% de 2007. Mas, até setembro, antes do "contágio" da crise, o emprego no setor subia 2,7%. (Leia mais na Folha)

Emprego na indústria tem queda recorde em dezembro

Recuo de 1,8% ante novembro foi o maior desde o início da série histórica, em 2001. Cortes refletem diminuição da produção, que foi 12,4% menor em dezembro em relação ao mês anterior, segundo dados do IBGE.

Sob impacto da crise, o emprego na indústria teve a maior queda em oito anos: recuou 1,8% em dezembro na comparação livre de influências sazonais com novembro. Foi a maior retração da série histórica do IBGE, iniciada em 2001.

Trata-se do terceiro mês consecutivo de redução do nível de emprego, período no qual a perda acumulada chega a 2,5%. Em relação a dezembro de 2008, a ocupação caiu 1,1%, na primeira taxa negativa em dois anos e cinco meses e a menor desde janeiro de 2004.

O setor industrial acusou rapidamente o golpe da crise e reduziu a produção com força em dezembro (-12,4% em relação a novembro), o que afetou o emprego, segundo o IBGE. "Esses resultados do mercado de trabalho acompanharam o menor dinamismo da indústria", diz André Macedo, economista do IBGE. O instituto não divulga os números absolutos de postos de trabalho fechados. Mas o Caged, que usa metodologia diferente e só registra o emprego formal, contabilizou um saldo negativo de 277 mil empregos no mês.

A reversão do emprego nos três últimos meses do ano passado impediu que 2008 fechasse como o melhor ano para o emprego industrial. Em 2008, a expansão da ocupação ficou em 2,1%, abaixo do recorde de 2,2% de 2007. Mas, até setembro, antes do "contágio" da crise, o emprego no setor subia 2,7%. (Leia mais em O Globo)