terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Silenciosamente, sem dar ouvidos às carpideiras de plantão, brasileiros encontram saídas da crise

Piso salarial paulista tem reajuste de até 12% e vai a R$ 505

Participamos do anúncio do novo piso salarial paulista porque acreditamos tratar-se de uma iniciativa do Governo Serra a favor da distribuição de renda e da inclusão social. Todos os meses, serão injetados mais de 50 milhões de reais na economia com o novo piso salarial. Além disso, a iniciativa vai estimular os setores organizados que ainda recebem abaixo do piso estadual e levará os sindicatos a renegociar pisos, criando um círculo virtuoso a favor dos trabalhadores que mais precisam e da própria economia. É também uma atitude positiva para enfrentar a crise em vez das choradeiras dos que nada fazem para tentar conter os estragos de uma situação económica que se originou nas economias do tão aclamado primeiro mundo através de ações desembestadas de especuladores e agiotas. Com a iniciativa do Governo paulista a vida dos que estão na base da pirâmide terá um pouco mais de alívio.

Leia mais: O governador José Serra (PSDB) anunciou nesta segunda-feira os novos valores dos pisos salariais para os trabalhadores do setor privado do Estado de São Paulo. Com reajuste de até 12,22 por cento, os pisos são dirigidos a categorias com pouca mobilização sindical, como trabalhadores domésticos e rurais, e que não têm piso salarial fixado.

Em meio à crise financeira global, o índice é ligeiramente maior do que o aplicado ao salário mínimo nacional, que passou de 415 reais para 465 reais, com reajuste de 12,04 por cento.

"Parece que são responsáveis (os valores) e que podem ser absorvidos pela economia paulista, defendendo a renda sem causar desemprego", disse Serra a jornalistas, mencionando que o piso procura proteger os rendimentos dos empregados com baixa organização.

São três faixas salariais, estipuladas de acordo com grupos de ocupação dos trabalhadores, seguindo decreto estadual de 2007. A primeira faixa subiu de 450 reais para 505 reais, com alta de 12,22 por cento. A segunda foi de 475 reais para 530 reais (+11,57 por cento) e a terceira, de 505 reais para 545 reais (+7,92 por cento). Em 2008, os reajustes foram menores, variando de 9,75 por cento a 3,06 por cento.

O método de cálculo do aumento prevê o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação (INPC) no período.

O projeto segue ainda na tarde desta segunda-feira para a Assembléia Legislativa e a expectativa do governo paulista é que os novos pisos entrem em vigor em abril.

Estavam presentes no anúncio representantes de quatro centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CGTB e Nova Central), além da Federação dos Empregados e Trabalhadores Domésticos.

De acordo com Ricardo Patah, presidente da UGT, os pisos atingem 1 milhão dos 12 milhões de trabalhadores paulistas. (Agência Estado e Reuters)

Vendas à vista no varejo paulistano melhoram em fevereiro, diz ACSP

Diariamente nosso setor monitora as atividades económicas do comércio. As homologações estão em patamares aceitáveis, com um viés de baixa, que nos anima bastante. As pessoas voltam, timidamente, às compras, sem se preocupar, tanto, com as carpideiras de plantão que só vêem a crise em todos os cantos. E com isso, o setor de comércio, um dos mais ativos e uma verdadeira carcaça de proteção do mercado interno continua a gerar empregos, a valorizar homens e mulheres que atuam no setor que são verdadeiros patriotas, que não desistem nunca, que atuam sempre com fé no Brasil.

Leia mais: As vendas por crediário no varejo da capital paulista tiveram ligeira queda e o número de carnês em atraso aumentou na primeira quinzena de fevereiro, comparativamente ao mesmo intervalo do ano passado, segundo os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Por outro lado, o movimento à vista cresceu e o desempenho do comércio como um todo foi melhor do que em janeiro. A ACSP enfatiza, porém, que o feriado de Carnaval, por cair em datas irregulares, pode distorcer as comparações do mês.

As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), indicador das vendas a prazo, caíram 0,2% nos 15 primeiros dias de fevereiro, ante igual período de 2008. Em janeiro, a baixa havia sido de 6%. As consultas ao SCPC/Cheque, termômetro das vendas à vista, subiram 5,6% no mesmo confronto, depois de terem caído 5% em janeiro. (Leia mais no Valor)

Lula manda BB financiar habitação popular

Ordem é dada após Caixa dizer que não atingirá metas do plano lulista, que prevê financiar 500 mil casas neste ano e 500 mil em 2010.

O Banco do Brasil irá atuar no financiamento de imóveis para baixa renda. Apesar de esse segmento não ser o foco do banco, que entrou no segmento habitacional recentemente, o presidente Lula deu ordem à instituição para participar como financiador do pacote de habitação popular que deverá ser anunciado após o Carnaval.

A decisão foi tomada depois de Lula ouvir da Caixa Econômica Federal que ela teria dificuldade para, sozinha, levar o mercado a atingir a meta de financiamentos do plano: 500 mil unidades neste ano e 500 mil até o final do ano que vem.

A Folha apurou que a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse a Lula que seria possível financiar algo entre 300 mil e 350 mil unidades. Mas, para chegar aos 500 mil, seria necessário reforço do BB, que começou a financiar imóveis em julho, mas não atua com dinheiro do FGTS, principal fonte de recursos nas operações para a baixa renda.

Isso porque não há garantia do interesse dos bancos privados no início do processo. A ideia do governo é fazer com que pessoas que hoje não têm acesso a financiamentos habitacionais sejam incluídas no sistema bancário. Eles são o pilar do pacote do governo. Os maiores benefícios estão sendo direcionados para trabalhadores com renda até dez salários mínimos (R$ 4.650), que terá parte do custo subsidiada.

É nessa camada da população que estará a maior parte da demanda por imóveis nos próximos 15 anos -mais de 70%, segundo estimativas do governo- e onde Lula quer reforçar sua base eleitoral para fazer seu sucessor no ano que vem. (Mais informações na Folha)

Mantega diz a Lula que medidas estão contendo desaquecimento

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta segunda-feira que os efeitos da crise mundial no país estão bem abaixo das expectativas iniciais, tanto do governo quanto dos analistas. Na reunião de coordenação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro destacou que já há uma reversão das expectativas mais pessimistas do mercado financeiro em relação à economia brasileira.

Mantega destacou que medidas anticrise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis e aumento efetivo na oferta de crédito promovido pelos bancos oficiais, por exemplo, estão surtindo efeito de minorar a desaquecimento da economia.

Tais consequências podem ser notadas com os números sobre a retomada da produção industrial paulista e o aumento na produção de veículos em janeiro sobre dezembro, citou Mantega.

Segundo relato de fonte palaciana que participou da reunião, " ainda não há motivos para comemoração " , mas o governo mantém o seu discurso de que embora o país esteja passando por uma desaceleração, " não enfrentará recessão econômica em 2009 como vários países desenvolvidos " . (Mais informações em O Globo)

UGT cobra apuração rápida e isenta do caso da brasileira vítima de xenofobia

Desde a última quarta-feira (11/02), quando as imagens da advogada Paula Oliveira, que fora vítima de xenofobia na Suíça, foram exibidas pela primeira vez, o mundo está em choque. A crueldade foi tamanha que não há como não clamar por um basta à violência de todas as naturezas, em particular as que envolvem xenofobia. “ Para que não venhamos a ser surpreendidos com outros casos como esse, só mesmo a punição exemplar dos agressores” , alerta Ricardo Patah, presidente da UGT.

“ Por isso, a UGT (União Geral dos Trabalhadores) endossa a posição do chanceler Celso Amorim, que pediu urgência e isenção na apuração dos fatos. E vamos continuar a cobrar de quem de direito para que o caso não deixe as manchetes de jornais no mundo todo sem um desfecho. Ou pior, pairando dúvidas sobre a vítima”, reclama.

“ A UGT está em contato com os organismos internacionais, com sede na Suíça, que lá se instalaram dada a tradição de país neutro. Condição que é colocada sob suspeição a partir de incidentes desta ordem se não forem exaustivamente apurados e esclarecidos para a opinião pública mundial.

Estamos acionando o chanceler Celso Amorim, o Itamaraty, a Organização Internacional do Trabalho e a Comissão de Direitos Humanos da ONU. Além de enviar nossa posição para todos os organismos de imprensa brasileiros e para todas as autoridades que fazem parte do nosso relacionamento institucional”, avisa Patah. (Revista Fator)