terça-feira, 7 de abril de 2009

Centrais sindicais vão negociar compromisso histórico do governo Lula com a classe trabalhadora brasileira, contra a crise

Centrais sindicais se reúnem com Lula para discutir crise

(Postado por Chiquinho Pereira) É hora do Governo brasileiro, através das centrais sindicais, estabeleer um compromisso com a classe trabalhadora brasileira, para buscarmos, juntos, uma saída para a crise. Como é a posição da UGT, muito bem expressa pelo nosso presidente Ricardo Patah, não cabe aos trabalhadores o ônus pela crise. Além disso, quando a elite se esconde atrás de mecanismos sob seu controle, como o monopólio do sistema financeiro e industrial para deixar a conta sobrar para os trabalhadores, além do egoísmo característico confirma uma falta de visão e de patriotismo. Pois ao proteger os trabalhadores e seus empregos se protege, também, o mercado interno e nossa capacidade de consumo. Atitudes que deveriam interessas às elites e que até o momento só se vê empresário justificando as demissões com a crise. Por isso, é a hora de um compromisso entre governo e centrais sindicais a favor do Brasil, dos trabalhadores e da retomada do crescimento com investimentos que gerem ou mantenham os empregos. Tenho certeza que o presidente Ricardo Patah apresentará amanhã para o presidente Lula essa visão da UGT e que sairá do encontro com um compromisso a favor do Brasil.

Leia mais: As centrais sindicais CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, UGT e Nova Central se reúnem amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo as centrais, o convite partiu do Palácio do Planalto, que marcou o encontro para apresentar indicadores sociais aos sindicatos e discutir a crise financeira internacional. A reunião será realizada às 10h30min no Centro Cultural do Banco do Brasil.

As centrais pretendem aproveitar a reunião para apresentar reivindicações debatidas no Dia Internacional Contra a Crise, realizado no dia 30 de março, que incluem a defesa do mercado interno por meio de medidas de estímulo à economia. Segundo a CUT, as centrais também defendem a garantia do emprego e dos direitos dos trabalhadores e pedem a queda dos juros.

A Força Sindical, por sua vez, ressaltou que pretende aproveitar a reunião para defender medidas específicas para setores mais afetados pela crise, como os frigoríficos, o setor de calçados e o sucroalcooleiro. "Vamos sugerir também a criação de um comitê de crise que tenha agilidade para tomar medidas", afirmou o presidente da Força, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho.

"Não podemos esquecer que são os trabalhadores as verdadeiras vítimas desta crise. Não são eles os que devem pagar o ônus através da perda dos direitos trabalhistas, emprego e salário", afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT. Entre as medidas defendidas pela central, estão a extinção das horas extras, a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem diminuição de salário, e a negociação com empresas em dificuldades para frear demissões.

Além disso, a UGT defende também a ampliação das parcelas do seguro-desemprego para todos os setores. A central informou que vai apresentar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ao Supremo Tribunal Federal (STF) até quarta-feira para questionar a decisão do Ministério do Trabalho de conceder a ampliação do número de parcelas apenas para alguns setores da economia. (Jornal do Comercio, de Porto Alegre)

Retomada das montadoras anima indústria

Setores como siderúrgico, plástico e tintas recuperam parte da atividade puxados por venda de veículos após corte de imposto. Mas analistas dizem que patamar da indústria ainda está baixo na comparação com 2008 e citam queda nos investimentos do setor.

O princípio de retomada na produção da indústria automotiva, propiciada pelo corte do IPI sobre os veículos, já começa a ocupar parte da ociosidade de segmentos que enfrentaram quedas com a crise.

Embora analistas considerem ser ainda cedo para dizer que o setor automotivo poderá garantir o crescimento da produção industrial, segmentos como o siderúrgico, o de plásticos, o de tintas e o de tecidos já sentem aumento na atividade.

Em março, a produção das montadoras cresceu 15,9% sobre fevereiro, considerando as médias diárias, com a fabricação de 272.371 veículos, segundo a Anfavea (associação das montadoras). "Temos uma perspectiva muito boa de vendas no mercado interno", disse o presidente da entidade, Jackson Schneider. Segundo ele, com a prorrogação do corte do IPI, que de dezembro a junho deve custar R$ 2,5 bilhões ao governo federal, o nível de vendas no primeiro semestre deve se igualar ao do ano passado.

A reação rápida das vendas de carros -que no mês passado cresceram 17,6% em relação a fevereiro na média diária- já provoca até um certo estresse na cadeia automotiva. "As encomendas aumentaram abruptamente. De uma hora para outra, a cadeia precisou ser reativada às pressas", disse Sergio Pin, vice-presidente da Schaeffler, fabricante de autopeças.

A indústria siderúrgica, que trabalha com queda de até 10% na produção de aço bruto neste ano, também viu os pedidos voltarem, segundo Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia). Por enquanto, as siderúrgicas encaram com cautela a retomada das montadoras, embora a considerem positiva para o mercado.

Impacto instantâneo foi sentido pelos fornecedores de tintas automotivas. "A recuperação foi imediata. Como as montadoras não trabalham com estoques, a volta da produção em ritmo mais acelerado já ativou nossa indústria", disse Dilson Ferreira, presidente-executivo da Abrafati (associação dos fabricantes de tintas). As montadoras absorvem 7% das vendas totais do produto.

Merheg Cachum, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), também afirmou que os sinais vindos das montadoras levaram a um incremento da atividade. "Quem trabalha para as montadoras retomou a produção, cancelou férias coletivas e tem uma boa perspectiva", disse Cachum. Ele admite que o ânimo na indústria retornou após meses de baixa demanda, como janeiro e fevereiro.

Apesar da recuperação da indústria automotiva e de seus ecos na cadeia produtiva, analistas ainda mostram ceticismo em relação à produção industrial em março.

Para Braulio Borges, economista da LCA, os dados da Anfavea sinalizam que a indústria está "cada vez mais longe do fundo do poço", atingido em dezembro -quando a produção industrial caiu 12,7% ante novembro. (Leia mais na Folha)

Governo estuda reduzir imposto para geladeira, fogão e máquina de lavar

Depois dos carros e dos materiais de construção , o governo deve anunciar em breve a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para três itens da chamada linha branca: geladeiras, fogões e máquinas de lavar. Segundo técnicos do governo, a ideia é estimular a venda desses produtos e recuperar mais rapidamente a atividade industrial. Como mostra reportagem do Globo, nesta terça-feira, inicialmente, o benefício chegou a ser considerado para dez itens, mas foi reduzido diante das atuais restrições fiscais.

Até agora, o governo só conseguiu R$ 975 milhões com o aumento do IPI sobre o setor de cigarros para compensar as desonerações já acertadas. Além disso, a arrecadação federal vem apresentando redução desde novembro de 2008. Somente no primeiro bimestre, a queda das receitas administradas foi de R$ 9,6 bilhões em relação o ano passado.

Diante disso, e também da pressão dos estados e municípios, que estão sendo prejudicados pela redução dos repasses de recursos para os fundos de participação (o Imposto de Renda e o IPI são repartidos com esses entes), o governo estuda formas de tentar compensar as perdas. Uma possibilidade seria elevar a tributação do setor de bebidas. No entanto, há restrições a essa medida porque, no fim de 2008, o governo já elevou em 30% a carga tributária das chamadas bebidas quentes, como uísque e cachaça.

Recessão brasileira deve ser curta

Para especialistas, o PIB voltou a registrar queda entre janeiro e março, mas terá expansão neste trimestre ou no próximo.

O trabalho de acertar previsões econômicas com meses de antecedência é uma espécie de espionagem estatística. Grandes bancos e consultorias contratam equipes de economistas para coletar e antecipar centenas de informações. Reunidos e analisados com precisão, esses dados podem indicar o futuro desempenho de uma empresa, de um setor ou da economia como um todo.

A crise, no entanto, trouxe elementos novos e imponderáveis, alterou trajetórias que pareciam já traçadas e gerou fortes discrepâncias entre as previsões econômicas para o Brasil neste ano. Existe um abismo de quase 200 bilhões de reais entre a previsão de crescimento de 2% para o PIB feita pelo Ministério da Fazenda e a estimativa de retração de 4,5% divulgada pelo banco Morgan Stanley.

Mercado vê em 2009 primeira queda do PIB do Brasil em quase 2 décadas.

Nos últimos dias, o Portal Exame reuniu a opinião de oito especialistas em previsões econômicas. Desconsiderando tudo que não é consensual, chega-se a quatro conclusões: 1) A economia brasileira encolheu entre janeiro e março e completou dois trimestres seguidos de retração, o que tecnicamente configura uma recessão; 2) Apesar de o ritmo da contração estar mais para tsunami do que para marolinha, a recessão brasileira será curta, ao contrário da americana e da europeia; 3) Em relação ao trimestre anterior, a economia voltará a crescer neste segundo trimestre ou, no mais tardar, no próximo; e 4) A produção só voltará ao patamar pré-crise no final do ano ou no início de 2010.

Até a semana passada, especialistas ainda alimentavam a expectativa de que a economia brasileira pudesse voltar a crescer já no primeiro trimestre devido a uma série de indicadores positivos no setor de consumo. Além da resistência das vendas de alimentos, bebidas, medicamentos e livros, o consumo de carros no mercado interno chegou a alcançar novos recordes e o crédito deu sinais claros de recuperação.

No entanto, a esperança de que a recessão seria evitada foi sepultada pela divulgação de que a produção industrial caiu 17% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. Após o tombo de 20% da indústria no quarto trimestre, a leve recuperação apresentada em janeiro e fevereiro é pífia sob qualquer aspecto. "O consumo sozinho não vai ser suficiente para estimular a produção", diz Guilherme da Nóbrega, economista-chefe da Itaú Corretora, em relatório. "Os investimentos e as exportações terão de fazer a sua parte."

As exportações foram bastante afetadas pela queda de quase 20% no volume de comércio mundial neste ano. Enquanto em setembro do ano passado as vendas brasileiras ao exterior cresciam 41,3% em relação ao mesmo mês de 2007, em fevereiro deste ano as exportações tiveram queda de 25,1%. Para o economista Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp, a falta de crédito e de seguro para financiar as compras de produtos brasileiros por países emergentes agravou a já representativa redução das exportações para as economias desenvolvidas.

Giannetti diz, no entanto, que a decisão do G20 de criar uma linha de crédito de 250 bilhões de dólares para o financiamento do comércio será um "primeiro passo" para destravar as exportações para países do Leste Europeu - cujos bancos enfrentam crise de confiança - e para países exportadores de commodities, como a Venezuela, com quem o Brasil tem seu maior superávit comercial.

Essa retomada, no entanto, será bem lenta. O próprio Ministério do Desenvolvimento já estima uma queda de 20% nas exportações brasileiras neste ano. Para o investidor Antoine van Agtmael, que cunhou o termo "mercados emergentes", só países com um mercado interno gigantesco como a Índia ou a China e outras raras exceções poderão evitar uma recessão devido ao colapso do comércio mundial. Além disso, ele aposta que, apesar da recente reação, os preços das commodities vão levar ao menos três anos para retomar os patamares anteriores à crise, o que prejudicará o Brasil. (Portal Exame)

Novo Enem: alunos poderão optar por 5 cursos

Exame que substituirá o vestibular deve ser realizado em outubro; instituições ainda não decidiram se vão aderir

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) proposto pelo Ministério da Educação para substituir o vestibular permitirá que os candidatos se inscrevam em até cinco cursos oferecidos pelas instituições que aderirem ao sistema, em qualquer região do país. Diferentemente do que ocorre hoje no vestibular, o candidato só escolherá o curso em que pretende se matricular após a divulgação dos resultados do novo Enem.

As regras do exame foram detalhadas ontem pelo ministro Fernando Haddad a reitores das 55 universidades federais. Haddad disse que o governo quer aplicar o novo Enem já este ano, mas aguarda uma resposta das universidades. Se pelo menos dez instituições aderirem, segundo ele, o teste já será realizado no segundo semestre, em outubro. As instituições que decidirem não participar continuarão fazendo seus próprios vestibulares. Haddad espera uma resposta até o fim deste mês.

Segundo ele, as instituições já poderão substituir o vestibular pelo Enem este ano, exceto as que não abrirem mão da segunda fase do exame. Nesse caso, o ministro teme que o MEC não consiga divulgar os resultados antes de janeiro. Reitores discutem a possibilidade de utilizar só as notas das provas objetivas, sem a realização de redação, o que anteciparia o anúncio dos resultados para novembro.

Para incentivar a adoção do novo Enem, Haddad informou que poderá dobrar para R$ 400 milhões os recursos destinados para assistência estudantil nas federais que usarem o exame. (Leia mais em O Globo)

Aumenta a inadimplência na baixa renda

Pesquisa realizada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) aponta que aumentou a participação da baixa renda no total da inadimplência. No confronto com setembro, a faixa de renda familiar até três salários mínimos (R$ 1.395) apresentou aumento de 32% para 59% do total de inadimplentes. Para o economista Marcel Solimeo, isso reflete o acesso dos consumidores de menor rendimento ao mercado de crédito nos últimos anos. O levantamento foi feito em março com 703 consumidores que procuram informações no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). (Leia mais na Folha)