sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mercado interno, sustentado pelos trabalhadores e suas famílias, é a grande esperança para sairmos da crise

Varejo dribla crise e vendas crescem 1,5% em fevereiro

(Postado por Enilson Simões de Moura, o Alemão) Infelizmente, tivemos que ter uma crise no Brasil, depois de termos experimentado o gostinho do crescimento da nossa economia, para aprendermos a valorizar o mercado interno e a atuação direta que os trabalhadores e suas famílias têm na sustentação deste mercado. Todas as notícias recentes sobre sinais de recuperação passam pelo vigor do nosso mercado interno, que deveria e deverá ser muito maior, incluindo milhões de brasileiros e brasileiras que ainda foram deixados de fora. A recuperação que acontecerá, porque nós somos muito maiores que esta crise, deverá valorizar os trabalhadores e seus salários, a inclusão social, a distribuição de renda. Porque as elites que controlam a grande maioria da riqueza do País, investem lá fora, em paraísos fiscais. E os trabalhadores gastam aqui no Brasil, dentro do mês, tudo o que ganham. Dando sustentação ao nosso mercado interno.

Leia mais: Para IBGE, o bom desempenho reflete a continuidade do aumento da massa salarial

O comércio varejista fechou o mês de fevereiro ainda imune aos efeitos mais intensos da crise econômica que estão derrubando a produção industrial. As vendas do varejo aumentaram 1,5% ante janeiro e subiram 3,8% ante fevereiro do ano passado, puxadas especialmente pelo consumo de alimentos. Para o técnico do IBGE, Reinaldo Pereira, a continuidade no aumento da renda dos trabalhadores está beneficiando o setor.

No primeiro bimestre o varejo acumulou expansão de 4,9% e, em 12 meses, de 8,0%. Até mesmo o índice de média móvel trimestral, considerado o principal indicador de tendência pelo IBGE, registrou uma alta de 0,93% no trimestre encerrado em fevereiro ante o terminado em janeiro. O índice mostra uma aceleração ante os resultados apurados desde o início da crise e é o maior desde maio do ano passado.

Segundo Pereira, o bom desempenho do comércio varejista reflete a continuidade do aumento da massa salarial, com manutenção do consumo doméstico. Ele explica que a massa de salários das principais regiões metropolitanas do País, apurada pelo próprio instituto, aumentou 6,2% em fevereiro deste ano ante igual mês do ano passado.

De acordo com Pereira, a crise ainda não afetou o mercado de trabalho no Brasil como ocorreu em outros países, o que ajuda o varejo. "Ainda há restrição de crédito, a crise está instalada no País e há incertezas, mas não existe um problema grave de desemprego, a massa salarial continua em alta e a inflação controlada garante um aumento na renda real, tudo isso está ajudando o mercado interno e o varejo", disse.

O segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem o maior peso (cerca de 30%) na pesquisa, registrou aumento de 5,6% nas vendas em fevereiro ante igual mês do ano anterior, respondendo por mais de 70%, ou 2,8 pontos porcentuais, da expansão das vendas totais do varejo no período (3,8%).

Ante janeiro de 2009, as vendas do segmento cresceram 2,9%. Segundo Pereira, as vendas de alimentos continuam sendo beneficiadas pelo aumento da massa salarial e, ainda, pela queda nos preços de alguns produtos alimentícios. (Leia mais no Estadão)

Lula vai discutir com equipe econômica mudanças no cálculo de rendimento da poupança

Essa movimentação do governo federal em torno da poupança é muito perigosa. Pois qualquer mexida no rendimento tem que ser muito bem explicada para que não gere na população uma sensação de insegurança em relação à poupança. Vamos acompanhar de perto, avaliar como o governo vai atuar para evitar que a poupança possa ser utilizada por especuladores. Mas sem deixar cair a sensação de segurança, que é o grande estímulo para que os brasileiros sejam incentivados a ampliar e muito nossa capacidade de poupar.

Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou hoje (16) que vai discutir com a equipe econômica mudanças no cálculo do rendimento da caderneta de poupança. Segundo ele, o objetivo é evitar que, com a queda da taxa de juros, grandes investidores migrem para a poupança.

 “Na medida em que começa a cair a taxa de juros, você precisa ter um equilíbrio, porque senão não é mais poupança. Passa a ser investimento”, disse Lula. “Daqui a pouco, as grandes multinacionais vão querer colocar dinheiro na poupança. Por isso, precisamos ter cuidado para não quebrar um sistema que funciona adequadamente”.

Embora tenha hoje despacho com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente afirmou que nenhuma medida relacionada à poupança sairá nesta quinta-feira. O governo, disse ele, vai cuidar do assunto com muita cautela, para preservar “o que temos de mais sagrado, que são os poupadores brasileiros”.

O presidente Lula deu as declarações em entrevista à imprensa, após participar da cerimônia com novos oficiais-generais das Forças Armadas, no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. (Agencia Brasil)

Governo anuncia pacote de R$ 12,6 bilhões para agroindústria

Demorou muito ter sido adotada essa iniciativa do governo federal. A agroindústria é um setor estratégico para nossa economia, onde estamos perdendo milhares de empregos e correndo o risco de comprometer nossa qualidade produtiva. É um setor que tem que ser protegido na crise para não permitir que o Brasil perca sua competitividade internacional, já que somos os maiores produtores de carnes bovina, suína e de frango.

Leia mais: O governo anunciou agora há pouco um pacote de ajuda à agroindústria nacional com R$ 12,6 bilhões em benefícios. As medidas foram aprovadas em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN). Os ministros Guido Mantega (Fazenda), Reinhold Stephanes (Agricultura) e Paulo Bernardo (Planejamento) estão reunidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da agropecuária nacional.

Uma das principais medidas adotadas foi a criação de uma linha de crédito de R$ 10 bilhões do BNDES para capital de giro de setores da agroindústria muito atingidos pela crise financeira internacional . São eles a avicultura, a suinocultura, a bovinocultura de carne e de leite, a fumicultura, a indústria madeireira, a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, além de cooperativas agrícolas, entre outros.

O Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) foi reforçado em R$ 300 milhões e o Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras) recebeu mais R$ 50 milhões, por exemplo. (Mais informações em O Globo)

Fórum debate tecnologias sociais para gerar trabalho e renda sustentáveis

Idéias sobre tecnologias sociais que facilitam a vida dos cidadão é o assunto principal do 2° Fórum Nacional de Tecnologia Social, que termina hoje (15) em Brasília. As tecnologias sociais são iniciativas simples e de baixo custo capazes de gerar trabalho, renda e inclusão social com sustentabilidade.

A secretária executiva da Rede de Tecnologia Social, Larissa Barros, explica que a finalidade é difundir tecnologias sociais que podem ser aplicadas em uma escala maior em outras regiões. “Queremos identificar as tecnologias sociais que respondam aos grandes desafios regionais, a partir dos potenciais regionais e das tecnologias sociais desenvolvida nas regiões.”

Um exemplo é a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), a tecnologia consiste em implantar uma horta em círculos com um galinheiro no centro. As hortaliças servem para o consumo familiar e a comercialização. Segundo o representante da Fundação Banco do Brasil Gilson Calixto, essa tecnologia melhorou a qualidade alimentar e garante uma renda mensal acima de R$ 300 para as famílias que implantaram o Pais.

Desde 2005, o Pais foi implantado para 3,4 mil famílias de todos os estados da região Nordeste, Goiás e Minas Gerais e pretende atender cinco mil famílias até 2010. O custo do material é financiado por parceiros, e cada unidade implantada deverá receber em torno de R$ 8,5 mil.

Outra tecnologia social que ajuda na economia familiar é o Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC). O aquecedor reduz o consumo de energia elétrica com chuveiro, pois consegue aquecer até mil litros de água. Cerca de 13 mil casas no Brasil, já usam essa tecnologia. A instalação pode ser feita em casa com a ajuda de manual disponível no site www.sociedadedosol.org.br.

UGT vai ao Supremo contra o governo

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) entrou ontem com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que todos os trabalhadores demitidos recebam duas parcelas extras do seguro-desemprego e não só os das indústrias metalúrgica, mecânica, têxtil, química, automobilística e de borracha demitidos em dezembro, como determinado pelo Ministério do Trabalho. Segundo a UGT, a Constituição garante tratamento isonômico a todos.

Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, desde setembro mais de 700 mil trabalhadores perderam o emprego, mas apenas 103 mil têm o direito de receber duas parcelas a mais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.