segunda-feira, 20 de abril de 2009

Percebemos grandeza de propósitos na Cúpula das Américas

UGT na Cúpula das Américas

Como participante da Cúpula das Américas, a UGT esteve presente em todas as discussões relacionadas com as saídas para a crise financeira mundial e nos envolvemos, também, numa das principais questões que é o término do embargo a Cuba. Pela primeira vez, um chefe de Estado de um pequeno pais como são as ilhas Trinidad e Tobago assinou o documento final. Entregamos, também, um documento em que demos ênfase na superação da crise, e sugerimos se optar por uma série de alternativas antes de demitir. Reafirmamos nossa posição contra o racismo e contra a perseguição aos trabalhadores migrantes.

Novas regras podem diferenciar poupadores, diz Lula

Presidente assinala também que governo deve anunciar a redução do preço dos combustíveis após acordo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou neste domingo, 19, em Trinidad e Tobago, que as novas regras para a caderneta de poupança podem vir a diferenciar os "pequenos poupadores" dos "grandes investidores". Questionado se haveria rendimentos distintos para cada grupo, Lula afirmou não saber. Insistiu que o tema é "delicado" e que está sendo estudado com "carinho" pela equipe econômica.

O presidente assinalou ainda que o governo deve anunciar a redução do preço dos combustíveis somente depois de chegar a um acordo com os Estados, que sofrerão perdas na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mas não deu prazo.

"Nós precisamos fazer a diferenciação entre o pequeno poupador e aquele que quer fazer da poupança um investimento", afirmou Lula, em entrevista ao final da 5ª Cúpula das Américas. "Nós não podemos permitir que a poupança sofra qualquer enfraquecimento e, ao mesmo tempo, não podemos permitir que as pessoas que mais necessitam dessa poupança criem desconfiança sobre esse instrumento financeiro tão importante."

Ao abordar o tema, Lula insistiu que a caderneta de poupança é um instrumento que evita a corrosão das economias dos mais pobres e não pode se converter em uma espécie de "fundo de investimento", gênero de aplicação destinado às pessoas de maior poder aquisitivo. Conforme lembrou, cerca de 93% dos poupadores têm, em suas contas, menos de R$ 5.000. "Vamos tomar cuidado porque, daqui a pouco, tem gente tirando R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões e querendo aplicar na poupança. (Se isso acontecer), você mata a poupança", resumiu.

Embora façam um discurso em torno dos "pequenos poupadores", a preocupação do Ministério da Fazenda e do presidente está relacionada também com o financiamento das dívidas do governo. Com a tendência de o Banco Central fazer novos cortes na taxa básica de juros (Selic) - hoje de 11,25% -, a caderneta de poupança pode virar uma opção mais atrativa para o investidor do que os títulos públicos - base dos fundos de investimento.

A remuneração da poupança corresponde à soma da Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano. Em março, essa conta permitiu um retorno de 0,64%. Os fundos de renda fixa, que tiveram rendimento de 0,91%, são grandes compradores dos títulos da dívida pública brasileira. (Leia mais no Estadão)

"Spreads" dos bancos precisam cair ainda mais

Do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em entrevista publicada na edição de hoja da Folha de S.Paulo:

A taxa de equilíbrio de juros no Brasil mudou de patamar? O país pode conviver com uma taxa básica de juros de um dígito?

HENRIQUE MEIRELLES - É um pouco prematuro dizer, pois temos uma conjugação de dois fatores, estruturais e conjunturais. Estrutural é a queda dos prêmios de risco, resultado da gradual estabilização da economia brasileira. As taxas de juros reais [descontada a inflação] já estiveram acima de 20% e hoje estão ao redor de 5%. Mas vêm caindo nos últimos anos de forma gradual, independentemente dos ciclos, de subidas e descidas. Existe, hoje, um movimento cíclico, conjuntural, que é a crise mundial, que leva a uma desaceleração da atividade. Qual será a conjugação desses dois fatores no futuro? O momento é prematuro para ver.

Mas, se tirarmos os efeitos conjunturais, o sr. avalia que vamos voltar à realidade anterior, de juros básicos altos, ou as taxas baixas vieram para ficar e estamos num novo patamar de juros no país?

MEIRELLES - Esse é o ponto.

Banqueiros centrais têm dito que, no próximo ano, diante da política expansionista para combater a crise, o mundo terá de fazer ajustes na sua política monetária. Isso pode acontecer aqui no Brasil?

MEIRELLES - Existem diferenças entre economias. O que estávamos discutindo na pergunta anterior em última análise é qual é a taxa de equilíbrio no Brasil e onde estaremos no final dessa crise em relação à taxa real de juros versus onde estará naquele momento a taxa de equilíbrio. Nos EUA, com as taxas de juros zero, claramente a taxa nominal está baixa. Certamente haverá nos EUA, num certo momento, um aumento de juros. Isso não é necessariamente uma situação aplicável a todos os países, dependerá da situação de cada um. (Leia mais na Folha)

A qualquer sinal negativo, desespero pode voltar ao mercado, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou neste domingo que a crise global não foi resolvida e que não se deve ceder ao que chamou de "otimismo exagerado", diante de sinais de recuperação de alguns setores da economia. Segundo ele, ao primeiro sinal negativo, "todo mundo, de novo, entrará em desespero".

- Não há dúvida de que há sinais importantes de recuperação da economia, e é justo comemorá-los - afirmou Meirelles. - O que não se pode é confundir sinais de melhora com a superação do problema. Já dizem que o Brasil é o porto seguro entre os emergentes. Vamos devagar... O otimismo exagerado pode levar a novas decepções.

- Temos que nos acautelar, porque notícias negativas podem aparecer - afirmou Meirelles.

Ele deu como exemplo os dados do PIB (soma de bens e serviços produzidos no país) no primeiro trimestre, que só devem ser divulgados em junho - e podem chegar já num momento de recuperação. (O Globo)

Shoppings de São Paulo vão abrir 12.600 vagas de emprego até o fim do ano

Até o fim do ano, cidades da Grande São Paulo e do interior do estado vão ganhar cinco novos shoppings. Juntos, somam 184 mil metros quadrados de área construída - o tamanho do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Além dos novos empreendimentos, outros três estão sendo ampliados. Ao todo, mil lojas serão inauguradas e, pelo menos, 12.600 empregos diretos, criados. A maioria é para os cargos de vendedor, atendente, segurança, recepcionista, ajudante de limpeza, além de gerente a auxiliar administrativo. O cadastro pode ser realizado nos próprios shoppings ou nas grandes redes de lojas.

Nos próximos dois meses, três centros de compras vão abrir as portas. O Shopping Praça da Moça, de Diadema, tem inauguração prevista para o final de maio. Em junho, começam a atender o público o Shopping União de Osasco e o Outlet Premium, em Itupeva. Em novembro, serão abertos o Shopping Vila Olímpia, na capital, e o Villàgio Shoppig, em Sorocaba. De acordo com a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), o país conta com 379 grandes centros de compras, que atraem por mês 325 milhões de consumidores. A previsão é de que 24 novos empreendimentos sejam inaugurados neste ano, o que representa crescimento de 8%.

Na capital, três shoppings vão aumentar a oferta de serviços até dezembro. O Shopping Pátio Higienópolis terá cem novas lojas. O Raposo Shopping ganhará mais 40. O Shopping Paulista vai abrigar mais salas de cinema, cinco restaurantes e até um spa.

- O shopping é a grande solução de lazer nos tempos de crise. Ali, é possível ir ao cinema, comer bem, além de ser um lugar seguro. Sem dúvida, é um setor que fica em evidência nesses períodos - comenta Bayard Lucas de Lima, da Brascan Shoppings Centers, uma das maiores de empreendedoras do setor.