sexta-feira, 24 de abril de 2009

Surgem sinais tímidos de recuperação da crise financeira, mas para os trabalhadores situação só melhora com retomada dos empregos e dos salários

Concessão de crédito cresce pela 1ª vez desde dezembro

Começamos a ver luz no fim do túnel. A recuperação anunciada e esperada para Março, chega timidamente no final de Abril. O que deve nos animar um pouco, mas sem euforia, pois ainda tem muita água para rolar e muita dificuldade a ser enfrentada. Para os trabalhadores brasileiros a medida da recuperação da crise passa pela recuperação dos empregos e dos salários. Nós existimos socialmente através do emprego, pois apenas empregados, com salários, é que podemos acessar os bens e contribuir para o fortalecimento do mercado interno. Com a chegada do Dia das Mães aguardamos também uma recuperação no comércio e nossos bravos companheiros e companheiras do comércio vão atuar mais uma vez na principal ponta da economia para ajudar o Brasil a sair, aos poucos, desta terrível crise que ainda está longe de ser superada e que deixará marcas na economia mundial e brasileira para sempre.

 

Leia e reflita sobre o clipping das notícias de hoje: Novos empréstimos registram alta de 26,1% em março; estoque de crédito no País sobe para 42,5% do PIB

As novas concessões de crédito no Brasil registraram em março a primeira expansão desde dezembro, com alta de 26,1% ante fevereiro, totalizando R$ 155,732 bilhões, informou o Banco Central nesta quinta-feira, 23. As concessões para pessoas jurídicas evoluíram 28,8% e as para pessoas físicas, aumento de 21,5%.

Já o estoque das operações de crédito no País cresceu 1%% em março frente a fevereiro e acumulou R$ 1,241 trilhão, o equivalente a 42,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 41,8% do PIB em fevereiro.

O saldo de operações com recursos livres no mês cresceu 0,9% em março, enquanto os empréstimos com recursos direcionados tiveram expansão de 1,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo de crédito cresceu 25%.

O chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Altamir Lopes, informou que estima crescimento de 14% no crédito este ano, que deve atingir 44% do PIB em 2009. Ele destacou que há uma expansão moderada do crédito depois do travamento no mercado provocado pela crise financeira internacional. Segundo Altamir, embora esteja voltando à normalidade, o crédito ainda está muito concentrado nos bancos públicos.

Segundo dados do Banco Central, as instituições públicas são responsáveis por empréstimos que equivalem a 16% do PIB. Em setembro do ano passado, o número estava em 13,2%. No mesmo período, a evolução do crédito nos bancos privados nacionais foi bem mais discreta, passando de 17,2% para 17,8% do PIB. Entre as instituições privadas estrangeiras, o crescimento também foi menor, de 8,3% para 8,7% do PIB no mesmo período.

Os dados mostram ainda que de setembro de 2008 a março deste ano, o crédito nos bancos públicos cresceu 18,3%, enquanto nos bancos privados nacionais avançou 1,5%, e nos bancos privados estrangeiros, 3,5%, informou Altamir. "Para o crédito voltar à normalidade, esse crescimento precisa ser mais disseminado", afirmou o chefe do Depec, enfatizando que o movimento de retomada do crédito precisa ocorrer nos bancos pequenos e médios, os que mais sofreram com a falta de liquidez.

Nesse sentido, Altamir lembrou a criação do novo Recibo de Depósito Bancário (RDB), que permite captação de recursos nos bancos pequenos e médios com garantia de até R$ 20 milhões do Fundo Garantidor de Crédito.

Habitação — O crédito destinado à compra de imóveis continua com ritmo aquecido de expansão. Em março, o total da carteira de crédito destinado à habitação - com recursos direcionados e livres - apresentou expansão de 2,5% ante o mês anterior, o que aumentou o total para R$ 64,137 bilhões. O porcentual equivale a mais que o dobro do registrado na carteira total de crédito, que teve expansão de 1% em março na comparação com fevereiro.

Em 12 meses, o total das operações de crédito habitacional apresenta expansão de 40,2%, quase o dobro do crescimento da carteira total de crédito do sistema financeiro, de 25% no mesmo período.

Nas operações de crédito livre para as pessoas físicas, o financiamento imobiliário teve taxa de crescimento ainda maior, de 6% no mesmo período. Com a expansão, o montante total passou para R$ 3,679 bilhões. Em 12 meses, essa carteira cresceu 38,1%.

No financiamento imobiliário com recursos livres a pessoas físicas chama a atenção o volume de novas operações (concessões) realizadas em março, que somou R$ 206 milhões em março. A cifra é 48,7% maior que a registrada em fevereiro e 44,7% maior do que o apurado 12 meses antes. (Leia mais no Estadão)

Banco público puxa crédito; privado segura

Bancos estatais elevaram o crédito em R$ 21 bi no 1º trimestre enquanto privados reduziram carteiras em R$ 7,6 bi, diz BC.

Governo usa instituições para segurar crédito na crise e comprar carteiras de bancos pequenos e médios que enfrentam dificuldades.

Os bancos públicos puxaram a expansão do crédito nos últimos meses e ajudaram a garantir a oferta de financiamentos bancários no país, já que as instituições privadas passaram a adotar uma conduta mais conservadora desde o agravamento da crise.

Segundo dados do Banco Central, no primeiro trimestre deste ano os bancos públicos aumentaram em R$ 21,4 bilhões (ou 4,8%) as suas carteiras de crédito, que no mês passado somavam R$ 466 bilhões. Os bancos privados, ao contrário, reduziram seus saldos em R$ 7,6 bilhões no mesmo período, o que corresponde a uma queda de 1%.

Os números do BC mostram que, com o impulso dado pelas instituições públicas, a oferta total de crédito continuou em alta no país, mesmo com a crise. No mês passado, o saldo dos financiamentos ofertados pelo sistema financeiro correspondia a 42,5% do PIB (Produto Interno Bruto), ante 41,8% em janeiro. Foi o 14º mês consecutivo de alta no indicador.

Desde o início da crise, o governo Lula diz que usará os bancos federais -Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal- para sustentar o crédito no país. Lula, aliás, pressiona BB e Caixa a reduzirem os juros dos empréstimos de forma agressiva para estimular a economia.

Os números mostram ainda que, entre os bancos públicos, a maior expansão do crédito ocorreu nas operações com pessoas físicas, em que o crescimento registrado no trimestre chegou a 9,3%. Já entre os privados, a maior queda foi no saldo dos empréstimos ao setor de serviços, que recuou 7%.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, parte desse movimento é consequência das dificuldades enfrentadas nos últimos meses pelos bancos privados, especialmente os de menor porte.

Com a crise, tanto bancos maiores como grandes investidores -como fundos de investimento e de previdência- passaram a evitar aplicações de maior risco, o que significou uma queda nos depósitos feitos em instituições financeiras pequenas e médias.

Com isso, esses bancos passaram a vender parte de suas carteiras de crédito para bancos maiores. Instituições públicas como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estiveram entre as maiores compradoras. "Os grandes bancos [privados] continuam operando normalmente. Os pequenos e médios é que se retraíram", afirma Lopes.

Já o economista Armando Castelar, pesquisador da UFRJ e analista da Gávea Investimentos, afirma que, com a crise, muitas pessoas e empresas optaram por transferir seus depósitos para bancos públicos, que, em tese, teriam menos probabilidade de quebrar por contarem com garantias do governo.

"Sabendo que existe essa garantia, as pessoas correram para o banco público, que por isso ficou com muito dinheiro em caixa e, portanto, com maior capacidade de emprestar", diz Castelar. (Leia mais na Folha)

Pessimismo de empresários diminui, mostra índice da CNI

O índice de confiança do empresário industrial, medido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), apresentou recuperação no início do segundo trimestre em relação ao primeiro.

O índice ficou em 49,2 pontos, dois acima do de janeiro. Na comparação com abril do ano passado, houve uma queda de 12,6 pontos.

Segundo a CNI, o índice abaixo de 50 pontos mostra que a maioria dos empresários ainda não está confiante no cenário econômico.

A recuperação foi puxada pelas grandes e pelas médias empresas. Para os grandes empresários, o índice já está em território positivo, com 51,8 pontos. Para as médias, ainda se situa em 48,8 pontos. No caso das pequenas, recuou 2,7 pontos ante o início do ano, para 46,8 pontos.

Dos 27 setores industriais pesquisados, 19 apresentaram índices abaixo de 50 pontos. Os piores resultados foram observados nas indústrias de álcool e madeira. (Folha online)

Codefat é ampliado, mas presidência segue rotativa

Governo recua de fixar ministro à frente do conselho.

O governo ampliou o número de assentos do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) -colegiado responsável pela gestão de um patrimônio de R$ 180 bilhões-, mas recuou na proposta de acabar com a presidência rotativa do órgão.

Decreto publicado no "Diário Oficial" da União de ontem elevou de 12 para 18 o total de integrantes que compõem o conselho. A ampliação foi feita para acomodar as mudanças ocorridas no mundo sindical desde o ano passado, com a aprovação da lei que reconhece as centrais sindicais e com a fusão e a criação de novas entidades.

A nova composição do Codefat vinha sendo discutida pelo governo havia meses, mas enfrentava resistências por conta da intenção do ministro Carlos Lupi (Trabalho) de acabar com a presidência rotativa.

Lupi queria garantir exclusividade ao ministro do Trabalho, mas entre os conselheiros havia o temor de que isso representasse a criação de superpoderes para o ministro.

"Ainda defendo essa ideia, mas o presidente Lula avaliou a questão e disse que isso poderia causar problemas ao FAT no futuro, dependendo do governo e do ministro. Ele não quer entrar para a história como o presidente que fez isso", declarou Lupi à Folha.

"Essa foi uma decisão do presidente, que tem todo o direito de fazer mudanças", disse o atual presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato, da Força Sindical -central aliada ao PDT de Lupi. Com a presidência rotativa, as bancadas que integram o Codefat (compostas por trabalhadores, empresários e pelo governo federal) revezam-se no comando do órgão a cada dois anos.

Na nova composição, houve o acréscimo de dois conselheiros por bancada. Representam agora os trabalhadores: CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral de Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

A representação dos empresários ficou com as confederações da indústria (CNI), do comércio (CNC), da agricultura (CNA), do sistema financeiro (Consif), de serviços (CNS) e de turismo (CNTur).

O governo também tem seis representantes. Em agosto, haverá nova eleição para presidente, e a tendência é que a cadeira passe para a Confederação Nacional da Agricultura.

FGTS — O decreto também ampliou o número de integrantes do Conselho Deliberativo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que tem o ministro do Trabalho como presidente. (Folha)

Caixa lança crédito de até R$ 10 mil para turismo na segunda-feira

Conhecer o Brasil pode ficar mais fácil: a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Turismo lançam na segunda-feira o crediário Caixa Fácil Turismo. Nele, o banco vai oferecer linhas de crédito para emprestar até R$ 10 mil, que podem ser pagos em até 24 vezes. No programa, os juros serão mais baixos do que os cobrados pelo mercado.

A liberação do dinheiro poderá ser feita por empréstimo ou cartão e o pagamento, por meio de boleto bancário ou débito em conta corrente. O interessado não precisará ser correntista da Caixa para ter acesso ao financiamento. Já as operações serão realizadas por meio das agências de viagens credenciadas.

A iniciativa foi divulgada no início do mês na 24ª reunião do Conselho Nacional de Turismo. Segundo o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza, o financiamento sai no ato da compra, na própria agência de viagem ou operadoras de turismo.

- É uma linha desburocratizada, semelhante à que foi lançada para o setor de varejo (para a venda de eletrodomésticos). O cliente comprará pacotes de viagem, assim como compra uma televisão - disse.

Algumas operadoras, que serão incentivadas a participar do programa - mediante ganho de taxa sobre a venda - já aprovaram a medida, como a CVC Turismo e TAM Viagens.

- A iniciativa é válida e vai facilitar o acesso das classes sociais C e D às viagens, permitindo que mais brasileiros tenham o produto viagem em sua cesta de consumo - acredita o presidente do Conselho de Administração do grupo CVC, Guilherme Paulus. A TAM não fez comentários, mas garantiu presença no programa.

Hoje, a Caixa Econômica Federal tem dois produtos no segmento de turismo. Um é o Cartão Turismo Caixa, que já liberou R$ 700 milhões para os clientes.

O outro é o CDC Turismo, que financia pacotes turísticos para quem recebe salário ou benefício permanente do INSS pelo banco. O gerente do Viaja Mais Melhor Idade da Braztoa (associação das operadoras), Enzo Arns, diz que esse último caso não foi altamente utilizado.

- As operadoras têm condições de parcelamento iguais ou melhores, sem burocracia para aprovar. O mecanismo de compra é mais direto, feito por cheque ou cartão de crédito, e não compromete todo o salário com o consignado. (O Globo)