quinta-feira, 7 de maio de 2009

Diante dos sinais de recuperação da economia é o momento de os trabalhadores se mobilizarem, mais ainda, pela recuperação do emprego

Brasil já começou a sair da crise econômica

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) O Brasil está sendo mostrado no Exterior como uma terra de oportunidades e com musculatura suficiente para sair rápido da crise. Isso tem atraído muitos investidores (e especuladores). Além disso, a interferência direta do governo federal através do estímulo aos bancos públicos para oferrecer crédito com menos spread e a renúncia fiscal nos setores automotivos e da linha branca também já tem mostrado resultados. Aos trabalhadores cabe acompanhar. Pois historicamente, somos os primeiros a se transformar em vítimas quando se anunciam as crises, com corte covarde dos empregos por parte das organizações e os últimos a serem reinseridos na economia com a retomada. Para nós trabalhadores, ainda vivemos a crise mundial de empregos. E temos que concentrar nossas energias para continuar a exigir dos governos federal, estaduais e municipais empenho continuada em políticas públicas geradoras de emprego, que passa pela retomada pra valer do Plano de Aceleração do Crescimento, pelos investimentos em construção civil e pelas obras de infra-estrutura.

Leia mais: Segundo Gustavo Loyola e Mendonça de Barros, pior já passou. Para 2010, ambos projetam crescimento do PIB.

Luiz Carlos Mendonça de Barros e Gustavo Loyola participam de debate na Associação Comercial de São Paulo

Caso a economia mundial não sofra um novo e forte declínio, o Brasil deve ter um ano de recuperação em 2009 e retomar a trajetória de crescimento já em 2010. A previsão é dos economistas Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações do governo FHC, e de Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central.

Ambos acreditam que a partir do segundo semestre a economia brasileira passará a registrar crescimento do PIB. Embora o primeiro trimestre do ano deva ficar marcado ainda por forte queda, a exemplo do quarto trimestre do ano passado, a partir do segundo devemos observar sinais de recuperação para, no terceiro e no quarto, o país voltar a crescer.

A previsão da consultoria Tendências, da qual Loyola é sócio-diretor, é de que o PIB feche o ano estável, com alta de 0,3%. Já para Mendonça de Barros o PIB terminará 2009 com queda de 1,5%.

O otimismo em relação à economia foi mostrado pelos economistas em seminário realizado nesta quarta-feira (06/05), na sede da Associação Comercial de São Paulo. “Há uma percepção de que o fim do poço já passou. Não há mais risco endêmico”, diz Loyola. “Estamos otimistas com a situação brasileira. O país está em uma posição favorável. Até agora não sofreu como os outros e é uma boa opção de investimento. Vamos sair dessa crise muito bem, obrigado. Em 2010, deveremos ter crescimento de 3,5%. O nosso carro parou por falta de gasolina. Já o deles [EUA] parou porque bateu e se espatifou”, completa.

Para Mendonça de Barros, o Brasil deve ter alta de 2,5% no ano que vem. “A economia brasileira deve continuar a se recuperar e registrar crescimento saudável em 2010. O mercado de trabalho vai se estabilizar”.

Entretanto, o Brasil não está livre de ameaças. “Essa foi uma crise anunciada, fruto da concessão de crédito sem qualidade. O consumo das famílias nos Estados Unidos chegou a corresponder por 73% do PIB. Esse nível é impossível de ser mantido. Ele deve cair para cerca de 60%, o que significa que a poupança subirá dez pontos. Os americanos consumirão US$ 1,5 trilhão a menos por ano. Isso é muito”.

Momento inédito — As políticas econômicas promovidas ao longo dos últimos anos foram apontadas como a principal razão pela rapidez da recuperação. “Os oito anos do governo FHC, seguidos pelos oitos anos do governo Lula, foi a melhor coisa que poderia ter nos acontecido. E, para mim, não é fácil admitir isso, mas depois de 40 anos de mercado financeiro, aprende-se a ser pragmático”, fala Mendonça de Barros. (Leia mais na Época)

Economistas preveem recuperação da economia no segundo semestre

PIB deve voltar a crescer nos próximos trimestres e registrar expansão 'saudável' em 2010, dizem analistas.

A economia brasileira deverá começar a se recuperar a partir do segundo semestre e, em 2010, apresentar crescimento "saudável", disseram nesta quarta-feira os economistas Gustavo Loyola e Luiz Carlos Mendonça de Barros, em palestra na Associação Comercial de São Paulo.

"Acho que no terceiro trimestre já teremos um PIB (Produto Interno Bruto) positivo no Brasil", disse Mendonça de Barros, sócio-diretor da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações.

Apesar de prever retração de 1,5% no PIB de 2009, provocada principalmente pela redução nos investimentos e queda nas exportações de manufaturados desde o agravamento da crise mundial, Mendonça de Barros se diz otimista com a economia brasileira e aposta em uma recuperação gradual ao longo dos próximos trimestres. Para 2010, o economista prevê crescimento entre 2% e 2,5%.

O consumo interno, a massa salarial ainda em crescimento e a retomada gradual do crédito são elementos importantes na recuperação, disse Mendonça de Barros.

"O nosso crescimento neste ano vem todo do consumo. Mas o ajuste da produção industrial para exportação e para investimento é maior do que o crescimento do PIB via consumo. Na hora em que esse ajuste na indústria se estabilizar, o PIB volta a ser positivo", disse.

Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, é mais otimista. Ele prevê estabilização já neste segundo trimestre, e uma recuperação maior no PIB do terceiro e do quarto trimestres deste ano. Sua previsão é de que o Brasil feche 2009 com crescimento próximo de zero e, em 2010, registre expansão entre 3% e 3,5%. (Leia mais na BBC Brasil)

Receita do setor de máquinas sobe, mas nível segue baixo

O faturamento das indústrias de máquinas e equipamentos cresceu 30% em março ante fevereiro. Apesar do crescimento, empresários reclamam que os bancos não normalizaram o crédito para investimentos e que falta uma política de desoneração que incentive a produção de máquinas. No trimestre, a queda da receita foi de 20%.

Para a Abimaq (associação de máquinas e equipamentos), é precipitado dizer que as indústrias retomaram os investimentos e ampliaram as compras de máquinas.

Os dados do IBGE confirmam que os fabricantes de bens de capital são um dos mais afetados pela retração industrial, com queda de 20,8% na produção nos primeiros três meses do ano.

"Só saberemos se o fundo do poço já passou depois que tivermos os resultados de abril e maio. É cedo para dizer isso porque o crescimento de 30% em março ante fevereiro ocorre sobre base de faturamento muito pequena", disse o presidente da associação, Luiz Aubert Neto.

Segundo ele, o faturamento da categoria está no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2006, quando as empresas reuniam 210 mil funcionários. Hoje há 240 mil empregados no setor.

"Se continuarmos reduzindo o faturamento, vamos ter que demitir mais 30 mil pessoas. Com 15 mil já despedidas, os cortes podem chegar a 50 mil", afirma ele.

A balança comercial das indústrias também piorou. As exportações do segmento caíram 24,5% no primeiro trimestre e as importações avançaram 3,6%. A associação criticou a ausência de proteção da indústria nacional em meio à crise. (Leia mais na Folha)

Investidor terá tempo para decidir se fica na poupança após mudanças nas regras

O governo dará tempo para que as pessoas que têm recursos depositados na caderneta de poupança possam, sem perdas, decidir se querem ou não permanecer na aplicação sob as novas regras de remuneração. Como mostra reportagem de Geralda Doca e Martha Beck, publicada no Globo, nesta quinta-feira, mesmo após a mudança de regra para remuneração das cadernetas, que está sendo preparada para junho, o investidor poderá permanecer com o dinheiro corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 0,5% de juros - como é hoje - pelo menos até o primeiro aniversário seguinte. Por exemplo: se a nova regra sair dia 15 e o aniversário da poupança for dia 20, o aplicador terá correção integral pela norma antiga até dia 20.

O objetivo do governo é dar tempo para que o investidor avalie se vale a pena continuar ou migrar para outro investimento.

    " Se eventualmente as mudanças fizerem com que, para alguns, a caderneta passe a ser menos atraente, eles poderão livremente transferir seus recursos para outra aplicação ou sacar o dinheiro "

- Portanto, se eventualmente as mudanças fizerem com que, para alguns, a caderneta passe a ser menos atraente, eles poderão livremente transferir seus recursos para outra aplicação ou sacar o dinheiro.

A MP deverá explicitar que a fórmula nova começará a valer após determinado prazo. Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e o assessor especial Bernard Appy, que está à frente do assunto pelo Ministério da Fazenda. Segundo interlocutores, ainda nesta semana o governo apresentará ao setor privado a proposta fechada.

A equipe econômica trabalha para fechar a nova fórmula de correção antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 9 e 10 de junho, que vai definir a Taxa Selic (juros básicos). (Leia mais em O Globo)

Índices já mostram recuperação das vendas no varejo

A atividade no varejo de São Paulo registrou alta de 2,5% em março. Quando se compara o primeiro trimestre com o mesmo período de 2008, o avanço chega a 1,2%. De acordo com a Fecomércio, um setor que se destacou foi o de automóveis, cujo crescimento no terceiro mês do ano chegou a 13,4%, principalmente em razão da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Este fator fez com que o ritmo de vendas voltasse aos níveis de 2008, e já existem listas de espera para alguns modelos", afirmou Antônio Carlos Borges, diretor executivo da Fecomércio.

Outro setor com bom desempenho em março foi o de farmácias e perfumarias, que subiu 14,6%, mesmo valor da alta no acumulado do trimestre. Por outro lado, a Fecomércio destacou a queda de 5,2% da construção civil em março, o que resultou em perdas de 8,6% no primeiro trimestre.

Serasa — Outro termômetro importante a ser analisado é o da atividade do comércio varejista brasileiro, que cresceu 0,6% em abril deste ano, em comparação a março, livre das influências sazonais. Para a fundação Serasa, este foi o terceiro mês consecutivo de elevação da atividade do varejo, consolidando a tendência de recuperação do setor no País, embora o ritmo seja mais lento do que o de anos anteriores.

Os dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio mostram também que o aumento do índice em abril foi liderado pelo setor de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, com crescimento de 1,7%. Logo em seguida vem o setor de móveis, eletroeletrônicos e informática, com elevação de 1%. As promoções dos super- e hipermercados incluíram as vendas da Páscoa e a redução do IPI dos eletrodomésticos, anunciada pelo governo federal em 17 de abril.

Os demais segmentos apresentaram recuo nas vendas em abril. A Serasa destaca, porém, que a redução do IPI de material de construção, anunciada em 30 de março, começa a amenizar as quedas do segmento. Em abril, a atividade varejista do setor de material de construção recuou 0,4%, menos que a dos meses anteriores. (Leia mais no DCI)