sexta-feira, 10 de julho de 2009

A crise ainda não passou e é importante que nos mantenhamos focados para conseguir superá-la

Financiamentos do BNDES crescem 11% no 1º semestre

Apesar do otimismo do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, lamento afirmar que o pior da crise ainda não passou. Nossa medida básica é a recuperação dos empregos perdidos desde Setembro do ano passado, que continuam criando uma situação de calamidade para os que estão desempregdados e para os jovens que precisam de uma vaga, com urgência, no mercado de trabalho. Além disso, milhares de empresas passam por dificuldades gravíssimas, já que não conseguiram crédito para dar continuidade aos seus investimentos. São empresários que sofrem agora por ter acreditado no Brasil e corrido riscos a favor do nosso país. Portanto, ainda falta muito para começarmos a superar a crise. O presidente do BNDES sabe disso. Mas, pressionado a dar boas notícias, afirma que o pior já passou. É importante sermos realistas para mantermos nosso foco para superar a crise, que será uma tarefa árdua e longa.

Leia mais: Banco desembolsa recorde de R$ 43 bi no período; Coutinho diz que "o pior já passou".

Para o presidente do banco de fomento, o avanço nos investimentos indica que o país está se preparando para crescer quando a crise passar

O desempenho geral do BNDES no primeiro semestre deste ano registrou recordes e revelou aceleração no ritmo de investimento em todos os indicadores, o que levou o presidente do banco, Luciano Coutinho, a reafirmar que "o pior já passou".

Foram desembolsados R$ 43 bilhões no período, com avanço de 11% em relação a igual período do ano passado, antes do pior momento da crise. Em 12 meses, a liberação de recursos atingiu o pico de R$ 96,6 bilhões, 22% acima do valor liberado nos 12 meses anteriores.

"Não vencemos a crise ainda. Temos de trabalhar na consolidação do crescimento, mas são indícios alvissareiros", afirmou Coutinho. "O avanço nos investimentos indica que o país está se preparando para crescer sem pressão inflacionária quando a crise passar."

Alguns dos maiores projetos financiados neste ano são da área de petroquímica -ligados à Petrobras- e de energia elétrica -com destaque para a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia.

Os dados permitem concluir que a romaria de empresários e executivos ao banco em busca de financiamentos também é recorde. As consultas, primeira etapa de qualquer pedido de financiamento, chegaram a somar R$ 111 bilhões neste ano, e R$ 207 bilhões em 12 meses. São taxas 40% maiores em relação a períodos anteriores.

"As consultas estão crescendo em todos os setores, tanto na indústria como nos setores de infraestrutura e de serviços", diz Coutinho.

A estimativa do BNDES é que os desembolsos em 2009 fiquem entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões. No ano anterior, o total de financiamentos do banco atingiu R$ 91 bilhões.

O setor de serviços foi o que mais avançou na obtenção de crédito do banco: os financiamentos cresceram 32% neste ano, fechando em R$ 5 bilhões. Indústria, infraestrutura e agropecuária cresceram entre 8% e 10%, e levaram, respectivamente, R$ 17,3 bilhões, R$ 16,4 bilhões e R$ 3,1 bilhões.

Desde que a crise se acentuou, no quarto trimestre do ano passado, o governo tem anunciado uma série de medidas para atenuar os efeitos da desaceleração econômica. Na área de crédito, o BNDES tem exercido papel fundamental dentro dessa estratégia.

Primeiramente, decreto do início do ano assegurou que o banco retivesse parte de seu lucro para reforçar seu caixa, em vez de repassá-lo ao Tesouro.

O Tesouro, por sua vez, autorizou crédito extra de R$ 100 bilhões para que o banco compensasse a queda no crédito do setor privado. Em maio, o BNDES também cortou taxas de juros para financiamento de curto prazo.

Na semana passada, o governo anunciou redução na taxa de juros de longo prazo, base para os financiamentos do banco, de 6,25% para 6% ao ano. (Leia mais na Folha)

Lula e Sarkozy querem papel maior para OIT na economia global

Estamos pedindo a inclusão nas próximas reuniões do G8 ou G20, da OIT e da FAO, organismos especializados da ONU que têm acesso à realidade mundial e sabem das grandes dificuldades criadas pela crise, especialmente nos países da África. TEr a visão daOIT e FAO vai gerar uma ação de inclusão mundial, ao proteger as famílias e os cidadãos do mundo que cairam para níveis abaixo da sobrevivência.

Leia mais: A França e o Brasil reivindicaram um papel mais relevante para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no sistema econômico global e também uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas que dê aos países em desenvolvimento maior influência no organismo.

"Em todos os lugares do mundo, os trabalhadores pedem mais justiça, mais segurança. Eles precisam ser ouvidos", afirmam o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo conjunto no jornal francês Liberatión e no brasileiro Folha de S. Paulo, nesta terça-feira. O texto foi divulgado antes da publicação.

"Organizações internacionais devem levar em conta os efeitos sociais da atual crise. O papel da Organização Internacional do Trabalho precisa ser fortalecido", declaram os presidentes.

O artigo, que pede a criação de uma "Aliança pela Mudança", é publicado na semana em que o líderes do G8, os oito países mais industrializados do mundo, se encontrarão na Itália.

O encontro também incluirá discussões entre cinco países emergentes, China, Índia, Brasil, África do Sul e México, e conversas entre o G8 e esse grupo de cinco países.

No texto que assinam juntos, Sarkozy e Lula afirmam que a crise econômica ressalta a necessidade de mais contato entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.

Os dois líderes também repetem as reivindicações por reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Para ser efetivo, o conselho tem que refletir a realidade atual, como por exemplo garantindo um maior papel aos grandes países emergentes de cada região, como o Brasil e a Índia, uma representação justa para a África e para grandes colaboradores das Nações Unidas, como Japão e Alemanha", dizem. (Leia mais em O Globo)

Micro e pequenas empresas estão recebendo mais recursos do BNDES

A liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as micro e pequenas empresas cresceu 40% nos 12 meses até junho, em comparação a igual período anterior. Para as grandes empresas, os desembolsos aumentaram 22%. E para as médias empresas, a expansão foi de 7%.

Na análise apenas do primeiro semestre deste ano, os números divulgados hoje (9) pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, mostram crescimento de 22% nas liberações de recursos para as micro e pequenas companhias, contra 14% para as empresas de grande porte. Já as médias empresas apresentaram retração de 23%. “Uma queda que a gente espera reverter nos próximos meses”, afirmou.

Luciano Coutinho atribuiu boa parte do aumento de recursos para as micro e pequenas empresas ao cartão de crédito do banco para compras pela internet, cujos desembolsos revelaram crescimento de 393% entre janeiro de 2008 e junho deste ano.

 “Esse esforço tem decorrido, principalmente, do fortíssimo crescimento dos desembolsos por meio do Cartão BNDES. Está muito claro aqui que as decisões tomadas no fim do ano passado foram muito eficazes com relação à questão do Cartão BNDES”, disse.

O banco ampliou o limite máximo de crédito do cartão de R$ 250 mil para R$ 500 mil por banco emissor. O prazo de pagamento também foi ampliado de 36 para 48 meses, com juros fixos.

Coutinho disse que a procura pelo Cartão BNDES é crescente e o banco tem vem conversando com a rede bancária credenciada para ampliar o atendimento ao setor das MPEs. Ele espera ter mais um parceiro importante em São Paulo, a Nossa Caixa, para repassar o cartão. (Agência Brasil)

Aumento real para aposentados em 2010 e o fator previdenciário              Reportagem de Geralda Doca na edição, desta quarta-feira (8), do jornal Globo diz que Governo planeja conceder reajuste acima da inflação, em 2010, para aposentados e pensionistas do INSS que recebem benefícios maiores do que o salário mínimo.

O aumento para esse grupo de segurados, até então restrito à reposição do poder de compra, poderá chegar a 2,5 pontos percentuais acima da inflação e está sendo usado como moeda de troca nas negociações com as centrais sindicais e líderes partidários para evitar o fim do fator previdenciário.

Para 2011, seria instituída uma mesa de negociação com representantes dos centrais sindicais, aposentados e governo, com o propósito de discutir critérios fixos de reajustes para o segmento.

A estimativa é que esse aumento real custará ao governo cerca de R$ 3 bilhões por ano.

A intenção, segundo a matéria, é evitar desgaste político, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja obrigado a vetar a extinção do fator previdenciário, regra usada no cálculo do benefício que considera tempo de contribuição, idade e expectativa de vida, e que é contestada pelos sindicatos. (Fonte: Blog O outro lado da notícia e Agência Diap)

Receita considera que houve significativo crescimento real da economia Embora a crise internacional tenha trazido reflexos internos no quarto trimestre, a Receita Federal registra que houve significativo crescimento real da economia de 5,1% com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da arrecadação de 8,3% nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal).

Destaca-se o crescimento econômico no ano passado de 5,8% na agropecuária, de 4,8% na indústria e 4,3% nos serviços.

Outro fator foi o crescimento do mercado formal de trabalho com impactos na massa salarial do setor privado (crescimento real de 9,5%), que "é base de cálculo das contribuições previdenciárias, quanto a renda tributável das famílias e base do imposto do imposto de renda das pessoas físicas".

As maiores variações positivas em porcentual do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de bens e serviços produzidos no país, foram no Imposto de Renda, no Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF), no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Telecomunicações (ICMS) e na contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (contribuição previdenciária).

Por outro lado, houve redução na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico(Cide), conhecida como imposto dos combustíveis, e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi extinta.

O aumento de 1,08 ponto percentual na carga tributária mostra que a União se apropriou de 0,59 ponto percentual da nova carga, os governos estaduais, de 0,43 ponto e os governos municipais, de 0,06 ponto.

O coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Lettieri, não quis comentar os estudos do governo para desonerar a folha de pagamentos.

Apenas disse que o governo trabalha com uma meta de superávit primário frente a uma queda na arrecadação e com as novas desonerações será necessário verificar como os setores "desonerados" responderão às medidas. (Agencia Brasil)