terça-feira, 14 de julho de 2009

Investir em Educação e controlar a corrupção para fazer o Brasil dar um grande salto à frente

Obama compara desenvolvimento de Gana com o da Coréia do Sul, em 50 anos

(Postado por Marcos Afonso Oliveira) Gostaria de dividir com os companheiros e companheiras da UGT no Brasil todo trechos do discurso do presidente Barak Obama fez na sua visita a Gana, na última sexta-feira. O ponto mais alto, a meu ver, foi ter feito uma comparação sobre dos ultimos 50 anos de Gana com a Coréia do Sul. Na análise do presidente norte-americano faltou a Gana mais transparência, ou seja, um combate eficiente à corrupção. A nosso ver, faltou também investimentos em Educação.

Aproveitamos a deixa para também comparar o Brasil com a Coréia do Sul. Quais são as marcas brasileiras mundiais que encontramos hoje. Talvez a Petrobras e a Embraer, mesmo assim com alcance bem menor do que as marcas sul coreanas como a Samsumg, a LG, a Hynday, a Kia, etc. O que diferencia Coréia do Sul do Brasil é, muito provavelmente, nosso investimento em educação ao longo de décadas, de maneira sistemática. Já temos um sistema democrático sólido, que já é aceito como referência mundial. Não somos mais confundidos com republiquetas de banana, onde se repetem golpes de estado. Ainda não conseguimos o ideal de vigilância contra a corrupção, mas caminhamos para solucionar esta chaga que nos incomoda. Mas temos feito muito pouco em relação à Educação. E a educação exige investimentos de gerações. Para que daqui a trinta anos não tenhamos que explicar nossas faltas tentando colocar a culpa nos outros. Por isso, transcrevi o texto abaixo para nossa reflexão:

Barack Obama viaja, esta sexta-feira, para o Gana, na sua primeira visita a um país da África negra. Antes de partir, o presidente dos Estados Unidos lembrou as suas origens para denunciar a corrupção que existe no continente e a necessidade de manter a ajuda àquela região.

Cabe aos próprios africanos saírem do esquecimento e miséria em que vivem. Foi desta maneira que Barack Obama se dirigiu aos lideres africanos,.numa reunião à margem da cimeira do G8, que decorre em Itália.

O presidente norte-americano lembrou-lhes que quando o pai saiu do Quénia, há 50 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do país era superior ao da Coreia do Sul.

Perante isto, Obama perguntou-lhes o que se passou desde então. Para o líder dos Estados Unidos, a razão é que a a Coreia do Sul conseguiu criar instituições transparentes e eficazes.

É certo que para o presidente norte-americano os países ricos têm obrigação moral de assistir o continente africano, mas os países pobres têm obrigação de usar essa assistência de maneira transparente, eficaz e com respeito pelas leis.

Barack Obama lembrou que os familiares que ainda tem em África vivem em aldeias onde o sofrimento da pobreza é real, mas onde todos os dias têm de pagar um suborno para aceder a comida e ajudas internacionais.

Obama escolheu o Gana como primeiro ponto de visita ao continente africano, porque trata-se de um país que começou a criar instituições eficazes e transparentes.

Para o presidente norte-americano, o Gana demonstrou ainda que é possível passar o poder político de um partido para o outro sem romper a estabilidade democrática. Aquele país foi o único em África onde as transferências de executivo aconteceram sem interrupções de golpes militares ou conspirações.

Por esta altura, os ganenses esperam orgulhosos pela chegada de Barack Obama, utilizando, por exemplo, roupa com imagens do presidente norte-americano.

O Gana recebeu Bill Clinton em 1998 e George Bush em 2008, mas esta visita tem um significado especial já que em Dezembro o Gana foi a votos, cumprindo com o modelo de transparência.

Os ganenses esperam também que esta visita traga repercussões politicas e económicas, justamente pelos esforços feitos nos últimos 15 anos em matéria de democracia, boa governação e desenvolvimento económico.

Devido ao empenho de Obama, o G8 aprovou uma ajuda aos países africanos de 20 bilhões de dólares. (leia mais no Estadão)

Crédito e compras já voltam ao nível pré-crise

Eis aí uma boa notícia, caso as pesquisas sejam de fato confirmadas nos próximos meses, que por sinal antecedem o Natal. Vamos acompanhar, principalmente, se esta nova tendência se reflete no nível de emprego e renda. Pois sem emprego e renda não há boa intenção que ajude a sustentar e manter o mercado interno. E sem mercado interno, teremos muitas dificuldades em superar a atual crise.

Leia mais: Duas pesquisas mostram que a disposição de ir às compras do brasileiro já voltou ao nível anterior à crise. Os brasileiros estão buscando mais crédito e devem comprar mais bens duráveis - de geladeiras a carros - nos próximos meses, o que reforça o cenário favorável à recuperação da economia no segundo semestre.

O Indicador Demanda do Consumidor por Crédito, preparado pela empresa de informações de crédito Serasa Experian, atingiu em junho 102,7 pontos, contra 101,2 pontos alcançados em outubro de 2008, quando foi deflagrada a crise financeira. "É a primeira vez que o indicador supera o patamar de outubro", diz o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Já o Índice de Intenção de Compras de Bens Duráveis, apurado pelo programa de administração do varejo Provar, da USP, e pela consultoria Felisoni Associados, revela que a disposição do consumidor para adquirir um carro zero ou uma geladeira, cresceu 20% no trimestre em relação ao mesmo período de 2008.

O indicador, que será divulgado hoje, mostra também que a intenção de levar para casa algum bem durável está no nível mais alto dos últimos dez anos para o período julho a setembro.

Duas razões explicam a mudança de ânimo dos consumidores: o aumento da oferta de crédito, com melhores condições de prazos e juros, e a maior confiança, especialmente entre os consumidores de baixa renda, na manutenção do emprego.

"A tendência é de recuperação do crédito", afirma Rabi. Ele destaca que o indicador da Serasa Experian, que é uma espécie de termômetro da demanda do consumidor por crédito porque leva em conta as consultas por CPF para compras a prazo, cresceu em junho 4% na comparação com maio. É a quarta alta consecutiva.

Apesar de superar o nível de outubro, porém, o índice de demanda por crédito ainda é 1,2% menor que o de junho de 2008. No semestre, acumula um recuo de 6,8% na comparação anual. Para Rabi, nos próximos meses o indicador deverá voltar para o terreno positivo em relação a 2008 e deverá fechar o ano empatado com o ano passado. Até dezembro, ele acredita que o índice poderá atingir o pico, de 114,3 pontos, alcançado em maio de 2008. Isso indica uma forte perspectiva crescimento do crédito no segundo semestre.

Essa também é a avaliação do economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. "O cenário ainda é de incertezas, mas não está descartada a possibilidade de o varejo repetir neste ano o desempenho de 2008." O comércio varejista encerrou o primeiro semestre com recuo médio de 8% no volume de vendas a prazo e à vista ante 2008, segundo as consultas recebidas pela ACSP, pode fechar o ano empatado. (Leia mais no Estadão)

Banco Mundial prevê retorno de até 13 milhões à pobreza

A sondagem do Banco Mundial capta, infelizmente o que mais nos preocupa. No Brasil, através de políticas sociais arrojadas do governo Lula, temos conseguido reduzir, aos poucos, as pessoas que viviam na pobreza absoluta. Mas ainda temos indicadores preocupantes de relacionados com o desemprego. A crise mundial chegou como uma cacetada no nível de emprego que vinha melhorando ao longo dos anos. Agora, é a hora da recuperação. E só vamos ampliar a oferta de empregos, com crescimento da economia, com investimentos diretos na produção, com oferta ampla e abundante de crédito. O que requer trabalho, muita organização social e mobilização a favor do Brasil.

Leia mais: O Banco Mundial revisou hoje para cima sua estimativa de pessoas que vão retornar à pobreza por causa da crise financeira internacional, na América Latina. De acordo com a vice-presidente da instituição para a América Latina e Caribe, Pamela Cox, até 13 milhões de latino-americanos vão voltar à pobreza. Em abril, Pamela havia estimado um contingente de quatro a seis milhões a mais de pobres por causa da crise, na região. No início deste mês, o Banco Mundial havia informado que o número total poderia ser superior a oito milhões.

De 2002 a 2008, lembrou Pamela, 60 milhões de latino-americanos saíram da pobreza. De acordo com ela, isso foi possível por causa da implementação de medidas de controle da inflação, taxas de câmbio flexíveis e sistemas financeiros mais fortes nos países da região. "A América latina entrou nessa crise com economias mais fortes que as crises passadas. Mesmo se a crise tiver impacto na região, esperamos que seja mais uma recessão e não um colapso econômico" afirmou Pamela, que participou hoje de um seminário sobre investimentos públicos na promoção do desenvolvimento econômico e social, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio.

Também presente ao evento, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, afirmou que no Brasil não houve aumento da pobreza por causa da crise. Ele lembrou que houve um aumento do desemprego, conforme apurou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas que não foi registrado um retorno de pessoas à pobreza. (Leia mais no Estadão)

Friboi demite 770 em SP, dizem sindicatos

Maior grupo processador de carnes do mundo, o JBS-Friboi demitiu 770 funcionários nas suas unidades de Barretos, Andradina e Presidente Epitácio, de acordo com os sindicatos de trabalhadores das três cidades do interior paulista.

Em Barretos, foram 350 cortes, na quinta-feira passada, segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do município.

Na unidade de Andradina foram demitidos 250 funcionários e em Presidente Epitácio, 170. A assessoria de comunicação da empresa em São Paulo confirmou apenas 276 cortes em Barretos. Sobre as outras unidades, disse não ter informações precisas.

Segundo os sindicatos, a empresa não explicou o motivo das demissões. Em nota enviada à Folha, o JBS-Friboi afirmou que os cortes estão relacionados "a um movimento contínuo de melhorias da eficiência da empresa e da modernização de (...) parques fabris".

A nota diz que as demissões não têm relação com a queda nas exportações. Novas unidades do grupo estão certificadas para vender ao exterior.

As demissões ocorreram na mesma semana em que a empresa anunciou a incorporação de cinco unidades no Estado de Mato Grosso, aumentando a capacidade de abate do grupo para mais de 26 mil bois por dia no país.

Na frente da unidade de Barretos, ontem à tarde, funcionários que não quiseram ter o nome revelado disseram que os cortes foram feitos no turno da noite. A reportagem conversou também com demitidos que trabalhavam no turno diurno. Segundo eles, os rumores sobre os cortes circulavam na empresa havia algum tempo, já que o ritmo de abate estava baixo. (Leia mais na Folha)

Com freio no consumo de países ricos, calçados da China 'invadem' Brasil

A indústria calçadista brasileira se prepara para enfrentar o que os empresários do setor estão chamando de segunda "invasão chinesa", mostra reportagem do GLOBO, nesta terça-feira. Depois de conquistarem clientes das empresas brasileiras no exterior, os chineses estão se voltando para as regiões onde ainda existe produção local, caso de Brasil, Itália, Argentina e México. Com o agravamento da crise internacional a partir de setembro, que derrubou as vendas de calçados nos principais países compradores (Estados Unidos, Europa e Ásia), os fabricantes chineses começaram a desovar boa parte de seus estoques nos mercados brasileiro, argentino e mexicano, locais onde o consumo sofreu menos com a turbulência internacional.

No caso do Brasil, segundo Cardoso, a situação é crítica porque, além do aumento das importações de calçados chineses, as exportações estão despencando desde o início da crise. Nos primeiros cinco meses de 2009, a queda nas exportações já chega a 27%.

É nesse clima de guerra contra os calçados chineses que começa nesta terça e se estende até a próxima sexta-feira, em São Paulo, a 41ª edição da Francal, maior evento do setor e cujos negócios representam três meses de produção na indústria. O evento também servirá para o empresariado pressionar o governo a tomar medidas que protejam o mercado brasileiro da concorrência chinesa. (Leia mais em O Globo)

Mercado de trabalho perpetua desigualdade racial, avaliam especialistas

Sessenta por cento dos trabalhadores negros têm rendimento de até dois salários mínimos. Os negros são a maioria nos setores de atividade econômica com maior jornada de trabalho (como emprego doméstico, 60,8%); com uso mais intensivo da força física de trabalho (construção civil, 59,5%) e historicamente menos protegidos pelo sistema previdenciário (setor agrícola, 60,4%). Os negros formam a maioria dos trabalhadores sem carteira assinada (55,3%).

Por outro lado, os negros são minoria no conjunto dos trabalhadores com melhor remuneração e melhor condição de trabalho. Dos empregados com carteira de trabalho assinada, apenas 43,2% são negros. Dentro da administração pública (onde há estabilidade de emprego, entre outras vantagens), os negros também são minoria (41,3%). Menos de um quarto dos empregadores (empresários) são negros.

Os dados foram apresentados pelo economista Ademir Figueiredo, coordenador de estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), durante painel que debateu o mercado de trabalho, promovido durante a 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial que ocorre em Brasília, com a participação de 1.500 pessoas segundo os organizadores.

“O mercado de trabalho é um dos temas mais caros. A população que mais trabalhou é a que foi mais excluída”, sintetizou o sociólogo João Carlos Nogueira, consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O sociólogo ligou a situação do mercado de trabalho com a qualificação e formação profissional, segundo ele, há um “círculo vicioso”: “a ausência de maior número de meninos e meninas negras no ensino fundamental diminui o ingresso no ensino técnico”, apontou.

Segundo dados do Dieese, 24,6% dos negros com mais de 15 anos não têm instrução alguma; 42,8% têm o ensino fundamental incompleto. No topo da pirâmide, com ensino superior completo apenas 2,3% dos negros, enquanto entre os não negros o percentual é de 8,8%.

O diretor de cooperação e desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mário Lisboa Theodoro apontou que o mercado de trabalho e a questão racial “são o grande problema do país”. O diretor rememorou que no século passado o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo, no entanto, manteve a estrutura social anterior à modernização da economia. “Que capacidade é essa da nossa sociedade de crescer tanto, mas gerar tanta pobreza?”, indagou.

Na avaliação de Mário Theodoro, os negros foram mantidos excluídos antes e depois da escravidão. “O negro saiu da escravidão para o desemprego”, disse lembrando que após a abolição da escravatura, em 1888, houve substituição da mão de obra negra pela força de trabalho imigrante; e que antes disso a Lei de Terras (1850) manteve as terras com os senhores que ganharam a propriedade quando o país era colônia de Portugal. Os negros quando libertos não tiveram acesso à terra e ficaram sem trabalho, explicou.

Para o diretor do Ipea, os efeitos da escravidão e da abolição são sentidos até hoje em situações cotidianas como a informalidade dos vínculos de emprego que aflige mais aos negros. “Se a história do Brasil fosse uma semana, poderíamos dizer que a escravidão durou de segunda a sexta, cinco sétimos da nossa história”. Para ele, é fundamental tratar a condição do negro no mercado de trabalho. “Enquanto não se discutir a questão racial e o racismo, nós vamos ter um país desigual”.

O economista Ademir Figueiredo, do Dieese, concordou com Mário Theodoro e sublinhou que “o racismo naturaliza a desigualdade”, se referindo ao comportamento social e às políticas urbanas. (Agência Brasil)