sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Entre as lições que a crise deixa é que devemos criar políticas púbicas permanentes para proteger a base da pirâmide social


Crise afetou mais quem tem menor escolaridade

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) Eis aí uma informação extremamente preocupante. Esse pessoal de baixa escolaridade são os socialmente mais frágeis. Deveriam ser continuamente protegidos pelo Estado através de formação e requalificação continuada. Que é aliás uma das principais preocupações da UGT, que tem em seu programa e em sua ação, campanhas a favor da inclusão social, pela distribuição de renda e pela Educação continuada. É preocupante uma crise desta proporção acabar sobrando para grupos sociais já fragilizados.

Leia mais: Dados do Ministério do Trabalho mostram que em 2008 foram cortadas quase 148 mil vagas de trabalhadores com instrução até a 8.ª série

A renda média dos trabalhadores brasileiros teve crescimento real de 3,52% em 2008, passando de R$ 1.442 para R$ 1.494 mensais. Mas esse aumento foi sobretudo um reflexo da dinâmica da crise, que provocou a demissão, em maior escala, dos trabalhadores com menor escolaridade e menor rendimento no mercado formal. No ano passado, houve perda líquida de quase 148 mil vagas formais entre os trabalhadores com instrução até a oitava série do ensino fundamental. A abertura de novas vagas de trabalho se concentrou entre quem tem pelo menos o ensino médio completo e recebe salário maior.

Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. A Rais é um diagnóstico mais amplo do mercado formal, pois agrega as informações sobre as contratações pelos regimes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e estatutário, dos servidores públicos, além dos temporários e domésticos.

"Quem mais perdeu emprego foi quem ganhava menos e tinha menos instrução e isso explica muito porque a média salarial cresceu", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Entre os trabalhadores com ensino médio completo houve aumento de 9,8% no total de empregados em 2008 em relação a 2007. Mas o total de empregados com instrução até a quarta série caiu 3,16%.

O rendimento médio oculta variações que vão desde um crescimento de 8,6% na renda média dos trabalhadores do Estado do Piauí, que passou de R$ 1.016 para R$ 1.103, até uma queda de 5,07% ,que ocorreu entre os empregados no Estado de Roraima, que caiu de R$ 1.606 para R$ 1.524.

Segundo o ministro, a Rais revelou que no Piauí houve crescimento acentuado nos rendimentos originados nos serviços médicos e odontológicos, enquanto em Roraima houve um declínio nos rendimentos pagos pela indústria química.

Em São Paulo, houve aumento de 2,28% da renda média, que puxou o valor de R$ 1.694 para R$ 1.733. O que contribuiu para que o Estado ficasse com crescimento de renda menor que o do País foi o freio que a crise impôs à indústria no fim do ano e a levou a demitir milhares de trabalhadores.

Pelo segundo ano consecutivo, a Rais também revelou que se abriram oportunidades de emprego aos jovens entre 16 e 17 anos, e também para os trabalhadores mais velhos, com mais de 50 anos. O Brasil alcançou a marca de 39,442 milhões de empregos formais, entre celetistas e estatutários, aumento de 1,834 milhão (4,88%) em relação a 2007, quando havia 37,607 milhões de trabalhadores formais no País. "Em 2009 chegaremos à marca de 40 milhões de empregos formais no Brasil", disse Lupi.

Declararam a Rais no ano passado 7,143 milhões de estabelecimentos, sendo 3,085 milhões com empregados e 4,058 milhões sem empregados contratados, um aumento de 3,7% no total de estabelecimentos ante 2007. (Leia mais no Estadão)

Governo aceita negociar reajuste maior para aposentados

Enquanto os técnicos do governo continuarem a olhar os gastos com aposentadoria como algo técnico e orçamentário, vamos continuar a vitimizar os aposentados e pensionistas. Através das pensões e aposentadorias que passam grandes fluxos da renda nacional. Portanto, é o momento de o governo e seus técnicos olharem o reajuste das aposentadorias como uma necessária transferência de renda, em vez de se esconderem atrás de dados técnicos para humilhar o cidadão e o trabalhador aposentado.

Leia mais: O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), confirmou que o Palácio do Planalto está propondo conceder um reajuste maior do que a inflação para os aposentados da Previdência Social que recebem benefícios acima do salário mínimo, a partir de 2010, em troca de acabar com os projetos que favorecem os aposentados à espera de votação na Câmara. Além de aceitar dar um ganho real para esses benefícios, o governo também concorda em mudar a regra do chamado fator previdenciário.

O fator previdenciário é um mecanismo de cálculo que induz os trabalhadores a retardar a aposentadoria para poder receber o valor máximo a que têm direito. Quem se aposenta obedecendo somente o prazo legal de 30 ou 35 anos de contribuição, perde dinheiro. Pela alternativa em discussão, o trabalhador poderia se aposentar recebendo 100% da média de suas contribuições quando a soma do tempo de contribuição com a sua idade atingisse 85, no caso das mulheres, e 95 anos, para os homens.

"O presidente Lula deu sinal positivo para abrir a negociação", afirmou Fontana, depois de participar hoje de reunião com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, representantes de entidades de aposentados e de centrais sindicais, e com a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

"Vamos construir um acordo para superar os projetos que estão na Câmara. A ideia é fazer um relatório que contenha o reajuste e altere o fator previdenciário", continuou. Fontana evitou citar índice de reajuste para os benefícios, mas afirmou: "Um aumentão seria uma ilusão". Nos bastidores, o governo fala em 1,5% de aumento real e as centrais sindicais citam 2,5% de ganho real, acima da inflação. "Queremos chegar a uma negociação que possa ser colocada em prática a partir do ano que vem", disse Fontana. "Passo a passo, vamos começar a recuperar as aposentadorias", completou.

Com risco de perder na votação, o governo está tentando evitar que entrem na pauta os projetos no Legislativo que beneficiam os aposentados com o argumento do impacto nos cofres da Previdência Social. Além do projeto que acaba com o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias, há um projeto que trata da recomposição dos valores pagos, outro que prevê reajustes iguais ao concedido ao salário mínimo para todas as aposentadorias e há ainda o veto do presidente Lula à correção dos benefícios concedidos no ano passado, à espera de votação em sessão conjunta do Congresso. (Leia mais no Estadão)

Efeito jurosCaptação líquida da poupança tem o melhor resultado para julho da história

Era previsível. Cai a taxa Selic, as pessoas se voltam para a poupança. Até começar a valer a nova lei que vai taxar a poupança. O ideal é que o país comece a investir na produção, na geração de empreendimentos voltados para o serviço, o turismo, a educação e a saúde. Só o investimento nestas áreas gera riqueza. Poupar é excelente desde que haja como buscar investimentos produtivos.

Leia mais: A captação líquida (diferença entre depósitos e saques) da caderneta de poupança deu um salto no mês passado e registrou o melhor desempenho para um mês de julho da série histórica, iniciada em 1995. O saldo foi de R$ 6,672 bilhões, mais de três vezes o resultado de junho, quando o saldo líquido da caderneta foi de R$ 2.089 bilhões, mostram os números do balanço divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central.

O resultado também representa o melhor desempenho da poupança desde dezembro de 2007, quando a captação líquida foi de R$ 9,134 bilhões. Considerando todos os meses da série, o desempenho de julho só perdeu para dezembro de 2007 e dezembro de 2006 ( R$ 7,432 bilhões). Ao todo, o saldo da poupança está em R$ 290,337 bilhões, segundo o Banco Central (BC).

" A poupança está competindo e ganhando dos fundos e também com CDBs e até com os títulos Tesouro. A continuar nessa perspectiva, o governo não terá outra alternativa a não ser mexer no rendimento da caderneta "

A mesma tendência foi verificada na captação líquida apenas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), excluindo a poupança rural. O saldo foi de R$ 5,093 bilhões em julho, o maior resultado mensal exceto os dezembros de 2006 (R$ 6,296 bilhões) e de 2007 (R$ 8,132 bilhões). No mês passado, os depósitos somaram R$ 77,476 bilhões enquanto os saques ficaram em R$ 72,383 bilhões. Foi o terceiro mês consecutivo com mais depósitos que saques.

A caderneta de poupança tem se tornado mais atrativa para o aplicador por causa da queda da taxa básica de juros, a Selic, que reduziu o rendimento dos fundos.

- A mim não surpreende esse salto na captação líquida da poupança. Já era de esperar que houvesse uma transferência, porque com a queda da Selic para 8,75% ao ano, os fundos só ganham da poupança se tiverem taxa de administração menor do que 1% e são poucos - diz o matemático José Dutra Vieira Sobrinho.

" A solução não é simples. Mas o governo vai ter que mexer nas regras. Se vai fazer isso agora ou mais para frente é a questão "

Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, os números reforçam a necessidade de mudança nas regras da caderneta.

- Será preciso mudar as regras, mesmo, e os números divulgados hoje aumentam a pressão sobre o governo, que precisa se posicionar. O Planalto deixou essa questão lá para frente, para deixar passar o tempo, mas não há como escapar - diz o economista.

Segundo Agostini, as mudanças nos investimentos, com a menor rentabilidade daqueles atrelados aos juros, é uma notícia boa, porque reflete mais uma mudança na economia brasileira, assim como ocorreu com a inflação, as reservas internacionais e outro indicadores. (Leia mais em O Globo)

Renault anuncia contratação de 600 funcionários no Paraná

A direção da Renault no Brasil anunciou ontem a contratação de mais 600 funcionários para a unidade da montadora em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Os novos empregados irão atuar na produção de veículos de passeio e utilitários do grupo Renault/Nissan. Segundo nota da empresa, o objetivo é atender a demanda do mercado brasileiro de automóveis, que registra reaquecimento.

Em comunicado oficial, a Renault informou estar confiante no desempenho do mercado brasileiro. "É o momento de reforçar nosso compromisso com o Brasil, gerando mais empregos e contribuindo para a solidez da economia e da indústria nacional", afirmou o diretor de Relações Institucionais da empresa, Antonio Calcagnotto.

Os novos contratados vão ampliar o segundo turno da unidade de veículos de passeio e inaugurar o segundo turno da fábrica de utilitários.

Para este ano, a estimativa de produção da unidade de São José dos Pinhais é de cerca de 137 mil unidades das duas marcas do grupo. O volume total de 2008 foi de 129 mil veículos. (Leia mais na Folha)

Empresas brasileiras aumentam a participação na economia mundial

De acordo com o ranking da Fundação Dom Cabral, as vinte maiores empresas multinacionais do Brasil aumentaram o nível de internacionalização no ano passado.

Apesar da crise, a alta de ativos no exterior foi de 32% entre 2007 e 2008.

Os dados ainda registram que 25,32% das receitas das 20 maiores empresas transnacionais brasileiras tiveram origem no exterior.

Ainda que as vinte maiores companhias não tenham sido tão afetadas pela crise, 14 das 41 pesquisadas tiveram queda no índice de internacionalização.

A receita bruta das subsidiárias no exterior sobre o total, o número de funcionários no exterior e o valor dos ativos fora do país são usados para que o grau seja calculado.

A pesquisa mostra a siderúrgica Gerdau como a líder na "transnacionalidade", tendo 63% de seus ativos no exterior e mais de 50% de seus funcionários e suas vendas também.

A empresa é seguida pela fabricante de peças Sabó, com 40% de suas vendas, 49% de seus ativos e 33% de seus empregados no exterior.

Em terceiro lugar está o frigorífico Marfrig.

Apesar do crescimento apresentado fora do país, a relação entre a geração de caixa e a receita líquida das empresas dentro do Brasil foi maior do que no exetrior: 16,5% contra 10,8%.

Ainda que os dados sejam positivos, os empresários estão cautelosos quanto ao futuro, já que é esperado que a China lidere a retomada do mercado mundial. (Fonte: Blog O outro lado da notícia)