sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Trabalhadores de várias categorias mobilizados na defesa da parte que lhes cabe na retomada do crescimento da economia

Greve atinge bancos públicos e privados em todo o País

(Postado por Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP e secretário de finanças da UGT) — Vamos fechar a semana lembrando a movimentação vitoriosa dos trabalhadores da varrição de São Paulo e da condução acertada da mobilização e negociação que conseguimos estabelecer de maneira conjunta com os principais estrategistas da UGT, a quem nossa categoria agradece. Outras categorias começam a se movimentar a exemplo dos companheiros dos Correios e dos bancos, públicos e privados. O que motiva a classe trabalhadora a buscar sua parte é termos percebido que grande parte da crise foi recheada de discursos e desculpas para manter apenas com o setor patronal a parte do leão, como sempre. Mas todas as categorias estão atentas e preparadas. Temos muito mais acesso à informação e no caso da UGT temos a união em torno de propósitos claros, que é sempre a defesa intransigente de nossos interesses trabalhistas e econômicos, sem perder de vista a sociedade e o País que adoramos servir.

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Adesão dos funcionários gaúchos da CEF é de 60% a 70%; em Minas, bancos privados estão abertos

A adesão à greve nacional dos bancários atinge entre 60% e 70% dos funcionários da Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Sul, conforme avaliação da Federação dos Bancários no Estado.

Na capital e região metropolitana, bancários de instituições públicas e privadas decidiram nesta última quarta-feira, 23, entrar em greve, enquanto os funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) optaram por paralisação de 24 horas, no dia 29, quando está agendada reunião com a direção do banco. No interior do Estado, o panorama da greve é variado, afetando alguns bancos privados em determinados casos e públicos em outros. A categoria tem 27 mil trabalhadores no Estado e está representada em 38 sindicatos.

O diretor de organização da Federação dos Bancários do RS, Arnoni Hanke, disse que a categoria rejeitou, no dia 17, a proposta dos bancos e, desde então, as negociações não prosseguiram. A pauta nacional dos bancários prevê reajuste de 10%, correspondente ao período de setembro de 2008 a agosto de 2009, participação nos lucros, contratação de funcionários, fim das metas de venda de produtos e aumento do expediente aberto ao público, entre 9 e 17 horas. No ano passado, houve paralisação de aproximadamente cinco dias entre os funcionários de bancos privados e de 15 dias nos públicos.

Rio de Janeiro -- A greve dos bancários no Rio conta com a adesão de cerca de 40% dos trabalhadores da categoria, estimou o presidente do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro, Almir Aguiar. Segundo ele, em torno de 9,3 mil pessoas pararam suas atividades a partir de hoje, por tempo indeterminado.

O sindicalista lembra que a principal reivindicação da categoria é a de um aumento real de 10%. Outro pleito do sindicato é a manutenção da participação no lucro líquido dos bancos em 15%. "Até agora, não houve sinalização de nova negociação por parte dos banqueiros", afirmou Aguiar
Minas Gerais -- A adesão dos bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB) de Minas Gerais à greve nacional da categoria, deflagrada nesta quinta-feira, 24, chega a 90%, afirmou o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Belo Horizonte e Região, Clotário Cardoso. Ele informou que as agências de alguns bancos privados chegaram a fechar, mas estão sendo reabertas. A adesão ao movimento nacional foi decidida em assembleia realizada ontem. Pela manhã, de acordo com Cardoso, os sindicalistas concentraram-se na porta da CEF, no centro da capital mineira, e decidiram pela continuidade da paralisação.
Entre as reivindicações dos bancários está o reajuste salarial real de 10%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu correção de 4,5% nos salários em proposta apresentada no dia 17. O presidente do sindicato disse que está prevista uma assembleia nesta sexta-feira, 25, ao meio-dia, para avaliar o primeiro dia de paralisação.

Paraná -- Em Curitiba e região metropolitana, onde cerca de mil bancários aprovaram em assembleia a adesão ao movimento de paralisação por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 24, 13 sedes administrativas de bancos estão fechadas. Trabalham nestes locais cerca de 8 mil dos 17 mil bancários dessas regiões. Entretanto, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, ainda não é possível avaliar o número de trabalhadores que estão em greve.

Na parte central da capital todas as agências bancárias estão fechadas, conforme uma primeira avaliação do sindicato. O autoatendimento nos caixas eletrônicos funciona normalmente, com exceção para depósitos.

São Paulo -- Cerca de 16.100 bancários aderiram à greve da categoria, segundo informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Balanço parcial da greve mostra que 264 locais de trabalho, como prédios administrativos e agências bancárias, paralisaram as atividades nesta manhã, em São Paulo, Osasco e região. (Leia mais no Estadão)


Brasil é o 12º em ranking de desempenho econômico, diz Fiesp

Estudo analisa 21 variáveis conjunturais e compara o desempenho de indicadores no 1o trimestre deste ano

A resistência da economia brasileira aos efeitos da crise financeira global foi uma das maiores em um ranking de 43 países organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo o estudo, o Brasil ficou em 12.º lugar, à frente de economias mais desenvolvidas, como Reino Unido, Estados Unidos, França e Alemanha, e também de países emergentes, como Chile, Argentina, México e Rússia.

O ranking analisou 21 variáveis conjunturais e comparou o desempenho de indicadores como nível de atividade e mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano, período de recessão, com os três primeiros meses de 2008. "O Brasil fez um bom trabalho", analisou o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos 43 países do ranking recuou em média 1,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, o índice aumentou 0,3% no Brasil. A parcela do crédito para o setor privado na composição do PIB diminuiu 4,6 ponto porcentuais na média dos 43 países. Já no Brasil ele aumentou 6,5 pontos porcentuais. O investimento estrangeiro direto em relação ao PIB caiu 2,5 pontos porcentuais na média dos países, mas no Brasil ele teve queda menor, de 0,2 ponto.

O desemprego aumentou 23,1% na média dos países, mas cresceu bem menos no Brasil (1,7%). A carga tributária em relação ao PIB diminuiu 1,2 ponto porcentual na média dos países e caiu ainda mais no Brasil (2,9 pontos). A dívida pública, em relação ao PIB, aumentou 3,5 ponto porcentuais na média dos países, mas apenas 0,3 ponto no caso brasileiro.

De zero a cem, o Brasil recebeu nota 48 e foi enquadrado no grupo dos países de resistência de média a alta. O ranking foi liderado pela China, que apresentou a mais alta resistência e nota 100. A Rússia foi a última do ranking dos 43 países e teve nota 0. Segundo Roriz, os principais destaques positivos no Brasil para o combate à crise foram a redução do compulsório e da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 8,75% ao ano.

Além disso, ele ressaltou que o Brasil acertou ao reduzir a carga tributária para o consumo, em especial materiais de construção, eletrodomésticos e automóveis, ao dar início a projetos de infraestrutura nas áreas de energia, habitação e transporte e ao ampliar os recursos e linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), associados à redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 6% ao ano.

Por outro lado, Roriz afirmou que o Brasil poderia ter conseguido uma posição melhor no ranking caso o desempenho de alguns indicadores não tivesse sido tão ruim. No caso do spread, por exemplo, enquanto na média dos 43 países os spreads bancários aumentaram 0,3 ponto porcentual, no Brasil eles cresceram 3,9 pontos. Resultado superado apenas pelo da Argentina, onde os spreads subiram 5,6 pontos porcentuais.

A participação da poupança doméstica no PIB recuou em média 2,9 ponto porcentuais nos 43 países, mas caiu 5 pontos no Brasil. Os investimentos, medidos pela participação na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no PIB, diminuíram 0,7 ponto porcentual na média dos países, mas tiveram queda de 1,8 ponto no Brasil. "É um resultado muito ruim", avaliou Roriz. "O consumo garante os empregos de hoje e os investimentos, empregos de amanhã. Nesse sentido, estamos muito mal", completou. (Estado)


Audiência entre Correios e servidores termina sem acordo

TST julgará ação que vai verificar se há abuso na paralisação dos trabalhadores, que teve início há 8 dias

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) divulgou nesta quinta-feira, 24, a informação de que terminou sem acordo a audiência de conciliação entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e os servidores da estatal que estão em greve desde quarta-feira da semana passada.

Com isso, a ação apresentada pelos Correios pedindo que a greve seja declarada abusiva pelo tribunal será levada a julgamento. O relator do processo é o ministro Marco Eurico Vital Amaro.

Segundo nota do TST, caberá ao relator marcar a data do julgamento. O tribunal informa que a proposta apresentada pela ECT foi a de um reajuste salarial de 4,5% mais pagamento adicional de R$ 100,00 sobre o salário-base para todos os funcionários a partir de 1º de agosto de 2009.

Inicialmente, a proposta da empresa era de um reajuste de 9% válido por dois anos. O pagamento do adicional de R$ 100,00 seria feito a partir de 1º de janeiro de 2010. (Leia mais no Estadão)


Indústrias voltam a contratar em agosto

Número de vagas no setor, o mais afetado pela turbulência, cresceu 3,9%; contratações evitam alta da taxa de desemprego. Foram criadas 135 mil vagas em agosto, segundo o IBGE; emprego industrial foi puxado por São Paulo, que contratou 106 mil pessoas.
Setor mais afetado pela crise, a indústria voltou finalmente a contratar e liderou a geração de postos de trabalho nas principais metrópoles do país em agosto, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O bom desempenho da ocupação no ramo industrial também impediu o aumento da taxa de desemprego no -o indicador ficou praticamente estável em 8,1%.
Pela primeira vez desde o agravamento da crise, o emprego na indústria reagiu com força e cresceu 3,9% de julho para agosto nas seis principais regiões metropolitanas do país. Foi o melhor desempenho desde abril de 2004 e supera a expansão média da ocupação de julho para agosto -0,5%.
Em números absolutos, foram criadas 135 mil vagas. O emprego na indústria foi puxado por São Paulo, metrópole brasileira mais industrializada. Na região, o setor fabril contratou 106 mil pessoas em agosto -alta de 5,8%, recorde de toda a série da pesquisa, iniciada em 2002. Ou seja, oito em cada dez novos empregos na indústria foram gerados
em São Paulo.
Por trás da recuperação do emprego na indústria está a retomada da produção, já sinalizada pelas pesquisas de indústria e pelos dados do PIB.
Tal movimento se sustenta no aumento do consumo -impulsionado pelo avanço da renda, que cresceu 0,9% de julho para agosto e 3,8% no acumulado de 2009. Tem ainda origem na volta do crédito, antes combalido pela crise.
"Não há dúvida de que o nível de atividade da indústria voltou a crescer, o que repercute no emprego. O impacto da crise setorialmente foi muito importante na indústria, que fechou muitos postos de trabalho de novembro de 2008 a março deste ano. No segundo trimestre, andou de lado. E agora é que se vê um crescimento mais forte", diz Fábio Romão, economista da LCA.
Segundo Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o setor sentiu, primeiro, uma melhora das vendas com a queima de estoques, o que impulsionou a produção. Agora, o crescimento do emprego confirma a trajetória de recuperação do setor -que, segundo ele, só será mais intensa e rápida se o mercado externo voltar a crescer e demandar mais produtos brasileiros.
Apesar da reação recente, a indústria ainda emprega menos do que antes da crise. O contingente de trabalhadores do setor caiu, em média, 2,5% de janeiro a agosto deste ano ante o mesmo período de 2008, segundo o IBGE.
Ainda assim, o desempenho positivo de agosto, concentrado em São Paulo, é "significativo" e tem potencial para se espalhar para as demais regiões. (Leia mais na Folha)


Concorrência elevará crédito bancário em 2010

A retomada econômica e o acirramento da concorrência entre bancos deverão fazer com que o crédito cresça de forma considerável em 2010, quando deverá representar 50% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), revela reportagem publicada na edição desta sexta-feira do Globo. Especialistas acreditam que, ao contrário do que ocorreu em 2009, todos os grandes bancos do país vão tentar ganhar espaço no mercado, que se ampliará, sobretudo, com novos empréstimos a clientes que já possuem serviços financeiros.

O primeiro semestre de 2009 foi marcado por uma grande diferença na concessão do crédito. Os bancos públicos puxaram a alta dos empréstimos -- Banco do Brasil ampliou sua carteira em 32,8%, e Caixa Econômica Federal, em 56,1%. Já os grandes bancos privados ampliaram o crédito em patamares na casa dos 15%. Mas, para 2010, a expectativa é que todos expandam suas carteiras, com crescimento do setor em 20%. As instituições querem ampliar empréstimos a clientes que já têm acesso aos recursos.

O professor Alberto Borges Matias, da USP de Ribeirão Preto, especializado no mercado financeiro, acredita que o momento será de ampliar as carteiras dos clientes já existentes. Ele afirmou que esse movimento já ocorre, intensificado pela aversão ao risco trazida com a crise mundial. E as modalidades que mais podem crescer serão o financiamento habitacional e o cartão de crédito. (Leia mais em O Globo)