sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

É o momento de transferir para os empregos e salários os ganhos na economia

Desemprego tem a menor taxa para janeiro

Todas as previsões de um bom 2010 se confirmam desde o início do ano e são confirmados por um janeiro com o menor índice de desemprego desde 2002. É um fato que nos estimula, enquanto central de trabalhadores, a nos mobilizarmos, mais ainda, para transferir para os salários os aspectos positivos dos indicadores econômicos. Um exemplo do nosso setor, foi a conquista do Siemaco de São Paulo que negociou um reajuste de 10% diante de uma inflação menor do que 5% ao ano, o que mostra que é possível avançar e melhorar as negociações, pois o Brasil vive um momento único na sua história e precisa distribuir renda através dos salários e do emprego. E ampliar e consolidar as políticas públicas a favor do futuro com investimentos urgentes, este ano ainda, em Educação e na infra-estrutura.

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Índice de 7,2% registrado pelo IBGE no mês passado é o menor para esse período do ano na série histórica iniciada em 2002. Apesar de o período ser caracterizado pela dispensa dos temporários de Natal, índice ficou abaixo dos 8,2% de janeiro de 2009.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 7,2% em janeiro, o menor patamar já registrado nesse mês desde o início da série histórica do IBGE, em 2002.
O aumento de 0,4 ponto percentual em relação aos 6,8% verificados em dezembro também é o menor já visto em uma passagem de ano -o período é caracterizado pela demissão de parte dos temporários contratados para o Natal.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a dispensa desses trabalhadores foi menor neste ano devido à retomada da economia. A indústria e o comércio foram os que mais demitiram.
Responsável pela pesquisa, Cimar Azeredo, do IBGE, diz que o resultado indica que o mercado de trabalho "deslanchou". Em 2009, por causa da crise que afetou principalmente a indústria, a taxa de desemprego fechou o ano em 8,1%, acima dos 7,9% de 2008.
Em janeiro deste ano, o desemprego já foi um ponto percentual menor do que o de janeiro do ano passado, quando bateu 8,2%. O aumento no número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 3,5% sobre janeiro de 2009 e a 0,7% sobre dezembro.
O comportamento histórico do índice, porém, aponta para o crescimento do desemprego nos próximos meses -nas cidades turísticas, os temporários só costumam ser dispensados após a temporada de férias, o que é um dos fatores de pressão sobre a taxa.
Desta vez, outro componente deverá contribuir para isso: o fim do desalento provocado pela crise, que fez com que muitos desistissem de procurar emprego nos últimos meses.
Na sua pesquisa, o IBGE registra como desempregada apenas a pessoa que procura trabalho ativamente.
"Com perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho, as pessoas voltam a buscar uma atividade e a população economicamente ativa cresce. A gente esperava já ver isso em janeiro, mas ainda não aconteceu. A expectativa é que apareça nos próximos meses", diz o economista Rafael Baccioti, da consultoria Tendências.
Em janeiro, a população economicamente ativa (soma dos ocupados e desocupados) manteve-se praticamente estável (-0,5%) em relação a dezembro, totalizando 23,3 milhões de pessoas.
O número de desocupados (1,7 milhão), mesmo com aumento de 6% sobre dezembro, foi o menor já registrado em um mês de janeiro em toda a série. Já o de ocupados (21,6 milhões, queda de -1,0% em relação a dezembro) foi o maior para o período. O nível de ocupação chegou a 52,4% da população em idade ativa, outro recorde para janeiro. (Folha)

Com forte alta do crédito, BB amplia liderança e tem lucro recorde no País

Banco do Brasil lucra R$ 10,1 bilhões em 2009 e se distancia no topo do ranking, com R$ 709,5 bilhões em ativos

O crescimento de 33,8% da carteira de crédito turbinou os resultados do Banco do Brasil (BB) em 2009. Além de obter o maior lucro da história do setor bancário ? R$ 10,1 bilhões ?, o BB encerrou o ano com folga na liderança do ranking das maiores instituições financeiras do País. Em dezembro, possuía ativos totais de R$ 708,5 bilhões, ante R$ 608,3 bilhões do segundo colocado, o Itaú Unibanco ? ou seja, pouco mais de R$ 100 bilhões. No fim de 2008, a diferença era de R$ 111 bilhões a favor do banco privado.
Com o desempenho, o BB alcançou os dois principais objetivos traçados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o banco em 2009: recuperar o posto de número 1 e funcionar como amortecedor da crise global no Brasil, por meio do forte crescimento na concessão de empréstimos. Ontem, o ministro comemorou os números do BB (ver abaixo).
O ritmo de expansão dos empréstimos no banco foi bem superior ao das instituições privadas. No Itaú Unibanco, o crescimento da carteira de crédito no ano foi de 2%, no Bradesco, de 10%, e no Santander, de 2%. "Não havia motivo técnico que justificasse não ocuparmos o espaço que a concorrência estava abrindo", afirmou o vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro.
Segundo ele, os índices de inadimplência do banco, "inferiores aos do sistema", mostram que a estratégia foi acertada. O BB terminou 2009 com uma taxa de inadimplência de 3,3%. Segundo o Banco Central (BC), o índice médio do sistema era de 5,6% em dezembro.
"Estabelecemos como foco o crédito consignado e o financiamento de veículos", explicou Monteiro, referindo-se a dois segmentos nos quais a inadimplência é tradicionalmente mais baixa. "Compramos a Nossa Caixa em São Paulo para expandir o consignado e nos tornamos sócios do Votorantim para crescer na área de veículos."
O presidente do BB, Aldemir Bendine, afirmou que, em 2010, o ritmo deve desacelerar. A expectativa do banco é de uma alta entre 18% e 23%. Mesmo assim, o teto da estimativa é superior às projeções médias dos bancos privados para o ano, que estão na casa de 20%.
Segundo Monteiro, apesar da concorrência maior em 2010, o BB vai lutar para manter a participação de mercado no crédito alcançada em 2009. Ele disse que a fatia da instituição saiu de 13,8% para 20%.
No início da semana, o Banco Central indicou que as instituições públicas devem continuar puxando a alta do crédito em 2010. O discurso dos executivos do BB e a expectativa do BC contrariam a avaliação de analistas do setor, que esperam uma recuperação do espaço pelos bancos privados.
O comportamento dos bancos públicos preocupa um ex-dirigente do BC, que pede para não ser identificado. Sua análise está centrada no impacto que a manutenção do ritmo forte dos bancos públicos pode ter sobre o resto do setor.
"Mais do que a saúde do BB e da Caixa, que sempre terão o Tesouro para vir em socorro caso alguma coisa dê errada, me preocupa o comportamento que os outros bancos podem ter nesse cenário. Afinal, os privados não vão entregar o osso assim", disse. "Na ânsia de não perder mercado, podem ser agressivos e, com isso, colocar em risco os padrões de prudência do sistema. No auge da crise, o próprio governo celebrou a qualidade do setor no Brasil."
O presidente da Austin Rating (empresa especializada na avaliação de bancos), Erivelto Rodrigues, afirmou que, "por enquanto", o forte crescimento do crédito no BB não afetou negativamente os bancos. Ele ressaltou, porém, que só o tempo vai deixar claro se a expansão foi feita "com qualidade".
Monteiro rechaça a ideia de que o banco possa ter problemas em decorrência da alta dos empréstimos. "Alguns analistas diziam que a inadimplência ia aparecer três meses depois. Outros, seis meses depois. Agora, falam que o efeito só será sentido um ano depois", ironizou.
Em relatório, os analistas do Banco Fator consideraram o balanço positivo e disseram que os números ficaram dentro das expectativas. Destacaram, entre outros fatores, a "manutenção do ritmo de crescimento da carteira de crédito". No lado negativo, citaram o fraco desempenho das receitas de prestação de serviço e o forte aumento das despesas administrativas.
As ações ordinárias (ON) do BB perderam 1,48% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis preferenciais (PN) do Bradesco caíram 0,16% e os do Itaú Unibanco, 0,03%.
DIVIDENDOS E EMISSÃO — O estatuto do BB prevê a distribuição de 40% do lucro para os acionistas. Como o Tesouro Nacional detém 68% do capital da instituição, estima-se que receberá R$ 2,7 bilhões.
O BB lembrou que está terminando estudos para fazer um aumento de capital de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões. O objetivo é poder emprestar mais e se adequar às regras da BM&FBovespa no que diz respeito à quantidade de ações em circulação. Indagado pelo Estado, Monteiro não quis comentar o assunto. (Estadao)

Mantega pressiona bancos sobre juro

Elevação do compulsório para 15% não causará impacto nos bancos nem deve elevar taxas, diz ministro. "Não há razão para aumento de taxas de juros e de "spreads" no país, porque as condições são muito favoráveis", disse o ministro.

Depois que o Banco Central decidiu retirar de circulação da economia R$ 71 bilhões a partir do mês que vem, a equipe econômica tenta se eximir da culpa por uma alta de juros ao consumidor, empurrando a responsabilidade para os bancos.
Tanto no BC quanto no Ministério da Fazenda, o discurso é o de que a medida não causará impacto para as instituições financeiras e, portanto, não há motivo para uma elevação do custo dos empréstimos e dos financiamentos.
Os técnicos também evitam assumir que, ao enxugar uma parcela significativa de recursos da economia, o BC facilita seu próprio trabalho, já que numa economia com a liquidez mais equilibrada a alta de juros para conter pressões inflacionárias pode ser menor.
No final de 2008, no auge da crise financeira internacional, o BC liberou cerca de R$ 100 bilhões para os bancos manterem o volume de empréstimos, ajudando a retirar a economia de uma recessão.
Agora, a maior parte desse dinheiro será novamente recolhida pelo Banco Central, como depósito compulsório.
Apesar de os bancos perderem esses recursos, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou, na última quarta-feira, que o governo não está "criando nenhum custo adicional" para as instituições financeiras.
Ontem, foi a vez de o ministro Guido Mantega (Fazenda) defender que "não há razão para aumento de taxas de juros e de "spreads" no país, porque as condições são muito favoráveis. Não sei dizer, quem tem que responder são os bancos".
Para o ministro, "o que o BC fez foi retornar ao status pré-crise. A medida é adequada e terá um efeito positivo". Para Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban (entidade que representa os bancos), é inegável que a medida anunciada pelo BC "reduz a oferta de dinheiro e põe pressão sobre o custo".
Apesar de ser esperada por parte do mercado, a decisão, anunciada na noite da última quarta-feira, diminuirá a oferta de crédito e aumentará o preço.
O tamanho do impacto, avalia, vai ser determinado por vários fatores, entre eles a concorrência bancária.
"Uma coisa é o banco ter dinheiro disponível no caixa e decidir aplicar em títulos públicos no fim do dia. A outra é o recurso estar recolhido no BC como compulsório, o que não está disponível para o banco", argumenta Sardenberg, para rebater uma das justificativas apresentadas pelo BC em defesa das novas medidas.
Na avaliação da cúpula do BC, o governo está apenas recolhendo dinheiro que estava sobrando diariamente nos bancos e era usado para comprar títulos públicos no final do dia. Para a economista Zeina Latiff, do banco ING, a decisão do BC de retomar um patamar de depósito compulsório mais próximo do que o país tinha antes da crise financeira internacional de 2008 levou a instituição a "suspender estímulos monetários que não são mais necessários".
Com isso, tenta minimizar o risco de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) iniciar um processo de alta de juros que pode não ser suficiente para conter a alta do crédito. (Folha)

Consignado para aposentados dispara

Oferta de crédito com desconto em folha cresce 70% em janeiro ante dezembro; ritmo deve continuar forte no ano. Fim da restrição de bancos a empréstimos por causa da crise e mudança de regras para facilitar contratações estimularam crescimento.
As operações de empréstimo de crédito consignado para aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dispararam em janeiro. O número de contratos assinados com os bancos alcançou no mês passado a marca de 1,145 milhão, o que representa um aumento de 154% em relação a janeiro de 2009. Na comparação com dezembro, o crescimento foi de 70%.
A expansão do crédito consignado também afetou o volume de recursos emprestados. No primeiro mês do ano, os aposentados e pensionistas do INSS tomaram R$ 2,16 bilhões nas instituições financeiras. O valor é 119% superior ao registrado em janeiro de 2009. Se for considerado o mês de dezembro, o crescimento foi de 17%. E a expectativa é que as contratações continuem em ritmo acelerado nos próximos meses.
Na avaliação do Ministério da Previdência, o comportamento de alta do crédito consignado em janeiro se deve a dois fatores. O primeiro motivo apontado pelo governo é a crise que dominava o cenário econômico mundial em janeiro de 2009.
As turbulências provocaram na época uma redução da oferta de crédito por parte dos bancos, que tinham dificuldades de captar recursos para emprestar. Isso fez com que o volume de operações de crédito consignado registrado em janeiro do ano passado encolhesse.
"A crise afetou principalmente os bancos pequenos e médios, que eram as instituições mais agressivas nessa modalidade de crédito. Muitos bancos venderam suas carteiras por conta da falta de liquidez", acrescenta o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira.
Mudança de regras — E foi justamente por conta da crise que, em abril do ano passado, o governo mudou as regras do crédito consignado dos aposentados. A intenção era flexibilizar as regras dessa modalidade de empréstimo para estimular o consumo e reativar a economia.
Com as alterações, os aposentados foram autorizados a comprometer até 30% de sua renda com o crédito consignado na modalidade empréstimo pessoal -que é a mais utilizada.
O limite anterior era 20%, mas os segurados podiam usar mais 10% no cartão de crédito.
A medida adotada pelo governo surtiu efeito, elevando o volume de operações do crédito consignado desde então. Em um primeiro momento, houve um pico de contratações, mas os números depois caíram, atingindo estabilidade. Para o Ministério da Previdência, esse foi o segundo motivo para o aumento das operações no mês.
O crescimento na comparação com dezembro, afirmam técnicos da Previdência, deve-se ao fato de janeiro ser um mês típico de refinanciamento de dívidas, com a oferta de várias vantagens aos aposentados por parte dos bancos.
"É um mês em que há maior demanda por crédito porque as pessoas trazem dívidas das férias e há o pagamento de escola, de IPTU", afirmou Oliveira.
O estoque do crédito consignado chegou a R$ 109,897 bilhões em janeiro de 2010, segundo o Banco Central -aumento de 37,9% em 12 meses.
No setor público (funcionários públicos ativos e inativos e INSS), alcançou R$ 94,851 bilhões -crescimento de 37,8%.
A participação do consignado no crédito pessoal chegou ao patamar recorde de 60,7% em dezembro, percentual que foi mantido em janeiro. Um ano antes, estava em 54,9%.
De janeiro de 2009 a janeiro de 2010, os contratos de consignado envolvendo apenas os aposentados do INSS alcançaram R$ 24,6 bilhões.
A quantidade acumulada de operações nesse período foi de 10,6 milhões. (Folha)

Nova descoberta da Petrobras reforça tese da existência de reserva semelhante à da Bacia de Campos no pré-sal do Rio

As duas novas descobertas de petróleo anunciadas nesta quinta-feira pela Petrobras, reforçam a possibilidade de existir um grande reservatório abaixo da camada de sal sob a Bacia de Campos, responsável por 80% da produção petrolífera nacional. A descoberta indica a existência de óleo tanto na camada de pré-sal como na de pós-sal, em um único poço no campo de Barracuda - localizado na Bacia de Campos, a cem quilômetros do litoral do Estado do Rio.

Se a tese se confirmar, é como se o Rio tivesse, em frente a seu litoral, duas bacias de Campos. Isso significaria mais petróleo e mais royalties para o estado. Em janeiro, a produção de petróleo no estado foi de 1,61 milhão de barris por dia, para uma produção nacional de 1,97 milhão de barris diários. Até agora, as descobertas feitas no pré-sal têm se concentrado na região da Bacia de Santos, que fica em frente a São Paulo.

" A Petrobras não precisará fazer nenhum grande esforço de investimentos em infraestrutura, com isso, a descoberta vai se transformar mais rapidamente em recursos financeiros "

O fenômeno ocorrido em Barracuda é semelhante ao que se verificou no campo de Jubarte, igualmente localizada na Bacia de Campos, porém em frente ao litoral do Espírito Santo. Lá também foi encontrado petróleo no pós-sal e no pré-sal na mesma área, embora por meio de perfuração de poços distintos.

Volume pouco significativo, porém mais viável

O óleo encontrado no pré-sal é leve (de maior valor comercial), e as reservas recuperáveis são de 40 milhões de barris, em reservatórios com boa produtividade, confirmada pelos testes da estatal. Já a estimativa de volume recuperável - 25 milhões e 40 milhões de barris de petróleo respectivamente - representa menos de 0,5% das reservas brasileiras, volume considerado pouco significativo.

Mesmo assim, pode ser mais vantajosa para a Petrobras do ponto de vista econômico. A boa infraestrutura de produção da Bacia de Campos - área localizada entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo - pode levar à produção mais rápida de petróleo do pré-sal do que na Bacia de Santos, onde atualmente se encontra o poço gigante de Tupi.

- A plataforma P43 é bem próxima ao poço descoberto. Fazer a ligação e passar a produzir os barris será mais ágil. A Petrobras não precisará fazer nenhum grande esforço de investimentos em infraestrutura, com isso, a descoberta vai se transformar mais rapidamente em recursos financeiros do que as perfurações na Bacia de Santos, que ainda precisa desenvolver a estrutura para extração do óleo - avaliou Luiz Otávio Broad, analista de Petróleo da Ágora Corretora.

Por enquanto, a Bacia de Santos dispõe apenas de uma plataforma, operando em fase piloto. Especialistas da área acreditam que será preciso construir pelo menos mais 10 plataformas, só para extrair o volume estimado, de mais de 1 bilhão de barris.

- Essa descoberta de um poço com capacidade de produção tanto no pós-sal quanto no pré-sal na Bacia de Campos pode até ser economicamente mais interessante para a empresa, mas tudo vai depender do tamanho da descoberta - comentou Edmar Almeida, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mercado aguarda capitalização da empresa — O professor da UFRJ e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, considera o volume das reservas até significativo e diz que a descoberta do pré-sal confirma as boas perspectivas para a Petrobras. Mas ele destaca que o mercado está mais atento agora ao desenrolar do projeto de capitalização da Petrobras e a sua capacidade de explorar as descobertas que estão sendo anunciadas.

- O volume é considerável e anúncio de descoberta é sempre uma boa notícia. Mas o mercado está cansado de tanto anúncio de descoberta. É preciso confirmar que vai haver capital para explorar isso - afirma Pires.

A Petrobras ainda não divulgou seu plano de investimentos para os próximos cinco anos por causa do atraso em seu projeto de capitalização. Nesta quinta-feira, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que aprovar a capitalização da Petrobras é prioridade do governo.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que a Petrobras fará este ano uma oferta pública de ações de US$ 50 bilhões. Ele classificou a oferta como a maior da história do capitalismo. O dinheiro será usado para equipar a empresa e dotá-la de infraestrutura. (O Globo)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sindiapi, da UGT, monitora, de perto, avanços a favor dos aposentados

Câmara aprova proposta que dá recursos do pré-sal a aposentados

Em derrota para o governo Lula, a Câmara dos Deputados aprovou ontem proposta que destina parte dos recursos da exploração do pré-sal para recompor as perdas das aposentadorias superiores a um salário mínimo.
O novo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), antes mesmo do final da votação, já anunciou que o Planalto não terá compromisso com a proposta pró-aposentados. A oposição acusou o governo de não cumprir promessas que fez aos aposentados.
Por 309 votos a 92, oposição e dissidentes da base aliada mantiveram emenda do deputado Márcio França (PSB-SP) ao projeto do Fundo Social que reserva 5% da verba do combate à pobreza para os aposentados.
A Câmara analisou 14 emendas ao texto base do projeto de lei, aprovado anteontem, que cria um fundo social com recursos da exploração do pré-sal para financiar programas contra a pobreza, de enfrentamento das mudanças climáticas e de desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia.
Apenas o destaque que beneficia os aposentados foi aprovado, depois de mais de seis horas. "Essa emenda inviabiliza o Fundo Social. Não pode ser aprovada", disse José Genoino (PT-SP).
Entre os destaques rejeitados estão a exigência de que os recursos do fundo constem do Orçamento da União, a proibição da aplicação da verba em infraestrutura e a inclusão de esporte e segurança como beneficiadas.
O projeto do Fundo Social segue agora para o Senado. Depois passará pelo crivo do presidente da República. (Folha)

Meirelles diz que mudança no compulsório vai enxugar R$ 70 bi do mercado

Medida visa reverter políticas anticrise, diz presidente do BC.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira, 24, que as medidas anunciadas há pouco retomando as alíquotas dos depósitos compulsórios das instituições financeiras são um "passo importante na reversão das medidas anticrise", adotadas no final de 2008. Segundo ele, há uma discussão no mundo, especialmente no G-20, sobre as estratégias de saída das medidas tomadas para enfrentar o impacto da crise na economia.

De acordo com Meirelles, as ações tomadas para resolver os problemas de liquidez no mercado de câmbio já foram revertidas e restavam as dos compulsórios. Segundo o presidente do BC, a decisão foi reverter todas as medidas de compulsórios adotadas na crise, com exceção das direcionadas para as instituições pequenas e médias, que continuarão valendo até 30 de junho. Dessa forma, cerca de R$ 70 bilhões voltarão a ser recolhidos pelas instituições de maior porte, enquanto em torno de R$ 30 bilhões continuarão no mercado com as instituições de pequeno e médio porte.

Segundo ele, as decisões do BC sobre compulsórios são tomadas considerando dois aspectos: a liquidez do sistema financeiro e também a das instituições financeiras especificamente. (Estadao)

Serra lança em SP banco de dados sobre salários no Brasil

Salariômetro reúne informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou nesta quarta-feira, 24, uma página na internet para os trabalhadores consultarem salários pagos em todo o País. O Salariômetro (http://www.salariometro.sp.gov.br/) reúne em um banco de dados informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho.

Serra classificou a ideia como um "ovo de Colombo" e lembrou que, mesmo os dados federais existindo desde 1965, ninguém tomou a iniciativa. "Não sei por que não fizeram antes. Nós fizemos", disse o secretário estadual do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. "O Caged é muito mais rico do que emprego e desemprego. Estamos garimpando essa riqueza. O dado só não vale nada."

Questionado sobre a razão de estender para todo o País uma ferramenta criada e custeada pelo governo de São Paulo, Serra justificou: "Porque tem os dados. Não custa nada." O desenvolvimento do site custou R$ 200 mil e levou três meses. Segundo Afif, o custo de manutenção da ferramenta está incluso em contrato com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para projetos da pasta.

Serra espera que as informações ajudem a melhorar as condições de trabalho. "Com isso, a gente desenvolve o mercado de trabalho em São Paulo e no Brasil", disse o governador. "É um ganho que se dá aos trabalhadores, aos sindicatos e aos empresários." Para Serra, os trabalhadores poderão reivindicar remunerações maiores ou mudarem de cidade em busca de rendimentos mais altos.

O Salariômetro permite a busca por ocupação, Estado, faixa etária, gênero, cor e escolaridade. No Estado de São Paulo, as informações são detalhadas por município. Em uma demonstração ao governador de como funciona a ferramenta, Afif comparou o salário médio de um mergulhador profissional no Estado do Rio de Janeiro e em Santos, litoral paulista. Enquanto o fluminense recebe R$ 1.579, o paulista ganha R$ 949. (Estadao)

Campanha da Previdência busca microempreendedores

O Ministério da Previdência Social começa no próximo domingo a veicular uma campanha publicitária para estimular a formalização de microeempreendedores. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) fará o mesmo, mas apenas no próximo mês. Segundo o ministro da Previdência Social, José Pimentel, o objetivo é estimular o micro e o pequeno empresário a se formalizar por meio do Programa Empreendedor Individual, o que contribuiria para a redução gradual do déficit previdenciário.
Durante a primeira reunião do ano do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o ministro fez um balanço do Empreendedor Individual. Desde que começou a funcionar, em 1º de julho do ano passado, até o dia 23 de fevereiro, mais de 94 mil micro e pequenas empresas se formalizaram.
Na primeira reunião do ano, Pimentel fez um balanço das ações do governo para comemorar os 87 anos da Previdência Social. Ele ressaltou que o governo pretende inaugurar 321 agências da Previdência Social até junho. A meta para o ano é de 720 novas agências.
Pimentel contou ainda que, no dia 30 de março, será entregue o novo edifício-sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em dezembro de 2005, o prédio foi totalmente destruído por conta de um incêndio e somente agora ficou pronto. (Estadao)

ENERGIA: CONSUMO ATINGE PATAMAR RECORDE
As altas temperaturas e a retomada da indústria foram decisivas para elevar o consumo nacional de energia em janeiro, que registrou alta de 9,1% ante o mesmo período de 2009. O forte calor fez com que o consumo de energia elétrica atingisse o maior patamar já registrado em um mês de janeiro. (Folha)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

o Pré-Sal é nosso e os resultados também, com investimentos garantidos em lei nas políticas públicas sociais

Câmara aprova projeto que cria fundo social do pré-sal
A oposição tentou, mas não evitou a aprovação ontem na Câmara, por 330 a 1, do projeto de lei que cria um fundo social com recursos da exploração de petróleo da camada do pré-sal para financiar programas de combate à pobreza, de enfrentamento das mudanças climáticas e de desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia.
O único que votou contra foi o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). Os 14 destaques apresentados à proposta, que podem alterar o texto aprovado ontem, serão analisados hoje em duas sessões extraordinárias.
O DEM ficou em obstrução durante toda a sessão de ontem por causa da falta de resposta do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), a um recurso que questiona a validade da votação de vetos do Executivo ao Orçamento de 2010.
A proposta aprovada ontem pelos deputados direciona para um fundo os recursos da União vindos de royalties e de participação especial relativos aos blocos do pré-sal licitados até 31 de dezembro de 2009 -cerca de 28% da área total.
Relator do projeto, o deputado Antonio Palocci Filho (PT-SP) rebateu crítica da oposição ao fato de os recursos terem de ser depositados no exterior. Segundo ele, a intenção é evitar o impacto no câmbio da entrada de grande volume de dinheiro durante períodos de intensa exploração de petróleo.
Palocci rejeitou quase todas as emendas ao projeto, acatando parcialmente apenas uma, do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). A alteração deixa explícita a regra que permite ao Executivo usar, na etapa inicial de formação do fundo, os recursos do montante principal, e não só os rendimentos das aplicações. O governo poderá propor o uso de parcela do principal somente via projeto lei aprovado pelo Congresso, e não por decreto.
O fundo social é o menos polêmico dos projetos com regras para a exploração do pré-sal e é o segundo aprovado na Câmara. O primeiro, que ainda vai ao Senado, foi o que cria a estatal que gerenciará os contratos de exploração e distribuição de petróleo e gás do pré-sal.
Na semana que vem, está prevista a votação da proposta de capitalização da Petrobras. O mais polêmico dos projetos, o que institui o regime de partilha e distribuição dos royalties, deve ir a plenário em 10 de março. (Folha)
Arrecadação da Receita é a maior da história para meses de janeiro

Resultado acumulado em 12 meses deve voltar a ser positivo até o final do primeiro trimestre, espera o coordenador de estudos da Receita.
O coordenador geral de estudos, previsão e análise da Receita Federal, Raimundo Eloi de Carvalho, informou que a arrecadação de janeiro (R$ 73,027 bilhões) é recorde para meses de janeiro. Ele afirmou que a Receita espera que o resultado positivo do mês passado seja uma tendência para todos os meses do ano. "Para a arrecadação, estamos fora da crise", disse durante entrevista coletiva.
Ele lembrou que desde outubro de 2009 há crescimentos "positivos e significativos" no recolhimento de tributos em relação ao mesmo período do ano anterior. "É correto afirmar que em 2010 em relação a 2009 a arrecadação terá um crescimento positivo", disse o coordenador sem fazer projeções.
Ele disse que a reversão dos indicadores econômicos influencia o resultado na arrecadação. Ele destacou que, no ano passado, a queda nas receitas ocorreu principalmente por causa da retração na produção industrial e em função das desonerações realizadas para enfrentar a crise financeira internacional. Carvalho acredita que esses dois fatores não ocorrerão este ano.
Segundo os dados apresentados por Carvalho, a queda nas receitas administradas pela Receita nos últimos 12 meses (fevereiro de 2009 a janeiro de 2010) é de 1,39% ante igual período anterior. Até dezembro de 2009, o acumulado em 12 meses registrava uma queda de 3,05%. Carvalho espera que, com a melhora na arrecadação, o resultado acumulado em 12 meses volte a ser positivo até o final do primeiro trimestre deste ano. "No resultado do primeiro trimestre, vamos ter essa reversão. Talvez ela já ocorra em fevereiro", afirmou. (Estadao)
Brasil ainda tem um dos celulares mais caros do mundo
Brasileiros pagam mais pelos serviços do que a maioria dos sul-americanos; Macau, Hong Kong, Dinamarca e Cingapura têm os preços mais acessíveis.
O preço pago por um brasileiro por um telefone fixo caiu 63% e o do celular 25% em um ano. Mas, ainda assim, o País tem um dos custos mais altos do mundo em telecomunicações. O alerta faz parte do estudo anual produzido pela União Internacional de Telecomunicações sobre tecnologias da informação e que mostra que o País pena para ganhar espaço em termos de capacidade de telecomunicações.
O Brasil subiu de forma marginal no ranking que mede a preparação de cada país em termos de tecnologia de comunicação, passando do 61º lugar para o 60º entre 2008 e 2009. Mas o País ainda não voltou à posição que detinha em 2002, quando estava entre as 50 economias mais competitivas nesse setor. O motivo da queda seria a relativa baixa educação da população, inclusive para usar as novas tecnologias.
Outro fator é o custo ainda cobrado por operadoras que prestam serviços de comunicações. Segundo a UIT, o preço médio do celular no Brasil caiu em 25% em comparação à renda da população. A taxa de queda foi exatamente a que se verificou na média mundial. Hoje, um brasileiro gasta em média 5,66% para usar o serviço, contra 7,5% em 2008. A taxa é mais de cinco vezes a que operadoras cobram na Europa e apenas 40 países de um total de 161 economias analisadas tem celulares mais caros que o Brasil, quase todos as economias mais pobres do mundo. Em Mianmar, por exemplo, o custo do celular chega a 70% da renda média de um cidadão.
Entre 2008 e 2009, o Brasil foi um dos 20 países que mais cortou custos com celulares. Mas, ainda assim, todos os países dos Brics e todos os sul-americanos pagam menos pelo celular que os brasileiros. A Bolívia é a única na região que tem um celular mais caro. Macau, Hong Kong, Dinamarca e Cingapura são os locais mais baratos para o celular, onde o serviço é responsável por meros 0,1% da renda média.
Apesar disso, o Brasil viu uma explosão no número de assinantes de celulares. Hoje, 78% dos brasileiros tem um celular, conta 63% em 2008. Em 2002, essa taxa era de 19,5%. O Brasil acompanhou a tendência mundial. No final de 2009, 4,6 bilhões de celulares estavam em funcionamento no planeta, contra 1,3 bilhão de telefones fixos.
No Brasil, o preço do telefone fixo ainda sofreu a segunda maior queda no mundo entre 2008 e 2009. A redução foi de 63%, superado apenas pela Rússia. O custo médio passou de 5% da renda de uma família para 2,1% em 2009. Diante da queda, o número de telefones aumentou. Em 2007, eram 20% da população com telefone fixo. Em 2008, chegou a 21,7%. Mas 85 países ainda praticam tarifas mais baratas que a do Brasil. (Estadao)

Empresários pedem que redução da jornada só seja votada em 2011
Empresários da indústria e do comércio peregrinaram pela Câmara, nesta terça-feira, pedindo o adiamento para 2011 da discussão e votação da Proposta de Emenda à Constituição 231/95, que reduz a carga de trabalho de 44 para 40 horas semanais. A PEC está pronta para o Plenário e tem o apoio dos sindicalistas — que, nas últimas semanas, vêm pressionando os deputados a votá-la o mais rapidamente possível. Já os empresários dizem temer que as eleições de 2010 contaminem a negociação entre patrões e empregados.
À frente de um grupo de dezenas de empresários, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE), se reuniu com líderes partidários e com o presidente da Câmara, Michel Temer. De acordo com Monteiro, o setor mal se recuperou da crise financeira mundial e não tem condições de arcar com os custos da redução da jornada de trabalho.
"A posição da CNI é contrária a qualquer negociação dessa questão neste momento. O Brasil está saindo de uma crise e ainda há muitas incertezas no ambiente externo. Nós perdemos empregos na indústria fortemente no último ano e, antes de nos recuperarmos, não pode ser imposto um aumento nos custos de produção. Isso, ao final, vai ser cobrado do próprio trabalhador, por meio do aumento de custo dos produtos", afirmou o deputado.
Efeitos
A Confederação Nacional das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) também marcou presença contra a PEC. O novo presidente da entidade, José Paulo Cairoli, afirmou que, ao contrário do que dizem os sindicalistas, a redução da jornada vai aumentar o desemprego e a informalidade no mercado de trabalho.
Por enquanto, Cairoli também é contra a proposta intermediária, apresentada por Michel Temer, de adoção de 42 horas semanais. "Nós temos de viabilizar uma fórmula melhor para que se consiga competir no mercado internacional”, ressaltou. Segundo ele, a discussão sobre o assunto pode ocorrer a partir de 2011, mas não agora.
A confederação reúne 4 mil associações comerciais que representam 2 milhões de empresas. A exemplo do que fez a CNI, Cairoli pretende organizar uma agenda de mobilização para convencer os parlamentares a adiar o debate para o próximo ano.
Sindicatos querem aprovação -- A Força Sindical fez manifestações nos corredores da Câmara para pressionar os parlamentares a aprovar a jornada de trabalho de 40 horas semanais. No início deste mês, líderes de sindicatos trabalhistas, como os presidentes da CUT, Artur Henrique; e da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), pediram a votação da proposta ao presidente Michel Temer. Na ocasião, Temer propôs aos sindicatos a redução de 44 para 42 horas. (Agência Câmara)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Indicadores econômicos apontam para economia brasileira em expansão. É hora de ampliar, também, a massa salarial

Crédito imobiliário bate recordes e bancos preveem mais expansão

Esgotamento da poupança, que financiou R$ 34 bi em 2009, leva instituições a analisar alternativas de recursos.

O brasileiro nunca financiou tanto imóvel como em 2009, e a tendência é de que novos recordes sejam batidos neste ano. Para alguns, o País está em pleno boom imobiliário. Para outros, é só o início desse processo, uma vez que o déficit habitacional, entre 6 milhões e 8 milhões de unidades, conforme o cálculo, ainda é elevado.
Avaliações distintas à parte, o fato é que o setor vive seu melhor momento na história recente, que já leva os bancos a discutir alternativas de recursos para bancar a expansão. Hoje, a maior parte do dinheiro (cerca de 70%) vem da caderneta de poupança, mas, segundo especialistas, essa fonte deve se esgotar, dependendo da instituição financeira, já em 2011.
No ano passado, 302,7 mil unidades foram financiadas com os depósitos da caderneta, em um total de R$ 34 bilhões. Nem na época do finado Banco Nacional da Habitação (BNH), no início dos anos 80, tantos imóveis foram vendidos por meio de empréstimos no País.
"O Brasil é a bola da vez como mercado relevante para experimentar uma forte expansão do crédito imobiliário", define o diretor-geral da Montreal Informática, Luís Antônio Santos. A empresa vende soluções tecnológicas para diversos setores da economia, entre eles o imobiliário. Os principais bancos que atuam no País fazem parte de sua clientela.
O diretor de Crédito Imobiliário do Itaú Unibanco, Luiz França, que também preside a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), lista os fatores que explicam o desempenho recente e as boas perspectivas. Em primeiro lugar, a segurança jurídica, obtida com a mudança da legislação promovida em 2004. Foi ali que se instituiu o mecanismo de alienação fiduciária, que facilita a retomada do imóvel em caso de inadimplência. Em segundo lugar, França cita o alongamento dos prazos de financiamento para até 30 anos, que permitiu a redução das prestações mensais.
Em terceiro lugar, o executivo destaca a estabilidade da economia. De um lado, essas condições mais estáveis abriram caminho para a queda dos juros. De outro, elevaram o poder aquisitivo da população (como mostra a ascensão de milhões de brasileiros à classe C), o que reduz o calote. Um fator mais recente é o programa do governo Minha Casa, Minha Vida.
Nesse ambiente, os bancos privados, que sempre foram reticentes em investir no mercado imobiliário, mostram grande apetite. Na média, preveem alta de 30% a 40% nos empréstimos este ano. Em 2009, segundo o Banco Central, o crédito para a habitação avançou 41,5%, ante 14,9% do crédito total.
"Vemos o crédito imobiliário como motor da expansão do crédito geral (no País)", diz o diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander Brasil, José Roberto Machado. Segundo ele, no mundo, o financiamento imobiliário responde, em média, por 65% da carteira de crédito do banco. No Brasil, são 5%.
O diretor de Crédito Imobiliário do HSBC, Antonio Barbosa, afirma que a meta da instituição é aumentar a participação no segmento nos próximos anos. "Queremos crescer acima da média do mercado", explica. A aposta do banco é no que Barbosa classifica de "serviço diferenciado".
No Bradesco, o discurso é parecido. "Queremos mais mercado", diz o diretor do Departamento de Empréstimos e Financiamentos, Nilton Pellegrino. O objetivo é aproveitar que "não há cidadão no Brasil que não queira ter imóvel próprio". (Estadao)

Estudo do BNDES mostra alta de 37% nos investimentos em infraestrutura entre 2010 e 2013

Os projetos de infraestrutura no Brasil devem receber R$ 274 bilhões em investimentos entre 2010 e 2013. É o que indica um estudo do BNDES, que leva em conta o total de aportes públicos e privados em andamento, planejados e com fortes chances de se concretizar, incluindo os que não terão financiamento do banco. Em comparação ao realizado entre 2005 e 2008 (R$ 199 bilhões em valores atualizados), o incremento será de 37,3% se tudo o que está planejado sair do papel, o que representa uma alta de 6,5% ao ano.

- Se essa expansão do investimento se concretizar, estaremos voltando ao patamar de elevação de antes da crise - afirmou Fernando Puga, chefe do Departamento de Acompanhamento Econômico e Operações do BNDES.

Mas o estudo apresenta menos investimentos previstos do que o último levantamento feito pelo BNDES, para o período 2009-2012, que apontava desembolsos de R$ 338,5 bilhões em infraestrutura. Puga explica que há diferenças metodológicas entre os dois levantamentos - no anterior, os técnicos eram menos criteriosos e incluíram projetos ainda muito embrionários - e que havia uma expectativa muito alta para os investimentos em 2009, principalmente na área de energia, com projeção de R$ 38 bilhões, por causa das usinas do rio Madeira.

" Os investimentos em infraestrutura, até pelo caráter de longo prazo, se mantiveram, ao contrário do que vimos em outros setores, como as indústrias "

- Ainda não temos fechados os dados de 2009, mas é bem provável que parte dos investimentos tenham ficado para 2010 - disse Puga, acrescentando que a expectativa de investimentos para 2013 pode estar subestimada, pois deverá ser acrescida de obras para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.

- Os investimentos em infraestrutura, até pelo caráter de longo prazo, se mantiveram, ao contrário do que vimos em outros setores, como as indústrias, principalmente nas voltadas à exportação, que sofreram com a crise - acrescentou Gilberto Rodrigues Borça Júnior, gerente da área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do banco.

Os dois executivos acreditam que a área de energia deve viver um novo grande ciclo de investimentos, enquanto a de telecomunicações, apesar de grandes volumes de recursos, tende a crescer de forma moderada. Os setores lideram as previsões de investimentos, de R$ 92 bilhões e R$ 67 bilhões, respectivamente, entre 2010 e 2013. (O Globo)

Proposta sobre redução na jornada de trabalho volta a ser debatida em Brasília

A redução na jornada de trabalho de 44 horas semanais para 42 horas voltou a ser discutida nos bastidores em Brasília nesta semana. Segundo a jornalista Carolina Bahia, em uma reunião entre o presidente de Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), e lideranças sindicais, foi levantada uma contraproposta para a redução de 44 para 42 horas. 

A redução seria de uma hora em 2011 e uma hora em 2012. A análise do presidente da Câmara, de acordo com os representantes das centrais sindicais, é que assim a negociação poderia ser mais fácil com os empresários. 

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) já se manifestou contra a redução da jornada e argumenta que a decisão aumenta custos e obrigatoriamente não gera empregos. 



Custos 

Outro assunto debatido é que para compensar os custos na redução da jornada, seria incluído um incentivo fiscal às empresas na geração de emprego. Porém, as centrais sindicais não aceitam a proposta. Eles não querem na mesma votação a questão dos incentivos fiscais e da redução da carga horária de trabalho. 



Novas reuniões 

De acordo com Carolina Bahia, nesta semana devem ocorrer novas reuniões com representantes do governo. Os líderes das centrais querem se reunir com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tentar negociar a votação da redução da jornada de trabalho em plenário daqui 15 dias. 

De qualquer maneira, a pressão das indústrias para que a redução não aconteça é grande, garante a jornalista. 

Ao encerrar seu comentário na rádio CBN/Diário, Carolina explica que, de fato, o que gera emprego é o crescimento econômico, e não outras medidas que se tornam paliativas. Economicamente não seria o momento para esta mudança na jornada de trabalho. Politicamente, sim. (CBN/DIÁRIO)

Cresce a ameaça de apagão na logística

A reação da economia brasileira começa a mostrar seu primeiro grande gargalo, com a iminência de um apagão logístico este ano. A estimativa é de executivos e empresários do setor de transporte rodoviário de cargas, preocupados com a forte demanda do segmento no País, aliada à falta de aportes em infraestrutura logística nos portos brasileiros. Segundo algumas empresas do setor, é possível dizer que o "apagão logístico" afetará o País este ano.

A empresa Braspress, que pretende crescer 20% em 2010 e atingir o faturamento de R$ 550 milhões, é uma das que acreditam que este ano o apagão logístico será inevitável. O diretor comercial Giuseppe Lumare Jr. vê inclusive o reajuste do frete como extremamente necessário para capitalizar as empresas; entretanto, os gargalos do setor irão inflacionar a demanda. "Não pretendemos crescer mais do que isso por não ter como garantir a qualidade dos nossos serviços. Precisamos recuperar a rentabilidade perdida através dos descontos concedidos, e selecionar os clientes ao qual atenderemos", comentou o diretor.

Segundo Lumare, no começo do ano passado a empresa teve de se adaptar rapidamente para enfrentar a crise financeira global e tomou algumas medidas drásticas. "Ao deparar com a crise, modificamos nossos planos, dispensamos profissionais preparados, vendemos caminhões, e concedemos descontos", recordou ele. Entretanto, a retomada da economia nacional no ultimo trimestre, aliada ao reaquecimento acelerado do setor fizeram com que as transportadoras de cargas contratassem empregados sem treinamento, comprassem novos caminhões a altos preços e prestassem até serviços de baixa qualidade, afirmou o executivo. "Fechamos o ano com um aumento de17% no faturamento, porém tivemos grande redução em nossa rentabilidade", disse ele.

A previsão da transportadora para este ano consiste na reposição da rentabilidade e reestruturação para acompanhar o crescimento do mercado nos próximos anos de forma sustentável. "Pretendemos crescer no máximo 20% este ano. Para isso iremos reajustar o frete em aproximadamente 14%, além de analisar com cuidado os contratos pouco rentáveis". A empresa paulista pretende investir R$ 50 milhões este ano em expansão e inaugurar novo terminal em Guarulhos (SP). (DCI)

Goldman Sachs vê crescimento de 6,4% do Brasil em 2010

O Goldman Sachs elevou a projeção de crescimento do Brasil para 6,4% em 2010 ante previsão anterior de 5,8%, de acordo com o economista-chefe da instituição, Jim O'Neill.

-Na sexta-feira, recebi um texto do Paulo Leme (economista do Goldman para mercados emergentes) e ele disse que queria revisar a nossa previsão para 6,4%. Essa é a segunda mudança de projeção. Ele já me deve três jantares. No último outono, eu já falava em 7% - afirmou O'Neill, no seminário "Uma agenda para os Brics".

O economista foi quem cunhou a sigla Bric, formada por Brasil, Rússia, Índia e China. Na visão de O'Neill, o mundo hoje tem dois pilares: os Estados Unidos e os países do Bric. E, para, ele, o bloco, principalmente a China, tem um papel importante de compensar a perda de capacidade norte-americana de consumo e produção provocada pela crise. (Reuters)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UGT mobiliza trabalhadores e sociedade civil rumo à redução da jornada

UGT contesta dados da Fecomércio-RJ sobre movimento nos feriados

O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, contestou os dados fornecidos nesta sexta-feira pela Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) sobre perdas sofridas pelo comércio de bens, serviço e turismo em razão dos 12 feriados em dias úteis ocorridos em 2009.
De acordo com ele, informação da Fecomércio-RJ, cuja estimativa é de que o setor deixou de ganhar R$ 55 bilhões no ano passado por causa dos feriados, “não reflete a realidade percebida por nós, trabalhadores, porque o comércio no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro e São Paulo, abre em todos os feriados”.
Patah disse que graças aos feriados “o comércio ganhou muito e vendeu muito mais”. Os dados divulgados pela Fecomércio-RJ “estão errados”, garantiu.
O presidente da UGT disse que se o comércio vendeu menos não foi por causa dos feriados. Ele reiterou que, além de abrir as portas, o comércio costuma faturar mais nesses dias, “porque os trabalhadores, como metalúrgicos e bancários, que não trabalham nos feriados, vão fazer mais compras”.
Ele admitiu que o setor pode ter vendas menores este ano, mas assinalou que isso não será resultado dos feriados. Embora o trabalho em feriados e nos domingos represente um custo adicional para os empresários, Patah observou que não há prejuízo para o comércio.
“Se esse custo fosse tão alto, não haveria tanta briga, até na Câmara Federal, para manter a legislação permitindo abrir aos feriados. Se a área do comércio não pudesse abrir nos feriados seria até melhor para nós, trabalhadores, porque muitos não querem trabalhar nos feriados. Mas, por conta da flexibilização da jornada de trabalho dos comerciários do Brasil inteiro, isso na realidade trouxe uma potencialização enorme para o comércio nas vendas”.
O resultado, segundo Patah, supera em muito os custos trabalhistas, como pagar o dia em dobro, “que é o único custo que tem”, afirmou. (Band)

Maiores bancos privados fecharam 10 mil vagas em 2009

Os três maiores bancos privados do País - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander - fecharam 9.902 postos de trabalho no ano passado, segundo levantamento divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizado em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O levantamento aponta que o Itaú Unibanco, instituição que registrou lucro líquido de R$ 10 bilhões no ano passado e abriu 42 agências bancárias no País, fechou 7.176 vagas. Após a fusão dos dois bancos, anunciada no final de 2008, a nova empresa começou 2009 com 108.816 funcionários. Um ano depois, o quadro de pessoal foi reduzido para 101.640 bancários.
O Bradesco, que registrou um lucro líquido R$ 8 bilhões no ano passado - 5% superior ao observado em 2008 -, cortou 1.074 empregos em 2009. O Santander, por sua vez, elevou o lucro líquido em 40,7% (de R$ 3,9 bilhões em 2008 para R$ 5,5 bilhões) e fechou 1.652 vagas.
O estudo do Dieese mostra também que a rotatividade de mão de obra tem ajudado a reduzir a remuneração média dos bancários. Os desligados de janeiro a setembro de 2009, nos três bancos privados, recebiam remuneração média de R$ 3.494,25. Os contratados no mesmo período, por sua vez, tiveram remuneração média de R$ 2.051,80, o que representa uma diferença de 41,28%. (Estado)

Infraestrutura terá R$ 274 bi até 2013

Estudo do BNDES mostra que, desse total, quase 60% será investido em energia elétrica e telecomunicações.

Os grandes projetos nas áreas de energia elétrica e de telecomunicações continuarão a liderar a expansão da infraestrutura do País, que deve receber R$ 274 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos - a maioria dos recursos será aplicada durante a administração do próximo governo.
A projeção é de um novo estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê aumento de 37,3% nos investimentos do setor entre 2010 e 2013 comparado com os R$ 199 bilhões entre 2005 a 2008. O ano de 2009 ficou fora da comparação porque os dados não estão fechados.
Do total de investimentos para o atual quadriênio, 33,6% virá de projetos de geração, transmissão e distribuição de energia. Os R$ 92 bilhões previstos até 2013 com grandes obras, como as hidrelétricas na Região Norte e a terceira usina nuclear de Angra dos Reis, vão significar aumento de 35,7% no setor em relação ao período entre 2005 e 2008.
Para os técnicos do BNDES, o volume pode ser ainda maior, já que novos projetos poderão surgir nos próximos anos, consolidando a liderança da energia elétrica na expansão da infraestrutura. O lugar foi das telecomunicações entre 1997 e 2001 e vinha sendo dividido pelos dois setores.
O banco considerou que as duas usinas em construção no Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) devem receber R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos. A usina de Belo Monte, cujo leilão está previsto para abril, deve ter nesse período R$ 8 bilhões consumidos do seu orçamento. Eles também consideraram R$ 8 bilhões previstos em 70 projetos de energia eólica.
Embora a previsão de crescimento dos recursos para telecomunicações nos próximos quatro anos seja de quase estabilidade (0,8%), o setor manterá forte influência no conjunto de investimentos estruturantes. Entre 2010 e 2013, deve responder por R$ 67 bilhões, 24,5% do esperado para os seis setores mapeados pelo BNDES.
"Há planos importantes em telecomunicações, como as tecnologias de 3G e TV digital, mas são projetos menos intensivos em capital do que a estrutura que consolidou a telefonia fixa e implementou a móvel, entre 1997 e 2001", diz Fernando Puga, chefe do Departamento de Acompanhamento Econômico e Operações do BNDES. "Agora, os projetos passam mais por manutenção e atualização, numa lógica mais de responder à concorrência."
O gerente da área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, Gilberto Borça Jr., destaca que energia e telecomunicações continuarão a moldar a expansão da infraestrutura nos próximos anos, com quase 60% dos investimentos, mas destaca a perspectiva de um salto em áreas, como logística e saneamento, que viraram um entrave para o desenvolvimento do País. (Estado)

Arrecadação da Previdência em janeiro é recorde

O secretário de Política de Previdência Social, Helmut Schwarzer, informou hoje que a arrecadação corrente da Previdência Social em janeiro, que somou R$ 16,18 bilhões, foi recorde, excluindo-se os meses de dezembro, quando são feitos os recolhimentos relativos ao 13º salário. A arrecadação corrente inclui os valores que serão transferidos para o sistema ''S'' e também para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com o secretário, essa alta da arrecadação reflete a significativa melhora do mercado de trabalho. A combinação de melhora na arrecadação com redução no pagamento de sentenças judiciais levou a Previdência a ter déficit de R$ 3,708 bilhões no mês passado, um valor 43,94% menor que o de janeiro de 2009, em termos reais. O déficit de janeiro foi o menor para o mês desde 2007.
Déficit — O secretário disse ainda que a forte queda no déficit da Previdência em janeiro decorreu principalmente da redução dos pagamentos de decisões judiciais. Em janeiro, as despesas determinadas pela Justiça foram de R$ 225 milhões, ante R$ 3,187 bilhões no primeiro mês de 2009.
Segundo ele, essa diminuição não ocorreu por decisão do Ministério da Previdência, e sim porque não chegaram as ordens de pagamento da Justiça Federal. Mas, no primeiro trimestre de 2010, o pagamento de sentenças judiciais deve ficar em torno de R$ 3 bilhões, quase metade dos R$ 7,1 bilhões previstos para todo o ano.
Além das sentenças judiciais menores, a melhora no mercado de trabalho também contribuiu para um resultado mais favorável da Previdência neste primeiro mês do ano. Schwarzer explicou que a situação do emprego no mês passado estava bem melhor do que em janeiro de 2009, quando a crise ainda estava no auge do seu impacto na economia brasileira.
De acordo com o secretário, se essa tendência de melhora acentuada no mercado de trabalho continuar, a projeção do déficit para 2010, de R$ 52 bilhões, pode ser reduzida. (Estado)

Inadimplência com cheques caiu para 1,85% em janeiro, diz Serasa

A inadimplência com cheques caiu para 1,85% no país em janeiro de 2010, de acordo com o indicador do instituto Serasa Experian divulgado nesta sexta-feira. Foi o menor percentual verificado em 16 meses. Também foi o melhor janeiro desde 2005, quando a devolução de cheques por insuficiência de fundos ficou em 1,53%.

No mês passado, foram devolvidos ao todo 1,673 bilhão de cheques e compensados 90,587 bilhões. Em dezembro, o indicador estava em 1,87%, o que correspondia a 1,987 bilhão de cheques devolvidos e 104,977 bilhões compensados.

Segundo os economistas da Serasa Experian, a aceleração do crescimento econômico, especialmente a partir do segundo semestre de 2009, conferindo aumento do nível do emprego e da renda, tem contribuído para a redução da inadimplência das pessoas físicas e jurídicas em todas as modalidades de crédito, inclusive no uso de cheques.

"Além disto, a normalização do mercado de crédito tem diminuído o papel do cheque como alternativa de financiamento - movimento que foi bastante intenso durante o final de 2008 e boa parte de 2009 - favorecendo a melhora do risco deste instrumento de pagamento", explica o instituto em nota. (O Globo)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Através da geração de empregos com bons salários vamos acelerar a distribuição de renda no Brasil

Romper com a nefasta concentrração de renda através de empregos com bons salários

Ao combinar as duas notícias publicadas hoje, que mostram que o “País tem o melhor janeiro da história na criação de empregos” e que os setores de serviço e comércio abriram quase 70% das ovas vagas desde 2003 a gente se anima com as perspectivas para o setor do trabalho. Mas não muito. Tradicionalmente, os setores de comércio e serviços são bons empregadores com baixos salários. E a UGT e seus sindicatos filiados, muitos deles da área de comércio (como é o caso do Sindicato dos Comerciários de São Paulo) e de serviços (como é o caso do Sindicato de Asseio de São Paulo) vão se organizar para transformar o emprego em serviços e comércio como uma garantia de distribuição de renda no Brasil. Mais do que participar da economia do País, temos que incentivar e formalizar nas convenções coletivas que emprego é o principal canal distribuidor de renda. Afinal, é a família trabalhadora que acaba se tornando a responsável pela renovação da força de trabalho, com investimentos diretos na educação e saúde de seus filhos. E é passada a hora dos governos brasileiros e a sociedade civil se conscientizarem que é um investimento no futuro do Brasil adotar políticas que estimulem a distribuição de renda, via trabalho, que tem a característica que nem mesmo o capital tem que é gerar mais riquezas ainda para a Nação. (Marcos Afonso de Oliveira, secretário de Comunicação da União Geral dos Trabalhadores)

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Serviço e comércio abriram quase 70% das novas vagas no governo Lula

Desde o início do governo Lula, em 2003, foram criadas quase 9 milhões de vagas formais de trabalho no Brasil. Deste total, os setores de serviço e comércio são responsáveis por 68% dos novos postos. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o setor de serviço contratou 3,615 milhões e serviços, 2,434 milhões. Em terceiro lugar e bem distante fica a indústria de transformação, com 1,714 milhão de novas vagas.

“Os números mostram que o emprego cresceu em setores onde a necessidade de investimento era menor. Além disso, a modernização das empresas dos setores de serviço e comércio fez com que trabalhadores que estavam no mercado informal entrassem para o mercado formal, o que acabou impactando os números do Caged neste período”, afirma o professor do Núcleo de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp, Anselmo L. Santos.

Ele lembra que, para a indústria, o setor externo tem influência maior. “As crises internacionais, a alta do dólar em 2008 e um mercado asiático muito competitivo dificultaram os investimentos no setor industrial. O setor de serviço fica mais protegido destas oscilações externas. Fica claro que o emprego responde diretamente ao aumento de recursos aplicados no setor”, explica.

Santos destaca que na China e na Índia, onde os custos industriais são mais baixos, o processo de industrialização foi mais rápido. “Isso impactou o nível de empregos do setor e até mesmo o segmento de construção civil e infra-estrutura”, explica o professor da Unicamp. Ele conta que o Brasil ainda não foi beneficiado por um crescimento mais forte e sustentado por um período mais longo. “Quando isso acontecer por quatro a cinco anos seguidos, o mercado de trabalho na indústria terá um impulso surpreendente”, afirma.

Novas oportunidades — O professor da Unicamp tem perspectivas muito otimistas para o mercado de trabalho. “2010 será o melhor ano das últimas três décadas”, afirma. Ele acredita que os setores voltados para o mercado interno ainda vão puxar as contratações. “O aumento da renda da classe C, que tem impulsionado o consumo; as obras do PAC; e as obras ligadas às Olimpíadas e à Copa vão deixar o mercado interno ainda mais aquecido.”

Ele cita os setores de calçados, têxtil, material de construção e bens populares como oportunidades para quem vai ingressar no mercado de trabalho ou busca uma nova colocação. Santos destaca ainda o setor de petróleo como importante foco para contratações. “A exploração do pré-sal vai exigir mão-de-obra especializada. A Petrobras vai intensificar estas contratações”, prevê.

Vagas abertas desde janeiro de 2003

Serviços: 3.615.150

Comércio: 2.434.136

Indústria transformação: 1.714.232

Construção civil: 779.595

Agropecuária: 159.267

Administração pública: 82.137

Extração mineral: 60.185

Serv. Ind. Util. Pub.: 51.854

Outros: 945

Total: 8.897.501 (IG São Paulo)

País tem o melhor janeiro da história na criação de empregos

Dados do Caged superaram previsões e apontaram geração de 181 mil postos formais de trabalho.

Confirmando as expectativas já anunciadas pelo próprio presidente Lula, o País fechou o mês de janeiro com geração de 181.419 postos de trabalho. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Carlos Lupi, trata-se do maior volume de criação de postos formais para meses de janeiro da história.

O número consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foi divulgado nesta manhã. O dado superou a estimativa de Lupi, de 142 mil empregos no primeiro mês do ano.

Ainda em janeiro, o Caged registrou um total de 1.410.462 pessoas admitidas em postos formais de emprego e 1.229.043 demissões. Com isso, o saldo líquido do Caged ficou positivo em 181.419 vagas com carteira assinada. O número foi bem acima do recorde de 142 mil empregos de janeiro de 2008.

Meta para 2010 — O ministro do Trabalho reforçou durante a divulgação do Caged de janeiro a meta do governo de gerar 2 milhões de empregos formais em 2010. Ele disse que um eventual aumento na taxa de juros não vai comprometer a geração das vagas. O ministro disse também que é contra o aumento de juros. "Não vejo necessidade nenhuma de aumentar a taxa de juros, o aumento só favorece quem especula. Sou a favor de taxas mais baixas possíveis para alimentar o aquecimento da economia", disse.

De acordo com o ministro, "se tiver algum aumento da taxa de juros, para o qual eu trabalho contra e torço para que não tenha, será muito pequeno. Não há bolha inflacionária, a inflação está sob controle e por isso, se houver o aumento será muito pequeno e não influenciará a geração de empregos", afirmou. Lupi disse prever uma taxa de desemprego (medida pelo IBGE) de 7,3% a 7,4% em 2010. (O Estado)

Maior participação desde anos 60: Em 2009, agronegócio foi responsável por 42% das exportações do país

Os produtos agrícolas representaram 42% do total das exportações brasileiras em 2009, contra 36% em 2008. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, este aumento não se deve a um crescimento significativo do setor, mas a um decréscimo dos outros por causa da crise econômica. Essa participação não era tão grande desde a década de 60, quando a industrialização do país se acentuou.

No ano passado, as exportações foram de US$ 65,8 bilhões, contra US$ 71,8 bilhões em 2008, o que representa uma redução de 9,8%. No entanto, para Reinhold Stephanes, estes números não são comparáveis porque houve muita variação do dólar e também do preço dos produtos. Ele chamou a atenção que a queda no volume foi de apenas 0,4%.

Para 2010, a estimativa do ministro é de um aumento no volume de exportações dos produtos agrícolas entre 5% e 6%.

Ele acredita que o agronegócio brasileiro poderá conquistar no curto prazo um mercado com potencial de US$ 10 bilhões. Para isto já estão programadas 19 missões de negociação sanitárias e fitossanitárias para 25 países. Entre os produtos estão a carne suína, bovina, e de aves, além de frutas. Em alguns países, como o Japão, disse o ministro, as negociações estão bastante adiantadas. (O Globo)

Lucro do BNDES sobe 26,8% em 2009, para R6,7 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido de 6,7 bilhões de reais em 2009, aumento de 26,8 por cento sobre o apurado no ano anterior.

O expressivo aumento das carteiras de operações de crédito e de títulos e valores mobiliários fez com que o resultado bruto da intermediação financeira saltasse de 3,9 bilhões de reais em 2008 para 5,8 bilhões de reais em 2009, informou o banco de fomento nesta quinta-feira.

"A expansão dos financiamentos foi possível devido às recentes captações junto ao Tesouro Nacional ao longo de 2009, que totalizaram 105 bilhões de reais. Com isso, o maior volume de operações compensou a redução dos spreads cobrados pelo BNDES em seus financiamentos", informou a instituição.

O índice de Basileia do BNDES ficou em 17,5 por cento no ano passado, contra os 11 por cento exigidos pelo Banco Central.

Os desembolsos de novos empréstimos pelo BNDES no ano passado totalizaram 137 bilhões de reais e a carteira de crédito do banco chegou a 280 bilhões de reais.

A participação do BNDES na oferta total de crédito no país subiu de 17 por cento para 20 por cento de 2008 para o final de 2009.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse esperar que os bancos privados aumentem os empréstimos para empresas em 2010.

A expectativa de Coutinho é de que o BNDES empreste menos em 2010 e que os mercados de capitais e de crédito também ajudem a suportar os investimentos no país.

A inadimplência representava 0,20 por cento da carteira de crédito total do BNDES, com 97,7 por cento dos financiamentos classificados entre os níveis de risco "AA" e "C".

BNDESPAR — O braço de participações do banco de fomento, BNDESPar, encerrou o ano com carteira de investimentos de 92,9 bilhões de reais, avanço de 109,6 por cento sobre 2008.

O resultado bruto do banco com a venda de participações em empresas caiu para 1,2 bilhão de reais no ano passado, ante 4,6 bilhões de reais em 2008, "em consequência da paralisação dos esforços de venda de ações no primeiro semestre de 2009 em função do ambiente de mercado desfavorável, só retomados no segundo semestre". (O Globo)

Atividade dos shopping centers aumenta 2,5% em janeiro

A atividade comercial em shopping centers cresceu 2,5% em janeiro, na comparação com igual mês de 2009, registrando o índice de 115,7, de acordo com pesquisa do Ibope Inteligência. O indicador é uma combinação do fluxo de pessoas com o volume de vendas nos empreendimentos.

O crescimento está em linha com os patamares registrados ao longo do ano passado, mas é inferior ao observado nos meses de janeiro anteriores. Em janeiro de 2009 ante o mesmo mês de 2008, o acréscimo tinha sido de 3,2%. Um ano antes, esse percentual tinha sido de 3,9%.

Entre as três capitais contempladas pela pesquisa, São Paulo foi a que registrou menor crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o indicador avançou 0,6%.

Na avaliação do diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, o resultado foi motivado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade em janeiro. Por outro lado, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram alta de 4,2% e 3,5%, respectivamente.

Na análise por tamanho, os shoppings de grande e médio porte apresentaram aumento na atividade comercial de 3% e 2%, nesta ordem, enquanto os pequenos registraram retração de 3%. (Valor online)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A redução da jornada significará avanço social, geração de emprego e qualidade de vida para a família trabalhadora

Pais em casa, com redução da jornada, geram qualidade de vida para toda a família

As mulheres estão sendo obrigadas a reduzir a jornada doméstica, sempre exaustiva e complementar à jornada de trabalho, por estarem trabalhando mais, muitas vezes dentro das próprias casas. As razões constatadas pela pesquisa do IBGE apontam para o avanço da ocupação feminina no mercado de trabalho, mas mostra também a necessidade dos pais de família, marido e esposa, terem mais tempo para a própria residência, para o cuidado com os filhos, para um convívio familiar que é a base de sustentação, orientação e educação dos filhos. Com a redução da jornada, que a UGT defende, este é também o momento de iniciarmos uma campanha para civilizar mais as relações dos maridos dentro das casas, integrando os pais e as mães, os filhos e filhas, igualmente, às tarefas domésticas. Não é aceitável que apenas as mulheres, especialmente as mães, assumam sozinhas as responsabilidades pelas tarefas. Enquanto que o pai e os demais filhos sejam poupados. É dentro de casa que se mantém a unidade da família, na divisão plena de tarefas, na discussão dos projetos e dos sonhos de cada um dos seus membros. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia, por favor, as notícias do dia:

Mulheres trabalham menos tempo em casa

Com mercado de trabalho feminino aquecido e renda em alta, tempo semanal gasto em tarefas domésticas cai 5 horas desde 2001.

Vagas em setores como comércio e serviços ganham participação no mercado, e acesso a bens de consumo agiliza trabalho no domicílio.

O número de horas que as mulheres dedicam aos afazeres domésticos está diminuindo. A carga horária média empregada em tarefas como a limpeza da casa e o cuidado das crianças e dos idosos passou de 28,9 horas por semana em 2001 para 23,9 horas em 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A mudança se relaciona com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, com o avanço da renda, que permite a compra de bens que agilizam o cuidado com a casa -como o micro-ondas, o liquidificador e a máquina de lavar- e com a melhora, ainda que modesta, da divisão de tarefas domésticas entre os homens e as mulheres.
Ana Lúcia Sabóia, gerente do IBGE, destaca que, com a melhora na renda nos últimos anos, mais famílias têm acesso a eletrodomésticos. "A cada ano, cresce o acesso a bens de consumo. A máquina de lavar, por exemplo, é um dos itens mais libertadores da mulher e ainda não é um bem universal no país, como a geladeira já é."
O acesso a serviços públicos também contribui para a queda no tempo gasto nas tarefas relacionadas à casa, uma vez que a matrícula dos filhos em creches e escolas permite que a mulher exerça outras atividades. E o aumento da renda possibilita a contratação de empregadas ou diaristas para exercer essas atividades dentro da casa.
"As mulheres foram para a rua", afirma Hildete de Araújo, especialista da Universidade Federal Fluminense, que destaca o aumento da participação das mulheres na População Economicamente Ativa. Segundo o IBGE, em 2008, 47,2% das mulheres com dez anos ou mais no país estavam ocupadas. Em 1992, eram 43,4%.
Ela diz que o IBGE fez antes da piora da crise as entrevistas para a Pnad 2008, que apontou a diminuição do tempo gasto na realização das tarefas domésticas. Na ocasião, cresciam os setores que empregam boa parte da mão de obra feminina, como comércio e serviços.
Em 2009, apesar do impacto da recessão econômica, esses segmentos também estiveram aquecidos, o que indica que continua crescendo a participação das mulheres no mercado de trabalho. A Pnad 2009 será divulgada no fim deste ano.
Número subestimado — A pesquisadora afirma que o número de horas dedicadas à casa apontado pela pesquisa está subestimado. Segundo Araújo, os dados referentes ao trabalho realizado pelo homem dentro do domicílio também podem estar distorcidos. "Existe o preconceito de que trabalho doméstico é coisa de mulher e, portanto, não é valorizado."
O professor da Unicamp Claudio Dedecca reforça essa percepção: "Os homens podem responder ao pesquisador do IBGE que o tempo para lavar o carro conta como afazer doméstico. E, por outro lado, a mulher pode não considerar atividades como a de levar os filhos à escola porque acha que são coisas normais do dia a dia".
O IBGE incluiu a pergunta sobre dedicação a essas tarefas em 2001. Mas, mesmo com a ressalva de que o número do IBGE pode estar aquém do real e de que a pesquisa é recente -e, portanto, a base de dados para a análise ainda é limitada-, Dedecca diz que a diminuição das horas dedicadas ao lar revela avanço na sociedade.
"Uma parte do trabalho doméstico não se pode exteriorizar -por exemplo, a atenção dedicada à formação dos filhos. Mas outra parte espero que o poder público assuma, com escola integral, creches etc."
Classes sociais — Os números do IBGE também revelam que, quanto menor é a escolaridade -e, por conseguinte, a renda-, maior é o tempo dedicado à casa. Mulheres que estudaram 15 ou mais anos empregam quase a metade do tempo nessas tarefas do que o gasto pelas que frequentaram a escola por até um ano. (Folha)

REDUÇÃO DA JORNADA COM LIMITE DE HORAS EXTRAS

Para Dieese, 2,5 milhões de vagas podem ser criadas

O debate envolvendo a redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, continua. Depois de ter entrevistado José Pastore, professor de relações do trabalho da USP, o blog conversou com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Segundo ele, a proposta tem potencial para gerar mais de 2,5 milhões de postos de trabalho, mas precisa ser combinada com mecanismos que limitem a utilização das horas extras, para que essa não seja praticada pelos empresários como alternativa à diminuição da jornada.

- A nossa estimativa é essa, mas todas essas vagas serão criadas? As empresas podem aumentar a hora extra, o que não seria bom para o emprego. Por isso, pedimos um limitador - diz o diretor técnico.

Segundo o Dieese, em diversos países, como Argentina, Uruguai, Alemanha e França, há limite anual para a realização de horas extras que fica entre 200 e 280 horas/ano, em torno de quatro por semana.

- O fim das horas extras teria um potencial para gerar cerca de um milhão de postos de trabalho - informa a nota enviada pela entidade.

A redução da jornada não traria ainda prejuízos à competitividade das empresas, porque, de acordo com o Dieese, o custo com salários no Brasil é "muito baixo" quando comparado com o de outros países. Como mostra a tabela abaixo enviada pela entidade, o custo horário da mão-de-obra manufatureira em 2007 no país era de US$ 5,96, enquanto em Singapura, por exemplo, ficou em US$ 8,35; e na Coreia, em US$ 16,02.

O peso dos salários no custo total de produção também é baixo, de acordo com o Dieese, em torno de 22%.

- Uma redução de 9,09% na jornada (de 44 para 40 horas) representaria um aumento no custo total da produção de apenas 1,99%. Comparando-se esse pequeno acréscimo com os expressivos ganhos de produtividade, o impacto é muito possível de ser absorvido pelo setor produtivo, isso sem considerar a perspectiva de ganhos futuros de produtividade - diz a nota do Dieese, citando que o aumento da produtividade do trabalho entre os anos de 1988 e 2008 está em torno de 84% para a indústria de transformação.

Para o Dieese, a diminuição da jornada sem redução de salários contribuiria ainda para a melhora da distribuição de renda e para a formação do profissional.

- Com mais quatro horas disponíveis na semana, há mais tempo para o trabalhador se qualificar. Ele também dedicaria mais tempo à família, ao lazer e ao descanso, melhorando sua qualidade de vida - afirma Clemente.

O debate sobre a redução da jornada, na opinião do diretor técnico, está sendo proposto pelos "trabalhadores mais protegidos", com carteira assinada e sindicato forte, mas será visto no futuro como uma conquista.

- São esses trabalhadores que puxam a bandeira, não os da via pública, mas os avanços depois se universalizam - diz.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada tramita no Congresso. Contrários à medida, os empresários já mostraram resistência, o que levou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), a propor um texto alternativo com redução de 44 para 42 horas. (Blog da Miriam Leitão)

Crise e corte de impostos reduzem carga tributária

Estudo parte do princípio de que PIB não caiu em 2009 e diz que redução se deve exclusivamente às perdas da União.

Os efeitos recessivos da crise global e os incentivos ao consumo no ano passado reduziram a carga tributária brasileira a 35,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 35,8% em 2008 (menos 0,6 ponto porcentual), segundo o consultor na área fiscal Amir Khair. Será a primeira queda desde 2003. O número oficial será conhecido só quando for divulgado o PIB de 2009. Para 2010, porém, a tendência é de aumento da carga.

A carga tributária (ou fiscal) é a soma de todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos pela sociedade aos três níveis de governo, em relação ao PIB. Assim, segundo o consultor, de cada R$ 100 produzidos pelo País no ano passado, R$ 35,2 viraram tributos recolhidos pelos governos federal, estaduais e municipais.

Para calcular a carga do ano passado, Khair usou a metodologia de cálculo da Receita Federal e considerou uma variação nula para a soma das riquezas produzidas no País, estimada em R$ 3,005 trilhões. Se o resultado oficial do PIB de 2009, a ser divulgado no dia 11 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), for positivo, a queda da carga tributária será maior que a estimada pelo consultor. No caso de retração do PIB, a carga pode ter aumentado. "A redução da carga tributária no ano passado se deve exclusivamente às perdas da União", afirma Khair. (Estadao)

Atividade dos shopping centers aumenta 2,5% em janeiro

A atividade comercial em shopping centers cresceu 2,5% em janeiro, na comparação com igual mês de 2009, registrando o índice de 115,7, de acordo com pesquisa do Ibope Inteligência. O indicador é uma combinação do fluxo de pessoas com o volume de vendas nos empreendimentos.

O crescimento está em linha com os patamares registrados ao longo do ano passado, mas é inferior ao observado nos meses de janeiro anteriores. Em janeiro de 2009 ante o mesmo mês de 2008, o acréscimo tinha sido de 3,2%. Um ano antes, esse percentual tinha sido de 3,9%.

Entre as três capitais contempladas pela pesquisa, São Paulo foi a que registrou menor crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o indicador avançou 0,6%.

Na avaliação do diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, o resultado foi motivado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade em janeiro. Por outro lado, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram alta de 4,2% e 3,5%, respectivamente.

Na análise por tamanho, os shoppings de grande e médio porte apresentaram aumento na atividade comercial de 3% e 2%, nesta ordem, enquanto os pequenos registraram retração de 3%. (O Globo)

Focus aumenta projeção para IPCA em 2010 para 4,80%

A projeção da inflação oficial em 2010, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), subiu para 4,80%, pela quarta semana consecutiva, no Boletim Focus divulgado nesta quarta-feira, contra a estimativa anterior de alta de 4,78% nos preços este ano. O percentual está acima do centro da meta perseguida pelo governo tanto em 2010 como em 2011, que é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Os agentes financeiros consultados pelo Banco Central (BC) também reviram para cima a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que passou de expansão de 5,35% para 5,47%.

De acordo com o levantamento feito pela autoridade monetária junto a instituições financeiras, a Selic deve encerrar o próximo ano em 11,25%, ante 11% na pesquisa anterior. A previsão para a taxa de câmbio no final do ano que vem seguiu em R$ 1,85.

O Focus trouxe ainda prognósticos maiores para os demais indicadores inflacionários de 2010. O IGP-DI deve subir 5,51% no ano, contra os 5,13% aguardados antes. O IGP-M deve marcar 5,26%, seguindo expectativa de alta de 4,84%. No IPC-Fipe, a perspectiva saiu de 5,04% para 5,28%.

Em fevereiro, o IPCA deve se encontrar em 0,67% e o IGP-DI, em 0,49%. No Boletim Focus passado, esses percentuais estavam em 0,63% e 0,38%, respectivamente. Para o IGP-M, os analistas preveem elevação de 0,74%, quase o dobro do projetado no relatório antecedente, de 0,40%. O IPC-Fipe deve aumentar 0,47% em vez de 0,40%. Em 2011, o mercado financeiro prevê alta de 4,50% para IPCA, IGP-DI, IGP-M e IPC-Fipe. (O Globo)