segunda-feira, 8 de março de 2010

No centenário de comemoração do Dia Internacional da Mulher é hora de avançar, de fato, para a igualdade salarial nos ambientes de trabalho

Mulheres querem participar das decisões

No centenário do Dia Internacional da Mulher, que comemoramos hoje, é o momento de refletir não apenas sobre o papel da mulher na sociedade, na economia, na política e inclusive no movimento sindical. As mulheres não querem mais o mero papel de cumpridoras de cotas figurativas nos movimentos sociais. Chega. Queremos porque temos condições culturais e habilidades profissionais para exigir muito mais espaços em

todos os níveis, principalmente, no que diz respeito aos salários que recebemos. Vamos avançar para igualar os salários que recebemos para as mesmas funções de nossos companheiros seja na fábrica, no escritório ou nas lojas. Estamos politicamente habilitadas para ocupar mais espaços, com legitimidade e com o apoio dos nossos companheiros que percebem que ganham mais eficiência nas nossas luas quando integram e respeitam nossos pontos de vista. Uma realidade que já vivemos dentro da União Geral dos Trabalhadores e que nos esforçamos para fazer chegar até as nossas bases. O ganho para o Brasil será imenso, ao termos as mulheres nas frentes de luta, pressionando os deputados federais, cobrando resultados das Câmaras Municipais, integradas às reivindicações sociais. Outra reflexão necessária e inadiável é estimular nossas companheiras, que são cuidadoras por natureza, a se tornarem cuidad

oras delas mesmas, ou seja, se preocupar com a própria saúde, buscar acompanhamento médico, realizar os exames de Papanicolau, com freqüência. Pois a luta é árdua e precisamos estar preparadas e saudáveis para as grandes batalhas que temos à frente, ao lado de nossos companheiros, por mais Educação, mais Saúde e empregos com salários dignos. (Cleonice Caetano Souza)

Eliana mostrou trabalho árduo dos garis neste domingo

Após Boris Casoy ofender os garis em rede nacional no Jornal da Band, a apresentadora Eliana, do SBT, resolveu mostrar como é o trabalho árduo dessa classe de trabalhadores. Neste domingo (7), a partir das 14h45, o programa Eliana mostrou a apresentadora em um dia de gari, como parte da final de um concurso que o programa promove com as profissionais de limpeza do Estado de São Paulo, o Guerreira 2010.

Eliana passou um dia nas ruas de São Paulo na pele de quem faz esse trabalho todos os dias.

No palco, os jurados Reginaldo Rossi e Christina Rocha avaliaam qual é a gari mais bonita, que ganhou uma motocicleta e um cheque de R$ 3.000.
A atração teve ainda a presença de Lívia Andrade, de Virna do vôlei, da cantora Perlla, do cantor Rodriguinho e do grupo Cavaleiros do Forró. (R7)

Clique no link a seguir para ler a entrevista da Istoé de Mary Del Priore: "O espelho é a nova submissão feminina"
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/54698_O+ESPELHO+E+A+NOVA+SUBMISSAO+FEMININA+?sms_ss=email

Mulheres trocam trabalho doméstico por comércio, diz Seade-Dieese

Baixos salários e jornadas longas estimulam a mudança de ocupação

Enquanto na Região Metropolitana de São Paulo os serviços domésticos ainda são o segundo maior mercado de trabalho para as mulheres -17,1% da mão-de-obra feminina - em outras regiões do país, especialmente no Nordeste, o comércio está tomando esse espaço.

O setor já é o segundo maior empregador em Porto Alegre (17% das trabalhadoras), Salvador (17,1%), Fortaleza (19,7%) e Recife (19,8%).

Em todo País, o setor de serviços é o maior empregador. Nas principais regiões metropolitanas, responde por 55% a 61% da oferta do emprego tanto para homens como para mulheres.

Os dados constam da pesquisa A Mulher nos Mercados de Trabalho Metropolitanos, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Dieese.

O aumento da escolaridade, em especial das jovens, e as precárias condições de trabalho - com baixos salários e jornadas extensas - ajudam a explicar a migração de parte das trabalhadoras domésticas para outros setores.

Em Recife, por exemplo, a jornada média é de 54 horas, número que sobe para 58 entre as com carteira assinada. Em Fortaleza, a média chega a 50 horas (53 horas, com carteira). A legislação do país prevê 44 horas semanais.

"É difícil para a trabalhadora colocar um limite na jornada de trabalho e não há legislação específica para essa categoria. É preciso fazer uma equiparação de direitos", afirmou Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.

As domésticas ganham apenas 37,7% da média do rendimento dos trabalhadores ocupados em Salvador; 40,7% em Fortaleza; 46,3% em Recife e 52,1% em Porto Alegre. A região com a menor proporção é o Distrito Federal: 29% da renda média dos ocupados. (Fonte: Monitor Mercantil)

Trabalhadores ganham mais benefícios

Com a retomada econômica, sindicatos ampliam reivindicações e obtêm direitos como cesta básica e plano de saúde. Avanço ocorre sobretudo nos setores mais dinâmicos, como a construção civil, que tem demanda aquecida e escassez de profissionais.
Passada a crise econômica, os trabalhadores têm conseguido ampliar os benefícios obtidos nas negociações com os empregadores. Sindicatos que fizeram acordo coletivo no final do ano passado ou no início deste ano melhoraram itens como auxílio-creche e vale-alimentação, reduziram a fatia descontada do salário para o vale-transporte e, em alguns casos, pela primeira vez, asseguraram cesta básica e plano de saúde.
O avanço ocorre principalmente nos segmentos da economia que estão mais dinâmicos, como a construção civil, impulsionada pelas obras de infraestrutura, pela recuperação do crédito e pelo programa habitacional do governo.
Em algumas cidades, com a demanda por pedreiros, carpinteiros e ferreiros em alta e a escassez de profissionais para preencher as vagas disponíveis, os sindicalistas afirmam que ficou bem mais fácil negociar.
"Com a chegada das grandes construtoras para as obras das hidrelétricas do rio Madeira, conseguimos aumentar os benefícios. E, depois disso, mesmo as empresas da cidade que não fazem parte da obra tiveram que conceder benefícios para não perder os trabalhadores", afirma Clébio Roberto Lobato, assessor-executivo do sindicato dos trabalhadores da construção civil de Porto Velho, em Rondônia.
No ano passado, pela primeira vez, o sindicato garantiu cesta básica e plano de saúde para os trabalhadores da construção pesada. O sindicato também melhorou as condições do plano de saúde oferecido aos trabalhadores da construção leve.
Em Salvador e na Bahia, os trabalhadores da construção pesada conseguiram a inclusão do plano de saúde em acordo coletivo.
José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), afirma que a pauta de reivindicações dos sindicatos se diversificou nos anos 2000, incluindo de distribuição de protetor solar para trabalhadores que atuam em ambientes externos a políticas específicas para mulheres e negros. Silvestre destaca que os trabalhadores ganharam poder de barganha com o crescimento econômico do país, a partir de 2004.
Durante a crise, porém, a discussão dessas chamadas cláusulas sociais se estagnou. "Em 2009, negociamos no auge da crise e não conseguimos nada de cláusula social", diz Romildo Miranda, do sindicato dos comerciários de Fortaleza.
A retomada da economia ajudou as negociações dos empregados da indústria de calçados. Paulo Ribeiro, do sindicato de Franca (SP), fechou no mês passado acordo com pequenas empresas para reduzir o tempo do contrato de experiência.
Organização sindical — O número e a diversidade de benefícios nas convenções coletivas estão relacionados a quão antigo e forte é o sindicato da categoria. Os que representam os metalúrgicos, por exemplo, incluem cláusulas sociais na negociação pelo menos desde os anos 60. Miguel Torres, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, lembra que em 1961 os metalúrgicos paulistas fizeram greve pelo então abono de Natal, que depois foi estendido a todos no país na forma de 13º salário.
Desde o fim do ano passado, mesmo metalúrgicos que já têm diversos benefícios garantidos em convenção coletiva conseguiram melhorar algumas cláusulas. Entretanto, em algumas regiões ainda há categorias com dificuldades de negociar tanto a melhora dos benefícios sociais quanto reajustes salariais. Em Ipatinga (MG), o sindicato que representa os metalúrgicos da Usiminas tenta acordo desde novembro. (Folha)

IBGE: economia tem atualmente ritmo de crescimento de até 8% ao ano

O desempenho do PIB em 2009 deve ter ficado entre uma leve queda e crescimento zero, segundo projeções do mercado.

A economia, porém, na visão de muitos analistas, entrou em 2010 num pique bastante acelerado, e está rodando neste primeiro trimestre num ritmo anualizado entre 6% e 8%.

Na quinta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do último trimestre de 2009 e o primeiro número do crescimento anual do PIB (que passará por várias revisões).

Embora a atenção provavelmente se voltará para o sinal do PIB em 2009 - negativo ou positivo -, o que o IBGE deve mostrar de mais importante é um ritmo forte de atividade econômica no último trimestre do ano passado.

A maioria das instituições está prevendo um crescimento superior a 2% em relação ao trimestre anterior, em base dessazonalizada.

No primeiro trimestre de 2010, o embalo continua, embora o crescimento ante o trimestre anterior deva recuar, porque se parte de uma base mais forte.

De qualquer forma, a visão geral é de uma economia aquecida, que levará o Banco Central (BC) a iniciar ainda no primeiro semestre um ciclo de alta da taxa básica, a Selic.

A dúvida que resta ao mercado é até que ponto a recuperação fulgurante de boa parte do ano passado sofreu uma arrefecida a partir de novembro.

Nesse caso, o BC poderia manter a Selic nos atuais 8,75% na próxima reunião, nos dias 16 e 17 de março, e deixar o primeiro aumento para abril, ou até depois. (Fonte: O Estado de S.Paulo, na Agência Estado)

Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais

Operações no país compensaram resultado fraco das companhias nos EUA e na Europa. Nos casos de Unilever e Nestlé, país passou a ser o 2º maior mercado, atrás apenas dos EUA; Fiat já vende mais no Brasil do que na Itália.
O Brasil é a grande estrela da atual safra de balanços das multinacionais -referente ao ano de 2009. Com a estagnação ou a retração das economias da Europa e dos Estados Unidos, a força do mercado interno brasileiro, sobretudo a partir do segundo semestre, contribuiu para melhorar o desempenho das companhias nos mais diversos setores.
Com vendas de R$ 11,5 bilhões no ano passado, a Unilever Brasil subiu no ranking da multinacional e alcançou a segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2004, o Brasil era a sétima subsidiária em faturamento. De acordo com o vice-presidente corporativo, Luiz Carlos Dutra, o desempenho é resultado da decisão da companhia de manter os investimentos, apesar da crise global. "Fizemos mais de 60 inovações, investimos na expansão da fábrica de sabão em pó no Nordeste e ampliamos a presença na mídia", diz Dutra.
Manter o ritmo de investimentos e ganhar mercado em ano de crise também foi a estratégia da Nestlé Brasil, que em 2009 se transformou no segundo principal mercado para a multinacional suíça, com vendas de R$ 15,5 bilhões. O país galgou duas posições no ranking de faturamento, superando Alemanha e França e ficando atrás apenas dos EUA.
Enquanto as vendas da Nestlé na Europa cresceram apenas 1,2%, nas Américas a alta foi de 4,8% -sendo que no Brasil, isoladamente, o crescimento foi de 10%. "O Brasil é uma prioridade para a Nestlé", afirmou o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, durante inauguração de uma nova fábrica em Carazinho (RS).
Apesar de a Nestlé ter registrado uma queda de 42% no lucro líquido, o resultado, turbinado pela performance nas Américas e na Ásia, ficou acima das expectativas dos analistas.
Na AB Inbev, maior cervejaria do mundo, a contribuição do Brasil foi ainda mais crucial. Enquanto no mundo todo as vendas de cerveja caíram 0,8% no ano passado, no Brasil a empresa vendeu 9,9% mais. A Ambev, que é controlada pela AB Inbev e produz as marcas Brahma e Skol, respondeu por 30,8% do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] do grupo, que foi de US$ 13 bilhões em 2009.
O estímulo às vendas de carros com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) fez do Brasil um dos únicos países a registrar crescimento nesse setor no mundo: 11,4%. E, pela primeira vez na história, as vendas da Fiat no Brasil superaram a da matriz. Foram 737 mil unidades, contra 722 mil na Itália. Há dez anos, o mercado brasileiro era metade do italiano.
"A contribuição do Brasil foi bastante expressiva e em 2010 deverá ser ainda maior, considerando que este será um ano ainda muito difícil na Europa", disse, na semana passada, o presidente mundial do grupo Fiat, Sergio Marchionne, que veio ao Brasil para inaugurar uma fábrica de máquinas agrícolas em Sorocaba.
Para a Portugal Telecom, o Brasil também já superou a matriz. No ano passado, 51,1% do resultado da companhia teve origem no Brasil. A PT é dona de 50% da Vivo. No último trimestre de 2009, as vendas da PT cresceram 18% no Brasil, para 905,3 milhões, enquanto em Portugal elas caíram 3,4%, para 846,7 milhões.
Na rede varejista francesa Casino, controladora do Grupo Pão de Açúcar, enquanto na matriz as vendas recuaram 3,8%, na América do Sul cresceram 5,7%. O desempenho nas vendas foi puxado por "uma excelente performance" no Brasil. O crescimento sobre mesmas lojas no Grupo Pão de Açúcar foi de 12,7%. (Folha)