terça-feira, 9 de março de 2010

Mulheres avançam na discussão da dignidade e na busca de oportunidades salariais iguais

Siemaco-SP inova e mobiliza mulheres ao longo do ano

O Siemaco de São Paulo atingiu uma etapa das comemorações do Dia Internacional da Mulher neste fim de semana, com a final do Concurso Miss Siemaco apresentada no Programa da Eliana, do SBT, em rede nacional. Na segunda, dia 8 de Março, data em que se completou também os 100 anos da comemoração da data, mais de 600 mulheres compareceram à sede do Siemaco, na Barra Funda, para avaliar e comemorar os avanços conquistados ao longo do ano.

Márcia Adão, Secretária da Mulher do Siemaco (no detalhe, na foto), diz que desde agosto do ano passado o Siemaco mobilizou as mais de 60 mil mulheres da categoria de asseio e conservação. “Criamos o concurso Miss Siemaco na expectativa de sensibilizar a categoria para os valores de dignidade feminina, do valor que as mulheres têm na categoria e na sociedade e mobilizar, imaginávamos, umas cem companheiras e fomos surpreendidas com a inscrição de 310 mulheres”, diz. O concurso tinha a intenção de discutir a “invisibilidade” a que a categoria é sumetida, mesmo no exercício das funções mais próximas e necessárias na sociedade, como é o caso da limpeza das vias públicas, de servir café nos escritórios ou limpar agências bancárias. “A invisibilidade é uma forma de preconceito silencioso”, afirma Márcia Adão. Um preconceito que mantém as mulheres e os homens da categoria à margem da vivência social, do diálogo e da interação.

Com a Miss Siemaco, o sucesso foi tanto que a dignidade se alastrou pela categoria. “Muitas companheiras aprenderam a se valorizar mais, muitas começaram a cuidar mais do corpo e até mesmo emagreceram”, diz Márcia Adão.

A partir desta mobilização, a Secretaria da Mulher do Siemaco-SP vai iniciar uma nova campanha de falar com os dois sexos. “Vamos envolver os homens na discussão da dignidade dentro de casa, nos locais de trabalho e na comunidade”, afirma Márcia Adão. Segundo ela, os objetivos da Secretaria da Mulher é ampliar a discussão para a comunidade. “Mas com uma caminhada cuidadosa a partir de casa, depois onde trabalhamos para, finalmente, sensibilizarmos a sociedade”. A apresentação da final do concurso Miss Siemaco no Programa da Eliana, em rede nacional, foi um grande passo neste sentido.

Leia o clipping do dia:

Economia brasileira deve crescer 5,50% em 2010, aponta Focus

Pela segunda semana consecutiva, o mercado financeiro espera um desempenho melhor para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste calendário. A expectativa é de expansão de 5,50% para a economia nacional em 2010, pouco acima da taxa prevista anteriormente, de 5,47%.
Os números constam do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Em 2011, o PIB brasileiro deve registrar crescimento de 4,50%, sem mudança há 11 semanas.
Os analistas financeiros não alteraram ainda os prognósticos para o saldo da balança comercial em 2010, de superávit de US$ 10 bilhões, e para a entrada de investimento estrangeiro direto, de US$ 38 bilhões,
Sobre a conta corrente, porém, houve pequena revisão do resultado aguardado: em vez de déficit de US$ 50,05 bilhões, deve apresentar déficit de US$ 50 bilhões neste exercício.
O levantamento do BC mostrou ainda que a produção industrial deve ter ampliação de 8,41% nos 12 meses até dezembro, contra os 8,55% previstos antes. (Valor)

Brasil precisa de profissionais capacitados em novas tecnologias, afirmam debatedores

O foco e o volume de dinheiro gasto no Brasil em Ciências Sociais mostra um desequilíbrio grande em relação a outras áreas de conhecimento em que há carência de profissionais, provocada, sobretudo, pela inserção do Brasil na economia global nos últimos anos.

A avaliação foi feita nesta segunda-feira (8) pelo presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Braga Arcuri, em painel promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) sobre o tema "A política de formação e capacitação de recursos humanos frente à política de desenvolvimento produtivo".

Segundo Arcuri, o Brasil precisa investir em inovação tecnológica, tendo em vista que o país voltou a ter demanda por trabalho qualificado em alguns setores, como engenharia, que chega a ser maior que a capacidade do país em formar esses profissionais.

- À medida que as máquinas vão sendo incorporadas ao processo cotidiano de produção, o trabalhador tem que ter um nível mais especifico de qualificação, e isso acaba sendo feito pela própria indústria, dada a velocidade com que ela necessita desses trabalhadores - afirmou.

O Brasil, segundo o presidente da ABDI, tem que ser ainda mais competitivo e não apenas "detentor de riquezas naturais com mão-de-obra eventualmente barata".

- Só vamos efetivamente responder aos desafios que o resto do mundo nos propõe se tivermos gente capacitada tanto na pesquisa básica como na operação direta de máquinas - afirmou.

Arcuri observou ainda que o Brasil "conseguiu obviamente dar um salto importante no quantitativo de anos de estudo da população", mas que é preciso observar se as pessoas estão efetivamente absorvendo esses conhecimentos e sendo capazes de fazer com que eles se transformem em "algo útil" para o processo produtivo.

O presidente da ADBI registrou ainda que os operários são hoje "atores e partícipes" do processo de produção, com a utilização de máquinas complexas que demandam conhecimentos. Na indústria automobilística, segundo ele, já não ocorre um "mero ajuntamento passivo de peças", mas a presença dos operários em células de produção que exigem dos trabalhadores soluções cotidianas ou semanais de como aprimorar o próprio trabalho, o que implica ter noção de processo industrial.

Participantes — O painel também contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho; o deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR); e o presidente do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski.

Carvalho Filho, do CNPq, disse que o Brasil forma anualmente cerca de 30 mil engenheiros, número bem abaixo do verificado em países como a Rússia (190 mil), Índia (220 mil) e China (650 mil). Embora o Brasil esteja em 13º lugar na produção de conhecimento global, à frente da Holanda e da Rússia, no caso de engenharia o país ocupa a 21ª posição.

As empresas brasileiras, segundo Carvalho Pinto, "inovam pouco e diferenciam pouco" seus produtos. Em 2015, afirmou, o Brasil já terá um déficit mais significativo de engenheiros, principalmente em áreas ligadas à província petrolífera da camada pré-sal, que exigirá tecnologias ainda a serem descobertas, além do setor espacial, aeronáutico e nuclear, "que hoje já se ressente da falta de profissionais qualificados".

Carvalho Pinto disse ainda que 11 mil doutores são formados anualmente no Brasil, mas que o país reponde por apenas 2% da produção cientifica publicada em revistas especializadas. O presidente do CNPq disse que o Brasil tem o pior desempenho em relação às patentes depositadas nos Estados Unidos, sendo também superado nesse setor pela Rússia, Índia e China.

Ex-prefeito de Pato Branco durante a implantação de um pólo tecnológico, Alceni Guerra lembrou que o município paranaense, que há alguns anos atraiu empresas de tecnologia e hoje detém um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) no país, agora sofre dificuldades na implantação de novos empreendimentos em razão da falta de cursos técnicos e tecnológicos.

- O sistema de impostos é o mesmo, os laboratórios são os mesmos, mas falta mão-de-obra porque o Cefet [centro de ensino tecnológico], que tinha cursos técnicos, se transformou em universidade e abandonou os cursos técnicos para investir em engenharia e graduação mais sofisticada - afirmou.

Por sua vez, Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra, que conta hoje com 10 mil funcionários no Brasil, sugeriu que as empresas atuem em conjunto com as universidades nos cursos de formação de tecnólogos, como forma de melhorar a formação inicial dos ingressantes no mercado de trabalho e de agilizar a adequação dos currículos.

Recomendou ainda a adoção de incentivo à pesquisa concentrada em áreas estratégicas, tendo em vista que as verbas encontram-se hoje muito pulverizadas e não favorecem o estudo de temas complexos e extensos; incentivo à pesquisa conjunta entre a empresa e a academia; criação de laboratórios nacionais geridos por organizações sociais para projetos de pesquisa da área acadêmica; e incentivo à pesquisa acadêmica com entidades internacionais.

E ainda a ampliação da atuação do Ministério da Educação (MEC) por meio de instituições privadas; aumento dos programas universitários de graduação em formato cooperativo, já existentes em algumas regiões do país; fomento aos exames de certificação, o que favoreceria a preocupação constante com atualização e aprimoramento; e o desenvolvimento de cursos ligados às novas tecnologias.

As sugestões contaram com o apoio do senador Gilberto Goellner (DEM-MT), sobretudo a que propõe a extensão de programas universitários em formato cooperativo nas regiões mais afastadas do país. Já o senador Mão Santa (PSC-PI) lembrou que o ensino no Brasil antigamente era mais "organizado".

Painéis — Esse foi o segundo painel realizado em março pela CI como parte de um novo ciclo de audiências públicas denominado Recursos Humanos para Inovação e Competitividade. O primeiro painel, realizado na última segunda-feira (1º), discutiu a formação e a capacitação de mão-de-obra necessária para enfrentar os desafios nos setores ligados à infraestrutura do país. Outros 12 painéis serão realizados às segundas-feiras até o dia 7 de junho, com inicio previsto para as 18h. (Agencia Senado)

Medicamentos terão reajuste médio de 4,60% a partir de 31 de março

Novos preços devem ser aplicados em cerca de 18 mil itens; reajuste não será obrigatório.

O reajuste anual para medicamentos, estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), será de 4,45% a 4,83% em 2010, com média de 4,60%. O aumento, que entra em vigor a partir de 31 de março, leva em consideração a categoria do produto, tendo como base a participação dos genéricos em cada segmento, conforme anunciado nesta segunda-feira, 8, pela Câmara, vinculada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os novos preços devem ser aplicados em aproximadamente 18 mil itens. A adoção dos novos valores, no entanto, não é obrigatória e pode inclusive ser inferior ao proposto, destaca o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). "De fato, nos últimos anos, consumidores usufruíram preços anteriores ao reajuste, inclusive com descontos, durante meses, pois indústrias farmacêuticas e farmácias mantiveram os preços ou aplicaram aumentos inferiores aos índices autorizados", explicou a entidade em comunicado.

Essa variação inferior ao permitido é justificada, segundo o Sindusfarma, pela "concorrência e por estratégias comerciais, resultando de negociações entre laboratórios, distribuidores e varejistas", destacou. O próximo reajuste entrará em vigor em março de 2011. (Estadao)

Mulheres são maioria em 2 das 3 camadas mais ricas

Segundo estudo da Serasa, no entanto, homens ainda dominam a camada de maior renda.

Estudo da Serasa Experian divulgado nesta segunda-feira, 8, mostra que as mulheres são maioria em dois dos três grupos sociais mais ricos da população. O trabalho redefine as tradicionais classes sociais em dez grupos (de A a J), que, por sua vez, são subdivididos em 39 segmentos. Elas lideram os grupos B e C (moradores urbanos prósperos e assalariados urbanos), de acordo com a Serasa Experian. Na camada de maior renda, a A (de ricos, sofisticados e influentes), os homens ainda são maioria.

A Serasa realizou a análise por meio do Mosaic Brasil, uma ferramenta de segmentação de mercado, e levou em conta uma base de dados de 135 milhões de brasileiros. As informações foram analisadas por professores da Universidade de São Paulo (USP). "Os dados estatísticos da pesquisa e a análise dos acadêmicos da USP revelam que a mulher não é apenas rica porque vive numa família com boas condições financeiras, mas sim porque é agente econômica desse clã", afirmou o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro.

Nos grupos ricos e prósperos (A e B), as mulheres são 4,9 milhões e, os homens, 4,7 milhões, informou a pesquisa. Elas também são maioria no subgrupo "aposentadoria dos sonhos" (B6), com 54% do total. São pessoas com boa situação financeira e que vivem confortavelmente com a família. "Trata-se do segmento na nona colocação nacional com maior proporção de mulheres", diz o presidente da Unidade de Negócios de Marketing Services da Serasa Experian, Juliano Marcílio.

No Rio, este grupo aparece em destaque como o segundo com mais componentes femininos do Estado (3,2% de mulheres). No País, o segmento tem a presença de cerca de 1,1 milhão de mulheres. Entre os jovens, a mulher lidera subgrupo de pessoas até 30 anos e com bons salários, com 57% do total. São pessoas com até 30 anos, na grande maioria solteiras, morando em regiões urbanas confortáveis e que investem na carreira e na profissionalização. (Estadao)

Greve nas escolas estaduais de SP começa com baixa adesão

Dos 20 colégios checados pela reportagem, 18 funcionaram normalmente.
A greve na rede estadual de ensino de SP começou ontem com adesão baixa dos professores. Para o governo, é um sinal de fracasso do movimento. Para o sindicato, a paralisação vai aumentar durante a semana.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação afirmou que o faltosos terão os dias descontados, o que acarretará descontos no salário e no bônus por desempenho.
A reportagem verificou ontem o funcionamento de 20 escolas da capital. Em 18 delas, as aulas estavam normais (90%).
O governo José Serra (PSDB) e a Apeoesp (sindicato dos professores, ligado à CUT e ao PT) também fizeram seus balanços: o primeiro apontou normalidade em 99% das escolas do Estado; o segundo, em 70%. Haverá nova assembleia na sexta-feira.
A categoria exige reajuste de 34,3%. Os salários hoje variam de R$ 1.834 a R$ 3.181 (fim de carreira), na jornada de 40 horas semanais. Programa lançado em 2009 eleva o teto a R$ 6.270, desde que o docente, ao final da carreira, tenha sido aprovado em quatro seleções.
O governo diz ser inviável conceder o reajuste, que traria gasto de R$ 3,5 bilhões. A pasta tem R$ 16,2 bilhões neste ano. A política atual é a de dar dinheiro extra ao que apresente bom desempenho em avaliações.
"A responsabilidade demonstrada pela quase totalidade dos 220 mil professores é mais uma prova de que a tentativa de greve é um movimento político, inimigo da educação de São Paulo", diz nota do governo.
"Já começamos com uma adesão satisfatória, que vai aumentar nos próximos dias. A greve foi decidida devido a um acúmulo de desrespeitos do governo com os professores", afirma a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. (Folha)