terça-feira, 16 de março de 2010

UGT participa das comemorações dos Cem Anos da Revolução Mexicana

Os Sindicatos e o bicentenário da Independência e os Cem anos da Revolução Mexicana

(Na foto ao lado estão todos os delegados internacionais incluindo, secretários da UGT: Wagner José de Souza, Relações Internacionais; Monica Mataroma, Relações da Américas; Sidney Corral, Conselho Fiscal. Postado por Wagner José de Souza - 1º Secretário Relações Internacionais – UGT, que representou a UGT no evento) Em 2010 se comemora no México o Bicentenário da Independência e os Cem anos da Revolução Mexicana, onde AGUSTIN DE ITURBIDE, autor da Independência Mexicana, compatriota honrado e historicamente admirado, a ponto de ter tido suas cinzas depositadas num monu

mento com seu nome escrito em letras de ouro no parlamento e associado nas estrofes do Hino Nacional do México e, mais tarde, foi retirado de tudo, mas que se conserva na memória do povo mexicano.

Assim encontram-se os trabalhadores mexicanos, tudo se conquista, mas lhe são retirados os seus direitos sem prévio aviso.

Estive recentemente na cidade do México participando do 12º Congresso Nacional Ordinário da Confederação Revolucionária de Obreiros e Campesinos - C.R.O.C, e o Primeiro Seminário Internacional, cujo tema proposto foi “Compromisso: Desenvolvimento Sustentável”, no Centro de Convenções Banamex. Foi eleito o companheiro sindicalista e deputado federal Isaías Gonzalez Cuevas para presidir o Congresso e ali pude observar a unidade dos trabalhadores com cerca de 6.000 delegados inscritos e uma presença maciça diária de 12 mil que ali passaram, advindos dos mais longes rincões mexicanos, demonstrando ser povo forte, que não abre mão de seus direitos, na busca constante de diálogo e respeito aos trabalhadores, mesmo que tenham que derramar suas ultimas gotas de sangue. A C.R.O.C, mantém mais de 4,5 milhões de trabalhadores em sua base distribuídos em 32 Estados, 17 Federações Nacionais Industriais, cerca de 3.600 Sindicatos, tendo aproximadamente fechado contratos coletivo de trabalho.

O 12º Congresso da C.R.O.C., ratificou um acordo com o Grupo de Parlamentares do Partido Revolucionário Institucional – PRI, com a presença de sua presidenta, a deputada federal Beatriz Paredes Rangel, solicitando ao Governo que realize ações necessárias e impeça a violação dos direitos fundamentais, restabeleça os serviços públicos como água potável, eletricidade, gás, medicamentos etc, aos trabalhadores que estão em conflito político-laboral de Cananea-México, em suas minas de cobre, por não contar com soluções que garantem a paz social, a convivência pacífica com a comunidade e o alto risco da possibilidade que se fechem as minas e haja desemprego em massa. Quando trata-se de privatização, encontramos também outro setor sendo privatizado onde os sindicatos do setor eletrico diariamente estão com sua categoria nas ruas do México em passeata contra a ganância da privatização do setor elétrico do México.

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Lupi: Caged aponta criação de mais de 205 mil vagas em fevereiro

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou nesta segunda-feira que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro serão recorde, apontando a criação de mais de 205 mil empregos formais.

Em janeiro, último relatório divulgado, o Caged mostrou a geração de 181.419 postos de trabalho com carteira assinada no país, recorde para o mês.

- Estamos fechando os números de fevereiro hoje e já podemos considerar o melhor fevereiro da história de 22 anos do Caged - disse Lupi a jornalistas após evento no Rio de Janeiro.

- Este ano de 2010 tende a ser o melhor ano na geração de empregos na história do Brasil.

A indústria, segundo Lupi, é um dos setores que está se destacando.

- Houve demissões precipitadas. A indústria está contratando muito porque os estoques estavam altos e a indústria, que acreditava que a crise ia ser avassaladora e não foi, agora está contratando em meses atípicos, como janeiro e fevereiro.

O ministro disse ainda que a taxa média de desemprego neste ano, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve ficar entre 7,4 e 7,5%, ante 8,1% em 2009. (O Globo)Top of Form

Banco do Brasil amplia crédito em R$ 8,2 bilhões para pessoa física

O Banco do Brasil (BB) ampliou a oferta de crédito para pessoa física em cerca de R$ 8,2 bilhões. A medida atenderá 1,4 milhão de clientes por meio do incremento ou da reativação dos limites de crédito. Essa ampliação foi possível com a melhoria na metodologia de gestão do cadastro, informou hoje a instituição.

Segundo o banco, "a estratégia de expansão da oferta de crédito que vem sendo adotada pelo BB está amparada em uma base de dados cadastrais que subsidia as análises de crédito, garantindo menor risco nas operações e o estabelecimento de um relacionamento mais próximo com os clientes".

O Banco do Brasil encerrou 2009 com uma carteira de crédito total de R$ 321,7 bilhões, o que representa uma evolução de 28,4% em 12 meses (incluindo avais e garantias). (Agência Brasil)

Ministério da Justiça lança TV Procon e curso básico de direito do consumidor a distância

Ministério da Justiça lançou nesta segunda-feira dois novos projetos em comemoração ao Dia Internacional do Consumidor: a TV Procon e o curso básico de direito do consumidor a distância. O objetivo é proporcionar mais cidadania aos consumidores do país, oferecendo canais e conhecimento que garantam seus direitos.

- Cerca de 30 milhões de brasileiros ascenderam à classe C nos últimos anos, e se tornaram novos consumidores. É muito frustrante para eles ter problemas no mercado de consumo. É preciso um programa intenso de defesa deste público, cada vez mais - disse o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.

Para o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, é necessário menos conflito e mais solução.

- Estamos pensando na defesa deste público que chegou ao mercado de consumo, na defesa de seus direitos fundamentais como cidadãos e consumidores - destacou.

A TV Procon vai exibir programas de educação para o consumo que ajudarão a prevenir problemas nas áreas de água, mobilidade (transportes), crédito consciente, lixo, alimento e energia. Os programas serão exibidos nos monitores dos Procons de todo o país, enquanto os cidadãos aguardam o atendimento. A ideia é que, posteriormente, eles também sejam veiculados em outros locais.

Já o curso básico de direito do consumidor destinará vagas para 3 mil pessoas de todo o país. Os interessados poderão se inscrever gratuitamente nos Procons entre 7 e 11 de maio. As aulas, que terão carga horária de 40 horas/aula, serão entre 2 de junho e 7 de julho.

Os módulos serão sobre direitos básicos, oferta e publicidade, consumo e saúde, consumo e educação financeira, contratos, consumo consciente, combate à pirataria, compras pela Internet e consumo e lazer.

Estão previstos chats, fóruns, exercícios de fixação e prova. Ao final dos trabalhos, o aluno receberá um certificado. O curso é uma parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do MJ, que hoje capacita cerca de 200 mil policiais em todo o país por meio de cursos a distância. (O Globo)

"A crise foi a prova de que a economia brasileira é forte e estável"

Em entrevista, correspondente do jornal alemão "Handelsblatt" no Brasil diz que o país está no caminho para ser uma potência econômica mundial e analisa as razões que levaram ao fortalecimento da economia brasileira.

Deutsche Welle: O Brasil está sendo cada vez mais elogiado na imprensa internacional pelas suas virtudes econômicas. Como o senhor vê isso?

Alexander Busch: A prova mais recente de que o Brasil pode exercer um novo papel econômico foi a recente crise. Nos últimos quatro, cinco anos, o Brasil ficou, tanto no aspecto político como econômico, mais forte e mais importante na economia mundial.

Primeiro, houve o aumento no preço das matérias-primas, como o minério de ferro, que alcançaram um novo nível de preços devido à demanda.

Depois vieram os biocombustíveis, que há dois ou três anos eram o hype, e o Brasil sabia como oferecê-los em grande escala.

Aí veio o tema petróleo, com as grandes reservas na costa brasileira, como o Pré-Sal, que podem transformar o Brasil num dos grandes produtores mundiais de petróleo nos próximos dez anos.

Essas foram etapas no caminho do Brasil para se tornar uma potência econômica mundial. Mas aí veio a crise, e muitos pensaram que o Brasil mais uma vez iria sucumbir.

Mas o Brasil conseguiu sobreviver a essa crise, a mais forte dos últimos 70 anos. Por um lado, graças a aspectos que já estavam dados, como uma economia fechada e um forte mercado interno; por outro lado, graças à ação do governo. E ter sobrevivido à essa crise foi a prova de que o Brasil é hoje uma economia forte e estável.

Por que a economia brasileira é forte hoje?

Diferentemente das outras economias emergentes, de forte integração na economia mundial, o Brasil conseguiu sobreviver graças ao seu mercado interno, que foi consolidado com as políticas adotadas pelo governo nos últimos anos.

Há novos grupos de renda, há uma classe média crescente e há empresas fortes, com acesso ao mercado de capitais, que podem ir à bolsa e conseguir dinheiro mesmo em época de crise. Isso fez o Brasil alcançar um novo nível de estabilidade.

Além disso, o Brasil usa de forma muito hábil os recursos de que dispõe, tanto financeiros como também os novos mercados que se abriram em nível mundial, como a China.

Ou seja, de um lado há o mercado interno, com uma nova estrutura de renda e com um novo consumo, também em setores totalmente novos, como o imobiliário, no qual há um boom no momento – há cinco anos praticamente não havia crédito imobiliário no Brasil, exceto algumas poucas linhas de crédito governamental para a construção de casas.

E de outro lado há o mercado externo, no qual o Brasil conseguiu se inserir nos últimos anos como um importante fornecedor de matérias-primas para a economia mundial.

O mercado interno se tornou maior graças à ação do governo, por meio de programas sociais como o Bolsa Família?

Sim, esse foi um passo importante. Na sequência da estabilização da economia – e aqui pode-se dizer que a estabilização de uma economia ainda é a melhor política social – na sequência dessa estabilização, mantida pelo governo Lula desde 2003, vieram as ações sociais.

Num país em que praticamente não havia nenhuma ajuda social, há de repente uma ajuda mínima, o que, em comparação com o nada de antes, é um passo enorme.

Essa ajuda social tornou possível o consumo de massas e permitiu que empresas passassem a investir nesses segmentos de massa, o que antes elas não faziam.

Esses dois passos – estabilização da economia e programas sociais – foram importantes. A eles se deve acrescentar o que todos os governos do mundo fizeram, alguns melhor, outros pior, que foi a política fiscal e de juros durante a crise.

O Brasil reagiu de forma rápida: colocou dinheiro à disposição dos bancos, os bancos estatais compraram instituições enfraquecidas, houve redução de impostos para a indústria automobilística e outras medidas para aquecer o consumo Isso tudo foi muito importante, também.

O mercado financeiro brasileiro também não apresentou problemas durante a crise, principalmente em comparação com a Alemanha e os Estados Unidos. O que o Brasil fez certo nesse setor?

São duas coisas. O Brasil passou por uma crise financeira muito forte em 1995, na sequência do "efeito tequila", a crise que nasceu no México. Nessa época houve um processo de limpeza e o controle sobre os bancos foi extremamente elevado. As reservas que os bancos precisam ter no Brasil são muito maiores do que em outros países.

Essa já é uma vantagem. Além disso, há uma subvenção estatal indireta na medida em que os bancos emprestam dinheiro ao governo a juros muito altos. Durante muitos anos, esse foi o principal negócio deles e, na prática, acabaram sendo subvencionados.

O que mais contribuiu para essa boa fase do Brasil?

Há ainda a política externa do governo Lula, que diversificou os mercados para as exportações brasileiras. Não são mais apenas os Estados Unidos e a Europa os principais mercados, mas também a África, a América Latina e o Oriente Médio são cada vez mais fortes. Isso se deve em parte às ações do governo Lula, em parte à nova demanda.

Isso significa que, quando o mercado nos Estados Unidos ou na Europa cai em épocas de crise, outros mercados, principalmente a China, podem neutralizar um pouco esse efeito. Essa foi também uma política muito hábil, criticada no início, mas que se mostrou acertada.

Ou seja, o senhor afirma que essa ascensão não é uma bolha que pode estourar a qualquer momento, mas um desenvolvimento sustentado.

É com certeza um desenvolvimento sustentado, a questão é saber para onde ele irá. A maioria dos prognósticos dos bancos parte do princípio de que o Brasil crescerá 5% ao ano durante uma década. Se o Brasil conseguir isso, será um passo tremendo.

O senhor diz no seu livro que o Brasil é um teste para a democracia. O que quer dizer com isso?

O Brasil é um dos poucos grandes países democráticos do mundo que tentam saltar para a condição de país desenvolvido. Esse não é caso da China e da Rússia. O Brasil e a Índia são os países que tentam dar esse passo rumo ao desenvolvimento na condição de democracias.

Para nós, europeus, que defendemos uma combinação entre democracia e economia de mercado, o Brasil é um exemplo importante, ao qual devemos prestar atenção – lá está um país que tenta dar esse passo seguindo o caminho democrático.

Porque ouve-se com frequência que as coisas funcionam muito melhor na China porque o país é regido de forma autoritária. Por causa da China, nos últimos anos esse modelo de desenvolvimento econômico autoritário experimentou um forte crescimento. E o Brasil é a antítese desse modelo.

Alexander Busch é jornalista e um dos mais conhecidos correspondentes alemães no Brasil. Ele escreve para vários jornais e revistas, entre eles o diário econômico Handelsblatt. É autor do livro Wirtschaftsmacht Brasilien – Der grüne Riese erwacht (Potência Econômica Brasil – o gigante verde desperta), lançado em 2009 na Alemanha pela editora Hanser.