terça-feira, 30 de março de 2010

Comerciários brasileiros se mobilizam para redução da jornada e avanços salariais

UGT defende a unidade dos comerciários no Sul

Os comerciários brasileiros já tiveram força suficiente para reduzir a jornada de trabalho. Com o passar dos anos, o avanço da tecnologia, o autoatendimento e a criação necessária de milhares de pequenas empresas de comércio, a categoria se fragmentou, apesar de ser uma das maiores do Brasil, e agora se reorganiza, a nível nacional, para recuperar sua presença e força nas negociações nas convenções coletivas e nas articulações políticas. Em essência foi esse o tema que discutimos e avançamos no encontro dos comerciários realizado pela Fecep e que teve a participação de lideranças comerciárias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Avaliamos, também, que a concentração das grandes redes nos ajudará a concentrar nossa força e capacidade de mobilização e de negociação. Pois os comerciários do Brasil inteiro têm muito a recuperar em termos salariais e, principalmente, de carga horária. Estamos em campanha pela redução da jornada para 40 horas semanais enquanto existem companheiros e companheiras trabalhando 52 horas semanais. Um absurdo que precisamos reverter com urgência. E encontros como este nos estimulam a avançar e a pressionar governos e patrões. (Ricardo Patah, presidente Nacional da UGT)

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“Essa união é extremamente positiva para continuarmos a luta pela regulamentação da categoria, e também para obtenção de melhores conquistas salariais nas negociações coletivas com as grandes redes, assegurando maiores ganhos para os trabalhadores.”, afirmou Patah durante a solenidade de abertura do seminário.
Promovido pela FECEP, está é a primeira vez que o encontro conta com a participação de sindicatos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “A Fecep anualmente faz um Encontro dos comerciários. Nesse ano ampliamos a participação no evento com a presença de três estados. Com isso, buscamos a troca de informações e propostas de melhorias dos direitos dos trabalhadores e suas condições de vida”, informou o presidente da FECEP, Vicente da Silva.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, enfatizou também a defesa da campanha pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução salarial e condenou a criação de sindicatos com o objetivo de dividir a base e enfraquecer a categoria. “O surgimento da UGT, central majoritariamente formada por sindicatos representativos dos trabalhadores do comércio e serviços, veio dar ao sindicalismo comerciário capacidade de realmente se fazer ouvir no cenário nacional”, afirmou Patah.
No seminário foram discutidos os seguintes temas: a Regulamentação da profissão comerciária, Projetos em tramitação no congresso nacional de interesse dos trabalhadores, Implantação da fiscalização do ponto eletrônico nas empresas, Check-out dos caixas de supermercados (funcionários que trabalham em condições precárias nos supermercados), Cartilhas explicativas sobre check-out e Negociação coletiva. (Fonte e foto: Mundo Sindical)

SP lançará site para licenciamento de empresas on line

O Governo de São Paulo lança amanhã o Portal Poupatempo do Empreendedor e o Sistema Integrado de Licenciamento (SIL), que vai possibilitar o licenciamento de empresas pela internet. Segundo o estudo "Doing Business 2010", do Banco Mundial, o licenciamento de atividades é o maior obstáculo à legalização completa das empresas, com uma demora de cerca de 120 dias para ser efetuado. O evento está marcado para 16 horas, no Palácio dos Bandeirantes. (Estado)

Empresários do Brasil são os mais otimistas sobre economia global, diz pesquisa

Levantamento da KPMG em 17 países indica um aumento generalizado do otimismo global.

Os empresários brasileiros são os mais otimistas quanto ao comportamento da economia global no próximo ano, indica uma pesquisa feita em 17 das principais economias do mundo pela consultoria internacional KPMG.

O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, mostra um aumento generalizado do otimismo em relação à recuperação econômica global, principalmente nos Estados Unidos e nos países do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Esta é a segunda vez seguida que a pesquisa, realizada de quatro em quatro meses, apresenta um crescimento do otimismo em vários itens como atividade econômica, receitas e lucros.

Segundo a KPMG, os empresários brasileiros são os mais otimistas nos dois setores avaliados pelo levantamento - indústrias e serviços.

Perspectivas

A pesquisa ouviu cerca de 11 mil empresários de Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha, Irlanda, Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca, Polônia, Brasil, Rússia, Índia e China sobre suas perspectivas para os 12 meses seguintes.

Para cada item pesquisado, é atribuída uma nota entre -100 e +100, obtida com a subtração da porcentagem de empresários que esperam uma deterioração nas condições para o próximo período da porcentagem daqueles que esperam uma melhoria.

No geral, a pesquisa mostrou um aumento no otimismo entre os 17 países pesquisados sobre a atividade econômica no setor industrial, com uma variação do índice de +42,9 para +50,9 entre o levantamento anterior, de outubro de 2009, e a pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

No setor de serviços, com apenas 12 países pesquisados (Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca e Polônia ficaram de fora), o índice de otimismo registrou uma leve variação negativa no mesmo período - de +46,5 para +44,0.

Índices maiores

O índice de otimismo no Brasil ficou em +84,2 para o setor industrial e +78,3 para o setor de serviços. Quando considerados em conjunto os países do grupo BRIC, os índices de otimismo foram de +63,4 e +58,3 nos dois setores, respectivamente.

Os Estados Unidos, que tiveram índices de +65,7 e +60,3, apresentaram a segunda maior taxa de otimismo entre o empresariado, superior até mesmo à média dos países BRIC.

Na China, cuja economia continuou registrando altos índices de crescimento mesmo durante a crise econômica global, os índices de otimismo foram de +63,5 e +59,9.

A Grécia, país que enfrenta graves problemas econômicos e a ameaça de um calote de sua dívida, foi o único entre os 17 países pesquisados em que o pessimismo superou o otimismo, com um índice de -25,2 no setor industrial (o país não entrou na pesquisa para o setor de serviços).

Após a Grécia, a República Tcheca (+8,9 no setor industrial) e o Japão (+25,9 no setor industrial e +3,9 no setor de serviços) foram os países com o empresariado menos otimista em relação ao comportamento da economia no próximo ano.

Recuperação

Para Alan Buckle, diretor global de consultoria na KPMG, os resultados da pesquisa são mais uma indicação de que a crise global parece ter sido superada, mas mostram os países em três diferentes níveis em relação à recuperação.

"No primeiro nível estão os países BRIC - cheios de confiança e preocupados apenas com inflação ou questões externas sobre as quais eles não têm controle", diz.

No segundo nível, segundo ele, estão os Estados Unidos e as economias europeias mais fortes, que mostram um otimismo cauteloso, com dúvidas ainda sobre a sustentabilidade da recuperação depois que os pacotes de estímulo forem retirados.

"No terceiro nível estão países como a Grécia, nos quais a confiança empresarial inexiste por razões óbvias. Países nesse nível têm resultados nas pesquisas bem atrás dos demais, servindo como uma lição salutar para os outros de que nada pode ser considerado como garantido neste estágio mais delicado da recuperação", complementa Buckle.

Brasil

Os dados da pesquisa para o Brasil indicam ainda um otimismo em relação a lucros (+80,1 no setor industrial e +75,6 no setor de serviços), novos pedidos (+85,3 na indústria e +78,4 em serviços) e nível de empregos (+76,8 e +69,1).

O levantamento detalhado indica ainda uma preocupação um pouco maior do empresariado brasileiro com inflação, com índices abaixo da média para itens como preços de insumos, preços de venda e custos com serviços.

Para Oscar Caipo, chefe de consultoria da KPMG para a América Latina, "o Brasil parece estar cumprindo verdadeiramente a promessa de crescimento dos BRIC", com os maiores níveis de otimismo entre todos os países pesquisados.

"Esse otimismo pode ser atribuído à forte demanda, tanto interna quanto externa, pelos produtos e serviços brasileiros", afirma Caipo. (Estadao)

Indústria reclama de concentração no varejo

Fabricantes temem perder o seu poder de negociação após onda de fusões no comércio. Consolidação das redes de varejo no país também deve resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e grandes lojas.
A criação de mais uma gigante no setor de varejo a partir da união das redes Insinuante e Ricardo Eletro vai diminuir o poder de negociação da indústria, segundo representantes do setor de eletrodomésticos.
Esse movimento de fusão entre redes médias, porém, já era esperado pelo setor industrial a partir da união do grupo Pão de Açúcar com as redes Ponto Frio e Casas Bahia no ano passado.
"Existe hoje uma situação de mercado em que a competição é intensa entre as redes que comercializam produtos considerados commodities, como os eletrodomésticos. Uma forma de ganhar mais dinheiro é com o aumento de participação de mercado, já que os preços desses produtos são conhecidos dos consumidores", afirma Cláudio Felisoni, presidente do conselho do Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração).
Para representantes da indústria, a concentração do varejo deverá resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e redes de lojas. A rede Magazine Luiza informa que era prevista a união de empresas no setor e que a empresa "continua com seu plano de expansão e também aberta para analisar propostas de aquisição de redes, mas que não existe nenhuma negociação em andamento".
Fusões — A fusão Ricardo Eletro e Insinuante precisará ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e poderá ser "congelada" pela autarquia, caso os conselheiros entendam que as empresas devam manter suas atividades separadas até o julgamento definitivo do caso.
Nas últimas fusões envolvendo grandes empresas, o Cade vem negociando os chamados Apros (Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação). O mecanismo é usado para garantir que seja possível reverter a operação. Isso evita que os executivos tomem decisões que, no futuro, não possam ser desfeitas. Ou seja, se o conselho decidir vetar a operação ou impuser restrições, a fusão pode ser revertida sem danos ao mercado. (Folha)

São Paulo diminui de 12% para 7% o ICMS da indústria têxtil

Empresários dizem que medida conterá migração de fábricas para outros Estados.

O governo de São Paulo reduziu ontem o ICMS para a indústria têxtil e de confecção. A alíquota passou de 12% para 7%. Empresários dizem que a medida vai conter a migração de empresas paulistas para outras regiões, atraídas pela guerra fiscal travada entre os Estados.
A diminuição do tributo beneficiará cerca de 16 mil empresas em São Paulo, que geram, diretamente, 500 mil postos de trabalho. O Estado detém cerca de 33% do PIB têxtil nacional (a soma da produção de bens finais no setor).
Nos últimos cinco anos, intensificou-se a redução ou a isenção de ICMS para estimular a migração de empresas. Mato Grosso do Sul e Goiás isentam as empresas do tributo. A alíquota no Rio é de 2,5% e, na Zona da Mata, em Minas Gerais, de zero a 3%.
O governador de São Paulo, José Serra, minimizou a disputa fiscal entre os Estados. Afirmou que a medida adotada em São Paulo é um instrumento de proteção da indústria brasileira. Segundo ele, a redução não resolve todos os problemas enfrentados pela indústria têxtil, entre eles a concorrência desleal, "mas é um alívio, um incentivo", disse o governador.
O argumento de que o benefício fiscal ajudará a enfrentar a concorrência global, principalmente da China, foi repetido pelos empresários. "Com a falta de isonomia para concorrer com os produtos asiáticos, a redução do ICMS é muito importante para manter investimentos e postos de trabalho em São Paulo", disse Rafael Cervone, presidente do Sinditêxtil-SP (sindicato das empresas). (Folha)