terça-feira, 20 de abril de 2010

2010 é o ano da mobilização e do avanço do movimento sindical brasileiro para a retomada do valor dos salários

Hora de mobilizar para retomada dos empregos de qualidade

A leitura do clipping de hoje, que você tem neste blog, e um ouvido atento às notícias de rádio e uma avaliação cuidadosa das reportagens de televisão nos mostram que teremos um ano de boa safra para o movimento sindical. Os patrões estão ficando sem as velhas desculpas esfarrapadas de que seu setor ainda sofre com a crise. Basta ver os indicadores de produtividade industrial, conforme relata “O Globo”, a retomada da qualidade do crédito, a oferta de crédito imobiliário sem precedentes para combinar tudo no lucro de quase todos os setores produtivos. O que permitirá aos trabalhadores, através da UGT e das demais centrais, e dos respectivos sindicatos terem o cenário adequado para a mobilização e avanço para renegociar seus salários, reduzir a rotatividade e avançar para convenções coletivas que confirmem mais qualidade de vida no chão de fábrica, nos escritórios e nas lojas. Qualidade de vida que para nós trabalhadores deve ser acompanhada de mais dinheiro no bolso, transferido para nossa renda através de negociações da Participação nos Lucros e Resultados, no aumento real dos salários e no investimento, inadiável, da requalificação da mão de obra. (Moacyr Pereira, secretário nacional de finanças da UGT)

Leia o clipping do dia, por favor:

Qualidade de crédito do consumidor volta a nível pré-crise, diz Serasa

A recuperação do mercado de trabalho, que resultou no aumento do emprego e da renda, teve impacto positivo na capacidade de pagamento dos consumidores. Além disso, a trajetória de queda das taxas de juros observada em quase todo o ano de 2009 e no início de 2010 levou a um custo menor do financiamento.
Dentro deste cenário, a qualidade de crédito do consumidor retornou ao patamar que era observada antes da crise mundial, que eclodiu em setembro de 2008, mostrou pesquisa da Serasa Experian divulgada hoje.
O indicador que avalia numa escala de 0 a 100 a qualidade de crédito do consumidor - quanto maior, melhor a qualidade de crédito e, portanto, menor a probabilidade de inadimplência - apresentou elevação de 0,7% no primeiro trimestre de 2010, atingindo o valor de 79,2.
Analisando o indicador por faixas de renda, verifica-se que a qualidade de crédito do consumidor está diretamente correlacionada com a sua renda. Isso porque a classe que ganha até R$ 500 por mês possui o menor índice de qualidade de crédito, com 74,8. Nos três últimos meses de 2009, a leitura foi de 73,1. Na outra ponta, quem ganha mais de R$ 10 mil tem a melhor pontuação (93,1), próxima daquela verificada no trimestre final do ano passado (93,6). Já os consumidores com renda entre R$ 5 mil e 10 mil ficaram com 92,8.
Segundo a Serasa, a maior alta na qualidade do crédito se deu na classe de renda mais baixa, consequência não apenas da recuperação do mercado de trabalho, mas também dos mecanismos oficiais de transferência de renda.
As demais camadas de renda registraram melhora na qualidade de crédito no período, com exceção daquela formada por consumidores que ganham mais de R$ 10 mil por mês."Isso pode ser explicado pelo fato de que a demanda de crédito dos consumidores de renda mais elevada foi pouco afetada durante a crise, favorecendo a contínua expansão do seu endividamento, o que sempre tende a agregar um pouco mais de risco (maior probabilidade de inadimplência)", pontuou a Serasa.
Por fim, na análise por regiões, o Sul, com 84,2, foi a única região com pontuação superior à média nacional (79,2). Na sequência, apareceu o Sudeste, com 79. Já a região Norte teve a pior qualidade de crédito, de 75,7. O Centro-Oeste (77,1) e o Nordeste (78,3) ficaram abaixo da média nacional. (Valor)

Produtividade industrial deve ter maior alta desde 2004, abrindo espaço para reivindicação salarial

Num ano em que o Brasil pode crescer mais de 6%, os sindicatos de trabalhadores da indústria ganharam um argumento forte para negociar aumentos salariais, mostra reportagem de Cássia Almeira, publicada nesta segunda-feira pelo Globo. A produtividade do setor em 2010, que no primeiro bimestre cresceu 15,4%, deve chegar ao fim do ano a 5%, de acordo com especialistas. Ainda assim, seria o maior aumento desde 2004, quando esse indicador de eficiência da indústria cresceu 6,8%, e o salário médio do trabalhador subiu 7,7%, segundo dados do IBGE.

Produtividade maior significa que o custo de produção de cada item que sai da linha de montagem diminuiu, abrindo espaço para aumentos salariais, queda de preços ou ganhos de mercado.

Essa é a expectativa da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, entidade sindical ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Para seu presidente, Carlos Grana, a alta da produtividade, associada a um bom momento da economia, fez engordar em 20% acima da inflação o salário da categoria, nos últimos cinco anos:

O gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, por sua vez, está convencido de que "a chave do crescimento é a produtividade":

- Maior produtividade significa menores custos. Pode remunerar melhor o empregado, pode levar a ganho de mercado, e até o governo ganha por meio da arrecadação. Outro reflexo aparece nos preços menores, aumentando a competitividade.

Já Sílvio Sales, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que houve uma interrupção da trajetória de expansão contínua da produtividade com a crise financeira:

- Mas já a partir do último trimestre do ano passado, a produtividade já tinha recuperado o patamar pré-crise. É um movimento saudável, uma vez que aumenta a competitividade do setor e também pode se reverter em ganho salarial.

Só que, apesar da melhora de cenário, ainda há um obstáculo para as conquistas salariais dos trabalhadores: a alta rotatividade. Mesmo com os trabalhadores conseguindo negociar reajustes salariais acima da inflação, a rotatividade, que pode chegar a 30% em alguns setores da indústria, vem emperrando o aumento salarial médio da indústria. (O Globo)

Crédito imobiliário deve ser recorde em 2010

Caixa Econômica Federal pode emprestar mais de R$ 60 bilhões.

O volume de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal deverá ser recorde em 2010, podendo ultrapassar a cifra de R$ 60 bilhões, segundo adiantou o superintendente de marketing e comunicação da instituição, Clauir Luiz Santos. No ano passado, o financiamento imobiliário na Caixa totalizou R$ 47 bilhões. Segundo ele, somente de janeiro a março já foram registrados R$ 17 bilhões em financiamento.

Santos fez as afirmações ao responder a perguntas de jornalistas feitas após a entrevista coletiva que concedeu junto com a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos, sobre os investimentos culturais da instituição. A executiva disse, na entrevista, que o feirão da Caixa que será realizado a partir do dia 13 de maio em São Paulo e do dia 20 do mesmo mês no Rio de Janeiro deverá registrar demanda recorde.

"Já estamos com aumento da demanda no simulador habitacional muito significativa", disse ela, que informou terem sido registradas 18,8 milhões de simulações de financiamento em março, já na expectativa da realização do feirão, que será o sexto a ser realizado pela instituição. "Isso demonstra a dinâmica desse mercado, esperamos muitos novos imóveis destinados à baixa renda", afirmou. A Caixa realizará no próximo dia 28 uma entrevista coletiva para fornecer detalhes sobre o feirão de maio.

Maria Fernanda comentou também aumentos que estão sendo registrados em materiais de construção. Segundo ela, "há uma sazonalidade" nesses itens. "Até o momento não estamos verificando nada que tenha impacto no preço final das unidades", afirmou (Estado)

G-20 salvou 21 milhões de empregos com medidas anticrise, diz OIT

Estudo reconhece, no entanto, necessidade de uma consolidação fiscal para garantir a recuperação econômica.

Os países do G-20 salvaram ou criaram 21 milhões de empregos em 2009 e 2010 com as políticas para lidar com a crise econômica, disse uma agência da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira, 19.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pediu ao governantes do G-20 para não acionarem as estratégias de saída das medidas extraordinárias de estímulo prematuramente.

O estudo, preparado para um encontro dos ministros do Trabalho e Emprego em Washington nos dias 20 e 21 de abril, reconhece, contudo, a necessidade de uma consolidação fiscal.

"O crescimento permanece frágil e a demanda do setor privado segue fraca em muitos países", disse a OIT.

"Medidas que deem suporte à proteção social e ao emprego devem ser mantidas até que o crescimento do emprego ganhe um fôlego mais significativo", diz o organismo em comunicado sobre o estudo.

Condições fracas no mercado de trabalho que acumularam desde a segunda metade de 2008 permanecem elevadas no primeiro trimestre de 2010, apesar do início da recuperação econômica. (Estado)

Lula se diz otimista com a possibilidade de criação de 2 milhões de empregos este ano

Ao comentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que está otimista com a possibilidade de o país criar 2 milhões de emprego este ano.

- Geramos 266 mil novos empregos em março. É a maior quantidade de empregos gerada no mês de março desde que foi criado o Caged - disse, no programa de rádio semanal "Café com o Presidente".

Para Lula, a criação recorde de empregos significa mais cidadania, mais independência econômica e menos déficit para a Previdência Social. Na medida em que o povo consome, segundo ele, o comércio vende mais, a indústria é obrigada a produzir mais e ambos são obrigados a contratar mais trabalhadores. "É tudo isso que eu quero que aconteça no Brasil", ressaltou.

Os países do Bric - Brasil, Rússia, Índia e China - junto com a África do Sul devem ter estratégia única de participação no G-20, tanto no lado econômico quanto no político, segundo o presidente Luíz Inácio Lula da Silva, no rádio.

Lula disse que os países definiram, nas reuniões com líderes de governo sediadas em Brasília na semana passada, um plano de atuação estratégica para a reunião do G-20 em junho, no Canadá. O objetivo do grupo é discutir, na reunião, a participação do fundo monetário internacional (FMI), o Banco Mundial, os mecanismos de financiamento, de crédito, e o funcionamento dos paraísos fiscais.

Em artigo assinado neste domingo no mais importante jornal sul-africano, o presidente Lula defendeu que a "reviravolta global depende em grande parte da força de economias emergentes e do comércio Sul-Sul", entre países do hemisfério. (Agencia Brasil)