quinta-feira, 15 de julho de 2010

Em evento com presidenciáveis, mostramos que sabemos respeitar nosso DNA a favor da ética, da cidadania e da inovação

A UGT coloca sua marca na democracia brasileira

Ontem, foi um dia em que a União Geral dos Trabalhadores deixou sua marca na democracia brasileira. Apresentamos nossas propostas para um novo Brasil com mais inclusão social, com mais distribuição de renda, com mais respeito às diferenças de opinião política e de incentivo ao debate democrático para os três principais candidatos à presidência, Dilma Rouseff (PT), representada por Aldo Rabelo, Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), que compareceram ao nosso evento no Hotel Jaraguá em São Paulo, prestigiado por dirigentes da central de todos os cantos do Brasil. Mostramos que sabemos respeitar nosso DNA a favor da ética, da cidadania e da inovação. Vivemos num Brasil ainda em construção de sua democracia, em que os valores éticos e de cidadania precisam ser realimentados todos os dias, em todos os debates e, principalmente, em cada uma das eleições. Sejam elas presidenciais ou sindicais. Por isso, a UGT mesmo apostando na unidade de ação com as demais centrais sindicais, em torno de pontos de interesse da classe trabalhadora brasileira, se recusa a se alinhar com uma única candidatura para permitir que a democracia brasileira respire nos sindicatos, nas fábricas, nos escritórios, nas lojas e, principalmente, na consciência cidadã de todos os que acreditam que a democracia brasileira é o caminho para manter nossa diversidade cultural e religiosa, nosso respeito às opções e escolhas das pessoas. Para ampliar e canalizar as contribuições de cada um dos brasileiros e brasileiras dispostos a acabar com a miséria, com a fome, com a discriminação de raça e de gênero e com a alta concentração de renda. A UGT inova também ao mostrar, na prática, como fez ontem, que sabemos ouvir ideias e ideais, que nos inspiramos em cada um dos posicionamentos dos candidatos que respeitosamente aceitaram nosso convite e, que exatamente por isso, nos habilitamos a ser interlocutores no futuro próximo a favor da classe trabalhadora brasileira, independente de quem venha a se tornar vitorioso nas próximas eleições. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia o clipping do dia, por favor:

Serra rebate PT e condena 'profissionais da mentira'

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, rebateu hoje as críticas divulgadas sábado pelo PT em um documento assinado por cinco centrais sindicais - CUT, Força, CGTB, CTB e Nova Central. As entidades acusam Serra de golpe contra o trabalhador por intitular-se criador do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do seguro-desemprego. "Nessa campanha, criou-se uma nova profissão, a de profissional da mentira", afirmou Serra em São Paulo, a uma plateia de 200 sindicalistas filiados à União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O tucano citou até o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, como alguém que está "endossando mentiras". "Os profissionais da mentira estão aí, em praça pública. É só olhar e ver as mentiras, essa do FAT e a de que eu iria acabar com os concursos no Brasil", disse o candidato, ironizando: "Daqui a pouco esses profissionais vão reivindicar piso salarial e adicional de férias."

Durante discurso de 45 minutos, o ex-governador paulista criticou professores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) por queimarem livros fornecidos pela Secretaria Estadual de Educação em praça pública. Lembrou ainda de um encontro que teve, quando estava à frente do Estado, com representantes da CUT. "Vocês são membros de um partido e sacrificam a defesa dos interesses dos trabalhadores à conveniência partidária", disse ter falado aos sindicalistas na ocasião. "Falei na cara."

Em entrevista à imprensa após o evento, o presidenciável chamou a CUT de "pelega". "A CUT era uma entidade antipelega até o PT chegar ao governo. Virou uma entidade superpelega", disse. "Aquilo que se chamava de pelego na época do Jango eram só aprendizes de pelego em comparação ao que se tem hoje", afirmou, lembrando os tempos do presidente João Goulart (1961-1964).

FAT —­ Serra aproveitou o palanque emprestado pela UGT para dar explicações sobre a autoria do FAT. "Na Constituinte, eu fiz a emenda para financiar o seguro-desemprego com recursos do PIS/Pasep, que não tinham destinação específica. O meu projeto era o que falava do FAT", frisou.

Antes do evento, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, aliado de Serra, distribuiu nota à imprensa em que se apresentava como "testemunha" do trabalho do tucano. "Serra foi, sim, o autor dos projetos que criaram o seguro-desemprego e o viabilizaram financeiramente, com a instituição do FAT", informou. A nota reproduzia uma certidão do Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados com informações sobre o projeto de Serra, de 1988.

Ao chegar ao encontro, Serra recebeu um documento de dirigentes da UGT, assinado por 12 das 20 regionais da entidade, manifestando apoio à sua candidatura. O presidenciável foi saudado como "companheiro" pelo presidente da central sindical, Ricardo Patah, e deixou o evento com o broche da central sindical.

Empregos — Serra disse aos trabalhadores que via a necessidade da criação de 20 milhões de empregos no Brasil até 2020. Questionado se essa era uma promessa, Serra negou. "É uma projeção. Para se ter uma taxa de desemprego mais decente, de 4,5% ou 5%, vamos ter de gerar esses 20 milhões de empregos até 2020. É uma análise da trajetória de aceleração do emprego", explicou.

O tucano criticou a condução econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para Serra, o Brasil está "sem planejamento, com subinvestimento, sem mão de obra qualificada e com uma política econômica inadequada". "A fotografia do momento é boa, mas o filme pode não ser se não se resolverem todos esses problemas."

De acordo com Serra, o País está mal preparado para sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014. "Conseguiu-se o recorde mundial de não preparação de aeroportos para a Copa", afirmou, citando outras obras do governo federal pelo País que, apesar de "propagandeadas", não andam. "O Brasil não ganhou a Copa (de 2010), mas ganhou a Copa dos mais altos juros, da mais alta carga tributária e do mais baixo investimento governamental do mundo." (Estado)

Marina defende Constituinte para fazer reforma política

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, defendeu hoje a criação de uma Assembleia Constituinte para a realização de reformas, entre elas a política. Em evento da União Geral dos Trabalhadores (UGT) em São Paulo, Marina chamou de "consenso oco" a unanimidade em defesa das reformas política, tributária e trabalhista, mas lembrou que os temas são de difícil implementação. "Uma boa parte das pessoas diz que é favorável (às reformas). Isso virou um consenso oco. Entra governo, sai governo, e (a reforma) não sai sequer do papel", criticou.

Para a candidata, a Constituinte pode ser um caminho para criar regras claras para o jogo político. "É por isso que a gente vive, durante as eleições, situações difíceis e constrangedoras, em que a legislação eleitoral é desrespeitada, às vezes pela ausência dos regras corretas", afirmou.

A candidata também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por usar eventos do governo para enaltecer as "qualidades" da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. "Um homem que goza de alta popularidade não pode ser usado para extrapolar a legislação eleitoral", afirmou.

Marina elogiou a UGT por não ter declarado apoio oficial a nenhum candidato à Presidência e, durante seu discurso, lembrou sua trajetória no movimento sindical, defendeu a reforma trabalhista e destacou as conquistas dos últimos governos, principalmente no combate à pobreza. "As conquistas devem ser reconhecidas, mas não podem ser usadas como complacência para as coisas que ainda não fizemos", afirmou.

A candidata defendeu também a criação de um "Estado necessário", que não seja apenas fiscalizador ou provedor, mas "alinhado às necessidades do nosso tempo"

Adversários — Marina elogiou o perfil de seus adversários na disputa. "Eles têm um perfil gerencial, têm um grande currículo, só que o Brasil é maior que o currículo e o passado deles", disse. A candidata criticou a troca de acusações e o vazamento de informações sigilosas, disse que prefere o debate ao embate. "Para que a gente vai ficar estragando o nosso tempo fazendo guerra de dossiês?", condenou.

Em uma plateia em que a maioria se diz petista, Marina pediu que os eleitores continuem mantendo a tradição de manter um "Silva" no poder. "O Brasil que já elegeu um sociólogo e um operário, que perdeu o medo de ser feliz, pode continuar ousando", disse.

Encontros e desencontros — O evento da UGT, que até ontem contava apenas com a participação confirmada de Marina Silva, teve de manobrar para evitar que os presidenciáveis se encontrassem e houvesse mal-estar. A petista não foi ao encontro, mas enviou como representante o deputado Aldo Rebelo (PCdoB). Marina teve de esperar quase uma hora para poder entrar no auditório e discursar. Já o tucano José Serra, que decidiu ir ao evento na última hora, teve de esperar a saída de Marina para receber o documento com as propostas da central sindical para o futuro governo.

Antes do evento, realizado no Hotel Jaraguá, centro de São Paulo, o presidente da organização, Ricardo Patah, pediu que os sindicalistas não hostilizassem os candidatos. "A UGT é plural e todos são ótimos candidatos", disse Patah.

Segundo Rebelo, Dilma não foi ao evento por desencontro de agendas. Como representante da petista, o deputado destacou o vínculo dos partidos da base da candidata com os trabalhadores. "Tenho certeza de que temos plena identidade com esse documento", afirmou. (Estado)

SP: UGT entrega propostas para candidatos à presidência

Os candidatos à presidência da República Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) receberam nesta quarta-feira (14), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), um documento intitulado O Brasil que Nós Queremos, que apresenta propostas que a central sindical pretende que seja incluída em seus planos de governo.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, também foi convidada para participar do evento ocorrido na tarde de hoje em São Paulo, mas quem a representou foi o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Entre as propostas, a UGT pede urgência nas reformas política, tributária, trabalhista e da previdência.

Na reforma política, por exemplo, a central defende que os mandatos pertencem aos partidos e que, portanto, a desfiliação ou a expulsão do mandatário implica na perda do mandato. A central sindical também defende que as eleições para cargos federais (presidente, deputados federais e senadores) sejam realizadas em ano diferente aos das eleições estaduais e municipais (governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores).

Quanto à reforma tributária, a UGT quer o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e de impostos sobre produtos da cesta básica. Na reforma previdenciária, a central propõe, entre outras coisas, o fim do fator previdenciário. E na reforma trabalhista, a pretensão é a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que as propostas são ¿centradas na condução da solução dos problemas do país, que deverão ser feitas de acordo com o interesse das massas trabalhadoras e na valorização do trabalho e da produção¿.

Os candidatos e o deputado assinaram o documento apresentado pela central sindical e se comprometeram a estudá-lo. (Terra)

Marina e Aldo batem boca por ação em fazenda de vice

Deputado cita investigação do Ibama sobre Guilherme Leal e candidata o acusa de fazer "estelionato ambiental" no Congresso.

Relator da reforma do Código Florestal na Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) trocou farpas ontem com a presidenciável Marina Silva (PV), que se opõe às mudanças na lei.
Ele ironizou a investigação do Ibama sobre suposto crime ambiental na fazenda do vice da senadora, Guilherme Leal, em Uruçuca (BA). A provocação irritou Marina, que o acusou de cometer "estelionato ambiental".
Segundo Rebelo, a ação na fazenda de Leal seria uma prova do suposto rigor excessivo do código em vigor.
"Neste negócio de desmatamento ilegal, parece que na República não escapa ninguém. Nem os que têm mais compromisso com a sustentabilidade", alfinetou.
"Acredito na boa-fé dele e de milhões de agricultores brasileiros que estão na mesma situação. Mas, por mais bem informado que seja, o Guilherme Leal pode ter sido surpreendido", disse.
Ao saber das declarações, Marina disse que seu vice está "inteiramente tranquilo" e respondeu em tom ríspido.
"O deputado não pode usar isso como justificativa para o estelionato ambiental que estão tentando promover com a mudança do código", afirmou.
Ela se declarou surpresa com Rebelo. "Ele falou isso mesmo? Que coisa primária...", disse a jornalistas.
Os dois quase se encontraram ontem, em evento da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Representando Dilma Rousseff (PT), Rebelo foi embora antes da chegada da senadora, com uma hora de atraso. A organização intercedeu nos bastidores para evitar o encontro.
SLOGAN LULISTA — Em discurso para 300 sindicalistas, Marina se comparou ao presidente Lula e usou slogan de campanha dele em 1989 para pedir votos.
"O Brasil perdeu o medo de ser feliz e pode continuar ousando e escolher a primeira mulher presidente", disse. "Vocês podem continuar votando num Silva, porque eu também sou Silva."
Ela afirmou ter origem semelhante à de Lula, e acrescentou que os trabalhadores perderam o medo de votar "em alguém igual à gente". (Folha)

Dilma tem recusado convites e falta a evento realizado por central que não a apoia; Serra e Marina estiveram no encontro da UGT;

A petista Dilma Rousseff foi a única entre os três principais candidatos à Presidência que não compareceu ao evento realizado ontem pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) para entregar um documento com propostas da central sindical aos presidenciáveis. O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) representou Dilma.

" Acho que ela estava tentando vir e não teve condições. Ela se comprometeu a visitar a UGT "

- Acho que ela (Dilma) estava tentando vir e não teve condições. Ela se comprometeu a visitar a UGT - disse Aldo.

Terceira maior central sindical do país, com 787 sindicatos filiados, a UGT diz representar entre 5 milhões e 7 milhões de trabalhadores. É a única das seis centrais que não declarou apoio a Dilma e não assinou um manifesto em que as outras centrais acusam o candidato tucano, José Serra, de "mentir" sobre a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador. A petista já participou de eventos promovidos por outras centrais, como CUT e Força Sindical.

Além de não ir ao encontro da UGT, Dilma também não foi este mês ao debate promovido pela Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária . Também não participou da sabatina da "Folha de S. Paulo" e do UOL, em junho. No mesmo mês, recusou-se a dar entrevista à jornalista Míriam Leitão, na GloboNews, que entrevistou seus adversários. (O Globo)