terça-feira, 31 de agosto de 2010

Apoiar micro e pequenas empresas com incentivos fiscais e exigir empregos decentes

Distribuição de renda se dá através das micro e pequenas empresas

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) — A pesquisa do Dieese e do Sebrae confirma a tese da UGT que as micro e pequenas empresas, alem de geradoras de empregos, são também o canal pelo qual se dá a distribuição de renda no Brasil. Geralmente, estas empresas surgem do sonho e da garra pessoal, muitas delas comandadas por jovens, como mostra outra pesquisa do Sebrae, e confirmam que através do emprego que geram conseguem, também, distribuir renda através de salários. Da parte da UGT e dos nossos sindicatos filiados apoiamos a desburocratização para se criar tais empresas, com redução da carga tributária e dos juros e exigimos, como contrapartida, respeito aos direitos trabalhistas, uma jornada de trabalho mais humana e incentivos para que as empresas cresçam e ajudem o Brasil a consolidar seu mercado interno.

Micro e pequenas empresas reúnem mais da metade de empregos formais no Brasil

Mais da metade dos empregos formais no Brasil se encontra nas micro e pequenas empresas. De acordo com o terceiro Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa (MPE), que será lançado nesta terça-feira pelo Sebrae e o Dieese, dos 24,9 milhões de empregados formais, 52,3% (13 milhões de pessoas) trabalhavam nesse tipo de estabelecimento. O número de empregos formais no setor cresceu 36% desde 2002, quando somavam 9,5 milhões, até 2008.

As MPEs responderam por 73,7% dos empregos formais do comércio, 48,7% na construção, 42,9% em serviços e 42,5% das vagas com carteira da indústria. A maior parte das empresas está no interior. Do total de empregos formais gerados por MPEs, 35,1% encontravam-se nas capitais e 64,9%, fora delas.

Empresas de pequeno porte resistiram mais à crise — O Anuário cruza dados sobre emprego e renda no país da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese e do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, utilizando números de 2008 (os últimos disponíveis).

As empresas de pequeno porte resistiram mais à crise do que as grandes. Pelos dados do anuário, em 2008, as micro e pequenas empresas geraram 1.035.297 novos empregos líquidos, ou seja, contabilizando as admissões menos as demissões. Já as médias e grandes geraram somente 219.377 novos empregos líquidos formais em 2008, ano em que a crise financeira internacional atingiu seu ponto máximo.

O anuário mostra que a maior parte das microempresas é tocada pelos proprietários. Das 5,486 milhões de microempresas, 3,703 milhões não têm empregados (67,4%). No Rio, este percentual chega a 60,9%. Das 368 mil microempresas fluminenses, 224 mil não tinham empregados. O levantamento aponta ainda que 61,3% dos empreendedores não têm sócios. O Rio conta com 659 mil pequenas empresas.

Entre as MPEs, os setores que mais geraram postos de trabalhos líquidos foram: comércio (348 mil), serviços (317 mil), construção civil (202 mil) e indústria (169 mil).

Em 2008, as MPEs foram responsáveis por 39,4% da massa de salários paga aos empregados formais na economia. A remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 928. Este valor é 25% menor do que o valor médio pago pelas médias e grandes empresas, que chegava a R$ 1.235.

Remuneração é melhor na região Sudeste — Mas essa remuneração varia de acordo com a região. A renda média mensal dos empregos formais das MPEs no Sudeste foi de R$ 1.022, no Sul chegou a R$ 923, no Centro-Oeste R$ 845, no Norte a R$ 769 e no Nordeste a R$ 682.

Por setores, a remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 1.046 na indústria, R$ 981 na construção, R$ 942 no setor de serviços e R$ 841 no comércio. Por porte, nas microempresas a remuneração média mensal foi de R$ 797 e nas pequenas empresas foi de R$ 1.044. (O Globo)

Empreendedores estão mais jovens

Estudo do Sebrae-SP revela crescimento na participação de empresários com até 24 anos de idade na abertura de novos negócios

Como psicólogo, Bruno Grossman se saiu um grande sorveteiro. Ele não entendia nada de sorvetes, mas, aos 26 anos, já fazia alguma ideia de como gerir o próprio negócio. Afinal, vinha se aventurando pelo mundo do empreendedorismo desde os 22 anos, quando abriu uma consultoria de marketing. Em 2008, ele inaugurou a primeira unidade de uma rede de sorveterias de iogurte, a Yoggi, e este ano já espera faturar R$ 97 milhões, com 25 pontos espalhados pelo Brasil.

Grossman é considerado no mercado um exemplo de sucesso de uma geração que inicia o negócio próprio cada vez mais jovem. Pesquisa divulgada recentemente pelo Sebrae-SP mostra que a participação de empresários de até 24 anos de idade na abertura de novos negócios subiu de 4% para 14% em uma década. "É resultado de uma estatística que não fecha: a quantidade de jovens que deixam as universidades não bate com a de empregos ofertados pela economia", explica o diretor superintendente do órgão, Ricardo Tortorella.

Soma-se a isso o alto nível de informação (e de inquietação) da chamada geração Y, formada por nascidos após a década de 80. A Yoggi, de Grossman, é resultado dessa combinação. Não é fácil provar ao mercado que um "garoto" pode administrar milhões. Foram os contratos da consultoria de marketing e o investimento de terceiros que garantiram a ele ter seu próprio negócio. "Já estou até calejado, apesar de ser tão novo. Lidei com pessoas veteranas em negócios muito difíceis", conta.

Os jovens também têm se destacado no segmento de franquias. Na Franchising Store, consultoria que gerencia 70 marcas nesse segmento e seleciona franqueados, mais de 60% dos candidatos têm até 35 anos de idade. "Apesar de terem pouca experiência, esses jovens estão muito ‘linkados’ ao mercado", diz a sócia diretora Filomena Garcia. Segundo ela, a maioria desses jovens empresários costuma abrir o negócio em consórcios com amigos ou com recursos da família. "Raramente, recorrem a recursos de terceiros", diz.

Mortalidade — A Yoggi, com sede no Rio de Janeiro, passou há pouco tempo por um dos períodos mais complicados de uma empresa: o primeiro ano. E já tem planos ousados de expansão que preveem a abertura de 300 lojas até 2012. Segundo o estudo do Sebrae, as chances de sobrevivência no mercado independem da faixa etária dos proprietários. Em 2007, por exemplo, pessoas entre 18 e 24 anos foram responsáveis por 15% da abertura de empresas e por 15% do fechamento. Entre empreendedores com mais de 50, o porcentual foi de 14%.

O catarinense Rui Luiz Gonçalves, hoje com 45 anos, criou aos 22 uma empresa de software para engenharia civil, a AltoQi, que detém atualmente 70% do mercado brasileiro. Além de contratar jovens, ele lidera projetos sociais que incentivam o empreendedorismo no campo da tecnologia. "Esse é o melhor período da vida para se abrir um negócio porque é quando podemos correr mais riscos." (Estado)

CNI: construção civil seguiu em expansão em julho

O nível de atividade da construção civil manteve-se em crescimento em julho, de acordo com sondagem do setor divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos indicam crescimento, o indicador de julho chegou a 54,9 pontos, após ter atingido 53,8 pontos no mês anterior.

A sondagem também mostra que o setor continua aquecido, acima do usual para o período. Na avaliação que compara o nível de atividade com a média esperada para julho, o indicador persistiu acima dos 50 pontos de referência, chegando a 55,4 pontos. Em nota, o economista Danilo Garcia, da CNI, destacou que julho foi o sexto mês seguido de expansão para o setor. "Os segmentos de construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados cresceram em julho", destacou.

Por isso, os empresários do setor entrevistados pela CNI mantiveram o otimismo em relação aos próximos meses, ainda que com menor intensidade. Pela mesma metodologia, o indicador que mede as expectativas em relação à atividade nos meses à frente registrou 63,7 pontos, ante 65,2 pontos no mês anterior.

As expectativas com relação a novos empreendimentos e serviços (64,4 pontos) e compras de matérias-primas (63,1 pontos) também se situaram bem acima da referência de 50 pontos. A sondagem foi realizada entre os dias 2 e 18 de agosto com 438 empresas, entre as quais 210 pequenas, 174 médias e 54 de grande porte. (Estado)

Portabilidade numérica beneficia 6,26 milhões de usuários em dois anos

Após dois anos de sua implantação, o serviço de portabilidade numérica no Brasil já beneficiou 6,26 milhões de usuários, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom) - entidade administradora da portabilidade.

A portabilidade numérica oferece a possibilidade de migrar de uma operadora para outra e manter o número de telefone fixo ou móvel. Do total de beneficiados, os usuários de telefonia móvel foram os que mais solicitaram o serviço, sendo 70%, o equivalente a 4,36 milhões de solicitantes.

A portabilidade também está disponível para a telefonia fixa, mas apenas 1,90 milhão, o equivalente a 30% do total de assinantes de fixo, solicitou o serviço. Os dados levam em conta o período acumulado desde 1º de setembro de 2008 a 29 de agosto de 2010.

A portabilidade foi implantada gradativamente há dois anos. Primeiramente, em oito DDDs, o 14 e 17 (SP), 27 (ES), 37 (MG) 43 (PR), 62 (GO), 67 (MS) e o 86 (PI), e estendida aos demais durante um período de sete meses. Hoje, o serviço está presente em 67 DDDs e pode ser feito em até três dias.

Por nota, a ABR Telecom diz que o serviço está consolidado no país. "Quando a portabilidade numérica completou um ano de início de implantação, 2 milhões já tinham migrado de operadora mantendo o número do telefone. Hoje, são 6 milhões os beneficiados." (O Globo)

Petroleiros farão greve de advertência

Os petroleiros aprovaram paralisação de oito horas na próxima sexta-feira, para dar força à campanha salarial e por questões de saúde e segurança. A data-base para o reajuste salarial é o dia 1º de setembro, que chegará sem um acordo entre trabalhadores e empresa. O estado de greve poderá ser ampliado caso a Petrobras não avance nas negociações.

De acordo com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio Moraes, a estatal propôs reajuste salarial baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, além de 1% a 2% de aumento real, dependendo da categoria.

A proposta foi rechaçada pelos petroleiros, que querem reajuste indexado ao Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese, além de 10% de aumento real. "Vamos parar por um dia apenas, como advertência. Depois a gente espera que a empresa retome a negociação em outro patamar, senão vamos pensar em medidas mais drásticas", disse Moraes.

O objetivo, segundo ele, não é paralisar a produção, já que ainda se trata apenas de um protesto. Tanto sindicatos ligados à FUP como os independentes pediram aos trabalhadores que não efetuem a troca de turno na manhã de sexta-feira. Os trabalhadores que entrarem na noite de quinta-feira devem permanecer nos postos.
A redução na produção pode acabar acontecendo em alguns pontos devido às reivindicações relacionadas às questões de saúde e segurança. Os trabalhadores querem participar das discussões sobre a necessidade de manutenção das plataformas.
Além disso, farão operações-padrão, seguindo estritamente as normas de segurança, o que pode levar, segundo o coordenador-geral da FUP, a paralisações de algumas máquinas que não estiverem enquadradas nos moldes esperados de segurança.
Os sindicatos pedem que a Petrobras tenha "ação mais democrática" em relação à saúde e segurança dos trabalhadores. "Por exemplo, temos um acordo que dá aos sindicatos o direito a indicar um representante para as reuniões da Cipa. Isso é feito em terra, mas não nas plataformas, porque a Petrobras não garante o embarque para que participem das reuniões", disse Moraes.
A FUP pede ainda que a Petrobras crie um fundo garantidor para que terceirizados tenham assegurado o fundo de garantia. O diretor-geral disse que, muitas vezes, as empresas contratadas pela Petrobras não depositam a sua parte para o trabalhador. (Valor)