sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Brasil preparado para adotar políticas sociais que reduzam desigualdades, promovam inclusão social e garantam melhor Educação e Saúde

Cenário econômico reforça teses de mobilização da UGT a favor do Brasil

Todos os dias, aqui neste espaço, você pode acompanhar as principais notícias e tendências econômicas do Brasil com o respectivo posicionamento das principais lideranças da UGT. Foi assim que insistimos, nos momentos mais graves da crise financeira mundial, que o Brasil era maior que a crise e que sairíamos da crise, que era séria, se soubéssemos proteger os empregos e exigir contrapartidas sociais das intervenções do governo. Ainda estamos na etapa de superação da crise financeira e muito distante de vermos resolvidas as principais teses de mobilização da UGT em torno da distribuição de renda, com a consequente inclusão social e de investimentos contundentes em Educação. Mas, como já afirmamos, o Brasil melhorou muito sob o governo do presidente Lula o que nos anima a manter e ampliar nossa mobilização cidadã e sindical, politica e econômica para fazer valer as teses da classe trabalhadora brasileira na gestão politica e econômica do Brasil. Caminhamos para uma renovação do Congresso Nacional, para a eleição de presidente e governadores. Em todos os níveis, a UGT está presente, discutindo, apresentando seus pontos de vista, se preparando para preservar sua independência para, junto com os futuros governos e parlamentos, participar ativamente de um Brasil muito mais justo, com muito mais distribuição de renda e da geração de oportunidades para cada uma de nossas famílias, na Educação, na Saúde, no Emprego. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

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Expectativa de contratações no Brasil e em outros mercados emergentes supera a do resto do mundo

Os empregadores do Brasil preveem um mercado promissor no quarto trimestre de 2010. De acordo com a Pesquisa de Expectativa de Emprego para o período, divulgada pela Manpower, líder mundial no segmento de serviços em recursos humanos, enquanto 43% dos empregadores previram um aumento de pessoal, 6% anteciparam uma diminuição, 49% não têm expectativa de mudança e 2% não souberam dizer o que fazer, resultando numa expectativa líquida de emprego de +37%. O índice está três pontos percentuais abaixo do terceiro trimestre deste ano, mas 16 pontos acima de igual período de 2009.

A pesquisa mostra ainda que, nos mercados emergentes, a expectativa de geração de empregos continua a ultrapassar o resto do mundo: o Brasil só perde para China (+47%), Taiwan (+40%) e Índia (+38%), onde os empregadores apresentam os mais fortes planos de contratações no quarto trimestre.

No quarto trimestre de 2010, empregadores do setor de finanças/seguro e imobiliário apresentam a maior expectativa de criação de empregos no país para o período, seguido do setor de serviços. A previsão de contratação é menor nos setores de administração pública e educação. Na comparação regional, empregadores do Rio de Janeiro e do Paraná estão entre os mais otimistas do país dentre os pesquisados, ambos com expectativa líquida de emprego de +41%. Em Minas Gerais, a expectativa permanece em +38%, enquanto as expectativas para a cidade de São Paulo e o estado de São Paulo permanecem em +33%.

Pedro Guimarães, diretor comercial da Manpower Brasil, ressalta que o ano de 2010 tem sido excelente para o emprego no país, com a criação recorde de um milhão e meio de vagas só no primeiro semestre. Segundo ele, com base na pesquisa, pode-se dizer que os três últimos meses do ano não vão ser diferentes e, apesar de uma ligeira queda na expectativa de contratações, o índice apontado pela pesquisa permanece bastante alto.

Já o diretor regional da Manpower Inc. para a América do Sul, Horacio De Martini, acrescenta que, a partir das expectativas de emprego dos últimos três meses do ano, é possível notar uma tendência generalizada e positiva nos países das Américas, impulsionada principalmente pelo bom desempenho das economias locais e pelo crescimento da demanda por produtos e serviços.

Mais dados da pesquisa — Aproximadamente 62 mil diretores e gerentes de recursos humanos de empresas públicas e privadas em todo o mundo foram entrevistados em 36 países, sendo 850 no Brasil. Empregadores de 28 das 36 nações pesquisadas pretendem aumentar sua força de trabalho de outubro a dezembro. Na comparação com o terceiro trimestre, a expectativa melhorou em 13 países. As únicas expectativas negativas estão na Grécia (-10%), Itália (-9%), República Tcheca (-2%), Espanha e Irlanda (-1%). Nas Américas, os dez países pesquisados apresentam otimismo em relação a novas contratações. Os Estados Unidos aparecem em último lugar no continente, com um índice de 5%, número que está seis pontos acima na comparação com igual período do ano passado.

No bloco que engloba Europa,Oriente Médio e África, as intenções de contratações são fortes na Suíça (+15%), Noruega (+11%) e Polônia (+11%), com os empregadores da Suíça relatando suas mais otimistas expectativas líquidas de emprego desde que a pesquisa começou a ser feita, no terceiro trimestre de 2005. A África do Sul apresenta expectativa de +6%. No Grupo Ásia Pacífico, Austrália (+19%), Hong Kong (+17%) e Nova Zelândia (+16%) ficaram atrás de China, Taiwan e Índia. O Japão foi o país com menor expectativa de novos postos, com +6%.

A expectativa líquida de emprego é resultado da diferença entre as porcentagens positiva e negativa presentes nas respostas dos entrevistados quanto à expectativa de crescimento da empregabilidade no mercado de trabalho para o próximo trimestre. A divulgação da próxima edição do estudo, referente ao primeiro trimestre de 2011, está prevista para 7 de dezembro. (O Globo)

Crise ajudou a criar 1,3 milhão de desempregados no Brasil

Segundo a Pnad, população desocupada no País subiu para 8,4 milhões de pessoas entre 2008 e 2009

A crise global ajudou a formar um acréscimo de 1,3 milhão de pessoas no contingente de desempregados entre 2008 e 2009. É o que revelou nesta quarta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009. De acordo com o instituto, a população desocupada (sem trabalho e procurando emprego) subiu para 8,4 milhões de pessoas entre 2008 e 2009, um aumento de cerca de 18,3%, maior taxa de elevação desde 2001.

Com isso, a taxa de desemprego, ou de desocupação, saltou de 7,1% em 2008 para 8,3% em 2009. O IBGE destacou que as taxas de desemprego mostradas pela Pnad são diferentes das apuradas, para os mesmos anos, pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Isso ocorre devido às diferenças metodológicas das duas pesquisas, além da abrangência diferenciada: a PME alcança as seis principais regiões metropolitanas e a Pnad tem caráter nacional.

O instituto apurou ainda que, em comparação com outros países, a taxa de desemprego no Brasil subiu de forma menos intensa por conta da crise, entre 2008 e 2009. Utilizando dados compilados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o IBGE informou que a crise global provocou aumentos acima de um ponto porcentual nas taxas de desemprego, de 2008 para 2009, em países como Espanha, que saltou de 11,3% para 18%; Chile, de 7,8% para 10,8%; Estados Unidos, de 5,8% para 9,3%; México, de 4,0% para 5,5%; e França, de 7,4% para 9,1%. Na avaliação do instituto, isso mostra que o impacto da crise no mercado de trabalho no Brasil foi bem mais fraco do que em outras nações.

Escolaridade incompleta — A Pnad mostrou ainda que o avanço do desemprego no ano da crise se concentrou mais nas pessoas com escolaridade incompleta. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego na população com ensino médio incompleto ou equivalente saltou de 13,9% para 15,4% de 2008 para 2009. Já a taxa de desocupação entre pessoas com ensino superior incompleto ou equivalente subiu de 8,1% para 9,7%, no mesmo período. Entre as sete faixas de instrução pesquisadas pelo instituto, a que apresentou crescimento mais fraco na taxa de desemprego foi a de pessoas com ensino superior completo, cuja taxa de desemprego ficou praticamente estável, de 3,6% para 3,7% no período.

O levantamento também mostrou que, em 2009, 43,1% da população ocupada no mercado de trabalho tinham pelo menos o ensino médio completo, contra 41,2% em 2008.

Mulheres são mais da metade dos desempregados — Ainda segundo o instituto, as mulheres representavam mais da metade da população desempregada em 2009, com 58,3% do total de 8,4 milhões de pessoas sem trabalho e procurando emprego. (Estado)

Apesar da crise, renda do trabalhador cresce

Em termos atualizados pela inflação, o rendimento mensal atingiu o maior patamar em 10 anos, a R$ 1.111

Mesmo com a crise global e o aumento no contingente de desempregados, a renda média mensal real do trabalhador subiu 2,2% de 2008 para 2009, somando R$ 1.106 no ano passado. É o que mostrou nesta quarta-feira, 8, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em série histórica harmonizada pelo instituto devido aos efeitos de inflação no período de 1981 a 2009, o rendimento real médio mensal dos ganhos adquiridos pelo trabalho foi de R$ 1.111,00, o maior desde 1998, quando atingiu R$ 1.121,00.

A renda pesquisada abrange todos os ganhos gerados por trabalhos de pessoas de 10 anos ou mais de idade. De 2004 a 2009, o aumento acumulado da renda foi de 20%. A taxa de crescimento na renda entre 2008 e 2009 é maior do que a observada entre 2007 e 2008 (de 1,7%) mas ainda abaixo das apuradas nos períodos de 2006 a 2007 (de 3,1%) e de 2005 a 2006 (de 7,2%).

Segundo o instituto, o aumento na renda foi impulsionado por uma melhora na qualidade do emprego, com crescimento na quantidade de trabalhadores com carteira assinada. Em 2009, entre as 101,1 milhões de pessoas da população economicamente ativa, 91,7% estavam trabalhando e as demais, ou 8,3% do total, estavam procurando por trabalho. A pesquisa revelou que a população ocupada no mercado de trabalho ficou relativamente estável, em torno de 92,7 milhões de pessoas em 2009, um acréscimo de apenas 0,3% contra 2008 - sendo que, em torno de 42,9% da população ocupada trabalhava em atividades de serviços. No entanto, o número de empregados com carteira assinada subiu 1,5% entre 2008 e 2009, para 32,4 milhões de trabalhadores - um acréscimo de mais de 483 mil trabalhadores neste contingente em 2009, em relação a 2008.

O IBGE também destacou que se manteve em tendência de queda o índice de Gini da renda do trabalhador (escala entre 0 e 1, usada para mensurar desigualdade de renda, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade). De 2008 para 2009, o indicador passou de 0,521 para 0,518.

Porém, no que se refere à comparação de renda entre homens e mulheres, o quadro ainda é desigual. Em 2009, o rendimento das mulheres do trabalho das mulheres foi de R$ 786, o que representou 67,1% do obtido pelos homens no mesmo ano (R$ 1.171). O instituto informou, porém, que o patamar de desigualdade já foi mais forte: em 2004, o porcentual de ganhos das mulheres representava 63,6% da renda de trabalho dos homens.

Ainda segundo o instituto, 90% das mulheres ocupadas no mercado de trabalho em 2009 realizavam também tarefas referentes aos afazeres domésticos. Entre os homens ocupados, esse porcentual era 49,7% no ano passado.

Renda domiciliar também avança — A renda média mensal das famílias subiu 1,5% em 2009 contra 2008, segundo o IBGE. De acordo com o levantamento, o rendimento médio mensal real domiciliar subiu de R$ 2.055,00 para R$ 2.085,00 de 2008 para 2009. Em série histórica harmonizada elaborada pelo instituto, no ano passado o rendimento real médio mensal domiciliar foi de R$ 2.099,00, o mais intenso desde 1997, quando registrou valor de R$ 2.149,00 de acordo com a série do IBGE.

Ainda segundo o instituto, a renda domiciliar tem apresentado crescimento nos últimos cinco anos, até 2009. O IBGE informou que, de 2004 para 2009, o aumento real da renda das famílias foi de 19,3%. A pesquisa apurou ainda que, de 2008 para 2009, todas as classes de renda, especialmente as mais baixas, apresentaram avanço nos ganhos mensais.

Outro ponto destacado pelo instituto foi o comportamento do índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar (escala entre 0 e 1, usada para mensurar desigualdade de renda, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade). De 2008 para 2009, o indicador recuou no período, de 0,514 para 0,509. (Estado)

CNI: indústria expande capacidade de produção

Apesar do crescimento contínuo da atividade industrial, a expansão dos investimentos desde o ano passado tem ampliado o parque fabril, com reflexo na queda do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), na avaliação do economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Marcelo de Ávila. De acordo com os indicadores industriais divulgados hoje, o Nuci recuou pelo terceiro mês consecutivo em julho, para 82,3% ante 82,5% em junho.

"Mesmo havendo uma maior atividade industrial no mês de julho, a utilização da capacidade recuou nesse período. A formação bruta de capital fixo vem crescendo a passos largos e a maturação de investimentos está ampliando o parque industrial", afirmou Ávila.

Para o economista, o comportamento do indicador mostra que não há descompasso entre a demanda e a oferta na indústria. "Estamos vendo uma convergência da inflação para a meta. Além disso, o período de aperto monetário que ainda não foi todo absorvido pela economia, mas de qualquer forma, se você não tivesse elevado os juros, o desempenho da indústria seria ainda maior", avaliou.

Segundo Ávila, o faturamento industrial já supera em 4,2% o patamar anterior ao agravamento da crise financeira internacional, em setembro de 2008. Em julho, o indicador cresceu 3,6% ante o mês anterior. "O faturamento é o indicador que reage primeiro à melhora da economia, e o esse resultado já garante no mínimo 8,4% de crescimento em 2010, com boa possibilidade de ficar acima de dois dígitos. Lembrando que o crescimento é forte, mas é sobre uma base de comparação muito deprimida", ressaltou.

O mesmo ocorre com o emprego industrial que, pelo segundo mês seguido, apresentou alta de 0,5% na comparação mensal, variação acima da média histórica de crescimento do indicador, que já supera em 0,8% o nível de setembro de 2008. "Em questão de emprego a crise já ficou pra trás. Em termos de quantidade, todas as vagas fechadas no fim de 2008 já foram recompostas", completou Ávila.

Já as horas trabalhadas, apesar de aumentarem 1,6% em julho ante junho, ainda estão 2,2% abaixo do patamar pré-crise (setembro de 2008). A massa salarial real, impulsionada pelo aumento da ocupação na indústria, também aumentou em julho ante junho (3,6%), assim como o rendimento médio do trabalhador (3,1%). (Estado)

Aneel proíbe corte de energia por causa de conta com mais de 90 dias de atraso

As distribuidoras de energia terão no máximo 90 dias para cortar a luz de um consumidor inadimplente, respeitado o aviso de 15 dias antes de efetuado o corte. Se depois de três meses de atraso da conta, o corte ainda não tiver sido feito, a luz tem que permanecer ligada e a empresa pode cobrar apenas administrativamente (como na Serasa) ou judicialmente os valores devidos.

Além disso, a conta de luz deixará de ser vinculada ao imóvel e será vinculada ao consumidor. As duas questões, reivindicações das entidades de defesa do consumidor, fazem parte do novo regulamento de prestação de serviço da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aprovado nesta quinta-feira, que prevê direitos e deveres dos consumidores. As medidas entram em vigor no dia 1º de dezembro.

Atualmente, não há prazo para o desligamento por inadimplência. As empresas alegam que hoje não cortam a luz, apenas utilizam esta possibilidade para forçar a negociação com o devedor. Agora, dizem, farão o corte.

O presidente da Aneel, Nelson Hubner, argumentou que as entidades de defesa do consumidor têm entendimento diferente, baseado no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Além disso, o órgão argumentou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já tem entendimento de que a ameaça de corte não pode ser utilizada como instrumento de negociação.

Outra novidade do regulamento é quando uma empresa não cumprir prazos de serviço, como ligação e religação de energia, terá que indenizar o consumidor. Hoje, a concessionária paga multa à Aneel recebe advertência a agência. Para isto, há uma forma de cálculo específica. Se uma empresa, por exemplo, ultrapassou o prazo máximo de religação de energia em quatro dias de um consumidor que tem uma conta de R$ 100, ele terá que creditar na próxima fatura R$ 13,69.

A redução dos prazos de ligação e religação de energia também foi aprovada pelos diretores da agencia. Para as áreas urbanas, o tempo de ligação de energia de uma nova residência cai dos atuais três dias para dois dias. Para a indústria (alta tensão), o período que é de 10 dias foi reduzido para sete dias.

A nova regra também prevê que em um ano, todos os municípios do país do país vão contar com postos de atendimento presenciais das distribuidoras de energia. E a espera do consumidor nas filas de atendimento não poderá ultrapassar 45 minutos. (O Globo)