sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Trabalhadores brasileiros, com economia em expansão, vivem temporada dos ganhos reais nos salários

Bancários retomam atividades após 15 dias de greve

Após 15 dias de paralisação, os bancários retomam as atividades nesta quinta-feira. Na maioria das assembleias realizadas ontem, foram aceitas as propostas de reajuste salarial de 7,5% feitas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. "Fizemos a maior greve dos últimos 20 anos e faremos o melhor acordo desse período, pois a maioria já aprovou as propostas nas assembleias", afirmou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, em nota.

Os funcionários do Banco do Brasil da capital paulista, que até o início da noite de ontem ainda estavam reunidos para discutir o reajuste, também aprovaram a proposta dos bancos. Além do aumento real, as instituições financeiras ofereceram valorização dos pisos de até 16,33% e maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Os bancários também conseguiram a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho de mecanismos de combate ao assédio moral e mais segurança no ambiente de trabalho. Inicialmente, a categoria reivindicava um reajuste salarial de 11%. A proposta da Fenaban só não foi aceita no Maranhão e em Bauru (SP). (O Globo)

Varejo bate recorde de vendas para um mês de agosto

O comércio varejista registrou o maior volume de vendas em um mês de agosto desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. Na comparação com julho, as vendas cresceram 2% e, em relação a agosto de 2009, 10,4%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento da massa salarial e do crédito, a ausência de pressões inflacionárias e o efeito da desvalorização do dólar sobre os importados e eletrônicos explicam o dado.
Os segmentos que mais contribuíram para o resultado foram hipermercados, supermercados e produtos alimentícios, com alta de 1,2% em relação ao mês anterior, e móveis e eletrodomésticos, com 2,9%. (Folha)

Brasil tem celular mais caro entre os países emergentes

Apesar de ter caído 25% entre 2008 e 2009, custo absoluto é três vezes maior; além disso, País enfrenta disparidades entre as regiões.

O brasileiro é o que paga mais caro para usar o celular entre os países emergentes, o que está transformando o mercado interno do Brasil no espelho perfeito das disparidades mundiais no acesso às novas tecnologias.

O Estado do Maranhão, por exemplo, tem taxa de penetração do celular equivalente à do Butão. O Piauí tem índices similares aos do Congo e Suazilândia. Já São Paulo e Rio têm taxas de penetração superiores à de alguns dos principais países europeus e mesmo à média nos Estados Unidos. Brasília bate todos os recordes e tem uma das taxas mais elevadas. A avaliação foi publicada ontem pela ONU, com base em dados da Nokia.

Nos últimos anos, o custo da telefonia e da internet no Brasil foi alvo de questionamento nas entidades internacionais. Em seu novo levantamento, a ONU aponta que os custos no Brasil caíram 25% entre 2008 e 2009. Mas o País continua a ter um dos celulares mais caros do planeta.

A disparidade é explicada pelo custo. No Brasil, o custo absoluto do celular no Brasil é três vezes superior à média dos países emergentes. Por um pacote de 165 minutos de conversas, 174 sms, um download e de 2,1 megabytes de dados, um brasileiro paga pouco mais de US$ 120. O valor equivale ao mesmo pacote no Zimbábue e é superior aos custos na Venezuela, Turquia, Nicarágua, Angola, Gabão ou México.

Na Argentina, o mesmo pacote sai por menos da metade. Na Índia, Paquistão, Bangladesh e China, a população paga apenas um sexto do que é cobrado de um brasileiro para usar o celular.

Em relação à renda per capita, o Brasil não tem o custo mais elevado. No Níger, por exemplo, o pacote que serve de base para calcular os custos do celular sai US$ 15 por pessoa, 15% do valor no Brasil. Mas isso equivale a 56% do salário médio de um cidadão, o que o faz um dos mais pesados do mundo no bolso da população. Em Mianmar, o custo equivale a 70% da renda do cidadão.

Em média, o custo do celular no mundo é de 5,7% da renda da população. Nos países ricos, é de 1,2%. Nos emergentes, chega a 7,5%. No Brasil, a taxa conseguiu cair de 7,5% da renda em 2008 para 5,66% em 2009.

Já a União Internacional de Telecomunicações (UIT), em outro estudo, admite que o preço da internet de banda larga no Brasil também caiu pela metade, o serviço de telefone fixo teve desconto de 63% e o do celular de 25% em um ano. Mas, ainda assim, o País tem um dos custos mais altos e o acesso ao celular ainda está uma década atrasado em comparação com países líderes no uso da tecnologia.

No geral, um brasileiro gasta 4,1% de sua renda para pagar por tecnologias de comunicação, taxa superior a 86 outras economias. Proporcionalmente, um brasileiro gasta mais de dez vezes o que paga um europeu ou canadense para se comunicar.

No que se refere apenas ao celular, a taxa é mais de cinco vezes o que operadoras cobram na Europa e apenas 40 países, de um total de 161 economias analisadas, têm celulares mais caros que o Brasil. Macau, Hong Kong, Dinamarca e Cingapura são os locais mais baratos para o celular, onde o serviço é responsável por 0,1% da renda média.

Diferenças — No Brasil, outra constatação da ONU é de que as disparidades regionais acompanham as diferenças entre países ricos e pobres, em parte graças aos custos elevados da telefonia. Entre 2008 e 2009, a taxa de penetração do celular no Brasil passou de 78% para quase 90%. Mas, no Maranhão, apenas 44% da população tem acesso a celulares. Isso é bem inferior à média mundial, de 68%, e abaixo da média na África. No Piauí, a taxa é de menos de 60% e no Pará não chega à média mundial.

Uma situação bem diferente vivem Estados mais ricos. Em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a taxa supera os 100%, média superior a países como França os Estados Unidos. Já o Distrito Federal tem taxa de 159%, acima da média na Alemanha, Itália, Holanda e Noruega. (Estado)

Médicos anestesistas ameaçam parar na 5ª por reajuste salarial

Cerca de 2.500 médicos anestesistas do Estado devem interromper o atendimento na rede hospitalar pública e nas redes dos convênios na próxima quinta-feira.
A Saesp (sociedade dos anestesiologistas) informou que pediu aos hospitais que transfiram as cirurgias marcadas para o dia 21. Mas atendimentos de urgência e de emergência serão mantidos.
A paralisação vai durar 24 horas. A categoria pede reposição salarial dos últimos 11 anos mais a inflação de 2010.
De acordo com Desiré Callegari, presidente da Saesp, os médicos também pedem valorização de procedimentos -hoje, o profissional recebe R$ 25 (sem os impostos) para aplicar a anestesia em uma criança que precise retirar as amídalas.
A Abramge (associação dos convênios) informou que a remuneração é tratada pela operadora e pelo profissional.
O Ministério da Saúde diz que não recebeu proposta para reajustar os pagamentos e que já deu aumentos. O órgão afirmou ainda que está à disposição para negociar. (Folha)

Metalúrgicos de São Paulo ameaçam greve

Os metalúrgicos de São Paulo, ligados à Força Sindical e à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), ameaçam fazer greve se os patrões não apresentarem proposta salarial que garanta a reposição da inflação no último ano e ao menos 5% de aumento real.

Mais de cinco mil trabalhadores se reuniram nesta quinta-feira na capital paulista para montar um plano de manifestações. Eles prometem reunir 10 mil pessoas no próximo dia 21 na frente de uma das fábricas, na Avenida Nações Unidas, na Zona Sul. A categoria reúne 800 mil trabalhadores no estado e tem data-base em novembro. Somente na capital, o sindicato representa 260 mil metalúrgicos.

- As negociações estão fracas. No ano passado, tivemos 2,26% de aumento real. Este ano, com a economia em crescimento e o sucesso nas negociações de várias categorias, não vamos aceitar menos de 5% - disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres.

No ABC, os metalúrgicos das montadoras de veículos conquistaram 10,8% de reajuste salarial, considerado pelo sindicato como o maior já obtido pela categoria. Além do aumento - 9% de reajuste na data-base (setembro) mais 1,66% de correção de tabela salarial -, as montadoras pagaram abono de R$ 2.200. (O Globo)