quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mobilização nacional, através das centrais sindicais, garante recuperação dos valores dos salários de admissão

Ganhos nos pisos mostra eficiência na mobilização nacional

Realmente, nos últimos anos, em função da regulamentação das centrais e uma ação coordenada a favor da valorização do salário mínimo com a adoção de procedimentos permanentes que estimulam a formalização dos trabalho, conseguimos aos poucos elevar, de maneira já perceptível, os salários de admissão dos novos trabalhadores. É algo essencial porque a classe trabalhadora brasileira estava se tornando refém de uma política perversa de achatamento salarial através da rotatividade acelerada e proposital dos que tinham emprego para serem substituídos por outros profissionais com salários menores. Há cinco anos o Sindicato dos Comerciários de São Paulo organiza uma cartilha com todos os avanços nas negociações coletivas do Brasil todo. Desta maneira, conseguimos estabelecer parâmetros que ajudam os companheiros e companheiras de outros Estados a ter uma referencia do que é negociado e pago aos trabalhadores de São Paulo, o que nos ajuda a uniformizar a mobilização e também a ampliar os ganhos salariais. Os reflexos chegam agora em 2010, um ano de pós-crise financeira, em que a grande maioria das categorias brasileiras conquistou reajustes reais nos salários, superiores a 3 ou 4%, com negociações específicas nos pisos salariais gerando ganhos para a renda da classe trabalhadora e permitindo a manutenção do nosso mercado interno aquecido. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia o clipping do dia:

Salário de admissão do trabalhador cresce 29,51% desde 2003, mostra MTE

O salário médio de admissão do brasileiro teve um aumento real de 29,51% no período compreendido entre os anos de 2003 a 2010, segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Se antes a média nacional de admissão encontrava-se em R$ 640,68, atualmente esse valor subiu para R$ 829,76. Os dados referentes ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram anunciados, na manhã desta terça-feira (19), pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

Esse comportamento favorável é resultado direto da elevação generalizada registrada por todos os estados, em especial de Rondônia (60,08%), Piauí (48,98%), Alagoas (45,60%) e Maranhão (43,68%). Embora menos expressivo, São Paulo (20, 42%) e Distrito Federal (13, 40%) também participaram do ganho real registrado pelo salário médio de admissão.

"O crescimento real do salário mínimo é o principal fator para o sucesso econômico do Brasil. O poder de compra do trabalhador faz manter aquecido o mercado interno; e foi o que livrou nosso país da crise econômica que afetou o mundo inteiro em 2009 e ainda causa problemas nos Estados Unidos e na Europa", lembrou o ministro Carlos Lupi.

Em 2010, os salários médios de admissão cresceram 5,23% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 788,55, em 2009, para R$ 829,76 em 2010.

Gênero — No conjunto de todas as unidades da federação, os salários médios de admissão no período de 2003 a 2010 evidenciaram crescimento para ambos os gêneros. Conforme os dados do Caged houve um ganho real de 31,79% para os homens e de 25,84% para as mulheres.

"Este ano, o aumento real do salário médio de admissão entre homens ficou em 5,52%, frente o ganho de 4,64% alcançado entre mulheres. O salário entre as mulheres corresponde a 87,64% do salário entre homens", chamou a atenção Lupi.

Os únicos estados do Brasil onde os salários médios reais de admissão das mulheres superam os dos homens são Sergipe (mulheres R$ 729,76, homens R$ 701,09) e Alagoas (mulheres R$ 654,86, homens R$ 637,48).

Grau de instrução — Comparando o período compreendido entre janeiro e setembro de 2009 e 2010, observa-se que os salários médios de admissão das mulheres passaram a ter maior representatividade nos níveis de escolaridade mais baixos.

Ou seja, quanto menor o grau de instrução, menor é a diferença salarial entre os sexos. Assim, as mulheres analfabetas recebem o equivalente a 93,18% do salário masculino, e as que possuem até o quinto ano completo do ensino fundamental têm 82,03% do salário de admissão dos homens com o mesmo nível de escolaridade.

Na educação superior completa, embora a mulher tenha obtido o maior percentual de ganho real dentre todos os níveis de escolaridade (6,36%) - o percentual masculino foi de 5,96% nesta faixa - ainda há grande diferença salarial entre os gêneros.

Basta observar que a relação do salário feminino está para 61,80% do valor entre homens com mesmo grau de instrução.

Apesar da diferença, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) evidenciaram que essa diferença está sendo diminuída, já que em 2009 a mulher recebia 61,57% do salário de admissão masculino. (Agencia Diap)

Brasil cria 249 mil vagas formais no mês de setembro

O Brasil criou 246,9 mil novas vagas de trabalho com carteira assinada em setembro, número abaixo do registrado em igual período dos últimos três anos e do esperado pelo governo.
No entanto, são 2,2 milhões de vagas formais de janeiro a setembro, um recorde histórico. A meta do governo é terminar o ano com 2,5 milhões de novos postos de trabalho.
A indústria de transformação, sobretudo de produtos alimentícios, e o setor de serviços puxaram a criação de vagas do mês passado. O saldo acanhado é explicado pelas demissões no setor agrícola.
O efeito é sazonal, mas o governo não esperava tantas perdas no setor - 22,9 mil demissões.(Folha)

Camex facilita importação de máquinas e informática

Câmara de Comércio Exterior reduziu para 2% as alíquotas para 154 tipos de bens de capital e 4 tipos de produtos de informática e telecomunicação não produzidos no MERCOSUL.

O conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu nesta terça-feira, 19, reduzir para 2% as alíquotas de importação para 154 tipos de bens de capital (máquinas e equipamentos) e quatro tipos de produtos de informática e telecomunicação que não são produzidos no Mercosul. A alíquota anterior era de 14% para bens de capital e variava entre 14% e 18% para bens de informática e telecomunicações.

Documento divulgado pelo conselho informa que a medida contempla importações no valor estimado de US$ 488,123 milhões nos próximos dois anos (que é o prazo de validade da redução das alíquotas), referentes a planos de investimentos de US$ 2,347 bilhões. "Essas máquinas e equipamentos serão incorporadas a unidades produtivas, dentro de investimentos para ampliação das fábricas brasileiras", afirmou o secretário-executivo da Camex, Helder Chaves.

Entre os principais projetos beneficiados com a redução temporária das alíquotas, estão aqueles destinados a transmissão de energia, processamento de minérios, produção de embalagens do tipo "longa vida", produção de aços galvanizados, produção de blocos de motor e outras peças forjadas utilizadas no setor automotivo, instalação de boias em tubulações submersas no mar em águas profundas, entre outras.

Além disso, a Camex suspendeu por um ano a aplicação de direito antidumping sobre as importações de carbonato de bário chinês. Esse produto químico é utilizado no revestimento de tubos de raios catódicos (CRT) utilizados em televisores analógicos. A aplicação da sobretaxa foi suspensa a pedido da empresa Química Geral do Nordeste, que deixou de fabricar o produto, por conta da queda de participação dos aparelhos de TV com tecnologia antiga no mercado. "Ainda existe fabricação de televisores de tubo, mas a tendência é caminhar para uma redução substancial", disse Chaves. (Estado)

Trabalhadores do setor aeroespacial rejeitam contraproposta da Fiesp

A entidade patronal propunha aos metalúrgicos do setor aeroespacial aumento de 7,5% para os que trabalham em empresas com mais de 35 funcionários e que recebem salários até R$ 4,5 mil.

Os dirigentes dos sindicatos dos metalúrgicos em São José dos Campos, Campinas, Limeira, Botucatu e Santos rejeitaram no início da tarde desta terça-feira, 19, contraproposta de reajuste salarial feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A entidade patronal propunha aos metalúrgicos do setor aeroespacial aumento de 7,5% para os que trabalham em empresas com mais de 35 funcionários e que recebem salários até R$ 4,5 mil. Para aqueles que ganham acima desse valor, a Fiesp propôs um aumento fixo de R$ 337,50. De acordo com o vice-presidente do Sindicato de São José dos Campos, Herbert Claros da Silva, ainda não há expectativa de uma nova rodada de negociações. Ele não descarta uma greve caso não se chegue a um acordo.

A categoria formada por funcionários da Embraer e de 28 fornecedores de peças para a empresa reivindica reajuste salarial de 15,57%. Os trabalhadores pedem ainda redução da jornada de trabalho, licença-maternidade de 180 dias, definição da data-base do setor em 1.º de setembro e assinatura de convenção coletiva com a garantia de cláusulas sociais, entre as quais estabilidade a trabalhadores lesionados até a aposentadoria.

Conforme informações do sindicato, as negociações envolvem 18 mil trabalhadores da região de São José dos Campos. Silva reclama que, enquanto a maioria das categorias do setor metalúrgico já fechou acordos de reajuste, a do setor aeroespacial ainda nem abriu negociação.

Procurada, a Fiesp confirmou a reunião de hoje e informou que as negociações estão em andamento. (Estado)

Arrecadação federal registra alta real de 18% em setembro

Com a economia dando sinais de forte crescimento, a arrecadação de tributos federais voltou a bater recorde, chegando a R$ 63,4 bilhões no mês passado.
O resultado é o mais alto já registrado em um mês de setembro e representa um aumento real (acima da inflação) de 17,7% na comparação com setembro de 2009.
Nos primeiros nove meses deste ano, a Receita Federal arrecadou R$ 573,6 bilhões, uma alta real de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Sandro Serpa, subsecretário da Receita, dois fatores explicam a alta da arrecadação no ano: a retomada do crescimento econômico e a fraca base de comparação com o ano passado. (Folha)