sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Com décimo terceiro no bolso é hora dos trabalhadores fazerem valer suas vontades na hora das compras para a família

Cadastro positivo abre filão para empresa

Uma das apostas é nos "subcadastros", com perfis de consumidores de acordo com a demanda do cliente. Produtos também serviriam para ampliar acesso ao crédito, dizem as instituições de informação financeira.
Instituições de informação financeira aguardam a implantação do cadastro positivo no Brasil com novos produtos já desenhados para oferecer aos clientes -como bancos, financeiras e varejistas.
Uma das apostas é a elaboração de "subcadastros", para traçar perfis de consumidores de acordo com a demanda das empresas.
A Serasa Experian e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) estão prontos para explorar esse mercado.
No exterior, produtos similares já são oferecidos pela Experian, em países como EUA e Reino Unido.
Nesses "recortes" do cadastro positivo, dados sobre pagamento de conta de luz, água e telefone podem ser fontes de informação sobre o histórico do consumidor.
"Isso permitiria a quem nunca tomou crédito, mas sempre pagou suas contas, entrar no mercado e também pleitear juros mais baixos", diz Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.
Assim, uma pessoa que nunca pegou empréstimo, mas sempre pagou o aluguel em dia, poderia ser um novo cliente em potencial para quem oferece financiamento imobiliário, por exemplo.
Mas vale destacar que, assim como o próprio cadastro positivo -que ainda depende de sanção do presidente Lula para vigorar-, quaisquer produtos nesse segmento também precisam de regras para funcionar.
"É necessário, por exemplo, definir como as empresas de água e luz estatais poderiam nos fornecer os dados para os novos produtos", diz Roque Pellizzaro, presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), da qual faz parte o SPC.
QUEDA DE JUROS — Os defensores do cadastro positivo argumentam que, com a implementação do banco de dados, os juros dos empréstimos tendem a cair porque as instituições que fornecem crédito poderiam avaliar melhor o risco.
"Os bons pagadores deixariam de arcar com o ônus gerado pelos inadimplentes", diz Loureiro.
De acordo com a empresa, em países que adotaram "informações positivas compartilhadas" sobre os consumidores, o risco de crédito caiu entre um terço e metade.
A Serasa projeta ainda que, com juros menores, 26 milhões de brasileiros entrariam no mercado de crédito. Isso representaria injetar R$ 1 trilhão na economia.
Ainda na avaliação da Serasa, o cadastro positivo vai contribuir para evitar uma crise de superendividamento no país, já que as instituições vão ter mais informações sobre a capacidade de pagamento das famílias.
O Brasil era o único do G20 que não tinha o cadastro positivo. E também o único entre os Brics, grupo que inclui ainda Rússia, Índia e China.
E a aprovação da proposta, na avaliação da Serasa, era urgente.
Mas Gustavo Gonçalves Gomes, sócio e especialista em direito do consumidor do escritório de advocacia Siqueira Castro, diz que o fato de o projeto ter passado no Senado sem ao menos a determinação de um prazo para entrar em vigor pode indicar demora para que o texto vire realidade.
"Implantar o cadastro positivo não é um processo tão fácil, pois envolve muitas instituições de concessão de crédito," afirma. (Folha)

VIRADA INCLUSIVA —— Dia da pessoa com deficiência terá série de atrações em SP
O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência será comemorado hoje em SP com uma Virada Inclusiva. O evento terá shows, palestras, oficinas, exposições e gincanas em SP e em outros municípios do Estado.
O evento termina amanhã. No Masp haverá um curso de história da arte com intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e audiodescrição. (Folha)

Indústria vai aumentar ritmo de investimentos em 2011, prevê CNI

Pesquisa elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) revela que o setor industrial brasileiro vai acelerar o ritmo de investimentos em 2011. Do universo ouvido, 92% dos empresários anunciaram investimentos para o ano que vem.
O foco será atender ao mercado interno, ênfase que enfraquecerá a posição da indústria exportadora, alerta Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da CNI.
A sondagem foi apresentada ontem no 5º Encontro Nacional da Indústria. O levantamento foi feito com 454 empresas do país.
Segundo os industriais, a atual capacidade de produção não é suficiente para atender a demanda do mercado interno. Esses investimentos, portanto, garantem o abastecimento e reduzem o risco de inflação por demanda.
Neste ano, 89,6% dos industriais investiram em suas fábricas. Desses, 61,4% afirmam ter cumprido os investimentos planejados.
O grupo restante cumpriu parcialmente o plano, seja porque reavaliou a demanda, seja porque não conseguiu vencer a burocracia.
Os investimentos para 2011 deverão ser feitos, de forma majoritária, pelo capital dos próprios empresários. Bancos oficiais serão a segunda fonte. (Folha)

BC anuncia medidas para aumentar regulação de bancos e manter crédito sob controle

O Banco Central (BC) anunciou nesta sexta-feira uma série de medidas com o objetivo de aumentar a regulação sobre o sistema financeiro e manter a concessão de crédito sob controle. Entre os anúncios, está o aumento de 15% para 20% do compulsório sobre depósitos a prazo e de 8% para 12% na alíquota adicional de compulsório sobre depósitos à vista e a prazo. Com as mudanças, os bancos terão de recolher à autoridade monetária R$ 61 bilhões a mais.

O BC esclarece que as emissões de Letras Financeiras ficam isentas de recolhimento compulsório. Antes, o compulsório sobre esse título era o mesmo dos depósitos a prazo.

Segundo o BC, as medidas tomadas em conjunto com o Conselho Monetário Nacional (CMN) são de "natureza macroprudencial para aperfeiçoar os instrumentos de regulação existentes, manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e permitir a continuidade do desenvolvimento sustentável do mercado de crédito".

De acordo com o comunicado divulgado pelo BC, as iniciativas fazem parte do processo de retirada gradual de incentivos introduzidos para minimizar os efeitos da crise financeira internacional de 2008.

O Banco Central também decidiu elevar o requerimento de capital próprio dos bancos para a concessão de crédito às pessoas físicas com prazo superior a 24 meses. Em nota, a autoridade monetária comunicou que "o Fator de Ponderação de Risco passa de 100% para 150%" na maioria das operações de crédito a pessoas físicas acima de 24 meses, o que significa que o requerimento de capital das instituições financeiras sai dos atuais 11% para 16,5% do valor da operação.

No caso de crédito consignado, a regra só se aplica para empréstimos acima de 36 meses.

O aumento de capital também será exigido nas operações de financiamento ou leasing de veículos para prazos entre 24 e 36 meses quando o valor da entrada for inferior a 20% do valor do bem. Em prazos de 36 e 48 meses, a medida vale quando a entrada for inferior a 30%. Entre 48 e 60 meses, o aumento incindirá quando a entrada for menor a 40% do valor do bem.

O BC esclarece que o aumento de capital próprio não se aplica a operações de crédito rural, habitacional e financiamento ou leasing de veículo de carga. (O Globo)

BNDES financia projeto que transforma lixo em combustível em SP

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 33,9 milhões para investimentos da Estre Ambiental, empresa nacional de gestão de resíduos sólidos e tratamento de áreas degradadas.

Os recursos serão usados na implantação de uma unidade de processamento de resíduos, com capacidade de produção de 450 toneladas anuais de combustível derivado de resíduos (CDR). O CDR é um combustível em forma de flocos que pode ser usado na alimentação de caldeiras e fornos industriais.

Esta é a primeira vez que o BNDES financia um projeto na área de resíduos sólidos para transformação de lixo urbano em energia.

O projeto da Estre prevê a expansão dos aterros sanitários de Itapevi e Paulínia, no Estado de São Paulo, a captação de biogás com geração de crédito de carbono e a produção de combustível derivado de resíduo sólido.

A Estreo ampliará sua capacidade de destinação dos resíduos sólidos urbanos das regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas e aumentará a captação de gás metano nos aterros sanitários.

Os resíduos domiciliares e industriais serão reciclados, reaproveitados e transformados em insumo energético em outro processo produtivo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região, destaca o BNDES.

O principal mercado do CDR serão as usinas de cana-de-açúcar que operam próximo à região do projeto, bem como o coprocessamento em fornos de cimento. Atualmente, as usinas sucroalcooleiras usam bagaço de cana, enquanto as cimenteiras utilizam coque para aumento do poder calorífico de seus fornos. No entanto, o cultivo da cana é sazonal, fazendo com que haja grande variação no seu fornecimento ao longo do ano.

O CDR é produzido durante todo o ano, podendo, inclusive, ser estocado, o que permitirá um ganho de eficiência permanente dos fornos. Além disso, o potencial calorífico do CDR é superior ao do bagaço de cana. O coque, por sua vez, tem custo superior ao CDR, observa o BNDES, em nota.

O banco começou a atuar no setor de resíduos sólidos em 2002. Hoje, a carteira do Banco soma R$ 780 milhões de financiamentos aprovados para o setor de gestão de resíduos sólidos, entre operações diretas e indiretas. (O Globo)