sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Em 2011, UGT mobilizará classe trabalhadora brasileira para manter e ampliar conquistas econômicas e sociais do ano de 2010

Clipping de 10 de Dezembro de 2010

2011: o ano da mobilização social e sindical

por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

Com o crescimento do PIB brasileiro ultrapassando 7,5% e esbarrando nos 8%, em 2010, devemos avaliar o próximo ano com um olho no crescimento previsto em torno de 4,5% e outro na ampliação da mobilização trabalhista e social para fazer frente à velocidade com que a classe patronal tentará manter seus lucros reduzindo salários, gerando desemprego e afetando a significativa melhoria na distribuição de renda que tivemos em 2010.

A UGT está mobilizando seus sindicatos e filiados para ampliarmos nossa mobilização em 2011 porque percebemos que os avanços, mesmo em tempos de economia em expansão, como foi o caso de 2010, teve pela frente imensas dificuldades criadas por uma classe patronal que faz o que pode para impedir a expansão da massa salarial. Mesmo quando a economia obriga os empresários a contratar, se criam mecanismos para achatar a massa salarial com uma rotatividade absurda, desumana e anti-econômica. Isso num quadro de crescimento que culmina, agora, com 7,5% ao ano.

A UGT inicia, já no início do próximo ano, uma ampla campanha de sindicalização. Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão cada vez mais conscientes da importância das negociações que seus sindicatos realizam com os setores patronais, da proteção aos seus direitos conseguida pelas entidades sindicais e ao serem mobilizados, vão responder com mais associação às suas entidades.

Será a maneira de a classe trabalhadora brasileira fazer frente à visão de curtíssimo prazo que, infelizmente, contamina nossos empresários. E manter o envolvimento direto na economia brasileira porque uma das principais lições que tiramos da recente crise mundial, que ainda afeta e preocupa a Europa e Estados Unidos, é que o consumo dos trabalhadores, a expansão do emprego e da renda, geram um círculo virtuoso de proteção do mercado interno e que ajuda, como vimos, a superação mais rápida da crise.

Por isso, na eventual redução do crescimento, caso prevaleçam as previsões dos economistas de plantão, é hora de mobilizar para defender os salários da classe trabalhadora para preservar o mercado interno brasileiro. Com iniciativas politicas e mobilização social e trabalhistas. Como são as 40 horas semanais, sem redução de salários. E a assinatura, pelo Brasil, da Convenção 158, da OIT que regulamenta a demissão imotivada.

Para Mantega, já está garantido crescimento econômico de 7,5% em 2010

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse esperar a evolução da atividade no país “em mais de 0,5%” no quarto trimestre do ano, em relação aos três meses antecedentes. “De forma que já temos assegurado 7,5%, mas devemos crescer mais de 8% para fechar 2010 com chave de ouro, o segundo maior crescimento entre as economias do mundo, atrás apenas da China”, afirmou ele.

No último balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega deu um rápido panorama sobre a situação econômica desde 2006, destacando a contribuição do programa para o crescimento da economia brasileira, inclusive ações que ajudaram a minimizar os efeitos da crise de 2008.

Segundo Mantega, após o PAC em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma média anual de 4,6%.

Ele destacou a contribuição dos recursos para obras de infraestrutura do PAC para os investimentos globais do país, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF). Disse ainda que, para estimular os investimentos, os cofres públicos deixaram de receber R$ 184 bilhões, por conta da desoneração tributária a alguns setores produtivos como medida anticrise.

“A boa notícia é que os investimentos estão subindo acima da demanda este ano, cerca de 15,9% em termos de volume. Ou seja, temos a oferta correndo à frente do consumo”, comentou ele.

A FBCF deve atingir cerca de 19,1% do PIB “e deve chegar a 20% do PIB em 2011”, disse Mantega, que vai continuar no comando da economia no governo de Dilma Rousseff. Somente os investimentos públicos federais devem alcançar 1,2% do PIB em 2010, impulsionados pela injeção de R$ 180 bilhões no BNDES nos últimos dois anos.

O ministro citou que o volume de crédito subiu a 47% do PIB. O cenário macroeconômico apresentado com os números do PAC destaca a meta de inflação em 4,5% (centro) até 2014. As demais variáveis têm projeções apenas até 2010, como a redução da relação dívida líquida do setor público versus PIB, de 43,4% em 2009 para 41,5% em 2010. (Valor)

Após quatro meses em queda, juro para pessoa física volta a subir

Taxa média de operações de crédito subiu 0,75% em novembro; Anefac fala em ‘fator Banco Panamericano’.

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em novembro, após quatro meses consecutivos em queda, conforme pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que atribui as altas à elevação dos juros futuros por conta do "fator Banco Panamericano". Em nota enviada à imprensa, a empresa afirma que a tendência para os próximos meses é de novas elevações, por conta do anúncio do Banco Central de aumento dos depósitos compulsórios e majoração do requerimento de capital para as operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses (Fator de Ponderação de Risco).

Em novembro, a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,05 ponto porcentual, o que corresponde a uma elevação de 0,75% no mês ante outubro. Com isso, a taxa passou de 6,69% ao mês em outubro para 6,74% ao mês em novembro, retornando ao patamar de agosto. Já a taxa anual cresceu 1,23 ponto porcentual, ou 1,05%, atingindo 118,74% nos doze meses até o mês passado, ante os 117,51% anuais do período encerrado em outubro.

A Anefac destacou que a linha de crédito do cartão de crédito rotativo foi a única que manteve inalterada sua taxa de juros média no mês, todas as demais tiveram suas taxas de juros elevadas em novembro de 2010. A maior alta foi registrada no cheque especial, com elevação de 0,15 ponto porcentual, passando de 7,44% em outubro para 7,59% no mês passado, o que representa a maior taxa desde abril de 2009. Já os juros do empréstimo pessoal nas financeiras aumentaram 0,06 ponto porcentual, de 9,48% em outubro para 9,54% em novembro.

Para pessoa jurídica, as três linhas de crédito pesquisadas tiveram suas taxas de juros elevadas. A taxa média geral apresentou uma elevação de 0,03 ponto porcentual, correspondente a uma elevação de 0,80% no mês, passando de 3,76% ao mês em outubro para 3,79% ao mês em novembro. Já a taxa anual teve um aumento de 0,54 ponto porcentual, correspondente a 0,97%, passando de 55,73% ao ano em outubro para 56,27% ao ano no mês passado.

A entidade destacou que, considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro deste ano, foi registrada no período uma alta da Selic de 2 pontos porcentuais, o que representa uma elevação de 22,86%, passando de 8,75% ao ano em janeiro para 10,75% ao ano em novembro. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 3,22 pontos porcentuais, o que representa queda de 2,64%, de 121,96% ao ano em janeiro para 118,74% ao ano em novembro. Já nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 0,18 ponto porcentual, ou 0,32%, de 56,27% ao ano para 56,27% ao ano. (Estado)

Pacto sobre floresta será único resultado da cúpula de Cancún
Bolívia, porém, opõe-se a mercado global de carbono por ele incentivar o capitalismo.
Nas horas finais da conferência do clima, que deveria terminar hoje, duas conclusões principais emergem: a primeira é a de que a COP-16 ruma para um resultado aguado, mas não deve ruir. A outra é que uma decisão sobre florestas será o grande e único avanço da cúpula.
"Toda esta negociação é sobre um pacote de resultados. Mas temos de reconhecer que um quinto do pacote, se fosse fechado, seria um avanço significativo", disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace.
"Espero que não, mas temo que este seja o único grande resultado", disse à o negociado de Papua-Nova Guiné, Kevin Conrad, sobre a aprovação do "Redd +".
A abreviação se refere à redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas. O "plus", à exigência de contemplar conservação biológica nesse esquema para diminuir o lançamento de gases-estufa no ar.
O texto diplomático que dá forma legal ao Redd + já estava pronto e era dado como aprovado há um ano, na conferência de Copenhague.
Acertou-se que o Redd seria desenvolvido em três fases. Na primeira, os países criariam técnicas para contabilizar o carbono das florestas. Na segunda, haveriam projetos em pequena escala. Na terceira, países tropicais realmente obteriam dinheiro pelas reduções realizadas.
Como reduzir desmatamento é muito mais barato do que eliminar usinas a carvão, por exemplo, países ricos que não queiram fazer o dever de casa poderiam recorrer aos créditos de Redd.
Uma objeção da Bolívia à menção de qualquer mecanismo de mercado para o Redd devolveu o assunto à estaca zero, onde permaneceu até Cancún. "Converter a natureza em mercadoria é garantir a sobrevivência do capitalismo", disse o presidente Evo Morales.
Acontece que, se não for ao menos parcialmente admitido, o Redd perde muito atrativo para países ricos precisando cortar emissões.
Seguia indefinido se existiria participação "subnacional" na contabilização das emissões -caso de governos estaduais como o do Acre, que já fez um acordo direto com o Estado americano da Califórnia a respeito.
A expectativa era que as divergências seriam vencidas, por um motivo simples: como a discussão sobre corte de CO2 não deve ter resultado, os países querem algo para apresentar como sucesso. (Folha)

Fiat negocia a construção de nova fábrica em Pernambuco
Com unidade de Betim no limite, montadora deve anunciar empreendimento na semana que vem. Investimento faz parte do plano de negócios da Fiat no Brasil para os próximos quatro anos, que soma R$ 10 bilhões.
A montadora Fiat está finalizando negociações com o governo de Pernambuco para a construção de uma fábrica no Estado.
O investimento deve ser anunciado na próxima terça-feira em Salgueiro, cidade a 510 km de Recife. O evento deve ter as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Eduardo Campos (PSB).
A Folha apurou que Lula deve aproveitar sua passagem pelo município pernambucano, onde participará de uma cerimônia de entrega de títulos de posse de terra, para anunciar a fábrica.
O investimento faz parte do plano de negócios da Fiat Brasil para os próximos quatro anos (2011-2014), de R$ 10 bilhões.
Desse total, R$ 7 bilhões serão destinados à ampliação da fábrica da montadora italiana em Betim, Minas Gerais. Pernambuco deve receber a maior parte dos R$ 3 bilhões restantes.
Líder em vendas no Brasil, a Fiat está com a capacidade de produção em Betim, de 800 mil unidades, próxima do limite. De janeiro a novembro, foram produzidos 694 mil veículos.
Com os novos investimentos, a empresa planeja aumentar a capacidade da fábrica mineira para 950 mil unidades até 2014.
A Fiat confirmou negociações com o governo de Pernambuco para realizar o investimento, mas não revelou qual modelo será produzido.
A área escolhida para a instalação da fábrica de automóveis é o complexo industrial e portuário de Suape, em Ipojuca (a 60 km de Recife), segundo a Folha apurou. No local já funciona um centro de distribuição da GM.
Não é a primeira vez que o governador Eduardo Campos (PSB) tenta levar uma montadora ao Estado. Negociações também foram feitas em anos anteriores com a GM, a Ford e fabricantes chineses. Na ocasião, não houve, porém, acordo.
Nos últimos três anos, incluindo 2010, a montadora investiu R$ 5 bilhões no Brasil. Seu modelo de maior sucesso é o Uno, que vende, em média, 20 mil unidades mês.
Além da fábrica de Betim, o grupo Fiat possui uma fábrica de tratores no Paraná e uma de autopeças em São Paulo.
A fábrica de Betim foi a primeira de uma montadora fora da região do Grande ABC. A fábrica foi inaugurada em 1976. Só a partir dos anos 1990, depois do Plano Real, que outras montadoras saíram do Estado de São Paulo.
Caso da Ford, que se instalou em Camaçari, na Bahia, da Renault, em São José dos Pinhais, no Paraná, e da GM, em Gravataí, no Rio Grande do Sul. (Folha)

Otimismo — Confiança do consumidor bate novo recorde em novembro, diz Associação Comercial de São Paulo

O Índice Nacional de Confiança medido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o IPSOS, atingiu 159 pontos em novembro, contra 152 em outubro deste ano e contra os 138 pontos de novembro do ano passado.

As expansões no mês e no ano mostram que as projeções mais otimistas para as vendas de final de ano estão se confirmando, avaliou o presidente da associação, Alencar Burti.

A classe C lidera o otimismo, com 164 pontos em novembro contra 161 pontos em outubro, vindo a seguir a classe A/B, que pulou de 140 pontos em outubro para 152 em novembro, provavelmente por ser a classe que mais ganha com o 13º salário. E a seguir aparece a classe D/E, que subiu de 139 em outubro, para 144 em novembro.

Os que se sentem mais confiantes no emprego subiram de 42% em outubro, para 46% em novembro. Já entre os que se sentem menos confiantes, o percentual de respostas caiu de 20% em outubro, para 15% em novembro. A média de pessoas conhecidas que perderam emprego bateu novo recorde de baixa, com 3,0 em novembro, contra 3,1 em outubro e 3,5 em setembro - em novembro de 2009 era de 3,9.

Os eletrodomésticos estão cotados como os produtos mais cobiçados. Entre os entrevistados que se sentem mais à vontade para a compra de eletrodomésticos, subiram de 47% em outubro para 51% em novembro. Os menos favoráveis caíram de 24% em outubro, para 20% em novembro.

Os mais otimistas estão nas regiões Norte e Centro-Oeste, com 189 pontos em novembro (182 pontos em outubro). O Sudeste ficou em segundo lugar, com 168, ante 161 pontos em outubro. O Sul se recuperou de 155 pontos em outubro, para 173 em novembro. O Nordeste continua a região menos otimista, com ligeira queda de dois pontos, saindo de 130 em outubro, para 128 em novembro.

Em relação à confiança do consumidor no futuro da economia da sua região; os que acham que ela vai ficar mais forte, ficou praticamente estável com 43% em novembro, contra 45% em outubro. Os que acham que ela vai ficar mais fraca, permanecem em 6% nos dois períodos (9% em setembro).

Esse placar continua muito favorável, inclusive, na condição financeira pessoal dos entrevistados, em relação aos próximos seis meses: permanece em 59% em novembro.

Mas os consumidores que acham que vão piorar nos próximos seis meses permaneceram praticamente estáveis com 4% em novembro, contra 5% em outubro. (O Globo)