sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Manter a expansão da economia para garantir a manutenção dos empregos e da valorização dos salários

Ritmo de contratações desacelera e Lupi cita câmbio como problema

Criação de vagas formais em novembro soma 138.247 e contratações batem meta de 2,5 milhões no ano

A valorização do real frente ao dólar, assim como efeitos sazonais - entressafra e período de chuvas - fizeram com que o número de contratações formais líquidas registrasse em novembro o menor patamar do ano. Foram criados 138.247 empregos, o que representa um incremento de 0,39% do estoque de assalariados com carteira assinada na comparação com mês anterior.

Mesmo assim, o número de empregos formais criados no ano - 2.544.457 - é um desempenho inédito do mercado de trabalho em sua série histórica, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com esse desempenho, a meta de 2,5 milhões de empregos, no ano, foi atingida.

Em relação aos meses de novembro, o país registrou o segundo melhor número de empregos formais, segundo o Caged. Com isso, no acumulado de janeiro a novembro, as contratações líquidas somaram 2,544 milhões. O melhor resultado de novembro foi em 2009, com a geração de 246.695 empregos formais. Mas o ministro lembrou que esse resultado foi decorrente da recuperação de empregos, com o fim da crise financeira internacional.

Segundo Lupi, pela primeira vez no ano, o mercado do trabalho sentiu o impacto da valorização cambial do real frente ao dólar. Mas, assim como acontece todos os meses de novembro, houve impacto de efeitos sazonais como entressafra. No caso do câmbio, o ministro explicou que, com a melhora dos salários e o barateamento de produtos importados, os brasileiros estão optando por comprar mercadorias que vêm de fora neste final de ano e isso reflete em produção menor das empresas brasileiras e, consequentemente, em um número inferior de contratações.

"Isso é a fotografia do momento. Não estou culpando o dólar pela redução de empregos. Estou dizendo que foi um dos fatores que influenciaram", frisou o ministro. Para Lupi, o dólar não deve influenciar negativamente nas contratações do próximo ano. Até porque o governo tem vários instrumentos para impedir que isso aconteça como é o caso de adotar uma sobretaxa no importado ou criar isenções de tributos a compra de produtos nacionais.

Apesar do ministro comemorar os números, porque o resultado de novembro possibilitou que fosse "cumprida a meta" para o ano de 2,5 milhões de empregos formais líquidos, isso só foi possível com a incorporação dos dados da RAIS (que considera empresas que entregaram informações sobre empregos com atraso e também servidores públicos).

O acumulado deve cair em dezembro, devido às demissões de temporários. A previsão de Lupi é de que as demissões líquidas em dezembro fiquem abaixo da média história de 300 mil.

Previsões para 2011 — Lupi manteve a estimativa de criação de três milhões de postos de trabalho formais em 2011. Ele acredita que a desaceleração da economia não deve impactar fortemente o mercado de trabalho. Isso porque, parte do efeito negativo de um crescimento menor deve ser compensada pela aceleração de construção de obras públicas. "O governo recupera o poder de alavancar", afirmou acrescentando que neste ano o Executivo tinha a limitação do período eleitoral.

Comércio e serviços — O Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) mostra que, em termos absolutos, os setores que mais se destacaram na criação de postos de trabalho formais em novembro foram o comércio (131.336 postos) - recorde para todos os meses da série - e o de serviços (79.173 postos) - segundo melhor resultado da série para o mês.

Por outro lado, devido à influência de fatores sazonais e conjunturais, perderam postos de trabalho os segmentos da agricultura (57.781), indústria da transformação (9.193) e construção civil (7.851). No mês de novembro, foram gerados 138.247 empregos formais no país. No acumulado do ano, esse número chega a 2,544 milhões. (Estado)

Dilma divulga nota com novos ministros; Lupi continua

Carlos Lupi permanece no Ministério do Trabalho e Emprego; Fernando Haddad também fica na Educação e Izabella Teixeira vai para o Meio Ambiente

A presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciou nesta quinta-feira, 16, por meio de nota, três novos nomes do seu ministério. Ela confirmou a permanência de Fernando Haddad no Ministério da Educação; Izabella Teixeira no Ministério do Meio Ambiente; e Carlos Lupi no Ministério do Trabalho e Emprego. Com isso, já são 23 ministros anunciados até agora, faltando ainda 14 indicações.

Amanhã, Dilma deve dar prosseguimento às reuniões para definição de seu ministério, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde funciona o governo de transição. (Estado)

Brasileiro come menos arroz e bebe mais "refri"
Consumo de açúcar pela população é excessivo em todas as faixas de renda.
IBGE mostra mudança nos hábitos, com aumento de alimentos industrializados nos carrinhos de compra.
Brasileiros de todas as faixas de renda estão trocando comida fresca por produtos industrializados e, com isso, piorando a qualidade de sua alimentação básica.
Ingredientes típicos do cardápio nacional, o feijão e o arroz são comprados em quantidades cada vez menores, enquanto o consumo per capita de açúcar -embutido em refrigerantes, massas prontas etc.- excede o nível nutricional recomendado.
É o que mostram as pesquisas divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a quantidade e a qualidade dos alimentos comprados para consumo em casa.
No caso do arroz polido, por exemplo, a queda no consumo per capita foi de 40,5% de 2003 a 2009. No do feijão, de 26,4%.
Com isso, esses alimentos passaram a responder por apenas 16,2% e 5,4% das calorias ingeridas nos lares do país, ante 17,4% e 6,6% na pesquisa anterior.
Já comidas processadas, como pães, embutidos, biscoitos, refrigerantes e refeições prontas, ganharam importância e, juntos, já respondem por 18,4% das fontes de energia consumidas.
AÇÚCAR LIVRE — Os estudos revelam também o consumo excessivo de açúcar, que pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade, diabetes e câncer.
Hoje, do total de calorias presentes na despensa dos brasileiros, 16,4% vêm dos chamados açúcares livres, que são aqueles adicionados aos alimentos no seu processamento ou no momento do consumo. A recomendação nutricional é que essa parcela não ultrapasse os 10%.
A presença do açúcar refinado nos carrinhos, porém, tem diminuído -em 2009, um brasileiro comprava, em média, 3,2 kg do produto por ano, quase a metade dos 6,1 kg registrados em 2003.
Isso significa que as pessoas estão consumindo mais alimentos que já têm açúcar na sua formulação.
"Caiu a quantidade de açúcar de mesa, não o açúcar da dieta. As pessoas não adoçam mais suco em casa, compram já adoçado", diz Renata Levy, pesquisadora em medicina preventiva da USP. (Folha)

Firjan diz que 70% das empresas vão ampliar produção

As indústrias do Rio projetam, em 2011, aumento na produção, mais contratações e investimentos maiores. É o que aponta a pesquisa "Nível de atividade e expectativas das indústrias fluminenses", divulgada nesta quinta-feira pela Firjan. Pelo estudo feito com 297 companhias, 70,7% das empresas esperam ampliar a produção no ano que vem. Mais da metade das indústrias (52,9%) pretende abrir novos postos de trabalho. E os investimentos serão maiores para 61,3% dos empresários do Rio.

O estudo da Firjan apontou que a expansão da economia fluminense nos próximos anos está atrelada a Copa do Mundo, Olimpíadas, descobertas no pré-sal e investimentos como, por exemplo, no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) e no Porto do Açu.

Carga tributária, o maior entrave aos investimentos

Apesar das perspectivas otimistas para 2011, a carga tributária (57,4%) é o maior entrave aos aumento dos investimentos das empresas. Mas há outras queixas - como o custo do financiamento (4,1%), a concorrência desleal (4,1%) e a baixa qualidade do pessoal (3,3%).

- O inibidor principal do crescimento é a questão tributária. E a questão fica aguda quando se fala na possibilidade de se voltar com a CPMF. Seria um desastre para a economia - disse Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, acrescentando que o retorno da CPMF pode gerar inflação a curto prazo e impactar negativamente o mercado no trabalho no longo prazo.

Para a Firjan, uma em cada quatro empresas produz acima do esperado no quarto trimestre de 2010. Apesar de a maioria (62,6%) não ter sido surpreendida pela demanda, 27,6% apontam alguma dificuldade em atendê-la.

Rio bateu São Paulo na criação de vagas — O Rio de Janeiro foi o estado que mais gerou postos de trabalho entre as unidades da federação no mês de novembro. Foram 31.965 mil vagas, o melhor desempenho do estado todos os meses da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul, com 21.729 novos postos.

O bom resultado do Rio deve-se ao comércio e setor de serviços, o qual se destaca a hotelaria que já contrata para as festas de fim de ano. Já São Paulo, criou apenas 4,999 vagas, reflexo da desaceleração da indústria.

Em termos absolutos o comércio é o que mais gerou postos de trabalho no país: 131.336. O setor de serviços gerou 79.173 postos. Também foram recordes os resultados na indústria extrativa mineral (1.253) e serviços industriais de utilidade pública (1.155). Por outro lado, o Caged mostrou perda líquida na agricultura (-57.781), indústria de transformação (-9.193) e construção civil (-7.851).

" Houve um aumento de procura de produtos importados, o que desacelerou a produção nacional. O câmbio gerou menor contratação de trabalhadores "

No balanço geral, a economia brasileira criou 138.247 postos de trabalho com carteira assinada em novembro, a segunda melhor marca para o mês da série iniciada em 1992. Foram 1.576.872 admissões e 1.438.625 desligamentos. Mesmo assim trata-se do pior resultado do ano.

De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, tradicionalmente o mês de novembro registra uma geração mais modesta de emprego devido, particularmente, a fatores sazonais como entressafra e período de chuvas. Lupi admite que a valorização cambial contribui para a desaceleração do ritmo do crescimento do emprego.

- Neste período há muitas compras para o final de ano e com a queda do dólar houve um aumento de procura de produtos importados, o que desacelerou a produção nacional. O câmbio gerou menor contratação de trabalhadores - disse o ministro, que alerta não ser uma tendência para os próximos anos porque, segundo ele, o governo tem instrumentos para conter a queda do dólar.

No acumulado do ano, o país registrou a geração de 2,544 milhões de empregos formais. Segundo o ministro, com o resultado de novembro várias metas estão cumpridas. Nos oito anos do governo Lula foram gerados 15,06 milhões de empregos com carteira assinada. A meta para 2010, de 2,5 milhões vagas foi superada. Segundo o ministro, neste ano foram gerados 2,544 milhões de empregos formais.

Entretanto, é bom lembrar, que dezembro é sempre um mês que costuma apresentar resultado negativo no mercado de trabalho formal. Em dezembro, tradicionalmente há fechamento líquido de vagas por conta das contratações temporárias de final de ano.

Apesar da queda prevista tradicionalmente de vagas em dezembro, Lupi acredita que a meta será mantida, pois em maio do ano que vem, quando sair os números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), eles serão incorporados os números finais. (O Globo)

Consumidor não vai receber de volta R$ 8 bi pagos indevidamente na conta de luz

Os clientes das distribuidoras de energia não terão de volta os cerca de R$ 8 bilhões que pagaram a mais na conta de luz entre 2002 e 2009. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que não aplicará retroativamente a nova fórmula de aumento das tarifas de eletricidade, alegando risco à segurança jurídica no setor. A forma de cálculo nova valerá apenas a partir dos reajustes concedidos às empresas em 2010.

No ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que a metodologia de reajuste das tarifas continha uma distorção, pela qual os ganhos com a expansão do consumo de eletricidade não geravam um abatimento sobre o aumento de tarifa a que as empresas tinham direito.

Estima-se que o problema tenha levado os consumidores a pagarem cerca de R$ 1 bilhão a mais por ano. A Aneel reconheceu o erro, mas não viu ilegalidade na cobrança, pois as distribuidoras apresentaram seus cálculos com base em uma fórmula vigente.

"A aplicação retroativa de nova metodologia para o cálculo dos reajustes não tem amparo jurídico e sua aceitação provocaria instabilidade regulatória ao setor elétrico, o que traria prejuízos à prestação do serviço e aos consumidores", afirmou a Aneel em nota, citando parecer de sua procuradoria-geral.

Uma das entidades que defenderam o ressarcimento retroativo, o Idec informou que avalia as medidas que tomará para garantir a devolução integral dos valores. Não descartou ir à Justiça - na qual já tramitam ações com este objetivo.

- Parece que a agência esqueceu de seu dever constitucional, como ente do Estado, de promover a defesa do consumidor - lamentou Mariana Ferreira Alves, advogada da entidade.

- O Idec não concorda que o usuário pague sozinho essa conta enquanto as distribuidoras, que lucraram ao longo de sete anos com o erro no cálculo, são poupadas ((((O Globo)