sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vamos buscar a parte que nos cabe nos imensos lucros que serão anunciados em breve

2011 é o ano da PLR

Por Marcos Afonso de Oliveira, secretário de Comunicação nacional da UGT

Nos próximos meses serão anunciados os lucros exorbitantes das empresas de serviços, comércio e indústria. Lucros que foram construídos e consolidados pelo esforço conjunto, especialmente, dos trabalhadores, ao longo de 2010. É, hora, portanto, de os trabalhadores e trabalhadoras se mobilizarem, independente da data-base, para buscarem o que a lei prevê, ou seja, a parte que lhes cabe nos lucros e resultados que serão anunciados.

A mobilização tem que ser imediata, antes do Carnaval chegar. Porque é muito fácil para os empresários assumirem para si os imensos ganhos e deixar de fora os seus trabalhadores. Mas a UGT e seus sindicatos filiados, especialmente os ligados à indústria, comércio e serviço, já iniciou a marcação cerrada. Vamos mobilizar nas fábricas, nos escritórios, nas lojas e nos shoppings. Vamos apenas buscar o que é nosso e transferir para nossos bolsos parte dos exorbitantes lucros que serão anunciados.

Leia o clipping do dia:

BC dificulta especulação com dólares

Para segurar valorização excessiva do real, medida força bancos a comprar dólar e manter depósito compulsório. Banco pegava dólar no exterior a juro baixo e o trocava por real; juro no Brasil e desvalorização da dívida rendiam lucro.
O Banco Central anunciou uma nova medida para tentar segurar a queda do dólar e trazer a cotação de volta para a casa de R$ 1,70.
Foi criada uma punição para forçar os bancos a comprar dólares e reduzir a especulação no mercado de câmbio, um dos fatores que puxam a cotação da moeda norte-americana para baixo.
As instituições financeiras precisam diminuir suas apostas na queda do dólar, que hoje estão no patamar recorde de US$ 16,8 bilhões, até abril, quando a mudança entra em vigor.
Se não fizerem isso, terão de deixar parte desses dólares no BC, sem remuneração.
O BC estima que a medida vá gerar uma demanda por US$ 6,8 bilhões, o que reduzirá o nível das apostas para US$ 10 bilhões. O prazo de três meses evita corrida para a compra desses dólares.
Ao comprarem esses recursos, os bancos reduzem essa dívida em dólar, que é chamada de "posição vendida", no jargão do mercado, e equivale a uma aposta dos bancos na queda da moeda.
Desde junho, esse saldo devedor vem aumentando. São recursos captados no exterior a juros baixos que são trocados no Brasil por reais. O aumento dessas operações significa mais dólares entrando no país, o que joga o preço da moeda para baixo.
Eles lucram com a diferença de juros, maiores no Brasil, e também com a desvalorização da dívida em dólar.

LIMITE PARA DÍVIDAS — Com a medida, o BC também cria um limite para que os bancos façam novas dívidas no exterior e tragam mais dólares para o país.
Oficialmente, o BC diz que o aumento dessas dívidas gera riscos para o sistema. O objetivo real, no entanto, é segurar a queda do dólar.
"Se houver desvalorização, esses bancos terão de correr para comprar moeda", disse o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes.
Mario Batisttel, da Fair Corretora, diz que a medida é importante para mostrar a intenção de segurar a desvalorização do dólar. A moeda fechou em R$ 1,68, quase 1% mais alta que na quarta.
Desde 2009, o governo já tomou uma série de medidas para segurar a queda do dólar, que tira competitividade do país no comércio exterior.
Houve aumento na tributação de investimentos estrangeiros e alta de 70% nas compras de dólares para tirar a moeda do mercado.
A medida anunciada determina que cada grande banco reduza sua posição devedora para até US$ 3 bilhões. Nas instituições menores, o valor máximo é o seu patrimônio de referência.
Quem tiver um valor maior terá de deixar depositados no BC, sem remuneração, 60% do que exceder esses tetos. (Folha)

Governo sinaliza que pode elevar salário mínimo para R$ 550

Valor proposto no Orçamento é de R$ 540, mas há pressões por reajuste maior.

Diante da pressão do PMDB, o governo já dá sinais de que tem margem para elevar o salário mínimo acima dos R$ 540 propostos no Orçamento. Na área econômica já se fala em R$ 550, principalmente depois que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi repreendido pela presidente Dilma Rousseff por ameaçar vetar qualquer aumento do piso salarial.

O sinal de que os R$ 540 poderiam subir partiu do próprio governo, que anunciou anteontem o reajuste das aposentadorias em 6,41%. É um reajuste maior do que o proposto para o mínimo, que é de 5,88%. Ocorre que os dois preços são corrigidos pelo mesmo indicador: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) estimado para 2010.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), também sinalizou nesta quinta que está disposto a discutir a alteração na proposta do governo para o mínimo caso continue na presidência da Casa, em eleição que ocorrerá no dia 1º de fevereiro. "O governo mandou a proposta do mínimo para o parlamento, só que o governo precisa também entender que ali é também um espaço de diálogo", argumentou. E continuou: "O que nós esperamos é que tanto o governo quanto os parlamentares estejam dispostos a essa discussão. Se teremos ou não alteração, vai depender do debate, das discussões e dos convencimentos. O que posso garantir é que na presidência da Câmara será feito o debate."

Nesta semana, o PMDB decidiu reagir ao anúncio de Mantega, de vetar o aumento do mínimo. O partido já havia anunciado que o deputado Eduardo Cunha, da bancada do PMDB do Rio, iria apresentar uma emenda passando o valor para R$ 560. Além da emenda aumentando o valor, o mesmo Eduardo Cunha apresentará, em resposta às declarações de Mantega, uma proposta de emenda constitucional (PEC) alterando as regras para derrubar vetos do presidente.

Atualmente, pelo artigo 66 da Constituição, se o Congresso quiser derrubar um veto presidencial, os parlamentares têm de fazê-lo por maioria absoluta das duas Casas reunidas em sessão conjunta, no prazo de 30 dias a contar do recebimento da mensagem do Planalto. O valor de R$ 540 para o mínimo foi fixado em Medida Provisória pelo governo Lula (com consentimento da então presidente eleita).

Segundo Mantega, o valor de R$ 540 está em um patamar que preserva o equilíbrio das contas públicas e a coerência da política fiscal. Um aumento acima disso, segundo o ministro, elevaria os gastos com a Previdência e deterioraria as contas públicas. (Estado)

Governo criará "PAC" para combate da miséria
Primeiro anúncio da gestão Dilma é reembalagem de programa de Lula. Sem prazo de conclusão, ações serão definidas apenas quando governo estabelecer o conceito de linha de pobreza.
No primeiro anúncio de seu governo, a presidente Dilma Rousseff determinou a criação de uma espécie de PAC para combate à miséria.
Ontem, em reunião com 12 ministros, a presidente ordenou a organização do programa de forma que ele tenha metas, prestação de contas, comitê gestor e monitoramento das ações.
A ideia é moldar o projeto exatamente como funciona o Programa de Aceleração do Crescimento -conjunto de obras de infraestrutura, coordenado por Dilma quando ministra da Casa Civil.
O programa foi uma das credenciais de Dilma, chamada de "mãe do PAC" por Lula, à disputa presidencial. Os dados sobre a execução do programa mostram, porém, que, em 2010, o governo não atingiu 70% do previsto para o período.
O "novo PAC", segundo a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social), atuará em três frentes: inclusão produtiva, ampliação dos serviços sociais e a continuação da ampliação da rede de benefícios. Ela não deu detalhes sobre essas etapas.
Em maio passado, a então presidenciável Dilma afirmou querer reduzir a pobreza no país. "O nosso objetivo é, nesse período 2011-2014, erradicar a miséria do Brasil", disse ela, à época.
O governo, no entanto, não estabeleceu prazo para a conclusão do programa.
Campello disse também que as políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, serão ampliadas e reforçou que a intenção do programa é mais do que simplesmente unificar medidas.
Antes de anunciar ações, o governo terá que definir o conceito de linha de pobreza. Só a partir daí será possível calcular o custo do programa e o universo de pessoas a serem atendidas. A ex-secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca, que ajudou a criar o Bolsa Família, comandará o programa. (Folha)

Poupança tem captação recorde de R$ 38,7 bi em 2010
A caderneta de poupança apresentou saldo positivo de R$ 6,4 bilhões em dezembro, de acordo com o Banco Central. O resultado, segundo melhor do ano, atrás apenas de julho, levou o país a bater recorde histórico de captação da poupança em 2010, com R$ 38,7 bilhões.
O melhor resultado anterior havia sido obtido em 2007, quando a captação líquida da poupança (saldo entre depósitos e retiradas) havia atingido R$ 33,4 bilhões. Ou seja, houve alta de 15,88%. Ante 2009, o resultado do ano passado é 27,17% maior.
Em dezembro passado, os depósitos na caderneta de poupança atingiram R$ 121,3 bilhões, enquanto as retiradas totalizaram R$ 114,9 bilhões.
O rendimento das carteiras atingiu R$ 1,9 bilhão. Com isso, o estoque total de poupança no Brasil subiu para R$ 378,8 bilhões, posição no último dia do ano passado. (Folha)

Confiança do setor de serviços sobe, aponta FGV

A confiança do setor de serviços brasileiro aumentou em dezembro após três meses de queda, em 0,3% sobre novembro, mostrou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. O índice passou de 131,8 pontos para 132,2 pontos, ficando próximo da média do ano, de 132,5 pontos.

"No entanto, medido em termos de média móvel trimestral, o índice continua a apresentar tendência descendente, ratificando o quadro de um certo arrefecimento da atividade do setor", afirmou a FGV em nota.

O componente de situação atual subiu 5,7%, para 128,9 pontos, o maior patamar da série histórica iniciada em junho de 2008.

O de expectativas diminuiu em 4,4%, para 135,6 pontos, o menor nível desde junho de 2009.

O quesito nível de demanda atual foi o que mais contribuiu para elevação do componente de situação atual, enquanto o quesito de demanda prevista para os próximos três meses foi o que mais pesou sobre as expectativas. (O Globo)