terça-feira, 11 de janeiro de 2011

UGT e demais centrais sindicais se unem a favor do mínimo de 580,00

Centrais reafirmam mínimo de R$580 e solicitarão audiência com Dilma

Representantes das 6 centrais sindicais (UGT, CUT, Força, NCST, CBT e CGTB) se reuniram nesta terça-feira (11) na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, e decidiram solicitar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para negociar o salário mínimo.

Todas as centrais concordam que o mínimo deve ser de R$580, acreditando que esse é o caminho para o desenvolvimento da economia. O documento com o pedido será encaminhado ainda hoje com cópia à Casa Civil e aos ministros do Trabalho e Emprego e da Previdência Social.

As centrais também encaminharão à presidente propostas para negociar a correção monetária e o aumento das aposentadorias para quem recebe acima do mínimo. O objetivo é que esse aumento corresponda a 80% do acréscimo que o mínimo terá se ficar em R$580.

De acordo com Ricardo Patah, presidente da UGT, as propostas possibilitam que o país cresça ainda mais, além de melhorar a distribuição de renda e gerar ganhos reais.

As centrais agendaram uma manifestação para a próxima terça-feira, dia 18, às 11 horas, em frente ao MASP, na avenida Paulista. (Mauricio Gomide, da Redação da UGT)

Leia o clipping do dia:

Centrais retomam pressão por salário mínimo de R$ 580

As centrais sindicais pretendem atuar em duas frentes para pressionar por um aumento real que leve o salário mínimo dos atuais R$ 540 para R$ 580. A estratégia é abrir negociação tanto com o Palácio do Planalto como com o Congresso Nacional para assegurar a aprovação do novo valor e evitar que ele seja vetado pela presidente Dilma Rousseff. Os sindicalistas querem mais que dobrar o reajuste: 13,7%. A inflação acumulada desde o último reajuste, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), foi de 6,47%.

O piso salarial de R$ 580 é um dos principais itens da agenda de negociações da Força Sindical e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) neste início de 2011. Na semana passada, o presidente da Força Sindical e do PDT em São Paulo, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, protocolou emenda parlamentar que eleva o mínimo para R$ 580.

A primeira reunião das centrais sindicais neste ano está marcada para amanhã (11/1), às 10 horas, na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na capital paulista. O secretário geral da CUT, Quintino Severo, diz que nesta semana a entidade trabalha para viabilizar conversas com o governo federal, em especial com a Casa Civil. A meta é acertar uma agenda de reuniões com os titulares das pastas do Trabalho, Planejamento e Fazenda. A Força Sindical quer iniciar negociações com o governo em fevereiro - o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, está em férias e só retorna na última semana de janeiro.

De acordo com Severo, o assunto já havia sido tratado no ano passado com o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Mas acabou não dando resultado", afirmou. A entidade pretende dar prioridade, pelo menos no primeiro momento, à negociação com o governo federal. Paulinho aposta em um acerto com o governo, mas já mobiliza uma frente parlamentar que atue para aprovar um reajuste maior do mínimo. De acordo com Paulinho, lideranças do PTB, PV e PCdoB foram procuradas em conversas informais. "O objetivo é tratar com todas as siglas para mobilizar uma frente", afirmou. O Congresso deve votar a proposta em março.

O PDT tem pressionado o governo federal a revisar o valor em troca do apoio à candidatura de Marco Maia (PT-RS) à presidência da Câmara dos Deputados. A questão foi tratada em reunião promovida na semana passada, na capital paulista, entre parlamentares do PT e PDT. Além da elevação do mínimo, os pedetistas apresentaram como condição de apoio à indicação de Maia nomeações para postos na máquina federal e maior espaço na Casa Legislativa. (Estado)

Governo quer repatriar cientistas do Brasil no exterior

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem que pretende desenvolver formas para que o país repatrie cientistas brasileiros que atuam no exterior.

"Temos que criar uma rede dessa inteligência brasileira no exterior, uma rede em que eles [cientistas] se relacionem com o Brasil para participar de projetos no país e abrir uma porta para aqueles que quiserem voltar", disse durante visita ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (SP).

De acordo com Mercadante, apenas em universidades dos EUA atuam cerca de 3.000 professores brasileiros.

O ministro também afirmou que o governo pretende "aproveitar" a crise econômica que afeta alguns países desenvolvidos para atrair cientistas.

A ideia é montar um comitê de busca desses profissionais e estudar políticas de incentivo que possibilitem que eles venham atuar no Brasil- especialmente os brasileiros. (Folha)

Demanda por crédito cresce 16,4% em 2010, diz Serasa

Impulsionada pelo bom momento do mercado de trabalho, expansão foi a maior já registrada pelo índice.

A quantidade de pessoas que procurou crédito cresceu 16,4% em 2010, segundo informou nesta segunda-feira, 10, a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. A expansão foi a maior já registrada pelo índice. Em 2008, o crescimento havia sido de 6,4% e, em 2009, por conta dos reflexos da crise financeira internacional, a demanda havia recuado 1,2%. Em dezembro de 2010, a procura dos consumidores por crédito avançou 1,5% em relação a novembro e 19,7% na comparação com dezembro de 2009.

Segundo a Serasa, a expansão da demanda em 2010 foi impulsionada pelas condições favoráveis aos consumidores, pelo elevado grau de confiança e pelo bom momento vivido pelo mercado de trabalho, com a taxa de desemprego atingindo níveis recordes de baixa. Por sua vez, as recentes medidas adotadas pelo Banco Central (BC), de aumento dos compulsórios e demais regras prudenciais, e a possibilidade de aumentos nas taxas de juros já a partir deste trimestre deverão fazer com que o ritmo de crescimento seja menos intenso em 2011.

O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito é construído a partir de uma amostra de CPFs consultados todos os meses na base de dados da Serasa Experian. As transações consideradas configuram alguma relação creditícia entre os consumidores e as instituições do sistema financeiro ou de empresas não financeiras.

Divisão por renda — Os consumidores com menor renda mensal foram os que puxaram a alta da procura por crédito em 2010. O avanço foi de 46,3% para aqueles cujo rendimento mensal situa-se abaixo de R$ 500. A Serasa Experian destaca que a diminuição da informalidade no mercado de trabalho beneficiou, principalmente, os indivíduos de baixa renda, que passaram a dispor de maior acesso ao mercado de crédito.

Todas as demais faixas de rendimento pessoal também apresentaram elevações em suas demandas por crédito em 2010, variando entre 10,6% (renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por mês) e 27,9% (entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês). Na divisão por regiões, o destaque foi o Nordeste, onde a demanda por crédito cresceu 17,7% no ano passado. Em seguida aparecem Sudeste (17,4%), Centro-Oeste (15,2%), Sul (14,1%) e Norte (13,5%). (Estado)

Governo injetou dinheiro extra na economia ao descumprir a meta de esforço fiscal em 2010

Os alimentos e as commodities em geral não foram os únicos vilões da inflação em 2010 - que fechou o ano em 5,91% pelo IPCA, acima do centro da meta de 4,5% fixada para o período. O próprio governo acabou por atiçar um de seus maiores algozes ao gastar mais do que estava previsto e inundar a economia com cerca de R$ 58 bilhões no ano passado. Essa é a diferença entre o que a equipe econômica se propôs a economizar para o pagamento de juros da dívida pública (o chamado superávit fiscal primário), que era de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), e o que efetivamente conseguiu poupar: 1,6% do PIB, segundo cálculos do banco ABC Brasil.

No mercado, há quem diga que o governo teria feito um esforço fiscal ainda menor, de apenas 0,9% do PIB.

- Gastar mais é como emitir dinheiro na economia. Despesas maiores significam mais contratações, mais obras e mais renda. Tudo isso aumenta a demanda - afirma o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que é ex-diretor do Banco Central (BC).

O governo afrouxou a disciplina fiscal em 2010 por dois caminhos: fez manobras contábeis (como a capitalização da Petrobras) de R$ 33,3 bilhões, que lhe permitiram gastar mais sem o equivalente efetivo do lado das receitas, e injetou diretamente na economia R$ 24,7 bilhões ao turbinar despesas correntes e com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

- Essa operação da Petrobras foi algo totalmente bizarro. O que o governo fez em 2010 foi descumprir a meta de primário e pressionar fortemente a demanda - ressalta o economista-chefe do ABC Brasil, Luiz Otávio Leal.

Sem ajuste fiscal, juros serão maiores

Segundo o economista da Máxima Asset Management Elson Telles, se em 2011 o governo não fizer um ajuste fiscal efetivo (entregando, sem descontos permitidos, o superávit cheio de 3,1%), o Banco Central poderá ter de manter os juros elevados mais tempo para manter a inflação dentro da meta:

- O objetivo deste ano será trazer a inflação para o centro da meta ou para algo muito próximo disso. O problema é que existe muita gente cética quanto à capacidade do governo de reduzir seus gastos no tamanho necessário.

Para Leal, do ABC Brasil, além de cortar despesas na carne, o governo terá de evitar operações como a capitalização do BNDES, que, embora não gere uma despesa primária, influencia a atividade econômica, porque permite ao banco de fomento elevar o volume de empréstimos ao setor produtivo:

- Isso não entra no Orçamento, mas afeta a inflação. Terá que ser levado em consideração pelo BC na hora de decidir a trajetória da Selic.

Os economistas lembram que o câmbio, que dá uma ajuda extra na hora de controlar os preços (pois a queda do dólar estimula a competição no mercado interno por meio de mais importações), continuará nesse caminho em 2011. O único problema será se houver uma guinada no mercado internacional que faça o dólar disparar, dificultando o papel da política monetária. (O Globo)

Dieese confirma: inflação em 2010 foi mais alta para os mais pobres

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Índice do Custo de Vida (ICV) de dezembro de 2010, calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) ficou em 0,65%, queda de 0,39 ponto percentual em relação a novembro. O grupo alimentação foi o que mais pesou para a formação da taxa (1,54%) e, mesmo assim, ficou abaixo da variação de novembro (2,81%). Os aumentos de preços em transporte (0,47%) e habitação (0,28%) também foram determinantes para a inflação de dezembro.

No acumulado de 2010, o ICV apresentou alta de 6,91%, a maior variação desde 2004, quando a inflação chegou a 7,7%. Segundo o Dieese, a taxa foi mais elevada para as famílias de menor poder aquisitivo (7,67%). O grupo alimentação foi o que mais subiu no ano (11,95%), seguido de habitação (6,68%), educação e leitura (5,48%) e saúde (5,45%). As taxas menores foram observadas em despesas pessoais (4,72%) e transporte (4,25%).

A alta verificada na alimentação se deveu ao aumento dos preços dos produtos in natura e semielaborados (16,70%), com destaque para feijão (66,57%), carne bovina (37,7%), laranja (25,04%) e frango (23,82%). Comer fora de casa ficou 11,52% mais caro. No subgrupo da indústria alimentícia (inflação de 6,51%), destacam-se produtos como queijo mussarela (aumento de 29,27%), leite longa vida (23,19%), farinha de trigo (18,42%), açúcar (16,50%) e sal (14,19%).

No grupo habitação, as taxas maiores ficaram para locação, impostos e condomínio (12,21%) e conservação (7,88%). Os itens do subgrupo locação, impostos e condomínio tiveram taxas distintas. No caso dos impostos, representado, no ICV pelo Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU), o reajuste médio foi de 24,51%. Condomínio, com alta de 13,11%, também teve aumento acentuado, em grande parte, por influência da elevação da remuneração da mão de obra, representada pela empregada mensalista (16,39%).

A alta no item saúde foi decorrente dos aumentos de preço da assistência médica (5,39%) e de medicamentos e produtos farmacêuticos (5,74%). No grupo educação e leitura, o primeiro subgrupo (educação) ficou 5,74% mais caro em 2010, enquanto o segundo (leitura) registrou queda de 1,13% nos preços relativos. Já em despesas pessoais, as taxas que mais sebiram foram higiene e beleza (3,3%) e fumo e acessórios (6,48%). A alta no segmento de transporte individual foi de apenas 1,15% no ano passado, enquanto no coletivo chegou a 11,96%, quase o dobro da taxa anual de inflação medida pelo Dieese. (Agencia Brasil)