quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UGT e demais centrais sindicais se unem para corrigir tabela do Imposto de Renda

Centrais preparam ofensiva por correção da tabela do IR

Os sindicatos estão sendo orientados a provocar uma enxurrada de ações na Justiça a partir de terça-feira da próxima semana para garantir a correção da tabela do Imposto de Renda. O presidente da Força Sindical e líder do PDT na Câmara, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, afirmou que as centrais vão pedir a correção de 6,47% na tabela, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

"Demos o prazo até segunda-feira. Se não houver negociação, nós entraremos com uma enxurrada de ações em todos os tribunais regionais federais. Entendemos que isso (a não correção) é um confisco do salário dos trabalhadores", disse Paulinho. O deputado lembrou que durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso as centrais conseguiram vitória na Justiça em alguns casos.

O líder sindical e político reafirmou a disposição de defender um reajuste maior para o salário mínimo do que os R$ 540 fixados pelo governo, insistindo no valor de R$ 580. Paulinho disse que a revisão do valor pelo governo, incluindo a correção da inflação, não adianta. "Isso é muito pouco. Dá R$ 3. Não dá nem para tomar uma cachaça", comparou.

O deputado voltou sua mira para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O governo está mal nessa história. Pôr o Mantega para falar com os trabalhadores não dá", afirmou, defendendo um outro interlocutor da presidente Dilma Rousseff para tratar com as centrais sindicais. O ministro avisou que o governo vetaria um aumento maior para o salário mínimo, caso os parlamentares aprovem um outro índice. (Estado)

271 MORTOS (e vai aumentar)
É O MAIOR NÚMERO DE MORTES EM UM SÓ DIA NO PAÍS EM 44 ANOS

Uma madrugada de chuva torrencial -mas prevista pelos institutos de meteorologia- trouxe destruição e morte jamais vistas à região serrana do Rio. Em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, 271 corpos já haviam sido encontrados até o fechamento desta edição. A previsão é que continue a chover nos próximos dias.
O número deve aumentar. Há regiões onde o socorro ainda não chegou e o total de vítimas era atualizado a cada instante.
É o maior número de mortes em um só dia no país em 44 anos, desde o temporal de 1967 no Rio, que matou 300 pessoas.
Cadáveres eram guardados em escolas e igrejas, por falta de lugar. No IML de Teresópolis, dezenas de corpos estavam no chão.
Por todo lado, havia lama, casas soterradas, carros em cima de muros e estradas interditadas. A destruição atingiu a todos.
No Vale do Cuiabá, área de Petrópolis onde há condomínios e hotéis de luxo, a Folha acompanhou o resgate de 27 corpos.
A nova tragédia ocorre nove meses após 256 pessoas terem morrido também por conta da chuva que atingiu o Estado.
"Nunca vi nada igual", disse o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Hoje a presidente Dilma Rousseff sobrevoa a região com o governador Sergio Cabral.
No Estado de São Paulo, moradores de Atibaia que foram desalojados temem que suas casas sejam saqueadas. Na Grande SP, Franco da Rocha ficou praticamente submersa. (Folha)

Vendas no varejo devem bater recorde em 2010, diz IBGE

Embora tenha ressaltado que o IBGE não faz projeções, economista do instituto comentou que alta deve ser de dois dígitos.

O resultado das vendas do varejo em novembro sinaliza para um nível recorde no volume de vendas do comércio varejista brasileiro em 2010. Embora tenha ressaltado que o IBGE não faz projeções, o economista da coordenação de serviços e comércio do instituto, Nilo Lopes Macedo, comentou que o comércio brasileiro nunca encerrou um ano com alta de dois dígitos em seu volume de vendas, na variação anual. Mas, até novembro do ano passado, as vendas do comércio varejista já acumulam aumento de 11% em 2010.

"Não estou fazendo estimativas, mas pela lógica dos números, para que o desempenho do ano passado seja inferior a dois dígitos, o desempenho de dezembro teria de ser muito pequeno", disse, acrescentando que o último mês de cada ano, historicamente, quase sempre apresenta bom desempenho nas vendas, devido às compras de Natal.

Ainda segundo o especialista, no acumulado de 2010 até novembro, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foram destaque, entre as contribuições que ajudaram o desempenho positivo no período. Entre janeiro e novembro do ano passado, o volume de vendas neste segmento registra alta de 9,3%. (Estado)

Centrais discutem com Alckmin salário mínimo paulista

Atualmente, salário mínimo no Estado de São Paulo varia de R$ 560 a R$ 580, dependendo da ocupação.

Na esteira das negociações por um aumento real do salário mínimo nacional, as centrais sindicais querem deflagrar nos próximos dias um esforço para pressionar por um reajuste também nos pisos regionais. As centrais articulam encontros com governadores para reivindicar uma elevação do vencimento superior à inflação acumulada de 2010, que foi de 6,47% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE. A estratégia visa pressionar o governo federal a elevar o valor do mínimo, fixado em R$ 540 desde o dia 1º de janeiro. As centrais terão reunião amanhã com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

O evento, um café da manhã, foi agendado pelo Palácio dos Bandeirantes. "O convite partiu do governador e irá tratar de um primeiro contato com o movimento sindical", disse o presidente da Força Sindical em São Paulo, Danilo Pereira da Silva. "Mas o salário mínimo regional está no contexto e deve ser um dos principais assuntos abordados", acrescentou. De acordo com o dirigente, a central sindical ainda não definiu o valor do piso regional a ser reivindicado. Atualmente, o salário mínimo paulista varia de R$ 560 a R$ 580, dependendo da ocupação.

"O primeiro passo é repor a inflação do ano passado, mas, levando em conta que o Estado concentra 34% do PIB, seria ideal começar por R$ 600", ressaltou Pereira da Silva, lembrando que o valor foi uma das promessas do PSDB na campanha à sucessão presidencial de 2010.

O presidente da Centra Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo, Adi dos Santos, defendeu também um reajuste do mínimo que leve em conta o peso do Estado na produção nacional. O dirigente pregou que o cálculo do reajuste do vencimento seja calcado nos critérios estabelecidos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que leva em conta o custo de vida em São Paulo.

O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, informou que a entidade articula um encontro com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), para tratar do tema. "Nós temos adotado em todos os Estados a política de buscar anualmente a valorização dos pisos." De acordo com ele, reuniões semelhantes são negociadas com os governadores do Paraná e de Santa Catarina. "Essa discussão é importante nesse momento, porque acaba contribuindo para pressionar o piso nacional", afirmou.

O reajuste defendido pelas centrais sindicais para o mínimo nacional é de 13,7% sobre o vencimento do ano passado, de R$ 510, o que elevaria o valor para R$ 580. Ontem, as entidades enviaram ao Palácio do Planalto solicitação de audiência com a presidente Dilma Rousseff para apresentar as reivindicações. Além do salário mínimo, as entidades pretendem apresentar à presidente proposta que eleva o reajuste dado às aposentarias superiores a um salário mínimo e que corrige a tabela do Imposto de Renda (IR) pelo INPC acumulado em 2010. (Estado)

Governo estuda reduzir imposto sobre folha de pessoal e tributos sobre bens de capital

A tendência do governo na formulação de novas desonerações ao setor produtivo, para compensar as perdas provocadas pelo dólar desvalorizado frente ao real, é promover corte ou eliminação de tributos linear, ou seja, sem privilegiar a concessão de benefícios pontuais a setores específicos prejudicados pelo real forte. Entre as ações estariam a redução tributária de bens de capital e da folha de pagamento e a retirada de vez de impostos sobre produtos usados na exportação já no início da cadeia produtiva.

Outro procedimento tido como linear por técnicos da área econômica consiste em ampliar o leque de estímulos a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com vista à inovação tecnológica em bens finais ou nos processos produtivos. As medidas abrangentes são consideradas mais eficientes, porque o Brasil padece de grandes problemas estruturais, que ampliam a falta de competitividade frente aos competidores chineses e outros.

Do ponto de vista fiscal, porém, o Ministério da Fazenda resiste a novas renúncias, enquanto o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, passa a insistir que medidas concretas para ajudar a indústria nacional saiam do papel. (O Globo)