quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Governador Alckmin e prefeito Kassab inauguram monumento do Siemaco de São Paulo filiado à UGT

Kassab e Alckmin inauguram Monumento ao Trabalhador do Asseio e Conservação e Limpeza Urbana

Por Moacyr Pereira

A chuva que caiu na praça Marechal Deodoro no momento da inauguração do Monumento ao Trabalhador do Asseio e Conservação e Limpeza Urbana teve o simbolismo de lavar a alma dos cem mil trabalhadores terceirizados no município de São Paulo, representados pelo Siemaco.

No dia que São Paulo completava 457 anos, resgatávamos, ali, naquele instante, toda a nossa dignidade cidadã. Diante do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, os trabalhadores, a população de São Paulo, os moradores das proximidades da Praça Marechal Deodoro comemoraram um grande avanço para todos nós: trabalhadores, paulistanos e cidadãos de São Paulo.

A direção nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na qual ocupamos a secretaria nacional de finanças estava em peso para prestigiar o evento. O presidente da UGT, Ricardo Patah, lembrou que os trabalhadores terceirizados ocupados na limpeza urbana e ambiental “deixam a cidade mais limpa, mais linda e mais humana”. E continuou: “cuidam de nossa vida e de nossa alma, com esse coral maravilhoso”. O coral de funcionárias da categoria se apresentou ao longo de todo o evento.

Canindé Pegado, secretário geral da UGT, foi aplaudido ao afirmar que os trabalhadores terceirizados, representados pelo Siemaco, trabalham de sol a sol e debaixo de chuva para manter São Paulo funcionando. Falaram ainda Salim, Lerte Teixeira da Silva e Alemão, vice-presidentes da UGT.

O companheiro Roberto Santiago, deputado federal (PV-SP) e vice-presidente do Siemaco e da UGT agradeceu a presença do governador e do prefeito e confirmou o que a praça inteira sentia. “Estamos orgulhosos de estar aqui, de inaugurar este monumento, de receber o prefeito e o governador”.

David Zaia, secretário do Trabalho e Emprego, falou que a inauguração do monumento resgatava o trabalhador anônimo para a dignidade cidadã. “Trabalhadores e trabalhadoras que ajudaram a construir São Paulo”, completou o secretário.

Ariovaldo Caldaglio, presidente do Selur, o sindicato patronal, elogiou a iniciativa e destacou que o monumento simboliza a cidadania e a valorização dos trabalhadores diante de uma São Paulo que reconhece a importância da categoria.

Ao final, eu, Moacyr Pereira, como presidente do Siemaco, fiz um balanço de todo o esforço da categoria e da diretoria da entidade que desde a comemoração do cinquentenário do Siemaco, negociava com a Prefeitura o espaço para a instalação do monumento. Agradeci o vereador Gilberto Natalini, que trabalhou com afinco para encaminhar as negociações com a prefeitura. Agradeci, honrado, a presença de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, de Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo e das demais autoridades presentes. Agradeci, finalmente, os companheiros e companheiras das entidades sindicais que vieram do Brasil todo para nos prestigiar.

Após a inauguração do monumento é hora de mostrar para a população e os comerciantes do entorno da Praça Marechal Deodoro a necessidade de somar esforços para resgatar e manter o espaço para as crianças e os idosos, para as famílias e os jovens.

Leia o clipping do dia:

Dilma libera mínimo mais alto, mas com corte em 2012
Presidente afirma que reajuste maior provocará mais aperto no Orçamento. Planalto diz que aceita reajustar em 6,46% a tabela do IR desde que sindicalistas desistam do mínimo de R$ 580.
A presidente Dilma Rousseff quer adiar as negociações sobre o salário mínimo para o início dos trabalhos do Congresso, mas já orientou sua equipe a aceitar um valor de, no máximo, R$ 550.
Acima desse número, Dilma vai alertar a base aliada de que os cortes no Orçamento terão de ser elevados, afetando ainda mais os investimentos de interesse de seus ministros e de seus partidos.
Na reunião de hoje com as centrais sindicais, a presidente recomendou ao ministro Gilberto Carvalho que não avance em negociações sobre o valor até aqui definido pelo governo -R$ 545.
A estratégia é não ceder no primeiro momento, alertando os sindicalistas que qualquer reajuste acima dos R$ 545 terá de ser descontado do que será concedido em 2012.
Ou seja, Dilma até topa subir sua proposta para R$ 550, valor que só deve ser oficializado durante as negociações no Congresso, mas desde que seja incluída na votação uma regra fixando a antecipação de parte do reajuste de 2012.
Além do salário mínimo, a presidente vai acenar aos sindicalistas que aceita reajustar em 6,46% a tabela do Imposto de Renda, desde que desistam da proposta de reajustar o mínimo para R$ 580.
Quanto ao reajuste de 10% para os aposentados que ganham acima do mínimo, Dilma já decidiu que não fará concessões e vai reajustar esses benefícios com base na inflação de 2010 (6,46%).
Dilma vai insistir com as centrais sindicais que deseja manter a regra atual de reajuste do mínimo, que prevê a correção com base no crescimento da economia de dois anos antes mais a variação da inflação. Assim, o valor de 2011 não teria reajuste real, já que a economia não cresceu em 2009, ano da crise global.
Ela, porém, quer fixar na regra o mecanismo que permitiria antecipar reajustes de anos seguintes. Em 2012, a previsão é de um aumento na casa de 13% -com uma inflação esperada em 2011 acima de 5% e um crescimento do PIB em 2010 superior a 7%.
Com isso, espera atender o pedido dos sindicalistas por um aumento real do mínimo e diluir o impacto do reajuste mais elevado previsto para o segundo ano de seu governo.
Dilma encomendou à sua equipe estudos sobre o impacto do reajuste do mínimo e do IR nas contas públicas, que podem ser apresentados hoje aos sindicalistas durante a reunião no Planalto.
Estimativas apontam que um mínimo de R$ 545 custaria à União cerca de R$ 8 bilhões a mais de gastos, valor que já está quase totalmente previsto no Orçamento.
Subindo para R$ 550, o gasto adicional no Orçamento ficaria na casa de R$ 1,4 bilhão. Se subir para R$ 580, como defendem os sindicalistas, a despesa a mais seria de R$ 10 bilhões, considerada inviável pela presidente diante da necessidade de fazer um ajuste fiscal agora. (Folha)

Padilha quer melhorar gestão do Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, transferiu para parlamentares, governadores e prefeitos a tarefa de discutir novas formas de financiamento para o setor. Para ele, a sua função é buscar caminhos para melhorar a gestão do ministério. "O que buscamos são maneiras para que a União, os Estados e os municípios possam fazer uma administração compartilhada dos recursos que dispomos", afirmou.

Durante café da manhã com jornalistas, ontem, Padilha defendeu a regulamentação da Emenda 29 - que define qual deve ser o percentual de gastos com saúde para os governos federal, estadual e municípios. Mas não quis comentar a possibilidade de ressuscitar a CPMF ou criar a Contribuição Social sobre a Saúde (CSS), imposto apresentado como emenda no projeto que define os parâmetros de gastos para a área.

O ministro também assegurou não ter recebido nenhum tipo de manifestação do setor público de saúde para um reajuste da tabela do SUS. "Reajuste da tabela não implica, necessariamente, a ampliação dos acessos da população, que é o nosso grande objetivo", ponderou.

Padilha afirmou que sua pasta busca ampliar as parcerias para melhorar a eficiência. Citou, por exemplo, as negociações com governos estaduais e municipais para prevenir uma epidemia de dengue - relatórios do ministério apontaram 16 Estados com alto grau de risco de epidemia da doença. Na semana passada, o ministério também convocou empresários para que coloquem em seus produtos alertas públicos para evitar a proliferação da doença.

Padilha evitou criar atritos com o PMDB, partido com o qual entrou em divergência na ocupação dos cargos da Funasa. Além de anunciar a troca de comandos na fundação, o ministro iniciou uma parceria, na semana passada, com o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, para melhorar a eficiência da Funasa, que tem um orçamento anual de aproximadamente R$ 1 bilhão e atua nos pequenos municípios brasileiros. "O meu objetivo é que a Funasa cumpra o seu papel, independentemente dos nomes indicados para compor os seus quadros", afirmou.

As divergências entre PT e PMDB na busca por espaços no segundo escalão do governo paralisaram as nomeações políticas na saúde e no setor elétrico. Interlocutores do PMDB acreditam que as negociações são mais difíceis na primeira área, "por haver menos espaço para recompor os aliados". O PMDB já perdeu a Secretaria de Atenção à Saúde e vê sua hegemonia na Funasa ameaçada pelo PT.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN) e o ministro Padilha trocaram palavras ríspidas há três semanas, mas a intervenção do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci e do vice-presidente, Michel Temer, serviu para acalmar os ânimos.

O ministro também minimizou o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que estabeleceu os novos parâmetro de atuação da Anvisa e do Instituto Nacional de Pesquisa Intelectual (INPI) na concessão das patentes dos medicamentos. De acordo com a AGU, a decisão final sobre a concessão cabe ao instituto, restando à Anvisa analisar a segurança e a eficácia do produto. (Valor)

Empresas do país aplicam US$ 11,5 bi líquidos no exterior

As empresas brasileiras superaram os percalços da crise global e voltaram a aportar recursos nas suas filiais no mercado externo. O volume de investimento brasileiro direto no exterior (IBDE) atingiu o patamar líquido de US$ 11,5 bilhões no ano passado. Foram registradas despesas (saídas) de US$ 34,879 bilhões, contra US$ 23,379 bilhões em receitas (retornos).

Do total investido, a maior parcela, 57,1%, foi para o setor de serviços, especialmente financeiros. Outros 34,7%, foram direcionada à indústria, com destaque para o setor de produtos alimentícios, que ficou com 13,6% do total. A agricultura respondeu por 8,2%.

Para este ano, o Banco Central acredita em nova elevação, de quase 40%. Os investimentos brasileiros no exterior devem chegar a US$ 16 bilhões. A parcial de janeiro, até o dia 25, indica que foram aplicados mais US$ 889 milhões no exterior, segundo estimativa do chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Ele disse que essa performance marca uma reversão "expressiva" em relação ao ano anterior. Em 2009, sem liquidez devido à crise e também pela retração dos bancos brasileiros, as companhias repatriaram US$ 10,084 bilhões. Os investimentos de empresas brasileiras no exterior decorrem de maior internacionalização das companhias. Empresas como Vale, Petrobras e JBS, entre outras, ampliaram seus braços para outros países, realizando importantes aportes de recursos em outros continentes.

Esse processo tem atraído também os bancos brasileiros, como o Banco do Brasil, o Itaú e o Bradesco, que começaram a adquirir instituições nos países com presença de empresas brasileiras justamente para dar apoio a essa expansão.

Os retornos desses investimentos ainda são pequenos se comparados ao que as multinacionais enviam às suas matrizes a título de lucros e dividendos. Em 2010 as empresas estrangeiras remeteram US$ 26,5 bilhões, considerando somente os investimentos diretos (IED), para seus países de origem. Já as empresas brasileiras mandaram de volta pouco mais de US$ 1,081 bilhão. Lopes pondera que o aumento do passivo brasileiro no exterior é diferente do passado. Antes, esse passivo era ampliado apenas por dívida, enquanto hoje cresce por investimento, que traz retorno ao país. A dívida externa brasileira fechou o ano em US$ 255,664 bilhões, inferior às reservas internacionais de US$ 288 bilhões. (Valor)

As batalhas diárias do BC no mercado de câmbio

O governo Dilma não está conseguindo conter a apreciação do real como não o conseguiu o de Lula. Sob o comando de Alexandre Tombini, o Banco Central (BC) do novo governo tentou colocar em segundo plano a estratégia praticada ativamente nos últimos meses do governo Lula de comprar dólares no mercado à vista para tentar sustentar a moeda americana e lançou mão de novos instrumentos, o desestímulo às apostas na valorização do real e a venda dos swaps cambiais reversos. Nos últimos dias, teve que jogar a toalha e voltou a comprar dólares agressivamente. Mas o esforço está dando poucos resultados, como foi no governo anterior.

No ano passado, o BC chegou a comprar US$ 41 bilhões, absorvendo todo o superávit de US$ 24 bilhões registrado no fluxo cambial e muito mais. Ainda assim, o dólar caiu 4,4% e a inflação ficou em 5,91%, bem acima do centro da meta de 4,5%.

Ao invés de elevar o dólar, as compras, na verdade, estimulam os bancos a fazer "carry trade", operação em que captam dólares a juros baratos no mercado externo para vendê-los ao BC, aplicando os reais obtidos no mercado brasileiro, a taxas bem maiores. Por isso, os bancos aumentaram as posições vendidas em dólar, apostando na queda da moeda.

Só quase no fim do governo Lula, em outubro, é que o governo aumentou o IOF nos investimentos estrangeiros em renda fixa para 6%. Mas o IOF não desestimulou o "carry trade". Um dos motivos é que o dinheiro continua farto e barato no mercado externo. Outro é que o retorno é compensador, e aumentou depois da elevação da taxa básica (Selic). Não é por outro motivo que empresas brasileiras já captaram US$ 10,3 bilhões neste início de ano no mercado internacional.

Diante da ineficiência das compras de dólares para segurar as cotações, o Banco Central de Dilma colocou essa estratégia em segundo plano e, já na primeira semana do ano, instituiu um compulsório de 60% sobre as apostas dos bancos na queda do dólar. A nova regra deve reduzir as posições vendidas em cerca de US$ 7 bilhões, de US$ 16,8 bilhões do fim de 2010 para US$ 10 bilhões. Mas enquadramento é gradual e o prazo vai até 4 de abril, o que atenua o impacto da medida.

Ao desfazer a posição vendida à vista, os bancos também têm que desmontar o hedge de contratos comprados no mercado futuro. Para evitar que isso pressionasse o mercado, o BC passou a vender swaps cambiais reversos, contratos em que troca a remuneração da Selic pela correção cambial. Em pouco mais de uma semana, US$ 3 bilhões foram vendidos em swaps cambiais reversos.

No entanto, imaginação é o que não falta no mercado financeiro, que já vislumbrou oportunidades de ganho duplo na operação, com o juro e a variação cambial, desde que o real se aprecie. Por isso, as vendas de swap têm causado apenas uma elevação passageira do dólar, para balizar o preço dos negócios, assim que a operação é anunciada. A cotação não se sustenta e cai logo depois.

O novo governo teve então que voltar atrás e retomar as compras agressivas de dólar. Enquanto na primeira quinzena do mês comprou US$ 2,291 bilhões, menos da metade dos dólares que entraram no país no período, nos dois últimos dias tentou raspar o mercado e ainda vendeu swaps cambiais reversos. O esforço foi vão. O dólar pouco se mexeu e está apenas 0,4% acima do patamar do fim de 2010. Desde que o IOF foi elevado, em outubro, o real subiu 1,8% frente ao dólar.

As compras de dólares engordaram as reservas internacionais e ajudaram o país a enfrentar a crise internacional. As reservas já rondam os US$ 300 bilhões, bem mais do que os US$ 200 bilhões de quando a crise aportou na costa brasileira. Mas têm um custo fiscal elevado, representado pela diferença entre o retorno obtido com a aplicação das reservas no exterior e o juro pago nos títulos públicos vendidos para enxugar a expansão causada pela compra da moeda americana. O governo Dilma tentou reduzir esse custo fiscal ao diminuir as intervenções no mercado de câmbio à vista. No entanto, o swap cambial reverso também tem um custo fiscal elevado, como detalhou o colunista Márcio Garcia (Valor 14, 15 e 16/1).

Tudo indica que o capital externo continuará investindo no Brasil, o que trará maior apreciação cambial e debilitará os instrumentos de intervenção. O risco é o governo se apegar aos entulhos regulatórios. Se existe uma saída para atenuá-la, ela passa pela redução dos juros e o ajuste fiscal. (Valor)