quinta-feira, 3 de março de 2011

Com os juros nas alturas, são os trabalhadores que saem prejudicados

Faltou ousadia ao Copom

Para a UGT (União Geral dos Trabalhadores), falta ousadia aos membros do Copom que, sob o pretexto de combater a inflação, mais uma vez aumentaram em 0,50 ponto percentual a taxa Selic, como se esse fosse o único antídoto possível contra alta de preços, ignorando que todas as vezes em que os juros subiram o reflexo imediato foi o freio no consumo e na economia, inibindo os investimentos na produção. Está na hora de os responsáveis pela política econômica apresentarem saídas mais criativas que aliem o controle da inflação e o desenvolvimento econômico. Com os juros nas alturas, são os trabalhadores que saem prejudicados, enquanto ano após ano os bancos anunciam lucros recordes.

Nota à imprensa de Ricardo Patah, presidente nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Leia, por favor, as principais notícias do dia:

Proibida revista íntima de mulheres em empresas

Em unidades prisionais, presas não serão revistadas por homens. A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o projeto que proíbe a revista íntima de mulheres em empresas públicas e privadas. A proposta deve ser apreciada pelo Senado, antes de ir para sanção presidencial.

O projeto assegura que a revista íntima em unidades prisionais e em mulheres sob investigação policial seja feita exclusivamente por outras mulheres. De acordo com o texto aprovado pela Câmara, nos casos de revista íntima em mulheres clientes ou trabalhadoras, em empresas públicas ou privadas, o responsável será multado em R$ 20 mil. O valor dobra em caso de reincidência.

Há duas semanas, um vídeo divulgado na internet mostrou policiais civis de SP despindo uma escrivã que estava sendo investigada sob suspeita de receber propina. Os policiais foram afastados.

De acordo com a autora do projeto, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a aprovação do projeto termina com uma prática degradante para as mulheres, submetidas a todo tipo de constrangimento nesse tipo de revista.

Além da multa, o infrator estará sujeito a ações por danos morais e materiais, e a possível responsabilização penal não explicitada do projeto. (O Globo)

BC eleva juro para 11,75%, e governo vê IPCA acima da meta
Na tentativa de esfriar a economia e reduzir a inflação, Copom aumenta taxa básica em 0,5 ponto percentual. Juro atinge maior nível em 2 anos, na segunda elevação sob Dilma; governo já trabalha com IPCA de 5,5% no ano.
O Banco Central anunciou ontem a segunda das quatro altas esperadas para este ano na taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,25% para 11,75% anuais, maior nível em dois anos.
O aumento é parte do trabalho iniciado no fim de 2010 para esfriar a economia, frear o crédito e tentar controlar a inflação, que está hoje no maior nível em seis anos.
O próprio governo já admite oficialmente que a inflação deve superar neste ano o centro da meta, de 4,5%. Ontem, o Ministério do Planejamento elevou de 4,5% para 5% a projeção para o IPCA, usado para o cálculo das receitas.
Em dezembro, o BC havia estimado uma variação de preços de 4,8% em 2011. As previsões oficiais, no entanto, ainda são mais otimistas que a dos analistas -5,8%. Internamente, o governo já trabalha com alta de 5,5%.
No comunicado divulgado sobre a decisão, que já era esperada e foi unânime, o BC disse que deu "seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias".
Essa foi a segunda reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) no governo Dilma Rousseff.
A aposta do mercado é que a taxa voltará a subir nos dois próximos encontros, em 20 de abril e 8 de junho, para encerrar o ano em 12,50%.
O BC vive um momento complicado. Diz que é possível trazer a inflação do patamar atual de 6% para um nível mais próximo da meta.
As previsões do mercado, que pioram a cada semana, são que esse objetivo não será alcançado neste ano, mesmo com a ação do governo.
Por isso, alguns analistas defendem uma alta maior dos juros, apesar da desaceleração da economia verificada desde o fim de 2010 e que deve ser confirmada hoje com a divulgação do PIB.
OUTRAS MEDIDAS — Antes de aumentar a taxa básica, o BC já havia anunciado restrições a financiamentos ao consumo com prazo superior a 24 meses.
Também retirou da economia, em dezembro, a última parte do dinheiro injetado na crise de 2008. No mês passado, o governo anunciou ainda corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União.
As primeiras mudanças já se refletiram em juros mais altos e queda nos empréstimos, mas ainda não tiveram impacto significativo sobre o consumo. Em relação aos gastos público, o governo ainda não convenceu o mercado de que conseguirá realizar o corte anunciado.
Outras economias emergentes, como China e Rússia, também já elevaram os juros e adotaram outras medidas para segurar a inflação.
Mas as taxas nesses países são mais baixas que no Brasil -líder global em juros reais.
Esse é um dos fatores que contribuem para atrair mais dólares para o país e derrubar a cotação da moeda.
Participaram da reunião Altamir Lopes (Administração) e Sidnei Corrêa Marques (Liquidações e Operações de Crédito Rural), novos diretores indicados por Dilma. (Folha)

Atropelador de ciclistas no RS é preso em hospital
Ricardo Neis está internado sob escolta policial, suspeito de tentativa de homicídio.
O bancário Ricardo Neis, 47, que atropelou e feriu pelo menos 16 ciclistas, foi preso por volta das 6h30 de ontem em um hospital psiquiátrico da zona sul de Porto Alegre. Uma equipe de policiais o mantém sob escolta, porque ele está internado no local.
O Hospital Parque Belém, onde Neis deu entrada anteontem à noite, não quer mantê-lo no local após ameaças e pressões de pessoas revoltadas com o caso.
No final da tarde de ontem, a instituição emitiu uma recomendação à Justiça para que o transfira para uma unidade psiquiátrica fechada.
Segundo o hospital, o atropelador sofre depressão profunda, com risco de suicídio.
O delegado Gilberto Montenegro, que investiga o caso, já pediu que o preso fique no Instituto Psiquiátrico Forense de Porto Alegre.
A transferência depende da juíza Rosane Michels, a mesma que decretou a prisão preventiva dele na terça.
Neis foi indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e sem defesa para as vítimas).
OUTRO LADO — A defesa de Neis tenta evitar que ele seja transferido para o Instituto Psiquiátrico Forense, alegando que o local é inadequado para seu tratamento.
O advogado Jair Junco disse que pedirá um habeas corpus para suspender a prisão preventiva. "Ele não oferece risco à vida de qualquer outra pessoa que não a sua." (Folha)

Salário mínimo regional do Rio subirá para R$ 594

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O governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou ontem que o reajuste do salário mínimo do Estado acompanhará o aumento no piso nacional. Com isso, segundo Cabral, o salário mínimo do Estado do Rio irá para R$ 594, próximo aos R$ 600 de São Paulo. O piso nacional será reajustado de R$ 510 para R$ 545. Hoje, o estado do Rio pratica uma tabela de pisos regionais, cujos valores variam de R$ 553,31 (trabalhadores agropecuários e florestais) a R$ 1.484,58 (advogados, contadores, entre outros). O piso para empregados domésticos é de R$ 581,88.

- Não vamos fazer demagogia com o chapéu alheio. Quando se define o salário mínimo nacional, há uma preocupação com o impacto nas contas públicas. Quando se define o salário mínimo regional, esse impacto não afeta as contas públicas, as prefeituras nem os governos estaduais, apenas o setor privado - destacou Cabral.

Segundo o governador, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Júlio Bueno, junto com a Secretaria de Trabalho, está discutindo com representantes das empresas e sindicatos dos trabalhadores uma solução para o reajuste do salário mínimo que seja razoável. O secretário Júlio Bueno explicou que a proposta geral, assim como São Paulo fez, é aplicar o índice nacional no salário mínimo regional.

- É o que vamos fazer aqui, seguir o índice nacional. O Rio já tem um salário superior ao mínimo. Temos feito um esforço gigantesco de empregabilidade, fazemos tudo o que é possível para a redução do nível de informalidade, que ainda é muito grande no Rio. Portanto, tudo que se fizer para gerar maior empregabilidade, melhor. Um salário mínimo muito alto estaria estimulando o emprego informal, e não estamos aqui para isso - destacou Sérgio Cabral. (O Globo)