quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mercado de trabalho aquecido acelera mobilização em torno da participação nos lucros e resultados

Mercado de trabalho continua em ritmo aquecido
Dados do mercado de trabalho mostraram um cenário ainda aquecido no país em março e indicaram que as medidas para esfriar a economia e conter a inflação não surtiram efeitos esperados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou que a taxa de desemprego se manteve em nível historicamente baixo -6,5%, menor nível para os meses de março desde 2002.
O rendimento do trabalhador voltou a crescer -0,5% ante fevereiro. Frente a março de 2010, subiu 3,8%.
Para Fábio Romão, economista da LCA, os resultados revelam que a renda e a criação de postos de trabalho estacaram o movimento de desaceleração dos meses anteriores. O número de pessoas ocupadas cresceu 2,4% frente igual mês de 2010.
"O mercado de trabalho das metrópoles está mais resistente ao aperto monetário do que o esperado."
No mercado formal, a criação de empregos caiu 65% em relação a março de 2010, em todo o país. Foram gerados 92.675 vagas, segundo dados do Ministério do Trabalho. Mas o ministro Carlos Lupi disse que o resultado é pontual e se deve à antecipação de contratações em fevereiro, para o Carnaval, ao fim do ciclo sucroalcooleiro no Nordeste e às fortes chuvas, que afetaram a produção.
Lupi não acredita que a alta de juros e do IOF para empréstimos justificam a queda no emprego. "Não tem desaceleração da economia (...) Acho que vamos ter um abril aquecido", disse, afirmando que o efeito das medidas, se houver, será pequeno no mercado de trabalho. (Folha)

Trabalho degradante é encontrado no "Minha Casa"
Cerca de 300 trabalhadores foram encontrados ontem pelo Ministério do Trabalho em condições degradantes de trabalho em obras do programa federal Minha Casa, Minha Vida em Hortolândia (109 km de São Paulo).
Segundo o ministério, o empreendimento, que inclui 500 apartamentos em uma série de prédios, teve recursos da Caixa Econômica Federal. A obra foi parcialmente embargada para melhorias de segurança.
A Folha mostrou na semana passada a explosão de casos de trabalhadores em condições degradantes no interior de São Paulo. As obras do Minha Casa, Minha Vida são um dos focos do problema.
Os auditores do trabalho chegaram à obra pela manhã e constataram risco de queda no trabalho em andaimes e no acesso a escadas ou torre de caixa d'água.
Algumas instalações elétricas também estavam irregulares, com fiação exposta.
No alojamento, segundo os auditores, viviam cerca de 250 dos trabalhadores, mas o ambiente seria ideal para até 150 pessoas. Não foram divulgadas informações sobre as origem dos operários.
"Os quartos até tinham capacidade, mas a cozinha, o refeitório e o banheiro eram insuficientes, causando filas e superlotação", disse João Batista Amancio, auditor em Campinas.
De acordo com ele, o embargo parcial da obra é imediato e vale para as questões de segurança do trabalho, que devem ser resolvidas imediatamente.
NOVA INSPEÇÃO — Os fiscais farão uma nova inspeção no local, ainda sem data marcada, para avaliar a documentação do empreendimento e aplicar as multas.
A obra é gerenciada pelas empresas Faleiros e Múltipla, com as quais 25 trabalhadores têm vínculo direto. O restante é contratado por cerca de 30 empreiteiras.
Segundo o gerente-geral da obra, João Carlos Custódio, que responde pelas duas empresas, até segunda-feira serão realizados reforços nos andaimes, fechamento com tela nos locais de trabalho em altura e verificação das instalações elétricas com correção de fios expostos.
"No alojamento faremos ampliações dos ambientes de cozinha, cantina e banheiro, o que deve ficar pronto em 15 dias", afirmou. (Folha)

Mortes de motoqueiro crescem 11,7% em SP
Balanço de 2010 mostra ainda que, em metade dos casos, pedestres são as vítimas
A quantidade de motociclistas mortos no trânsito de São Paulo aumentou 11,7% no ano passado (foram 478), interrompendo tendência de queda dos períodos anteriores. O dado chama ainda mais a atenção, porque houve redução na mortalidade de todos os outros personagens do trânsito: motoristas, ciclistas e pedestres. As pessoas nas calçadas e atravessando as vias, no entanto, continuam sendo as maiores vítimas, com 630 mortos em 2010.
A alta no número de motociclistas mortos fez esse índice voltar exatamente ao mesmo patamar de três anos atrás - quando se atingiu o maior pico de vítimas fatais. E isso em um ano em que a Prefeitura implementou medidas de impacto para esses veículos, como a inauguração da motofaixa da Rua Vergueiro e a proibição de motos na pista expressa da Marginal do Tietê.
"É preciso estimular o compartilhamento da via pública. A criação da motofaixa e a proibição na Marginal aumentam a hostilidade e a segregação entre motoristas de automóveis e motociclistas", diz o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), Lucas Pimentel.
O Relatório de Acidentes de Trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostra que 41,8% das colisões com mortes envolvem motos e carro. Na sequência (14,9%) aparecem motos e ônibus.
Foi em um desses acidentes que o motociclista Beto Souza, de 35 anos, perdeu o amigo José Roberto Favaro Junior, de 30. Junior subia ladeira no Jardim Saúde, na zona sul, quando um ônibus atingiu a traseira da moto. O motociclista ficou preso debaixo do ônibus e foi arrastado. "Na verdade, foi assassinato", diz Beto Souza, presidente do motoclube do qual Junior fazia parte.
Atropelamentos. Além de serem responsáveis pelas mortes dos próprios ocupantes, as motos também contribuem para aumentar a fatalidade dos acidentes envolvendo pedestres. Um quarto de todos os atropelamentos que resultaram em morte foi provocado por veículos em duas rodas.
Isso agrava uma situação já alarmante: pedestres são quase metade de todos os mortos no trânsito. No ano passado, a quantidade de mortos caiu 6,1% - passou de 671 para 630. "Nós consideramos essa queda baixa ainda e por isso objetivamos uma de maior impacto, reduzindo pela metade", diz o secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco. "Mas, para isso, é preciso uma mobilização geral da sociedade", completa.
Os dados da CET mostram que os atropelamentos acontecem principalmente na região central, em distritos como o da Sé - que por sinal é o líder em mortes. As maiores vítimas do trânsito são os aposentados e pensionistas, com 195 casos. Desses, 90% foram atropelados. (Estado)
IPCA-15 de abril fica em 0,77%, ante 0,60% em março — A taxa foi superior também à apurada em abril de 2010, quando o IPCA-15 subiu 0,48%
Com uma forte alta dos grupos Alimentação e Transportes, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou neste mês de abril, passando para 0,77%, após uma alta de 0,60% em março. O resultado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,64% e 0,86%, com mediana de 0,77%.
A taxa foi superior também à apurada em abril de 2010, quando o IPCA-15 subiu 0,48%. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 3,14% no ano e de 6,44% em 12 meses até abril.
Grupos — Os preços de alimentos e transportes foram os principais responsáveis pela aceleração da inflação medida em abril pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15).
A alta no grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,46% para 0,79%, enquanto Transportes saiu de 1,11% para 1,45%. Os grupos foram responsáveis por 0,46 ponto porcentual da variação registrada pelo IPCA-15 no mês, sendo 0,27 ponto porcentual de Transportes e 0,19 ponto de Alimentos, o que significa 60% do índice.
No grupo Transporte, a principal alta foi verificada nos combustíveis, com elevação de 5,26% no mês. A gasolina passou de 0,76% para 4,28%, enquanto o etanol saiu de 4,68% para 16,40%. Também contribuíram as tarifas dos ônibus urbanos (de 0,83% para 0,62%) e intermunicipais (de 1,94% para 0,87%), embora tenham desacelerado em abril.
Na outra ponta, as passagens aéreas apresentaram queda de 9,39% contra uma alta de 29,16% em março. Os automóveis novos continuaram em queda, saindo de recuo de 0,29% para uma baixa de 0,39%.
Entre os Alimentos, contribuíram para a aceleração do grupo a cebola (de 3,67% para 22,56%), o leite pasteurizado (de -0,38% para 1,58%), a batata-inglesa (de 9,66% para 10,05%%), o feijão carioca (de -6,91% para 5,99%), os pescados (de 0,08% para 2,91%), ovo (de 4,22% para 4,43%), frango em pedaços (de 1,53% para 2,45%), e café moído (de 2,09% para 2,10%). (Estado)

Prévia da inflação oficial acelera para 0,77% em abril, com pressão de alimentos e transportes
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acelerou para 0,77% em abril, informou nesta quarta-feira o IBGE. As expectativas eram de alta entre 0,75% a 0,80%. Em março, o índice havia apurado alta de 0,60%. No ano, a alta acumulada chega a 3,14% e nos últimos 12 meses, fica em 6,44%, beirando o teto da meta.
Alimentação e transportes foram os principais motores da aceleração. Os grupos Alimentação e Bebidas passou de 0,46% para 0,79% e Transportes, de 1,11% para 1,45%. Com isto a taxa de 0,77% teve 0,46 ponto percentual de contribuição dos dois grupos.
No grupo Transporte, os destaques foram os combustíveis com 5,26% de variação e a maior contribuição individual do mês: 0,24 ponto percentual, sendo 0,17 ponto da gasolina, que passou de 0,76% para 4,28% e 0,07 ponto do etanol, que passou de 4,68% para 16,40%.
Ainda nos transportes, outros itens importantes exerceram pressão, dentre eles: conserto de automóveis, automóvel usado e estacionamento. Por outro lado, as passagens aéreas apresentaram queda de 9,39% contra 29,16% em março e os automóveis novos continuaram em queda (de -0,29% para -0,39%).
Quanto aos alimentos, vários itens contribuíram para este resultado, destacando-se: cebola, leite pasteurizado, batata-inglesa, feijão carioca, pescados, ovo, frango em pedaços, café moído, entre outros. Em queda, os destaques foram as carnes que continuaram em queda, porém em menor ritmo, o açúcar refinado e as frutas.
O grupo Habitação passou de 0,39% em março para 0,72% em abril, sendo influenciado, principalmente, pelo aluguel residencial (de 0,40% para 0,76%) e condomínio (de 0,60% para 0,99%). As contas de água e esgoto também contribuíram, pois sofreram reajuste em diversas cidades. As tarifas de energia elétrica foram reajustadas no Rio de Janeiro, por exemplo, em 10,57%.
Os artigos de Vestuário também subiram 1,46% em abril ao passo que em março haviam apresentado queda de 0,37%. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que havia variado 0,35% em março passou para 0,57% refletindo parte do reajuste médio de 4,77% concedido em 31 de março. (O Globo)