quarta-feira, 31 de agosto de 2011

UGT se mantém mobilizada pela redução dos juros

Às vésperas do Copom, Dilma diz que vê horizonte para redução dos juros

Presidente destaca que o 'Brasil pratica as mais altas taxas de juros'; Copom anuncia decisão sobre a Selic nesta quarta-feira.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 30, que começa a ver um horizonte para a redução dos juros no País. "Hoje, o Brasil pratica as mais altas taxas de juros", afirmou Dilma às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic. O Copom se reúne nesta terça e quarta-feira.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, também engrossou o coro do governo e disse há pouco que o esforço fiscal tem o objetivo de reduzir a Selic. "Não vamos estabelecer prazos. Isso compete ao Copom. O que eu acho é que o governo está fazendo um grande esforço para criar as condições fiscais necessárias para que o Copom possa começar a reduzir as taxas de juros. Se é nessa reunião ou na outra, depende do Copom", afirmou ao deixar a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Ao perguntarem sobre a economia de mais R$ 10 bilhões por parte do governo, Dilma disse que vai "manter todos os investimentos, o PAC, o Minha Casa, Minha Vida, as obras da Copa, as barragens e todos os programas sociais. Esses R$ 10 bilhões decorrem do esforço que nós fizemos tanto no que se refere a gasto de custeio como a gasto de receita decorrentes do fato de que o Brasil está crescendo. Nós preferimos utilizá-lo para abrir um novo caminho, além do caminho de aumentar o investimento. A partir deste momento, nós começamos a ver um horizonte, a possibilidade de redução dos juros no Brasil".

Segundo a presidente, a melhor defesa contra a crise é o nosso mercado interno. "É ele que permite que o País que conta com suas próprias forças vai manter seus empregos e sua economia crescendo, porque a melhor defesa contra a crise é o crescimento do País, mas precisamos melhorar as condições e o Brasil quer a diminuição dos impostos".

De acordo com Dilma, um caminho para a queda dos juros e dos impostos está se abrindo. "Já começamos o programa como o Supersimples. Com ele, nós reduzimos os impostos e aumentamos o limite das rendas. O que vai permitir que as pessoas ao invés de declararem pelo imposto presumido declarem pelo Supersimples, que reúne todos os impostos e os torna menores. Começamos por aí".

Em relação à crise econômica internacional, a presidente disse que "vivemos em condição extremamente adversa porque os países desenvolvidos têm mecanismos de defesa e prejudicam o Brasil porque não têm onde colocar seus produtos, não têm consumidor consumindo e não tem emprego suficiente. Quando acontece isso, nos EUA, União Europeia e Japão, somos invadidos por quantidade imensa de produtos baratos. Temos que ter consciência que devemos defender nossa indústria. Como se faz isso? Reduzindo impostos e melhorando o crédito e as taxas de juros. É isso que queremos fazer".

Dilma disse ainda que dessa vez a crise tem a mesma raiz de 2008 mas é diferente, mais prolongada e contínua. "Aqui nós achamos que nosso mercado interno vai conseguir fazer frente e impedindo que o país tenha as consequências que não escolheu. Quem nos protege é a economia crescendo e o país gerando emprego e renda", afirmou.

A presidente concedeu entrevista a rádios locais em Caruaru, no agreste pernambucano, antes de se dirigir a Cupira, a 178 km de Recife. (Estado)


Dilma quer limitar gastos do governo e desindexar poupança

O governo prepara um programa fiscal de maior fôlego para ser executado durante o mandato da presidente Dilma Rousseff. O aumento de R$ 10 bilhões no superávit primário deste ano, anunciado anteontem, foi um passo que marca a decisão da presidente de avançar na organização das contas públicas do país, informaram assessores oficiais.

"A ideia é fazer um programa fiscal crível e exequível para conquistar a confiança da sociedade e, com isso, dar musculatura para o Banco Central (BC) poder reduzir as taxas de juros", disse uma fonte que esteve com Dilma nos últimos dias.

Isso implicará uma série de medidas que devem envolver desde a extinção gradativa da dívida pública indexada à taxa básica de juros, a Selic, à limitação do crescimento do gasto de custeio, por lei, em percentuais inferiores ao crescimento do PIB. Programa-se, ainda, para o próximo ano, a desindexação da caderneta de poupança, que passaria a ser atrelada à Selic.

Assim como o governo se empenhou na votação da criação do fundo de previdência complementar para os servidores públicos, ele quer, também, induzir o Congresso a aprovar projeto de lei que limita o aumento da folha de salários da União, enviado em 2007. Junta-se a essas iniciativas a possibilidade de preparar outro projeto de lei para frear o aumento dos gastos de custeio.

Nos últimos anos, o custeio (sem as despesas com a folha de salários), cresceram muito acima da variação do PIB. No ano passado, enquanto os gastos com custeio subiram 17,2%, o aumento nominal do PIB foi de 14,8%. Em 2009, a expansão de 14,2% no custeio também foi muito superior ao PIB, e assim por diante. A área econômica gostaria de impor um teto, inferior à performance do produto interno, para a alta dessas despesas.

As LFTs foram criadas em 1986, numa situação de enorme instabilidade, quando se temia uma crise financeira na saída do congelamento de preços do Plano Cruzado. Seria preciso aumentar a taxa de juros para conter a volta da inflação e apenas os títulos públicos com prazos de vencimento superiores a um ano eram indexados a índices de preços.

O governo, na ocasião, optou pela criação de um título indexado à taxa de juros Over/Selic, seguro e com alta liquidez, que sobrevive até hoje. O estoque de LFTs, segundo dados de julho, soma R$ 552 bilhões, o que corresponde a um terço do total da dívida mobiliária.

O Tesouro Nacional pretende reduzir gradualmente as novas emissões desses papéis. Como cerca de 80% da dívida pré-fixada vence nos próximos quatro anos, a tendência é que, no futuro, ela passe a ter a mesma representatividade, no estoque geral da dívida pública, que os títulos cambiais têm hoje. Esse seria um processo saudável para dar maior espaço aos títulos privados e melhor administração da dívida pública.

A presidente sabe que, para o BC poder reduzir mais a taxa de juros, o governo terá que patrocinar a desindexação da remuneração da caderneta de poupança. A poupança rende, por lei, a variação da Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano, além de ser isenta do Imposto de Renda. Essa rentabilidade cria um piso para a Selic.

Em 2009, quando a taxa de juros era declinante, o então presidente Lula se viu diante da possibilidade de bater nesse piso e criar uma grande migração dos fundos de investimentos para as cadernetas. Para não enfrentar o discurso da oposição, de que ele iria "garfar" a poupança dos mais pobres, a saída foi preparar uma medida temporária: cobrar o IR sobre os depósitos acima de R$ 50 mil a partir de uma Selic inferior a 10,5% ao ano. À beira de um novo ciclo de redução da Selic, o problema ressurge. Não de imediato, mas para 2012.

Esses são alguns dos próximos passos que o governo pensa em tomar. Dilma estaria propensa, segundo interlocutores, a se valer da credibilidade que adquiriu junto à sociedade, nas últimas semanas, para lidar com questões até então vistas como de difícil aprovação no parlamento. A maneira como lidou com os casos de corrupção mais recentes teria lhe dado apoio popular suficiente para avançar num programa fiscal mais estrutural.

Em novembro de 2005, quando era ministra-chefe da Casa Civil, Dilma classificou de "rudimentar" a discussão sobre um plano de ajuste fiscal de longo prazo, que na época estava em discussão com o então ministro da Fazenda Antonio Palocci, o ex-ministro Delfim Netto e o economista Fábio Giambiagi. Segundo assessores do governo, não foi a presidente que mudou, mas as condições objetivas do país e da economia global. (Valor)


Demissão em massa deve ser negociada com sindicatos

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 5ª Região, com sede na Bahia, considerou irregular a dispensa de 400 trabalhadores pela Novelis, fabricante de produtos laminados de alumínio. A demissão acompanhou o fechamento da fábrica de Aratu, na Bahia, em dezembro do ano passado. Para o TRT, a companhia não poderia ter demitido esse número de empregados sem, antes, negociar as condições com o sindicato dos metalúrgicos. A Novelis foi condenada a manter o plano de saúde dos trabalhadores e pagar os salários integrais por oito meses, tempo que correu entre a demissão e o pronunciamento do tribunal.

A decisão marca o posicionamento da Justiça Trabalhista de que as demissões coletivas têm sempre que ser precedidas por negociações com os sindicatos, embora não exista previsão legal nesse sentido. Segundo o TRT, o objetivo da regra é "tentar mitigar os efeitos prejudiciais da despedida em massa de trabalhadores."

"O que se considera é o impacto negativo que a demissão terá na comunidade, com um percentual alto de pessoas perdendo o emprego da noite para o dia, e, por outro lado, a responsabilidade social da empresa", diz o advogado Ranieri Lima Resende, do escritório Alino & Roberto e Advogados, que representou o sindicato dos metalúrgicos na ação contra a Novelis.

De acordo com ele, as demissões em massa geram a obrigação de pagamento de verbas recisórias que vão além daquelas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A tese é baseada em princípios constitucionais como a proteção ao trabalhador e sua dignidade. O sindicato reclamou que a dispensa não foi acompanhada de qualquer anúncio prévio ou oportunidade de negociação.

A Novelis afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que a demissão seguiu a decisão de fechar a unidade de Aratu, devido a resultados deficitários e ao aumento nos custos da energia elétrica, no momento de renovar um contrato com a Chesf. A empresa também informou que irá recorrer da decisão, com o argumento de que pagou todas as verbas trabalhistas previstas pela legislação.

Esta é a terceira vez que um tribunal trabalhista entende, em um caso de grande repercussão, que as demissões coletivas demandam negociações prévias e devem ser acompanhadas do pagamento de verbas extras. Os dois outros precedentes envolveram a Embraer, que demitiu 4.270 trabalhadores em fevereiro de 2009, e a fabricante de vagões de carga Amsted Maxion, que dispensou 600 empregados em dezembro de 2008, pouco antes da virada do ano. Ambas as empresas alegaram dificuldades devido à crise econômica mundial.

No caso da Amsted Maxion, a intenção era reduzir para cerca da metade o quadro de pessoal na fábrica de Osasco, em São Paulo, com a queda na demanda. Os trabalhadores entraram em greve tão logo anunciada a demissão, e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco entrou na Justiça.

O TRT da 2ª Região, com sede em São Paulo, anulou as demissões e obrigou a empresa a negociar benefícios adicionais. Segundo o advogado Fábio Bisker, do escritório Bisker e Vicenzotto Advogados Associados, que representou a Amsted Maxion, a empresa acatou a decisão e terminou pagando salários adicionais, seguro-saúde por seis meses após a demissão, além de oferecer um programa de recolocação.

Pouco tempo depois, em julho de 2009, a empresa decidiu fechar a planta de Osasco e demitiu os outros funcionários. "Desta vez, foi feita uma negociação prévia", diz Bisker. Para ele, a decisão recente envolvendo a Novelis demonstra que o Judiciário está mantendo o entendimento de que é necessário o diálogo com os trabalhadores, seja ou não em momento de crise.

Mas a discussão mais famosa é a da Embraer, que agora está pendente de um recurso dos trabalhadores no Supremo Tribunal Federal (STF), que questionam decisão do TST. Após a demissão de mais de quatro mil funcionários, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos entrou na Justiça pedindo a readmissão. Enquanto a empresa alegou dificuldades por conta da crise, o sindicato argumentou que os problemas financeiros foram causados por especulações na bolsa, e que o ônus teria que ser suportado pelos acionistas, e não pelos trabalhadores.

O TRT da 15ª Região, sediado em Campinas, reintegrou os empregados por um mês, determinou a manutenção dos planos de saúde por um ano, além de obrigar a empresa a pagar indenizações de dois salários, correspondentes a um mês de aviso prévio, com limite de R$ 7 mil. A Embraer recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conseguiu fazer valer a data original da dispensa, se livrando de pagar salários adicionais.

Ao analisar o caso, o TST deixou claro que, dali em diante, as negociações com os sindicatos deveriam anteceder qualquer episódio de demissão em massa. A decisão do TRT da Bahia, no caso Novelis, indica que a orientação do TST está sendo seguida pelas Cortes trabalhistas. (Valor)


Brasil precisa fortalecer indústria para enfrentar crise, diz Pimentel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje (30), no Senado, que o Brasil tem as melhores condições no mundo para superar a atual crise econômica internacional. O ministro ponderou, no entanto, que o país precisa fortalecer a indústria nacional para enfrentar a disputa “predatória” com os produtos estrangeiros.

“Há uma crise internacional, mas não haverá outro país que melhor poderá sair dela do que o nosso. Não faço essa avaliação com otimismo exagerado, mas pela simples analise dos dados que temos”, destacou.

Segundo o ministro, essa condição brasileira para superar os efeitos da crise decorre do sucesso da aplicação da política fiscal. “Somos um dos poucos países do G20 com déficit nominal abaixo de 2% [do Produto Interno Bruto]. Há cinco ou seis países do mundo que têm esse emblema para mostrar”, destacou. “Temos responsabilidade fiscal acima da média dos outros países”, completou Pimentel.

Para aumentar a competitividade e a produtividade da indústria nacional, Pimentel disse que o governo pretende atuar, dentro das ações do Plano Brasil Maior, em três pontos principais: inovação – aumentando a participação da ciência e tecnologia na produção –; tratamento adequado à produção local e, por último, com uma política de defesa comercial.

“Estamos preparados, mas estar preparado não significa que a solução está dada. Vamos ter que buscar solução para os desafios que estão colocados. Toda a solução econômica passa por uma instância política e uma negociação política”, argumentou o ministro. (Agência Brasil)


Satisfação dos clientes com bancos no Brasil é baixa, diz consultoria

J.D.Power realiza pesquisa em cinco países; Brasil teve pior resultado.
Média do setor foi de 679 pontos; Itaú Unibanco teve melhor desempenho.

A satisfação dos clientes com os bancos de varejo no Brasil é baixa, segundo um estudo da consultoria J.D. Power divulgado nesta terça-feira (30).

O estudo mede, por meio de seis fatores, a satisfação dos clientes em relação às suas experiências com os bancos, incluindo atividades da conta, informações da conta, oferta de produtos, instalações físicas, taxas e resolução de problemas.

Segundo a consultoria, um terço dos clientes consultados no Brasil afirmou ter tido algum tipo de problema com seu banco

A satisfação varia numa escala de mil pontos, na qual a mais alta indica maior satisfação. Foram entrevistadas cerca de três mil clientes bancários em cinco países.

Na média, os bancos de varejo no Brasil tiveram média de 679 pontos, a mais baixa entre cinco países avaliados pela J.D. Power. O Canadá teve a melhor média, com 756 pontos, seguido por Estados Unidos (752), China (685) e Grã-Bretanha (683).

Segundo a consultoria, um terço dos clientes consultados no Brasil afirmou ter tido algum tipo de problema com seu banco. O mesmo tipo de situação foi relatado por apenas 16% dos clientes de bancos no Canadá, e 22% nos EUA.

Problemas não solucionados pelos bancos e elevado tempo de espera nas agências também foram itens mais reclamados no Brasil do que nos outros países da amostra.

"A alta taxa de problemas relatados pelos clientes de bancos de varejo no Brasil só é agravada pela comunicação ineficiente sobre produtos bancários, serviços e taxas", declara Célia Bastos, diretora de pesquisa da J.D. Power no Brasil.

Individualmente, o Itaú Unibanco teve 707 pontos, o primeiro da lista, seguido por HSBC (693), Banrisul (683), Santander Brasil (681), Caixa Econômica Federal (670), Bradesco (667) eBanco do Brasil (661). (G1)


Deputados absolvem Jaqueline Roriz por 265 votos contra 166
Jaqueline foi filmada recebendo dinheiro do mensalão do DEM e admitiu que recursos iam para caixa 2 de campanha. Deputados temiam que condenação abrisse um precedente para punir delitos anteriores a mandatos na Câmara.
A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi absolvida ontem pelos seus colegas no plenário da Câmara. Houve 166 votos favoráveis à sua cassação, 265 contrários e 20 abstenções.
Para ter perdido o mandato pelo menos 257 dos 513 deputados precisariam ter votado a favor da cassação. Ela foi a primeira parlamentar a ser julgada por este Congresso -os deputados e senadores tomaram posse em fevereiro.
Jaqueline é filha do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, que em 2007 renunciou ao Senado após suspeitas de irregularidades no BRB (Banco de Brasília).
Em 2006, Jaqueline foi filmada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, que delatou o mensalão do DEM do Distrito Federal. Na época, ela era candidata a deputada distrital. Essa gravação só foi divulgada em março deste ano, quando ela já estava no cargo de deputada federal. Ela admitiu que o dinheiro era para caixa dois de campanha.
O caso do mensalão do DEM é o mesmo que levou o ex-governador do DF José Roberto Arruda para a cadeia. Em denúncia contra a deputada, o Ministério Público do DF disse que o dinheiro tem origem ilícita e foi entregue por Durval a Jaqueline "a mando de Arruda" em retribuição por "apoio político".
Depois disso, o PSOL entrou com processo pedindo a cassação de Jaqueline no Conselho de Ética da Câmara. O colegiado decidiu por 11 votos a 3 recomendar a cassação da deputada, enviando o processo para o plenário.
Em seu discurso de defesa ontem, a deputada nem citou o vídeo. Disse apenas que é vítima da mídia, "que destrói a honra de qualquer um".
Ela também criticou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que, na semana passada, apresentou um parecer pela abertura de ação penal contra ela.
"Alguns paladinos da ética, alguns parlamentares e integrantes do Ministério Público, por interesses políticos, tentam influenciar os senhores. O procurador me denunciou sem nem ouvir o meu lado." Ela também responde a inquérito no STF.
A votação reflete um medo dos deputados. Segundo a Folhaapurou, eles temiam que, se a cassação fosse aprovada, o caso criaria um precedente perigoso, abrindo a possibilidade de que qualquer fato anterior ao mandato dos deputados fosse passível de punição.
Ela também foi beneficiada pela votação secreta. Uma emenda que abre o voto em sessões de perda de mandato está parada na Câmara. (Folha)


Especulação cambial caiu após IOF

O mercado de câmbio ainda não se encontrou depois da paulada que recebeu do governo, que estendeu, há um mês, a cobrança do IOF para o mercado de derivativos, onde o preço da moeda americana é formado no Brasil. Por um lado, os agentes estão receosos sobre como será feita a cobrança do imposto, que ainda não foi totalmente esclarecida e, por isso, houve paralisação das operações nas primeiras duas semanas. De outro, sem o mercado futuro, a cotação do dólar passou a responder mais fortemente aos movimentos da moeda no exterior.

Ainda assim, a tendência de apreciação do real frente ao dólar não mudou, segundo especialistas, mesmo com a menor quantidade de apostas especulativas a favor do real. As previsões para a taxa de câmbio estão entre R$ 1,55 e R$ 1,6 para o fim do ano.

Os analistas e economistas continuam acreditando que, mesmo com todo o arsenal usado pelo governo até agora, o fluxo de moedas para o país continuará elevado, puxando o preço para baixo. Além disso, a moeda brasileira tem forte relação com o preço das commodities internacionais e, apesar de a expectativa não ser de valorização no médio prazo, também não há projeções de uma queda expressiva.

No curto prazo, entretanto, a volatilidade deve se manter e ninguém descarta que no caso de uma crise bancária o real possa se desvalorizar como ocorreu após a quebra do banco americano Lehman Brothers, em 2008.

Não se pode negar, no entanto, que o governo alcançou seu objetivo de reduzir da especulação nos mercados de câmbio. A posição vendida dos investidores estrangeiros na BM&FBovespa caiu consideravelmente desde o anúncio do IOF sobre os derivativos - de algo superior a US$ 24 bilhões, no início de julho, para pouco mais de US$ 15 bilhões, no fim de agosto. Ao mesmo tempo, os bancos também foram obrigados a reduzir suas posições vendidas de dólar no mercado à vista, que caiu de US$ 14,7 bilhões, em junho, para menos de US$ 2 bilhões em agosto.

Em parte, essas mudanças nas posições dos investidores contribuíram para uma redução da apreciação da moeda brasileira, que oscila em torno de R$ 1,6 desde então. Hoje, segundo operadores de câmbio, a moeda responde diretamente aos movimentos do dólar no exterior. "A cada medida do governo, o preço fica mais dependente do mercado lá fora. A dependência hoje chegou num nível absurdo", afirma um gestor de banco.

A liquidez de mercado não diminuiu, mas os operadores de câmbio argumentam que é difícil separar o quanto desse comportamento do dólar frente ao real se deve às medidas e quanto decorre do agravamento da crise externa, que obrigou boa parte dos estrangeiros a alterar seus portfólios ao redor do mundo.

"O mercado ainda não conseguiu avaliar o estrago, pois a medida veio pouco antes do rebaixamento americano", diz um gestor de câmbio. "Mas ainda é grande a chance de o mercado migrar para bolsas no exterior", avalia outro operador.

Segundo especialistas, esse risco de desidratação do mercado futuro brasileiro é de fato elevado. O mercado de compra e venda de moeda brasileira a termo no exterior (sem entrega física) é bastante líquido, com formação de preço no mercado de balcão operado pelos bancos internacionais. Falta apenas um contrato futuro que ofereça liquidez para fechar as duas pontas dessas operações.

Esse contrato já existe na bolsa de Chicago (CBoT), mas tem pouca liquidez. O risco, portanto, é de uma desintermediação das apostas, reduzindo inclusive o poder do governo brasileiro para atuar nesses mercados.

Os exportadores também perderam com a medida, pois parte dos novos custos dos bancos tem sido repassada para as companhias que querem fechar câmbio nesse momento, garante um operador. Ao mesmo tempo, o hedge cambial também ficou mais caro ou limitado ao patamar de US$ 10 milhões (valor cujas posições vendidas na BM&F são isentas da cobrança de IOF). A cobrança de 1% sobre a variação das posições vendidas no mercado futuro foi anunciada há um mês. (Valor)

Biblioteca Nacional incentivará produção de livros populares
Presidente Dilma vai anunciar o projeto amanhã, na abertura da Bienal do Livro.
A presidente Dilma Rousseff anuncia amanhã, na abertura da Bienal do Livro do Rio, programa de incentivo à produção de livros que custem até R$ 10.
A primeira ação do projeto Livro Popular será criar um cartão-livro, que distribuirá R$ 35 milhões para bibliotecas públicas até o fim do ano.
De acordo com o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, na primeira etapa do programa as editoras serão chamadas a participar de um edital. Elas dirão quais obras poderão oferecer dentro da faixa de preço do programa.
Em seguida, serão publicados dois editais, um para lojistas e distribuidores e outro para bibliotecas públicas.
As bibliotecas públicas deverão se inscrever mostrando interesse em comprar as obras para reforçar seu acervo por meio do cartão-livro.
Amorim afirma que o governo também não interferirá na escolha dos títulos.
Segundo ele, com este modelo, o governo mostrará ao mercado que vale a pena apostar em livros populares, com maior possibilidade de produção em larga escala.
Amorim afirma que o programa ajudará o mercado a se preparar também para a injeção de recursos que virá com a aprovação do Vale Cultura, projeto de lei em tramitação no Congresso que poderá injetar até R$ 7 bilhões (dinheiro que poderá ser usado na compra de livros) no mercado via renúncia fiscal. (Folha)

Capacitação é desafio para avanço da tecnologia na educação

O Brasil ainda tem importantes desafios para vencer no que tange ao uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC) na área educacional. A infraestrutura, no entanto, deixou de ser a principal barreira para que isso aconteça, dando lugar a outro entrave: a capacitação de professores e gestores das instituições de ensino.

"A busca por fornecer a infraestrutura acabou passando por cima de outro ponto importante, que é o estudo da forma como elas serão utilizadas pelo docente no processo de aprendizagem", disse Maria Inês Bastos, consultora da Unesco, durante evento promovido pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) para discutir os desafios para o crescimento da internet no país.

De acordo com a consultora, uma solução a longo prazo seria investir na formação inicial daqueles que estão saindo das universidades. "O professor precisa aprender a usar o recurso como ferramenta de seu próprio desenvolvimento", afirmou.(O Globo)