terça-feira, 13 de setembro de 2011

Educação de qualidade é o melhor investimento

Pesquisa da OCDE com 32 países mostra que o brasileiro tem o maior 'bônus salarial' com a conclusão do ensino superior

No Brasil, estudar compensa, e muito. Em média, o trabalhador que terminou o ensino superior ganha salário duas vezes e meia maior do que aquele que parou no ensino médio. Esse "bônus" de 156% pelo diploma supera os índices de 31 países desenvolvidos que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Nesse grupo, a universidade gera um retorno salarial médio de 50%.

Há um retorno excepcional em termos salariais -- A evasão escolar também custa caro. Aqueles que não conseguem terminar o ensino médio no Brasil recebem, em média, metade do salário de quem consegue o certificado. Nos países desenvolvidos, esse retorno é um pouco mais alto, 77%. Esses números integram as análises comparativas do relatório anual de educação da OCDE, o "Education at a Glance", que será divulgado nesta terça-feira. É a primeira vez que o Brasil participa do levantamento.

A variação no retorno financeiro associado ao tempo de ensino analisada nos 32 países foi grande. Nos Estados Unidos, a faculdade rende um salário 79% maior. Na Hungria, a renda duplica. Mas, na Nova Zelândia, a diferença é de apenas 18%. Para a OCDE, os baixos valores de retorno financeiro em alguns países ameaçam colocar a educação superior no patamar de "investimento de risco".

O estudo também considerou a situação de vulnerabilidade dos que não estudam. No Brasil, cerca de 10% dos jovens de 15 a 19 anos dependem de assistência: não estudam nem trabalham. Um em cada quatro jovens da população de 15 a 29 anos que não estuda também não está na força de trabalho. "A falta de qualificação no nível médio é um impedimento sério para encontrar emprego. Os jovens brasileiros que não ingressaram no ensino médio nem estão estudando têm 21% a menos de chance de conseguir um emprego", diz o boletim.

A OCDE deu destaque ao aumento de 121% nos investimentos públicos no setor, entre 2000 e 2008. O valor foi o maior entre os 30 países que disponibilizaram dados. Porém, faz uma análise crítica da situação no ensino superior. O aumento de investimentos nesse nível, de 48% no período, não acompanhou a expansão nas matrículas, de 57%. Para Maria Helena Guimarães, ex-secretária-executiva do Ministério da Educação, os ganhos do diploma no Brasil são reflexo da alta demanda pela mão de obra qualificada.

Há um retorno excepcional em termos salariais. A diferença é que, nos países muito desenvolvidos, a crise econômica é maior, a qualificação é melhor, a demanda por pessoas qualificadas é menor. Já no Brasil, com a economia aquecida e em expansão, e com o baixo nível de qualificação, a demanda é maior. (O Globo)


PSD filia o presidente da 3ª central sindical

O Partido Social Democrata (PSD) nasce com um importante trunfo no movimento sindical: Ricardo Patah, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a terceira maior central sindical do país, anuncia hoje sua filiação ao partido. Responsável por um orçamento que deve atingir R$ 30 milhões neste ano, e representante de pouco mais de mil sindicatos, a UGT foi a única das seis maiores centrais que permaneceu neutra nas eleições presidenciais do ano passado - as outras cinco declararam apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT). Depois de filiar presidentes de associações comerciais em vários Estados do País, o partido agora fecha com a central sindical melhor representada entre os comerciários.

A união entre o presidente do PSD e o líder da UGT gerou um outro resultado simbólico. O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais da Bahia, Edson Pimenta, anuncia hoje a troca partidária e sindical. Pimenta, que desde o início do ano cumpre mandato em Brasília como deputado federal pelo PCdoB, preencherá a ficha de filiação ao PSD ao mesmo tempo que transfere sua federação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) para a UGT.

A filiação de Patah, hoje, encerra um longo período de negociações entre o líder sindical e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que será o presidente do PSD. As sondagens de Kassab começaram em dezembro do ano passado, mas o primeiro convite foi feito em abril deste ano, quando os dois se encontraram na prefeitura. A reunião foi intermediada por Luiz Antônio de Medeiros, que acabara de assumir o cargo de secretário-adjunto de Trabalho no município. Medeiros foi fundador da Força Sindical, em 1991, central em que Patah servia de tesoureiro até o início de 2007, quando saiu para fundar a UGT.

Kassab venceu uma disputa que envolveu também o PTB e o PMDB. Amigo de Michel Temer, presidente de honra do PMDB, Patah manteve reuniões com o atual vice-presidente da República ao longo do primeiro semestre. O sindicalista também recebeu convite de Campos Machado, presidente do PTB em São Paulo, em reunião que ocorreu na UGT no início de junho.

A ideia de "construir" um partido novo foi central para a decisão de Ricardo Patah. Foi essa a avaliação vendida por Kassab ao presidente da UGT na penúltima reunião que tiveram, há duas semanas, na sede da entidade em São Paulo.

"Somos radicais de centro", disse Kassab naquela oportunidade, referindo-se ao perfil do PSD. O prefeito ofereceu a Patah um cargo na executiva nacional do partido e também deu a UGT a gestão do futuro instituto do partido. Quando Patah comentou do interesse da central em ver José Francisco, presidente da UGT no Pará e primeiro suplente a deputado estadual como titular na Assembleia Legislativa do Estado, Kassab não titubeou. Ligou ao governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), e passou a ligação a Patah. Na conversa, Jatene afirmou que "aquilo não era um problema".

A decisão foi tomada em reunião realizada na quinta-feira da semana passada, na casa de Kassab em São Paulo. O prefeito estava acompanhado de Guilherme Afif Domingos, vice-governador do Estado, e de Alfredo Cotait, secretário de Relações Internacionais da prefeitura. Cotait também é vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), interlocutora de Patah há anos - Patah é presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, entidade que representa 470 mil trabalhadores no Estado.

São os comerciários a principal categoria representada pela UGT. Além do sindicato em São Paulo, a UGT representa também a categoria na cidade do Rio de Janeiro (315 mil trabalhadores) e nos Estados do Paraná (505 mil comerciários) e da Bahia (300 mil trabalhadores). A central também representa o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Rio, que comanda a greve dos operários na reforma do Maracanã.

Entre abril de 2008, quando o repasse federal de recursos oriundos do imposto sindical começou, e o fim do ano passado, a UGT embolsou R$ 41 milhões - o terceiro maior orçamento, atrás apenas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical. Neste ano, a UGT deve receber cerca de R$ 21 milhões no reparte do imposto sindical. Os recursos representam cerca de 70% do orçamento total da entidade.

Em nota que será distribuída hoje entre os dirigentes da UGT, Patah afirma que a central "não pertence a nenhum partido político", e que "a UGT continuará a manter amplas, respeitosas e solidárias relações com todas as organizações partidárias". A entidade conta com três vice-presidentes ligados a partidos - Davi Zaia, secretário do Trabalho no Estado de São Paulo, é o presidente do PPS no Estado; Roberto Santiago é deputado federal pelo PV paulista; e Salim Reis, vice-prefeito de Carapicuíba (SP), é presidente do DEM na cidade. (Valor)


Resultado do Enem de 2010 mostra melhoria de desempenho de alunos

O desempenho dos estudantes brasileiros teve ligeira melhora no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado em 2010. A nota média dos alunos do terceiro ano, nas provas objetivas, subiu de 501,58 para 511,21 pontos - acréscimo de 9,63 pontos, na comparação com o teste de 2009. A escala vai até 1.000. A participação no Enem é voluntária.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). É a primeira vez que o ministério compara resultados de diferentes edições do Enem. Isso só está sendo possível porque o exame passou a adotar, em 2009, a chamada teoria de resposta ao item (TRI), que garante o mesmo grau de dificuldade a provas distintas.

Antes não havia como dizer, com segurança estatística, se um eventual aumento das notas médias seria resultado de melhora efetiva na capacidade dos estudantes ou apenas reflexo de uma prova formulada com questões mais fáceis. A TRI, no entanto, vale somente para testes objetivos. Assim, ainda que a nota média de redação no Enem 2010 (596,25) tenha superado a de 2009 (585,06), o ministério considera que não é possível afirmar que houve melhora.

Mais alunos fizeram o exame -- De 2009 para 2010, também cresceu a parcela de concluintes do ensino médio que fizeram o Enem em todo o país: de 45,8% para 56,4%. Em números absolutos, o salto foi de 824 mil para 1 milhão de alunos. O dado é significativo porque, em tese, uma quantidade maior de estudantes poderia levar à redução das notas. Esse foi o discurso oficial nas últimas duas décadas, quando o aumento de matrículas no ensino fundamental veio acompanhado de piora nos indicadores de qualidade.

No Enem 2010, no entanto, ocorreu o contrário: mais estudantes fizeram as provas, e as notas aumentaram. O ministro Fernando Haddad disse que o resultado superou expectativas, mas não a ponto de surpreender. Para Haddad, o avanço segue uma tendência de melhoria dos indicadores de qualidade:

- O resultado é positivo, dentro do esperado. Sabemos que educação é um processo. Temos muito por fazer - afirmou o ministro.

Sem critérios na escala de pontos -- Desde 2009, quando passou a substituir vestibulares em universidades federais, o Enem é formado por quatro provas objetivas com 45 questões cada: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas, além de redação. O ministério não definiu parâmetros para explicar a escala de pontuação, isto é, o nível de aprendizagem correspondente a cada resultado. O que deixa no ar a questão: a nota média de 511,21 pontos nas provas objetivas corresponde a um nível satisfatório de aprendizagem?

Embora ninguém do MEC fale publicamente, a resposta é não. Uma outra prova aplicada pelo ministério a cada dois anos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) revela com mais acuidade o grau de aprendizagem dos alunos. Com base no último Saeb, de 2009, a ONG Todos pela Educação concluiu que apenas 11% dos alunos do terceiro ano do ensino médio tinham os conhecimentos de matemática adequados à série; em língua portuguesa, o percentual era de 28,9%. A meta estipulada pela ONG é que o Brasil chegue a 2021 com 70% do alunado sabendo os conteúdos adequados.

Indagado sobre o significado da nota do Enem, Haddad disse que o ministério se preocupou em fixar metas para as próximas décadas. No caso do ensino médio, o objetivo é alcançar, em 2028, o patamar observado nos países desenvolvidos em 2003, isto é, 25 anos antes.

Grosso modo, segundo Haddad, um resultado de 600 pontos nas provas objetivas do Enem equivaleria a esse objetivo. Assim, o aumento de 501,58 para 511,21 sinalizaria que o Brasil pode chegar aos 600 pontos em dez anos, e não em 15 ou mais, como era imaginado pelo MEC.

Para Haddad, o Enem tem um papel decisivo para melhorar o ensino médio, na medida em que substitui os vestibulares e passa a orientar o currículo escolar:

- O Enem organiza o currículo e tem impacto na qualidade. O vestibular, pela sua irracionalidade, desorganiza.

Nesta segunda-feira, o MEC divulgará os resultados do Enem 2010 por escola. O ministério ainda não tornou públicas as notas médias por estado, rede pública e privada, nem as referentes aos demais participantes que não sejam concluintes do ensino médio.(O Globo)


Dilma sanciona lei que libera entrada das teles na TV paga

Texto também retira limites para a participação estrangeira nas companhias do setor e prevê que as empresas terão de apresentar 30% de produção nacional em sua programação.

Foi sancionada na noite desta segunda-feira, 12, pela presidente Dilma Rousseff, a lei que regulamenta a atuação das empresas de tevê a cabo no Brasil. O Palácio do Planalto manteve praticamente inalterado o texto aprovado pelo Congresso, que prevê, entre outros pontos, a possibilidade da entrada das empresas de telefonia no mercado e retira limites para participação estrangeiras nas empresas detentoras do serviço.

A avaliação do governo é que essas duas possibilidades irão aumentar a concorrência no País, barateando o custo ainda alto e aumentando a cobertura do serviço, hoje restrito às cidades mais populosas. Espera, também, que o compartilhamento de infraestrutura entre TV a cabo e telefonia ajude a melhorar a qualidade dos serviços de internet banda larga.

A lei ainda prevê que as empresas terão que apresentar 30% de produção nacional em sua programação. Esse artigo foi duramente criticado pelas empresas, que alegavam cerceamento do direito de decisão do consumidor. No entanto, a obrigatoriedade foi mantida.

Apenas dois artigos foram vetados pela presidente. O primeiro deles previa que as próprias operadoras poderiam definir a classificação indicativa para seus programas, em uma espécie de autorregulação. Com o veto, o trabalho de definição das faixas etárias de cada programa continuará a ser feito pelo Ministério da Justiça. O segundo artigo vetado autorizava as empresas a cobrar pelos serviços de atendimento telefônico ao consumidor, o que não poderá mais ser feito. (Estado)

ABC discute propostas salariais para mais de 70 mil metalúrgicos

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC discutirá nesta quarta-feira propostas patronais para grupos da categoria que, somados, contemplam mais de 70 mil trabalhadores. As negociações e mobilizações nas fábricas, com paralisações e atrasos nos horários de entrada, devem continuar na terça-feira.

Fazem parte dos grupos que permanecem sem acordo os setores de fundição, estamparia, máquinas e eletrônicos (G2); autopeças, forjaria e parafusos (G3); trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários e rodoviários (G8); e o grupo dos sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação e material bélico (G10).

Todas as propostas entre 0,74% e 1,49% de aumento real foram recusadas pelo sindicato. No fim de agosto, o grupo das montadoras fechou acordo de reajuste para dois anos que garante reposição total da inflação, 5% de aumento real no período e dois abonos de R$ 2500, além de 180 dias de licença-maternidade. (Valor)


Juros do crédito ao consumidor caem ao menor nível em seis meses, diz Anefac

A taxa média de juros para pessoa física apresentou redução de julho para agosto, passando de 6,84% para 6,75% ao mês, segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) divulgado nesta segunda-feira. Foi a menor taxa média de juros desde fevereiro deste ano. Das seis linhas de crédito pesquisadas, uma se manteve estável - a do cartão de crédito rotativo - enquanto as demais tiveram redução no mês. Com o resultado de agosto, a taxa média de juros acumula variação de 118,99% ao ano.

Para as empresas, todas as linhas de crédito tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês passado. A taxa de juros média para pessoa jurídica, segundo a pesquisa, caiu de 4,05% em julho para 3,99% ao mês em agosto, a menor taxa desde junho.Com o resultado de agosto, a taxa média de juros para pessoas jurídicas acumulam alta de 59,92% no ano.

Segundo a Anefac, a redução das taxas médias de juros, após cinco elevações este ano, pode ser atribuída a quatro fatores: o bom momento da economia brasileira, maior oferta de crédito - "que chegam hoje a 47,3% do PIB, o maior volume já atingido" -, maior competição no sistema financeiro e queda das taxas de juros futuros.

"A nossa expectativa é de que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses por conta da redução da taxa básica de juros Selic promovida pelo Banco Central no dia 31 de agosto e ainda não computada nesta pesquisa, bem como por conta de novas reduções da taxa básica de juros conforme devidamente sinalizadas pelo Banco Central", informa o comunicado da Anefac..

Financiamento de veículos tem a menor taxa da série histórica

A pesquisa da Anefac verificou também que os juros do financiamento de veículos pelos bancos teve em agosto uma redução de 3,38%, com a taxa média passando de 2,37% em julho para 2,29% ao mês. A taxa deste mês é a menor da série histórica.

Nos juros do comércio, houve uma redução de 1,75%, com a taxa passando de 5,70% ao mês em julho para 5,60% ao mês em agosto. A taxa média dos juros do cartão de crédito se manteve inalterada em 10,69% ao mês (238,30% ao ano). A taxa deste mês é a maior desde junho de 2000 (10,70% ao mês - 238,67% ao ano).

Os juros do cheque especial caíram 0,24% em agosto, com a taxa média passando de 8,27% ao mês em julho para 8,25% ao mês em agosto, a menor em dois meses (8,10% ao mês).(O Globo)


Copa vai movimentar R$ 10 bilhões em negócios no Estado

Levantamento divulgado pelo Sebrae identificou 456 oportunidades para micro e pequenas empresas de São Paulo.

A Copa do Mundo de 2014 vai gerar oportunidades para 300 mil micro e pequenas empresas paulistas. Juntas, elas devem movimentar R$ 10 bilhões em negócios até o final do evento. Só na capital, serão 111 mil empresas beneficiadas. A estimativa é de um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo Sebrae.

O levantamento identificou 456 oportunidades de negócios para as micro e pequenas empresas em sete segmentos - agronegócio, madeiras e móveis, têxtil e vestuário, turismo, produção associada ao turismo, serviços e tecnologia da informação. O mercado mais promissor, segundo o estudo, é o de tecnologia da informação, onde foram identificadas 80 chances. Em seguida, aparece o agronegócio, com 75 oportunidades, e turismo e produção associada ao turismo que, juntos, somam 139 chances.

Agora, o Sebrae mapeia quais negócios podem dar certo no comércio varejista e construção civil. Nos próximos meses, a entidade divulgará oportunidades também nesses setores. "Acreditamos que na região de Itaquera, no entorno do estádio, existirá forte demanda para a venda de bens e serviços", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

O estudo identificou também 103 dificuldades que as micro e pequenas empresas de cada setor enfrentarão até 2014, e aponta 158 sugestões de ações que deverão ser organizadas pelos setores público e privado no Estado de São Paulo para solucionar esses problemas.

Gargalos. Entre os principais gargalos estão a burocracia em licitações, a alta carga tributária, falta de formalização do empresário e desconhecimento sobre sustentabilidade e responsabilidade social. "Estamos conversando com grandes companhias para identificar em quais situações a pequena empresa poderia se tornar fornecedora de produtos e serviços. Queremos entender os requisitos necessários para essa parceria e contribuir com essa aproximação", diz Barretto.

Até 2013, a entidade vai investir R$ 80 milhões em iniciativas para que os pequenos negócios aproveitem as oportunidades da competição esportiva. O Sebrae vai promover, por exemplo, rodadas de negócios para favorecer o fechamento de contratos e realizar ações para facilitar a formalização dos empreendimentos.

O primeiro evento do gênero aconteceu ontem, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Na capital, foram realizados seis fóruns para empreendedores dos sete segmentos contemplados pelo estudo conhecerem as oportunidades de cada setor, trocarem informações e realizarem as primeiras negociações. "A Copa já começou e as empresas precisam ter em mente que devem se formalizar e se planejar para aproveitar", afirma o superintendente do Sebrae em São Paulo, Bruno Caetano.

André Fernandes, sócio-diretor da consultoria MV Engenharia de alimentos, da cidade de Jundiaí, participou dos fóruns. "Quero entender melhor as necessidades dos meus compradores e as demandas a serem atendidas pelos meus fornecedores", disse o empresário, que espera dobrar o faturamento até 2014.

Já o presidente da empresa de tecnologia Núcleo Base, de Presidente Prudente, estava animado com as previsões para o mercado de TI. Desde o início do ano ele participa de um arranjo produtivo local com outras 31 empresas da sua cidade, de olho nas oportunidades geradas pelo Mundial. "Estamos ainda mais otimistas com a possibilidade de Presidente Prudente ser subsede da Copa", diz.

O empresários interessados em participar gratuitamente de consultorias, palestras e outros programas promovidos pelo Sebrae podem encontrar mais informações nos escritórios regionais da entidade, no site do Sebrae ou pelo telefone 0800 570 0800. (Estado)


Santander quer abrir cem novas agências no Rio em cinco anos

O Santander anunciou nesta segunda-feira que pretende abrir cem novas agências no Estado do Rio de Janeiro nos próximos cinco anos, com a geração de dois mil postos de trabalho. Segundo o banco, o programa de expansão no território fluminense pretende dobrar a base de clientes entre pessoas físicas e jurídicas no período. Esse projeto represenará investimentos de cerca de R$ 300 milhões no Rio nos próximos três a quatro anos, incluindo uma nova sede e um grande call center da instituição. O Estado do Rio responde atualmente por 9% a 10% dos negócios de varejo do Santander no Brasil.

Em coletiva nesta segunda-feira, em um hotel em Copacabana, o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, falou que entre as novas agências, parte ficará em comunidades da cidade, como foi feito no Complexo do Alemao, no ano passado.

- O Santander há muito tempo acompanha o mercado do Rio, cujo PIB (Produto Interno Bruto, bens e servicos produzidos) é maior que o do Chile, quarta maior economia da região - disse Portela, que citou a reportagem de domingo do Globo sobre investimentos no Rio.

Portela falou que entre os projetos para o Rio está uma nova sede para o escritório do banco e call center, mas queixou-se da dificuldade de encontrar prédios na cidade.

- Estamos olhando espaço dentro e fora da cidade. Queremos um call center com um modelo internacional, funcional e com política de recursos humanos - explicou Portela.

O Santander chamou o programa de expansão de "Rio 2 mil e Sempre", garantindo que o projeto vai além dos eventos internacionais na cidade. O banco vai veicular publicidade em canais de TV, jornais e revistas apostando nessa ideia.

Concessão de crédito deve desacelerar, diz banco -- Portela afirmou na coletiva que o mercado de credito brasileiro deve desacelerar seu ritmo de crescimento para uma faixa de 13% a 16% em 2012 e 2013. Segundo ele, o crescimento do Santander deve ficar nesse mesmo ritmo, o que significara um acréscimo de R$ 30 bilhões em 2012.

- Nosso estoque de credito ainda crece acima de 20%, mas seria normal que nos proximos meses isso fique um pouco abaixo - disse Portela, que preve um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5% a 4% em 2012 e 2013.

Segundo ele, o corte dos juros em 0,5 ponto percentual da Selic pelo Banco Central, para 12% ao ano, pode ter efeito positivo para a economia se permanecer muita volatilidade com a crise na Europa e nos Estados Unidos.

- Se a crise continuar forte, vai afetar o Brasil. Por isso, a decisão do Banco Central, acredito, foi positiva e pode ajudar a compensar a dificuldade da crise sobre o Brasil - disse Portela.

Ele reconheceu que existe um debate se o Banco Central deveria ter mantido os juros em 12,50% ao ano e esperado um pouco mais antes do corte. Mas lembrou que uma parte dos economistas esta mais focada no risco da crise para o crescimento.

- Nesse debate, acredito que o Banco Central fez o melhor para o Brasil. Estou no grupo que acha melhor cortar agora do que ter que adotar mais medidas mais violentamente depois - disse Portela.

Mesmo que uma inflação maior posso significar aumento da inadimplência, o que aconteceu no começo deste ano, ele afirmou que os consumidores tiveram tempo para adaptar-se a situação da inflação, refletindo seu aumento de renda.(O Globo)