quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Comerciários de São Paulo estão na reta final da campanha salarial 2011

Comerciários de São Paulo querem inflação mais variação do PIB

Por Marcos Afonso de Oliveira, secretário de imprensa da UGT

Os comerciários de São Paulo, um dos principais sindicatos da base da União Geral dos Trabalhadores (UGT) estão em campanha salarial com data-base em setembro. Nossas reivindicações é a reposição da inflação mais aumento real. Já fechamos o acordo em torno da reposição da inflação e caminhamos agora para os acordos, que estão sendo muito difíceis, infelizmente, em torno do aumento real. Acreditamos que temos uma continha fácil de sensibilizar os patrões do setor. Caminhamos para estabelecer um padrão nas nossas negociações que envolveria a reposição da inflação mais a variação do PIB, do ano anterior. O que nos levaria a um reajuste total próximo de 11%. Mas a luta continua e até o próximo dia 30 vamos fechar nossa convenção que inclui também cláusulas sociais como creche, PLR e, principalmente, fim do banco de horas que está cada vez mais claro para os comerciários de se tratar de um roubo aos nossos direitos.

Leia o clipping do dia, por favor:


Piso nacional dos professores subirá 16,6% em 2012, para R$ 1.384,99

O valor do piso nacional dos professores das escolas públicas do país terá reajuste nominal de 16,6% em 2012, passando dos atuais R$ 1.187 para R$ 1.384. A variação cumpre a lei 11.738, de 2008, que prevê aumento do salário-base docente conforme o incremento do custo anual por aluno previsto no Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério (Fundeb).

De acordo com a memória de cálculo do projeto de lei orçamentária enviado hoje ao Senado pelo Ministério do Planejamento, o Fundeb também terá reajuste nominal de 16,6% no ano que vem, com arrecadação prevista de R$ 106,7 bilhões, considerando R$ 77,4 bilhões de aportes dos Estados e R$ 29,2 bilhões da União. Com isso, o Brasil aumenta o seu gasto por aluno na mesma proporção, para R$ 2.009,45.

O documento também indica que a complementação financeira da União ao Fundeb será 23% maior que a de 2011, chegando a R$ 9,603 bilhões. Esse valor é distribuído entre dez Estados que, com sua arrecadação, não conseguem cumprir o custo-aluno de R$ 2.009,45. A novidade é que Paraná e Minas Gerais entram pela primeira vez nessa lista - geralmente composta por Estados pobres - e receberão, respectivamente, R$ 144 milhões e R$ R$ 1,115 bilhão do governo federal em 2012 a fim de cumprir suas obrigações financeiras na área educacional. O projeto de lei orçamentária de 2012 prevê ainda que o Ministério da Educação (MEC) desembolse R$ 1,067 bilhão aos governos estaduais e prefeituras que tiverem problema para cumprir a lei do piso nacional dos professores.

Até o fim do ano, o MEC publicará portaria validando todos esses números. (Valor)


Proposta de reajuste de 7,8% é rejeitada pelos bancários

Os bancários rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7,8% apresentada nesta terça-feira pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, o percentual é muito baixo e representa apenas 0,37% de aumento real. Os bancários sustentam que o lucro das instituições financeiras aumentou, em média, 20% ao longo do ano. “Nós estamos em um dos setores mais lucrativos da nossa economia”, disse. Os bancários querem 5% de aumento real.

Outras negociações consideradas importantes pela categoria também não avançaram, de acordo com a sindicalista. Entre eles, participação maior nos lucros e resultados. “Tem que ter um aumento dos valores distribuídos, para que os bancários recebam uma participação nos lucros maior, já que os lucros crescem de maneira significativa”, defendeu Moreira.

Como não houve acordo, os sindicatos de bancários de todo o país vão se reunir na próxima quinta-feira para votar um indicativo de greve para terça-feira da semana que vem. Antes disso, haverá nova rodada de negociação com a Fenaban, na sexta-feira.(Valor)


Funcionários finalizam nova proposta de acordo com Correios
Os representantes dos funcionários dos Correios devem encaminhar nos próximos dias uma contraproposta para o acordo coletivo e assim tentar encerrar a greve. Essa pode ser uma solução para encerrar a paralisação, que está completando uma semana, já que a empresa retirou a sua proposta e não negocia mais com os grevistas.
Os Correios apresentaram duas propostas antes do início da greve, mas agora afirmam que só vão retomar as negociações quando os trabalhadores voltarem ao trabalho. O presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, disse à Folha na segunda-feira que informou os sindicatos que aceitaria analisar uma contraproposta.
A categoria vai realizar novas assembleias na manhã de hoje. Os Correios afirmam que a adesão à greve se manteve estável ontem, em torno de 23% dos 110 mil funcionários (a categoria continua falando em 70%). Até a noite de segunda-feira, 35% das encomendas estavam atrasadas, o que correspondia a 46,5 milhões de objetos. (Folha)


Metalúrgicos do ABC conquistam reajuste salarial de 10%

Os metalúrgicos do ABC, dos grupos de fundição, estamparia, máquinas e eletrônicos e autopeças, chegaram a um acordo com representantes patronais nesta terça-feira e terão reajuste salarial de 10%, sendo 2,44% de aumento real e 7,39% de reposição do INPC. A data-base da categoria é setembro e o acordo será válido por um ano.

Segundo Sérgio Nobre, presidente do sindicato, a negociação foi muito difícil. “Ainda assim o resultado é muito bom e foi aprovado por unanimidade.” De acordo com o sindicato, 5 mil metalúrgicos compareceram à assembleia desta terça-feira. O índice foi semelhante ao obtido nas negociações com as grandes montadoras.

Os grupos G2 (máquinas e eletrônicos), G3 (autopeças, forjaria e parafusos), e de fundição e estamparia, que envolvem mais de 70 mil trabalhadores, serão contemplados por esse reajuste.

Já os grupos G8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários e rodoviários) e G10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação e material bélico) continuam em negociação que, na opinião do sindicato, deve ser finalizada até amanhã, obtendo os mesmos 10% de reajuste.

O abono salarial será discutido em cada empresa pelos comitês sindicais. “Existem empresas com 70 trabalhadores e outras com 7 mil. Por isso a negociação será feita caso a caso”, justifica Sérgio Nobre. (Valor)


Piora de risco de crédito exigiria capitalização de 12 bancos, diz BC

Testes de estresse realizados pelo Banco Central mostram que a grande maioria dos bancos brasileiros está suficientemente capitalizada para aguentar um piora generalizada do risco de crédito de suas carteiras. Na hipótese de todos os tomadores de crédito caírem dois pontos na escala de classificação de risco, somente doze instituições seriam obrigadas a fazer aportes de capital para manter o seu índice de Basileia igual ou superior ao mínimo exigido (11%).

Os resultados dos testes, realizados no primeiro semestre, foram divulgados há pouco no Relatório de Estabilização Financeira, publicado semestralmente pelo BC. Segundo o documento, os doze bancos que ficariam desenquadrados, na hipótese de não haver injeção nova de capital, representavam 13,6% dos ativos do sistema bancário no fim de junho deste ano. Nenhum chegaria a ficar insolvente, só desenquadrado das normas prudenciais.

No seu conjunto, o sistema continuaria com capital superior a 11% do valor dos ativos ponderados pelo risco. O índice de Basileia, que em junho era de 16,9%, cairia para 14,4%, o que ainda “indica uma boa capitalização”, avalia o BC no relatório.

O BC simulou também o impacto de uma elevação fortíssima na taxa média de inadimplência do universo analisado. Se essa média subisse de 3,6% para 14%, o número de instituições desenquadradas, ou seja, cujo índice de Basileia cairia abaixo de 11%, seria um pouco maior, chegando a treze instituições. Por outro lado, elas representariam apenas 8,6% dos ativos totais. Para que houvesse instituições insolventes, a taxa média de inadimplência teria que chegar a 16%. Nessa situação extrema, os insolventes representariam 0,05% dos ativos do sistema.

Os testes buscaram mostrar também como ficariam as provisões para risco de crédito na hipótese de degradação de condições macroeconômicas. As provisões existentes em junho de 2011 seriam suficientes para cobrir a inadimplência projetada até dezembro de 2011. Para cobrir a inadimplência até dezembro de 2012 adicional, as provisões teriam que crescer 7,2%, consumindo parte do capital. Nessa hipótese, o índice de Basileia passaria de 16,9% para 12,5%. (Valor)


Elevação do IPI pode estimular investimentos de montadoras chinesas no País

Segundo diretor de centro de pesquisas, sucesso de exportações e potencial do mercado brasileiro criaram oportunidade para que empresas chinesas possam produzir no Brasil.

A elevação do IPI para importação de veículos deverá estimular os investimentos de montadoras chinesas no Brasil, segundo avaliação de Wang Zhile, diretor do centro de pesquisas para corporações transnacionais, ligado ao Ministério do Comércio. "O potencial de mercado e o sucesso das exportações chinesas para o Brasil criaram uma oportunidade madura para os atores domésticos produzirem carros lá", disse Wang ao jornal oficial China Daily.
As declarações contrastam com as críticas à medida realizadas por representantes da indústria, para os quais a elevação do IPI inviabilizará os planos de investimentos das montadoras. O vice-secretário-geral da Associação de Carros de Passageiros da China, Cui Dongshu, criticou o índice de nacionalização de 65% e disse que o percentual de conteúdo local deveria ser elevado de maneira gradativa.

"Eles não deveriam adotar uma medida tão radical. Isso é um problema sério e os fabricantes chineses vão pensar antes de dar o próximo passo", disse Cui ao Estado.

Apesar da insatisfação com a medida, o representante dos fabricantes não acredita que seus associados questionarão a elevação do IPI. "Nós chineses não gostamos de briga nesse tipo de questão. Nós queremos resolver os problemas na prática." Na avaliação de Cui, a rapidez com que a decisão foi adotada coloca em xeque a credibilidade do governo brasileiro. "Se eles decidirem aumentar o percentual para 80%, o que nós vamos fazer?", perguntou.

Cui também criticou o momento em que a medida foi imposta, em meio à retração dos mercados desenvolvidos em razão da crise na Europa e Estados Unidos. "A economia global está passando por uma turbulência e nós deveríamos nos ajudar mutuamente. Qualquer medida protecionista não afeta só o país envolvido, mas todo o mundo." O tom da reportagem publicada no China Daily é menos crítico em relação à elevação do IPI. Sob o título "Fabricantes de carros chineses forçados a produzir no exterior", o texto sustenta que as medidas vão levar as montadoras a acelerarem suas decisões de estabelecer presença local com o objetivo de ganhar uma "base estável de operações no quinto maior mercado automobilístico do mundo".

O pesquisador do Ministério do Comércio classificou a medida como uma "política de industrialização por substituição de importações" e disse que ela é uma aposta para atrair investimento e tecnologia estrangeiros e encorajar joint ventures com montadoras chinesas.

O jornal oficial reproduziu declarações de Cui divergentes das dadas ao Estado. "A nova política tributária vai empurrar as montadoras chinesas a acelerarem o processo de estabelecimento de unidades de produção no Brasil, com o objetivo de evitar taxas mais elevadas", disse o representante da indústria ao China Daily.

Segundo ele, o mercado brasileiro é fundamental para o setor automobilístico chinês. "É difícil encontrar outro mercado como a América Latina", observou.

O maior exportador de carros chineses para o Brasil é a Chery, que investe US$ 400 milhões na construção de uma fábrica no país. A planta estará pronta em 2013 e terá capacidade de produzir 50 mil veículos por ano, que deverá subir gradativamente para 150 mil. (Estado)


Inflação medida pelo IPCA-15 já acumula 7,33% em 12 meses, a maior desde 2005

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do país, voltou a acelerar com alta de 0,53% em setembro, praticamente o dobro da variação de 0,27% em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior expansão para esse mês desde 2003. Com isso, a taxa acumulada no ano subiu a 5,04%, bem acima do resultado de igual período do ano anterior (3,53%). Já a taxa acumulada em 12 meses subiu a 7,33%, a maior desde junho de 2005 quando esse indicador registrou 7,72%.

Alimentos e bebidas foi o grupo de produtos que exerceu a maior pressão para a alta do IPCA-15 em setembro, já que respondeu por 0,17 pontos percentuais da variação de 0,53%. A inflação de transportes teve a segunda maior contribuição com 0,13 pontos.

Vários alimentos ficaram mais caros em setembro, sendo os principais reajustes: açúcar cristal (4,72%) e refinado (4,59%), leite pasteurizado (2,64%), frango (2,51%), carnes (1,79%) e arroz (1,74%).

Mas foi a inflação das passagens aéreas que, individualmente, exerceu a maior pressão na alta do IPCA-15. Com aumento médio de 23,40% no mês, ante queda de 5,91% em agosto, a passagem aérea respondeu por 0,09 ponto percentual da variação de setembro.

O professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, acredita que o IPCA-15 veio um pouco acima das estimativas do mercado, que previa 0,50%, mas lembrou que os alimentos vieram menores que o esperado, o que é bom. Segundo ele, as surpresas foram vestuário e passagens aéreas.

-- Foi um resultado inesperado, mas isso é a maldição dos índices, sempre vai ter um chuchu para atrapalhar -- disse, se referindo aos frequentes "pontos fora da curva" que elvam os preços.

Ele acredita que os preços continuarão aquecidos e que o câmbio, com dólar em elevação, será mais uma pressão para a inflação. Mesmo assim ele estima que o BC continuará cortando juros:

-- O presidente (do BC, Alexandre) Tombini foi categórico em uma recente entrevista ao "Valor", ao dizer que o BC agora olha inflação e crescimento. Assim, teremos inflação um pouco mais alta e um crescimento que não vai cair tanto -- disse, avaliando a decisão do BC de cortar a Selic como "arriscada e arrojada".

Já o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, disse que com esse resultado é praticamente impossível que inflação do ano fique dentro do teto da meta (IPCA de 6,50% em 2011), mesmo levando em conta que o acumulado em doze meses tende a cair até o fim do ano, com a substituição de índices muito elevados dos últimos meses de 2010 por valores altos, porém inferiores, neste ano.

Com a forte alta de preços em setembro, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) chegou a 0,90%, bem acima do resultado de igual período de 2010 (0,17%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de agosto e 13 de setembro, e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2011. O indicador calcula o aumento do custo de vida para famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA. A diferença está no período de coleta dos preços.(O Globo)


BC diz que inadimplência e desemprego podem aumentar

Segundo diretor da instituição, as mudanças foram feitas para alinhar o cálculo feito pelo brasil com o de outros países.

O Banco Central mudou a metodologia de cálculo do endividamento e do comprometimento de renda das famílias com dívidas no sistema financeiro nacional. Com isso, a taxa em julho, que seria de 26,9%, passa agora a ser de 21,1%.

Economistas ressaltam que a aproximação do endividamento ao patamar de 30% começa a ser preocupante, mas, com a mudança, o Brasil se distancia mais desse nível. "Não é patamar assustador, mas a tendência continua crescente e, por isso, precisa ser observado", avaliou o diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles.

A mudança feita pelo BC vem em um momento em que o consumo interno colabora para que o Brasil seja menos afetado pelos impactos da crise financeira internacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo das famílias avançou 5,7% no primeiro semestre em relação aos primeiros seis meses do ano passado.

As alterações foram feitas, de acordo com o diretor de fiscalização do BC, para alinhar a metodologia à de outros países. "O padrão está próximo aos internacionais, mas precisa ser acompanhado de perto", considerou Meirelles.

Entre as mudanças de metodologia está a utilização da tabela SAC na dívida de imóveis no lugar da Price. (Estado)


Norma da OIT deve beneficiar trabalhadores domésticos brasileiro

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou, na última quinta-feira (16), durante sessão da 100ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, norma que regulamenta o trabalho doméstico. A partir da ratificação da norma, os trabalhadores domésticos brasileiro passarão a fazer jus a todos os benefícios nela constantes como jornada de 44 horas semanais, descanso semanal de pelo menos 24 horas consecutivas, limite para pagamentos em espécie, informações claras sobre os termos e condições de emprego.

Os delegados adotaram a convenção por 396 votos a favor, 16 votos contra e 63 abstenções, e sua recomendação de acompanhamento por 434 votos a favor, 8 contra e 42 abstenções.

Segundo a OIT, cerca de 100 milhões de trabalhadores domésticos em todo o mundo serão beneficiados pela decisão. De acordo com estimativas recentes da OIT com base em estudos ou pesquisas nacionais de 117 países, o número de trabalhadores domésticos no mundo é de pelo menos 53 milhões de pessoas.

Mas os especialistas acreditam que, porque esse trabalho é feito de forma oculta e sem registros, o total pode ser de 100 milhões de pessoas. Nos países em desenvolvimento representam percentual entre 4% e 12% do trabalho assalariado. Cerca de 93% são mulheres e meninas, e muitos são migrantes.

Participante da delegação brasileira, a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas do Brasil, Creuza Maria Oliveira, se mostrou satisfeita com a conquista da aprovação dos instrumentos propostos e destacou o artigo quatro da convenção, que proíbe o trabalho infantil e estipula a garantia de estudo e profissionalização para empregados domésticos.

"Sou empregada doméstica desde os meus 10 anos e não tive oportunidade de estudar. Só fui me alfabetizar com 16 anos. É um alívio saber que muitas pessoas terão uma realidade diferente da que eu tive", comemora Creuza.

O governo do Brasil já se posicionou favorável à ratificação da norma. O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, contou uma experiência pessoal durante a votação no plenário do Palácio das Nações, na Organização das Nações Unidas (ONU). Ele lembrou que sua avó trabalhava como diarista para proporcionar um futuro melhor para os filhos e netos.

Durante toda a discussão, iniciada em 1º de junho, o Brasil se mostrou um dos países com a legislação mais completa no tocante aos trabalhadores domésticos e a delegação brasileira teve participação constante nas discussões dos artigos da convenção, como aqueles relativos à folga após seis dias de trabalho e ao estabelecimento de jornada de 44 horas semanais.

A partir da sua ratificação, a jornada de domésticos passa a atender o artigo 7º da Constituição Federal de 1988, além de contar com a garantia de pagamento de horas extras e adicional noturno, salário mínimo e garantia de repatriação para trabalhadores imigrantes.

A ministra conselheira da Missão Brasileira da ONU, Maria Luísa Escorel de Moraes, foi a relatora do comitê do trabalho decente para empregados doméstico, que ficou responsável pela consolidação do projeto da convenção e recomendação da OIT, que recebeu emendas.

Para ela, apesar de algumas mudanças, os instrumentos não tiveram alterações expressivas e continuam favorecendo os trabalhadores. Maria Luísa se mostrou satisfeita com o documento, e espera que o Brasil feche sua participação na conferência este ano sendo o primeiro país a ratificar a convenção, que deverá ter força de lei. A ratificação será discutida pela Comissão Tripartite de Relações Internacionais (Ctri) do Ministério do trabalho e Emprego. (Fonte: Conjur)