quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Banqueiros usam reajuste de 8% como desrespeito aos bancários e correntistas numa tentativa de ampliar, ainda mais, seus lucros astronômicos

Negociação no Banco de Brasília (BRB) prova que existe espaço para ir muito além dos 12,8%

Lourenço Prado, presidente da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito) e vice-presidente da UGT

A negociação vitoriosa dos companheiros e companheiras do Banco de Brasília (BRB) que conseguiram fechar um acordo com reajuste de 17,45% prova, sem sombra de dúvida, que existe espaço para que os grandes bancos ofereçam reajustes muito além dos 12,8%. E prova também que a oferta de 8% é uma provocação dos banqueiros que insistem num jogo de forças para tentar vencer a determinação dos bancários brasileiros. Por isso, a Contec continua a mobilizar os companheiros dos bancos em que a provocação dos 8% acontece para manter a greve até a vitória. E, ao mesmo tempo, estamos divulgando nosso acordo com o Banco de Brasília para sensibilizar a opinião pública e os correntistas que é justa a mobilização nacional dos bancários num cenário em que os grandes bancos acumularam lucros de mais de 30 bilhões de reais apenas no primeiro semestre deste ano. Lucro composto por arrocho salarial, spreads altíssimos e tarifas bancárias vergonhosas. Vamos, juntos, opinião pública, correntistas e bancários buscar a parte que nos cabe no ganho dos bancos. Porque, insistimos, a decisão do BRB de negociar um reajuste de 17,45% prova que podemos e conquistar muito mais do que os 12,8%.


Leia, por favor, o clipping do dia:


Greve dos bancos fecha mais de 4.000 agências
Paralisação entra no segundo dia, sem perspectiva de acordo salarial. Em São Paulo, 15% dos bancários cruzaram os braços e 687 agências foram fechadas, segundo o sindicato.

A greve dos bancários segue hoje sem perspectiva à vista de acordo entre patrões e empregados.
Apesar de as duas partes afirmarem estar dispostas a negociar, não há qualquer reunião agendada para tentar acertar a correção salarial dos trabalhadores.
No primeiro dia da greve, 4.191 agências ficaram fechadas em 25 Estados e o Distrito Federal, segundo o Comando Nacional dos Bancários.
Somente os bancários do Estado de Roraima não aderiram à paralisação no primeiro momento.
O sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região, informou que 21,1 mil trabalhadores pararam ontem, o equivalente a 15% de um total de 135 mil. Do total de 2.400 agências da Grande São Paulo, 687 fecharam as portas, ainda de acordo com o movimento dos bancários.
Os grevistas pleiteiam 12,8% de aumento sobre pisos e salários, além de ampliação dos ganhos nas participações nos lucros. Os banqueiros ofereceram 8%. A proposta foi recusada.
O piso salarial dos bancários é de R$ 1.250, de acordo com o sindicato.
ESTRATÉGIA -- Segundo a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a greve é "infundada", e foi definida em meio às negociações, sem que houvesse uma situação de impasse.
"Não interrompemos as negociações, e as conversas precisam continuar", afirma o diretor de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Apostólico.
Em São Paulo, as ações dos grevistas se concentraram na região central. Na avenida Paulista, a maior parte das agências não funcionou ou operou com um número reduzido de funcionários.
Muitos bancários acamparam em frente a agências da zona norte.
No bairro de Santana, a reportagem constatou diversas unidades fechadas.
Numa delas, no banco Bradesco, estava a aposentada Rosalva Morais, 66, que tinha dificuldades para se locomover. Ela foi até à agência da avenida Braz Leme para obter um novo cartão para sacar dinheiro, mas voltou para casa de mãos vazias.
"Perdi meu cartão e preciso tirar dinheiro. Como é que a gente faz?", questionou.
Se tivesse o cartão, poderia sacar em qualquer dos caixas eletrônicos, que funcionaram normalmente.
Movimentações financeiras e pagamentos podem ser feitos via telefone ou pela internet. Há ainda a opção de correspondentes bancários, como casas lotéricas. (Fonte: Folha)


Caixa suspende contratos habitacionais com recursos do FGTS para projetos sem tratamento de esgoto

A Caixa Econômica Federal suspendeu todos os contratos de unidades habitacionais com recursos do FGTS que não tenham estação de tratamento de esgoto própria. Num comunicado às construtoras que têm projetos sob análise, o banco informou, na sexta-feira, que está cumprindo decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª região (São Paulo). A decisão judicial atende pedido do Ministério Publico Federal em Bauru, apresentado em 2000, alegando preocupações com o meio ambiente.

A Caixa já havia recorrido da decisão de primeira instância, mas perdeu a causa. Deverá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas até que haja um desfecho está cumprindo a decisão judicial, afirmou a assessoria de imprensa da Caixa.

A assessoria informou que a Caixa ainda não tem informações sobre os impactos da medida, mas segundo a consultora da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Maria Henriqueta, a maior parte das contratações está suspensa, incluindo novos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. Ela destacou que, entre janeiro e agosto, foram contratados com recursos do FGTS R$ 10 bilhões, e outros R$ 8 bilhões estão programados.

Além disso, destacou, na maioria dos empreendimentos, a solução para o tratamento de esgoto vem da rede de prefeitura e isso é previamente acertado, antes da assinatura do contrato. A licença ambiental também é uma exigência prévia que a construtora precisa obter.

- Essa decisão traz aumento de custo, principalmente para a baixa renda e do ponto de vista ambiental não se justifica, pois os maiores poluidores são as ocupações irregulares, às margens de rios, o crescimento desordenado das cidades - disse ela.

Outro inconveniente, disse Henriqueta, é que a exigência independe do tamanho do conjunto habitacional (número de unidades), o que pode resultar em várias unidades de tratamento de esgoto, cuja manutenção é de alto custo. Além disso, as cidades já têm plano diretor e locais adequados para a construção dessas estações.(O Globo)


BC admite expansão do crédito maior que a esperada no ano
Estimativa passou de 15% para 17%, mas presidente da instituição diz que inflação ficará dentro do limite previsto. Em agosto, calote de consumidores e empresas subiu de 5,2% para 5,3%, maior nível desde fevereiro de 2010.
O Banco Central já estima uma expansão maior no volume de financiamentos este ano. O chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Tulio Maciel, disse que as concessões de crédito deverão crescer 17%.
Até abril, o ritmo de empréstimos subia em torno de 21%, e o BC avaliava que o crescimento ideal era de 15%. Desde então, o governo tomou uma série de medidas para esfriar a economia, com objetivo de conter a inflação.
Apesar de ter desacelerado, o volume ainda é alto, especialmente na área de financiamentos habitacionais. "Estamos vendo o crédito crescendo um pouco acima do estimado. Mas é uma evolução sustentável, principalmente quando comparamos com 2007 e 2008, quando crescia a 30%", disse Maciel.
Os bancos públicos vão novamente liderar o crescimento das concessões neste ano, impulsionados pelo crédito habitacional da Caixa Econômica Federal.
Ao mesmo tempo em que os empréstimos aumentam, os calotes sobem.
Em agosto, a inadimplência de consumidores e empresas passou de 5,2% para 5,3%. Foi o maior nível desde fevereiro do ano passado. Para pessoas físicas, a taxa subiu para 6,7% -abaixo da média verificada desde 2000. Na crise de 2009, a inadimplência bateu 8,5%.
INFLAÇÃO -- Ainda assim, o presidente do BC, Alexandre Tombini, espera que a inflação recue ao menos um ponto percentual entre outubro e dezembro. Se a previsão se confirmar, o indicador fechará o ano em 6,3%.
O índice está dentro do limite fixado pelo BC, de 6,5%, mas longe das estimativas de analistas, de 6,52%. Em audiência pública ontem no Senado, Tombini rebateu os ataques do mercado à atuação do BC.
No último dia 31, a instituição reduziu a taxa básica de juros de 12,5% para 12%, o que suscitou uma enxurrada de críticas, já que a inflação ainda é considerada alta.
Segundo Tombini, a piora do cenário internacional nas últimas semanas pesou na decisão. "Tudo isso já estava na conta", afirmou. "Não temos bola de cristal para prever quebra de um país ou instituição, mas temos capacidade de avaliar o quadro". Ele também garantiu que o BC continuará atuando para corrigir eventuais distorções nos negócios com dólar. (Folha)


Crédito cresce 1,7% em agosto e inadimplência é a maior em 19 meses

Segundo dados do BC, volume de empréstimos encerrou o período em R$ 1,888 tri, o que representa 47,3% do PIB; em 12 meses, estoque cresceu 19,4%

O estoque de crédito no País subiu 1,7% em agosto ante julho e chegou a R$ 1,888 trilhão, de acordo com o Banco Central. O saldo equivale a 47,8% do PIB, ante 47,3% no mês anterior. No ano, a expansão do estoque de crédito chega a 10,7% e, em 12 meses até agosto, alcança 19,4%.

A média diária de concessões de novos empréstimos apresentou expansão de 0,8% em agosto ante julho. Com isso, o sistema financeiro emprestou média de R$ 8,549 bilhões em cada dia do mês de agosto, 8,8% mais do que em agosto de 2010.

A expansão de novos empréstimos foi liderada por operações para empresas, que cresceram 2,2% em agosto. Com esta evolução, bancos realizaram média de R$ 5,092 bilhões em financiamento às empresas a cada dia de agosto, cifra 9,4% maior que a verificada um ano antes.

Já no segmento de pessoa física, agosto teve contração de 1,1% na média diária de empréstimo ante julho e terminou com R$ 3,457 bilhões. Apesar da queda mensal, a média em agosto de 2011 foi 7,9% que a verificada em agosto do ano passado.

O saldo de concessões de crédito livre no País cresceu 1,6% nos 7 primeiros dias úteis de setembro, na comparação com igual período de agosto. Até o dia 12 deste mês, o estoque de crédito para pessoas físicas aumentou 1,8% e para pessoas jurídicas cresceu 1,3%. A média diária de concessões no período apresentou crescimento de 3,9%. Segundo Maciel, porém, os dados preliminares alcançam apenas uma pequena parte do mês que não deve refletir o resultado de setembro.

Inadimplência -- A inadimplência no crédito livre ficou em 5,3% em agosto e chegou ao maior patamar desde janeiro do ano passado, quando registrou 5,5%. Os atrasos superiores a 90 dias aumentaram 0,1 ponto porcentual em relação a julho, quando ficaram em 5,2%.

"O aumento da inadimplência nos últimos meses é reflexo da restrição monetária causada pelas medidas tomadas no começo do ano", afirmou Maciel. Segundo ele, porém, a manutenção dos crescimentos - ainda que mais moderados - no emprego e na concessão de crédito devem estabilizar a variável nos próximos meses. "A massa salarial continua crescendo e isso é uma variável importante quando olhamos para a inadimplência. É um indicador da capacidade de pagamento", acrescentou.

Para a pessoa física, a inadimplência ficou em 6,7% no mês, ante 6,6% em julho. Entre as empresas, a inadimplência aumentou 0,1 pp nesta comparação para 3,9%.

Juros -- Ainda segundo o BC, o juro médio cobrado nas operações de crédito livre no País ficou estável em 39,7% em agosto. A taxa média para pessoa física, porém, aumentou de 45,7% em julho para 46,2% em agosto. Já o juro médio para pessoa jurídica recuou de 31,4% para 30,9% nesta mesma comparação.

O spread médio do crédito livre chegou a 27,8 pontos porcentuais em agosto, acima dos 27,4 pontos porcentuais registrados em julho. Para pessoa física, o spread médio cresceu de 33,1 pontos porcentuais para 34,4 pontos porcentuais. Já para as empresas, o spread médio caiu de 19,3 pontos porcentuais para 19 pontos porcentuais.

Imobiliário -- O crédito habitacional registrou expansão de 3,7% em agosto, ante julho, de acordo com dados divulgados há pouco pelo Banco Central. Com isso, o estoque de crédito nesta modalidade chegou a R$ 180,242 bilhões.

No ano, o crescimento do financiamento para habitação chega a 29,9%. No acumulado de 12 meses até agosto, o crescimento é de 49,3%. (Estado)


TSE autoriza criação do PSD de Kassab

Por maioria dos votos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializou o Partido Social Democrático (PSD). No início da noite, seis dos sete ministros votantes do TSE votaram a favor da criação do partido de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo. Com essa decisão, o partido pode apresentar candidatos para disputar o pleito municipal de 2012.

No julgamento para a criação do partido, que teve início na terça-feira, 22, a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, pediu que o TSE recuse o registro do PSD. Em parecer encaminhado ao tribunal, ela citou as suspeitas de fraudes no processo de coleta de assinaturas para formação da legenda e afirmou que, do jeito que estava, a sigla não poderia ter registro na Justiça Eleitoral. “A situação é absolutamente irregular”, afirmou a vice-procuradora. O julgamento foi retomado nesta terça a partir do voto do ministro Marcelo Ribeiro que havia pedido vista semana passada.

Com cerca de 50 deputados federais, O PSD é o 28º partido brasileiro e nasce como um nanico. Nas eleições de 2012 poderá ficar com um espaço restrito no horário eleitoral gratuito porque a divisão do tempo é feita com base na eleição. Antevendo o risco, a legenda já discute internamente a possibilidade de ir à Justiça para garantir mais tempo na propaganda e recursos do fundo partidário. (Estado)


Déficit previdenciário pode ser o menor desde 2002, diz Garibaldi

O déficit previdenciário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve fechar 2011 entre R$ 34 bilhões e R$ 39 bilhões, prevê o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. Se ocorrer, será o menor valor desde o resultado de 2002, que ficou negativo em R$ 29,9 bilhões (corrigidos pelo INPC).

Em 2010, o INSS foi deficitário em R$ 42,7 bilhões (nominais) ou cerca de R$ 45 bilhões (corrigidos pelo INPC).

Na visão otimista de Garibaldi, a Previdência pode ficar com resultado negativo em torno de R$ 34 bilhões, se a arrecadação continuar com crescimento médio real mensal de 9,5%, como registrado no ano até agosto. E as despesas continuarem com alta real em torno de 3,1%.

O secretário de Políticas e Previdência Social, Leonardo Rolim, aponta que se houver "problemas", numa visão pessimista o déficit ficará ao redor de R$ 39 bilhões. Mesmo assim, em torno de 1% do PIB, abaixo do resultado de 2010, que correspondeu a 1,2% do PIB. "Seria repetir os quatro últimos meses de 2010, quando a arrecadação caiu", disse Rolim.

No acumulado de janeiro a agosto, o INSS teve déficit de R$ 25,882 bilhões, resultado 21,7% menor, em termos reais, sobre igual período de 2010, quando somou R$ 33,055 bilhões (corrigidos).

A receita acumulada no período foi de R$ 152,189 bilhões, com alta real de 9,4% sobre o mesmo período de 2010. Enquanto a despesa com benefícios atingiu R$ 178,071 bilhões, aumento real de 3,4% na mesma comparação. (Valor)


Redução em tributo de gasolina não é repassado
Governo reduz cobrança da Cide, mas preço não será afetado. Contribuição cai de R$ 0,23 para 0,19/litro; mudança compensa redução do álcool anidro na gasolina.
Preocupado com o aumento da inflação, o governo decidiu baixar tributos sobre a gasolina para manter o preço do combustível nas bombas nos patamares atuais.
A medida, porém, não aliviará o caixa da Petrobras, pressionado pela alta do dólar, que encarece a importação crescente de gasolina.
Decreto publicado ontem reduz a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a importação e comercialização do combustível dos atuais R$ 0,23 por litro para R$ 0,19 por litro.
De acordo com o governo, a conta foi feita de forma a compensar a redução do álcool anidro na gasolina, que entra em vigor a partir do próximo sábado.
Como a gasolina é mais cara, a mudança de 25% para 20% de álcool na mistura resultaria em um aumento médio de R$ 0,04 no valor cobrado do consumidor por litro, o que será neutralizado com a redução do tributo.
A diminuição na quantidade de álcool foi adotada justamente porque o preço do etanol vinha subindo e havia risco de desabastecimento.
"Estamos preocupados única e exclusivamente em manter neutralizado o preço da gasolina", disse ontem o secretário de Acompanhamento Econômico, Antônio Henrique Silveira.
DÓLAR -- Silveira nega que a medida tenha como objetivo dar uma margem maior à Petrobras em um momento de alta do dólar.
Anteontem, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que o câmbio pode afetar o balanço da empresa já no terceiro trimestre.
Neste ano, a Petrobras já importou cerca de 2,5 milhões de barris. Em todo o ano passado, foram 3 milhões.
"Não foi considerado o problema de margem da Petrobras ou de importação nesse decreto", disse.
CAIXA COMPLICADO -- O especialista em energia Adriano Pires critica a medida e diz que o governo vem mantendo os preços da gasolina nos atuais patamares de maneira artificial.
Nos últimos três anos, o governo mudou o valor cobrado na Cide para segurar o preço do combustível nas bombas dos postos.
"O caixa da Petrobras está em uma situação muito complicada. O governo está preocupado com a inflação e vai manter o preço artificialmente baixo com o dinheiro do acionistas e do contribuinte", afirma.
Com a redução da contribuição Cide, o governo deixará de arrecadar R$ 50 milhões até o fim do ano.
Procurada, a assessoria de comunicação da Petrobras diz que a medida é uma decisão de governo e não quis comentar o assunto. (Folha)


Negócio bancário se desloca para emergentes

Não é apenas a produção mundial que está se deslocando para os países emergentes - a indústria bancária também. Os bancos nos principais países em desenvolvimento detêm um terço das receitas globais e até 2020 obterão quase a metade delas, prevê um estudo da consultoria McKinsey, com base no desempenho dos 300 maiores bancos do mundo, alocados em 79 países. Mais: são os bancos nos países emergentes que garantirão 60% do crescimento esperado para o setor nessa década.

As fronteiras bancárias estão se movendo principalmente em direção à Ásia e Pacífico, que contribuirão com 39% da expansão esperada entre 2010 e 2020. A América Latina será responsável por 11% do crescimento, com o restante a cargo dos Estados Unidos (23%) e Europa (15%). Os bancos chineses terão 16% das receitas de US$ 6,8 trilhões estimadas para 2020, enquanto que seus congêneres emergentes obterão outros 31%.

Os países emergentes puxarão a demanda de crédito, que, pelo estudo, deverá saltar de US$ 116 trilhões agora para US$ 213 trilhões em 2020, enquanto que a taxa de investimentos também apontará para cima. Alguns números dão ideia do potencial de crescimento nas nações em desenvolvimento. Há 2,5 bilhões de adultos sem conta em banco e 250 a 300 milhões de microempresas (60% do total global) sem acesso a empréstimos bancários. Nos emergentes, há 1 bilhão de pessoas que possuem celulares, mas não cheques ou qualquer serviço bancário.

As instituições bancárias localizadas fora da América do Norte e Europa Ocidental ganham peso quantitativo e qualitativo rapidamente. A comparação com os bancos americanos e europeus, depauperados pela crise nos últimos anos, tenderia naturalmente a ser favorável aos emergentes. Mas os indicadores da performance dos tradicionais bancos dos países desenvolvidos mostram, de acordo com o estudo, que eles já claudicavam antes mesmo da debacle de 2008.

Os bancos europeus e americanos melhoraram seus resultados em 2010 e primeiro trimestre deste ano, mas ainda assim estão abaixo de 2007, antes que a crise estourasse. As receitas totais, na comparação entre 2010 e 2007 foram 3,5% menores para os bancos americanos e 4,5% menores para os japoneses. Bancos franceses e alemães não chegaram sequer à media mundial de 2,5%, embora tenham tido receitas maiores. Quem fez a diferença foram bancos nos Bric. As instituições russas mostraram expansão nesse item de 21,2%, as indianas, de 19,8%, as do Brasil, 17,6% e as da China, de 13,7%. Nos demais emergentes, as receitas cresceram 10,5%. Dos países ricos, só os bancos canadenses chegaram perto, com avanço de 9,1%.

Em 2010, os resultados dos bancos emergentes batiam os dos países ricos em várias frentes. Tinham, por exemplo, custos menores (relação entre despesas operacionais e receitas totais sem provisões) e maiores retornos sobre patrimônio (19,6% ante 7,9%).

Mas enquanto os mercados emergentes estão em franco crescimento, as economias maduras estão estagnadas e seus bancos enfrentarão obstáculos muito grandes para crescer e competir. A crise está levando os consumidores endividados a se tornarem poupadores - a tendência é de menor demanda por crédito e maior poupança. "Na média, a indústria bancária será menos lucrativa", aponta o estudo. Embora a tendência seja geral, encontra as instituições dos países ricos debilitadas por fatores estruturais e conjunturais. Elas terão, por exemplo, de enfrentar um aumento da regulação que lhes trará necessidade extra de capital de US$ 1,5 trilhão para acompanharem as exigências de Basileia 3.

E, para poderem se aproveitar da maior demanda por crédito e investimentos globais, precisarão de mais capital ainda. O problema é que o retorno que estão obtendo, de 9,2% para as instituições americanas e 9,3% para as europeias em 2010, está abaixo do custo do capital, estimado em 12%. Para fechar este "hiato de retorno", os bancos americanos terão de elevar seus lucros líquidos de US$ 121 bilhões em 2010 para US$ 312 bilhões em 2015, o que se traduz numa taxa de crescimento dos ganhos de quase 20%. Os bancos europeus teriam de dobrar os lucros de US$ 166 bilhões para US$ 328 bilhões no período.

No ranking por capitalização da McKinsey, o Itaú Unibanco é o décimo colocado entre os 100 maiores, com um retorno sobre patrimônio acumulado entre 2000 e 2010 de 22,6%, superior ao das nove instituições à sua frente e um dos melhores do mundo. O Bradesco, o 16º colocado, não fica muito atrás e teve rentabilidade de 20,8% no período. Ambos perdem, nesse ponto, para o Banco do Brasil, 26º no ranking, com 27,2% de retorno - o mais rentável dos 100 maiores. (Valor)


Frigorífico JBS é investigado por demissão de 1.300 funcionários em SP

O Ministério Público do Trabalho está investigando o frigorífico JBS pela demissão dos 1.300 funcionários de sua unidade em Presidente Epitácio, no interior de São Paulo. A direção da empresa anunciou o fechamento da unidade, atribuindo a decisão à "ineficiência fiscal do estado", como classifica a alta taxa tributária de São Paulo. Pelo mesmo motivo, a JBS fechou um curtume no Mato Grosso do Sul, enquanto abriu novas unidades no Ceará, em Minas Gerais e em Goiás.

Para o MPT, a quantidade de demitidos em um município do porte de Presidente Epitácio representa "um golpe insuportável para os trabalhadores" locais, pois a economia da sociedade não será suficiente para absorver a quantidade de desempregados. Os procuradores alegam que a empresa não tentou uma negociação coletiva com o sindicato nem se preocupou com o destino dos trabalhadores. (O Globo)