terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Nos manter alertas e mobilizados com a crise mundial


Marcos Afonso de Oliveira

Nos manter alertas e mobilizados com a crise mundial
Marcos Afonso de Oliveira, secretário de imprensa da UGT
Por enquanto a crise mundial só piora nos solos europeus e norte-americanos, com reflexos inclusive na Ásia. A Alemanha já antecipa que a crise deve durar os próximos dez anos. Os reflexos, claro, vão chegar ao mercado brasileiro e terão, claro, reflexos na qualidade de vida dos trabalhadores. Por isso, a necessidade de estarmos preparados e mobilizados para, juntos com os líderes políticos brasileiros, agirmos para consolidar nosso mercado interno e, principalmente, proteger os interesses da classe trabalhadora. Não aceitaremos mais, como ocorreram em crises passadas, que as contas fiquem apenas com os trabalhadores. Conta que chega com desemprego, com redução ainda mais drástica nas aposentadorias, com redução dos investimentos sociais em saúde e educação. É hora de avaliarmos de perto a situação nas economias europeias e colocar nossa barba de molho. E aproveitar para ampliar nossa mobilização sindical e cidadã para não sermos surpreendidos com a conta que tende a ser repassada apenas para a classe trabalhadora.

Unctad vê risco de contração global e alerta emergentes
A Agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) recomendou ontem que os países emergentes e em desenvolvimento preparem planos contra o "contágio contracionista" de politicas econômicas que vem sendo adotadas pelos países ricos.
Para a Unctad, os pacotes de austeridade fiscal dos países ricos estão criando uma "acumulação perigosa" de riscos para a economia mundial. A entidade condenou essa política, insistindo que o alvo deveria ser crescimento e não o combate a déficit público.
Este ano, a maioria dos países desenvolvidos suspendeu ou reverteu as politicas econômicas expansionistas que ajudaram a evitar uma crise global ainda maior depois da choque de 2008.
Agora, por causa da forte queda da demanda, vários países ricos estão à beira de uma nova recessão. E a Unctad se mostra surpresa com a insistência dos governos de concentrar os seus esforços no corte de déficit fiscal e em reduzir a divida pública interna, quando o desemprego bate recorde, os investimentos declinam, o setor financeiro está fragilizado e as famílias têm crescente dificuldades financeiras.
"A austeridade fiscal no cenário atual tornará a situação pior, não melhor. O contágio contracionista afetará todos os países, e os emergentes e em desenvolvimento precisam preparar planos de contingencia", afirma a Unctad.
A entidade destaca que o setor privado só pode fazer uma bem sucedida desalavancagem (reduzir a sua dívida) se outros forem capazes de se endividar mais e de estimular a demanda. Se os setores público e privado tentam se desalavancar simultaneamente, do jeito que estão fazendo hoje, a economia vai direto para a recessão, num circulo vicioso que alimenta a atual crise de confiança.
Para a Unctad, os déficits fiscais de hoje são consequência da crise, e não sua causa. Nos países desenvolvidos, entre 1997-2008, o balanço fiscal primário variou de -1,5% a 3,2% do PIB. Na média, o saldo primário foi de 0,8%. Foi só após o início da crise que os déficits chegaram aos recordes atuais.
Considerando que o crescimento do PIB normalmente tem sido muito menor do que antecipado, a Unctad julga não ser surpresa que o balanço fiscal também tenha piorado. Ao mesmo tempo, os gastos públicos sobem por causa da necessidade de pagar benefícios e outras transferências sociais quando a economia desacelera.
A entidade insiste que o impacto adverso das receitas econômicas adotadas atualmente podem ser antecipados. Para isso, basta lembrar as experiências desastrosas de dezenas de países em desenvolvimento nos anos 80.
Para evitar nova recessão e uma década perdida, a agência da ONU propõe uma politica alternativa. Os países ameaçados por recessão e deflação deveriam evitar intensificar as medidas de austeridade, já que elas podem produzir efeitos opostos ao desejado e até mesmo empurrar o país para a depressão.
Já países com superavit fiscal deveriam elevar a demanda doméstica e os salários. Senão, o resultado final será uma nova rodada de contração econômica global.
Também deveriam-se adotar politicas fiscais como instrumentos para crescimento e desenvolvimento, implementar politicas com impacto no emprego, e deixar para construir forte posição fiscal nos tempos de prosperidade. (Valor)


Suposta fraude na Caixa pode dar prejuízo de R$ 100 milhões ao FGTS
Títulos sem valor vendidos no mercado serviam de garantia de dívidas do governo do Rio junto ao fundo. Transação não poderia ter sido feita; banco de Brasília que adquiriu os papéis podres abriu sindicância interna.
As transações financeiras da corretora carioca Tetto realizadas após uma suposta pane no setor de informática da Caixa Econômica Federal ameaçam lesar em cerca de R$ 100 milhões o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), conforme aponta o banco em ação judicial.
Folha revelou anteontem que a Tetto vendeu, como se não tivessem dívidas, papéis da dívida pública de baixo ou nenhum valor. O caso surge em meio a uma disputa entre PT e PMDB pelo controle da Caixa.
Tetto só conseguiu fazer isso porque o sistema da Caixa que atestava a qualidade dos papéis, justamente sob uma vice-presidência do PMDB, ficou mais de dois anos inoperante.
Quando a informação voltou ao ar, os compradores tinham papéis que valiam ao todo R$ 1 bilhão a menos. E agora a União, que os garantia, pode ser acionada na Justiça para pagar a conta.
A Caixa reconheceu ter havido um "erro", que atribuiu a uma empresa terceirizada, mas alegou que a Tetto vendeu "gato por lebre".
No conjunto dos papéis vendidos pela Tetto também havia alguns que serviam de garantia para quitação de dívidas do governo do Rio de Janeiro junto ao FGTS.
Os papéis da garantia ao FGTS não tinham valor de mercado e não podiam ser comercializados.
Em e-mail interno, a Caixa diz que a dívida do governo do Rio com o FGTS era de R$ 70 milhões em 2003, o que representa um valor atualizado de R$ 100 milhões.
Tetto adquiriu todos os contratos de crédito do Rio em 2005. Mas recebeu o documento com a informação de que um lote dos papéis não era comercializável.
Em março de 2009, durante o "apagão" da Caixa, a Tetto repassou créditos imobiliários ao banqueiro carioca Antonio José de Almeida Carneiro, do Fundo de Investimentos Aimorés, incluindo o lote vinculado ao FGTS.
Folha apurou que o banqueiro pagou valores irrisórios à Tetto pelos ativos.
Em novembro de 2009, apenas oito meses depois da compra, Carneiro vendeu ao BRB, o banco do governo do Distrito Federal, por R$ 97 milhões, uma parte dos papéis adquiridos da Tetto, incluindo o lote do FGTS.
Quando o apagão da Caixa foi sanado, em 2011, o BRB descobriu que os papéis não valiam o que pagou e, pior ainda, estão como garantia de uma dívida.
Hoje os créditos estão em nome do BRB. E o FGTS poderá ficar sem o bem que garantia o pagamento da milionária dívida do Rio.
OUTRO LADO -- O banco do Distrito Federal informou que está "buscando preservar os direitos do BRB frente a irregularidades que possam, eventualmente, ter sido cometidas".
Para isso, abriu uma sindicância interna para apurar o caso. A apuração começou neste ano, quando o governo passou às mãos de Agnelo Queiroz (PT). Na época das fraudes, o governador era José Roberto Arruda (DEM), que renunciou em 2010 após denúncias de corrupção.
Procurado, Carneiro não foi localizado. Em ofício à Caixa, ele se disse lesado pelo banco. A Tetto sustenta que sua operações são legais e responsabiliza a Caixa. (Folha)


Crise europeia é um risco para todas economias do mundo, avalia FMI
A crise da dívida europeia representa um risco para "todas as economias do mundo", disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, ao se reunir com autoridades na Nigéria.
"O que está acontecendo nas economias avançadas, particularmente na Europa, é, obviamente, uma preocupação para todos no mundo neste momento", disse ao se reunir com o presidente do Senado nigeriano, David Mark.
Segundo Lagarde, os países mais pobres, em especial aqueles que dependem muito da Europa para comércio e investimento, "devem se preparar para lidar com as potenciais implicações".
As economias em desenvolvimento devem se certificar se possuem reservas e resistência suficientes para lidar com as turbulências, avisou. (Valor)

Zara assina acordo com Ministério Público
Segundo o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado ontem em São Paulo, a Zara ficará responsável por fiscalizar as condições de trabalho entre suas fornecedoras e terceirizadas. Caso sejam detectadas irregularidades, ela pagará multa no valor de R$ 50 mil. A empresa também vai investir
R$ 3,4 milhões em ações sociais. (Folha)