quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O acesso das famílias brasileiras à educação e ao mercado de trabalho teve significativa melhora entre 2003 e 2009

Vulnerabilidade das famílias brasileiras cai 14,3% em 6 anos, aponta Ipea

Belo Horizonte foi a capital que teve a maior queda no índice entre 2003 e 2009, de 19,3%, seguida por Salvador, com recuo de 18,5%.

O acesso das famílias brasileiras à educação e ao mercado de trabalho teve significativa melhora entre 2003 e 2009, o que representa avanço na qualidade de vida nos domicílios nacionais. A conclusão é apresentada em comunicado sobre vulnerabilidade das famílias entre 2003 e 2009 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e divulgado hoje. O índice de vulnerabilidade das famílias brasileiras, que agrega indicadores nas áreas de conhecimento, trabalho, recursos e habitação, caiu 14,3% de 2003 a 2009, passando de 27,0 para 23,1.

O comunicado aponta ainda, na mesma base de comparação, quedas nos indicadores de vulnerabilidade que compõem o índice geral, como desenvolvimento infanto-juvenil (-26,4%), acesso ao trabalho (-20,3%), condições habitacionais (-15,0%), acesso ao conhecimento (-6,9%), entre outros.

Entre os componentes, o índice de escassez de recursos teve baixa de 24,2%. Na análise deste componente, o comunicado aponta que se de um lado há cada vez menos famílias abaixo da linha da pobreza, por outro lado há aumento da dependência das famílias a programas de transferência de renda, devido sobretudo à expansão de programas governamentais.

O documento apresenta também, em análise pelas capitais brasileiras, que Belo Horizonte teve a maior queda no índice médio de vulnerabilidade na comparação entre 2003 e 2009, de 19,3%, seguida por Salvador, de 18,5%; Curitiba, de 17%; Recife, de 16,8%; e Rio de Janeiro, de 15,8%. (Estado)


BC deve reduzir juro para 10,5%

Corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica (Selic) é dado como certo pelos analistas; dúvida está nos próximos passos do Copom

O Banco Central (BC) deve anunciar nesta quarta-feira o quarto corte consecutivo de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), de acordo com a previsão da maior parte dos analistas do mercado financeiro. Mas os especialistas ainda se dividem em relação às decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom) e aguardam alguma sinalização da autoridade monetária.

Desde dezembro, a pesquisa semanal do BC mostra que os economistas esperam três cortes de 0,50 ponto no início deste ano, nas reuniões de janeiro, março e abril. Com isso, a taxa básica pode cair dos atuais 11% para 9,5% ao ano.

Alguns economistas, no entanto, já acreditam em um ciclo menor de redução de juros, em razão de dados que mostram a retomada do crescimento no último trimestre de 2011, depois da estagnação verificada nos três meses anteriores.

Outro fator que pode reduzir o espaço para a ação do Copom é a política fiscal. Futuras decisões vão depender, por exemplo, do corte no Orçamento a ser anunciado até o início de fevereiro, que pode chegar a R$ 70 bilhões. Também há dúvidas sobre como o governo fará para cumprir a meta de superávit das contas públicas e, ainda assim, manter o ritmo de investimentos.

A economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, diz que a recuperação da economia ainda não é suficiente para mudar a política do BC. Avalia, entretanto, que o cumprimento da meta fiscal até 2013 é fundamental para garantir a queda dos juros.

"Os dados mostram recuperação no fim de 2011, e isso deve continuar sendo observado em 2012. Mas ainda não é algo suficiente para alterar a decisão do Copom. Há dúvidas sobre o ritmo e a sustentação dessa atividade", afirmou. "Mas existe o risco de ciclo menor de corte dos juros por causa do lado fiscal."

A consultoria LCA avalia que o comunicado divulgado após a reunião do Copom poderá sinalizar uma postura mais cautelosa do BC. Embora mantenha a projeção de que a Selic vai chegar a 9,5% ao ano até abril, a consultoria vê chances crescentes de que o ciclo de cortes possa ser interrompido antes, em razão do desempenho mais favorável dos mercados globais e à retomada do crescimento no País.

O indicador de atividade do BC, por exemplo, mostrou anteontem que a economia teve em novembro o maior crescimento em 19 meses. Os indicadores até agora não mudaram as expectativas de crescimento dos analistas, que continuam baixas, entre 2% e 4% para este ano.

Os valores são inferiores aos 4,5% desejados pelo governo para 2012. Mesmo com um corte maior dos juros, são poucas as chances de que a taxa básica volte ao menor nível da história do Copom (8,75% ao ano, atingidos no auge da crise global).

Reversão -- O mercado financeiro já projeta um novo ciclo de aperto a partir de janeiro do próximo ano. O próprio BC afirmou, no fim do ano passado, que previa uma inflação mais alta em 2013 e pode, se necessário, aumentar novamente os juros.

Na pesquisa semanal do BC, as estimativas mais cautelosas são de um corte de meio ponto hoje e outro de 0,25 em março, o que jogaria a Selic para 10,25%, encerrando o ciclo de redução de juros iniciado em agosto, quando o BC surpreendeu o mercado e buscou se antecipar aos efeitos da crise no Brasil.(Estado)


Quase 90% da classe D acredita que a vida vai melhorar em três anos

Em três anos, 88% dos brasileiros pertencentes à classe D acreditam que a vida deve melhorar, contra 12% que acreditam que ela deve piorar, revela a sondagem mensal da Quorum Brasil, "A Classe D quer o Paraíso".

Segundo a pesquisa, 31% dos brasileiros que acreditam na melhora esperam ter uma vida financeira um pouco mais tranquila do que hoje. Já 25% desejam conquistar um emprego melhor ou crescer profissionalmente na empresa onde trabalham.

A expectativa de melhora na vida familiar também aparece na pesquisa, com 12% das respostas. Em seguida, com 10%, aparecem as melhorias na educação, com continuidade ou término dos estudo, além de terem a possibilidade de realizar cursos de especialização.

Entre as perspectivas de melhorias dos brasileiros da classe D, com 9% das respostas está a vida afetiva. Estes brasileiros esperam que, em três anos, estejam namorando firme, casados ou com o primeiro filho.

Por fim, eles também acreditam em melhorias na saúde e na vida social, com 8% e 6% das respostas, respectivamente.

Bem melhor -- Para 69% dos brasileiros da classe D, a vida está melhor agora do que há três anos. Já 22% acreditam que continua da mesma forma, enquanto 9% afirmam que piorou.

Entre os que acreditam na melhora, 73% atribuem o resultado a si próprios, enquanto 27% afirmam que as ações do governo influenciaram na melhoria da vida.

O emprego, com salário mensal e benefícios, foi apontado por 39% como causador da melhora na vida, se comparado com três anos atrás. Em seguida, com 23%, o fator decisivo para a melhoria foi a facilidade em obter crédito.

Já 22% acreditam que manter a inflação sob controle foi essencial para que a vida tivesse algumas melhorias, enquanto 16% afirmam que o estudo foi decisivo, pois, por meio dele, estes brasileiros conseguiram arrumar um emprego melhor.(Infomoney)