segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ideia é anunciar amanhã redução de juros e reforço em financiamento que pode chegar a R$ 20 bi

Dilma prepara pacote de medidas à indústria

Ideia é anunciar amanhã redução de juros e reforço em financiamento que pode chegar a R$ 20 bi.

A presidente Dilma quer fazer do evento de amanhã, quando divulgará um pacote de medidas, o momento simbólico para tentar virar o ritmo da economia no segundo ano de seu mandato.

Por isso, a Palácio do Planalto convidou cerca de 400 pessoas, entre empresários e sindicalistas, de vinte segmentos.

A indústria, o setor da economia mais afetado por causa da valorização do real frente ao dólar, será o foco principal das medidas.

O governo vai desonerar a folha de pagamento de setores da indústria como têxtil, moveleiro, plásticos, aeroespacial, fabricantes de ônibus, eletroeletrônicos, autopeças e bens de capital.

A equipe negocia ainda com outros setores, que podem ser incluídos ainda hoje na lista final.

Para estimular as exportações, as receitas com vendas externas desses setores não serão computadas no cálculo da contribuição ao INSS, que passará a incidir sobre o faturamento em vez da folha de pagamento.

Para aumentar os investimentos produtivos, haverá uma redução geral das taxas de juros dos empréstimos do BNDES vinculados ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento).

No caso das grandes empresas, os juros devem cair de 8,7% para 7,7% ao ano. Além disso, devem ser criadas novas linhas de financiamentos, em um reforço que pode chegar a cerca de R$ 20 bilhões, segundo assessores presidenciais.

Essas mudanças serão feitas por meio de medida provisória.

Aconselhada pelo ex-presidente Lula, Dilma quer repetir o clima vivido no governo de seu antecessor durante a crise econômica internacional de 2008/2009.

Naquele período, Lula ordenou à sua equipe adotar uma série de medidas para reverter a forte desaceleração econômica e conclamou a população a consumir e o empresariado a investir.

O quadro atual não é tão grave como o vivido em 2008 e 2009, mas Dilma foi alertada que, sem medidas, o PIB (Produto Interno Bruto) poderia crescer apenas 3% em 2012, pouco acima dos 2,7% de 2011.(Folha)